Tanto os movimentos ginásticos quanto os movimentos realizados em outras práticas desportivas tiveram sua origem a partir dos movimentos naturais. É possível afirmar que grande parte dos movimentos realizados na Ginástica estão presentes naturalmente em todos os seres humanos, independentemente do local, cultura e época que analisamos, servindo como base estruturante para a realização e aquisição de valências mais avançadas.
Dentro dos aspectos da Ginástica, podemos notar uma transformação e uma complementação desses movimentos que visam o aperfeiçoamento da performance. Esse aperfeiçoamento de performance pode ser evidenciado por meio de diversas melhorias de movimento, como: maior economia de energia para realização de movimentos, prevenção de lesões e maior fluidez de movimentos.
No decorrer desta unidade, abordaremos os elementos constitutivos da Ginástica, transcorrendo sobre os movimentos gímnicos (exercícios) que evidenciam a evolução dos movimentos naturais, até o aperfeiçoamento desses exercícios, transformando-os no formalismo ginástico que conhecemos atualmente.
Caro(a) aluno(a), neste tópico, vislumbraremos os elementos constitutivos da Ginástica. Desde a década de 1980, algumas modificações ocorreram dentro do âmbito da Educação Física no Brasil e com a Ginástica não foi diferente. No campo da Ginástica houve um aumento da preocupação com o ensino dos gestos técnicos realizados durante a execução dos movimentos (OLIVEIRA, 2004).
Na tentativa de explorar uma perspectiva que superasse a mera replicação de movimentos, diversas abordagens acabaram surgindo no desenvolvimento da Ginástica, fazendo com que determinados estabelecimentos acabassem sendo executados no que diz respeito à construção do conhecimento ginástico. Dentro dessa perspectiva, como já apresentado anteriormente, a Ginástica acabou sendo subdividida em cinco partes (Condicionamento Físico; Competitiva; Fisioterápica; Conscientização Corporal; e Demonstrativa) que, embora possuíssem características distintas em alguns quesitos, apresentavam bastante similaridade no que diz respeito aos seus elementos gerais.
Dessa forma, considerando os conhecimentos trabalhados anteriormente, daremos uma maior atenção aos elementos que constituem a Ginástica como um todo, destacando que esses elementos estão presentes nos mais diversos tipos de Ginástica
Na Figura 2.1, é possível visualizar as quatro categorias de movimentos que norteiam a Ginástica: os elementos corporais; os exercícios acrobáticos; os exercícios de condicionamento físico; e o manejo de aparelhos. Tal classificação foi elaborada por Souza (1997), com o intuito de sintetizar os movimentos ginásticos que compõem todas as modalidades gímnicas existentes e realizadas nos diferentes campos de atuação das Ginásticas, sejam elas competitivas ou não.
A seguir, vamos estudar detalhadamente cada um dos elementos corporais, evidenciando características relacionadas aos passos, corridas, saltos, marcações e poses. Vale ressaltar que muitos desses elementos podem ser realizados com o auxílio de aparelhos, como na Ginástica acrobática, e outros que nem sempre necessitam de auxílios externos ao corpo.
Os elementos corporais podem ser definidos como os elementos que constituem o movimento humano em sua essência. Eles buscam desenvolver o aperfeiçoamento de seus movimentos por meio de gestos naturais e harmônicos, fundamentando a estruturação de um conjunto de valências motoras que podem ser realizadas em diversas direções e planos, apresentando ou não um deslocamento corporal.
Passos: podem ser definidos como movimento que são executados a partir de deslocamentos que apresentam uma transferência de peso corporal entre os pés. Durante os passos, é importante que o indivíduo sempre mantenha um dos pés em contato com o solo. Dentro desses elementos, é possível trabalhar com certas progressões com relação ao tipo de passo que é dado, podendo variar no quesito extensão de perna, passos unidos em segmento, cruzamento de passadas e caminhadas para trás. É importante salientar que a fluência entre os movimentos é um quesito-chave nos aspectos ginásticos, portanto um bom conhecimento sobre o elemento faz com que toda rotina ginástica seja executada de maneira mais limpa e clara (LEBRE; ARAÚJO, 2006).
Corridas: as corridas podem ser definidas como deslocamentos que apresentam transferências de peso corporal entre os pés, contendo momentos de perda total de contato com o solo. Os tipos mais comuns de corrida executados durante as rotinas ginásticas são as corridas naturais: com as pernas estendidas, joelhos elevados à frente. Caracteriza-se pelas pequenas perdas de contato com o solo, em que, após o pouso, um pequeno movimento de “expulsar” é realizado em um dos pés, arrastando-no. Assemelha-se bastante ao chassé, entretanto com movimentos de maior amplitude e elevação dos braços (LEBRE; ARAÚJO, 2006).
Saltos: os saltos podem ser definidos como movimentos caracterizados por uma acentuada permanência do corpo no ar e apresenta variações de acordo com a etapa na qual o movimento é realizado (impulso, voo e aterrissagem). A fase do impulso é momento que ocorre a impulsão para o movimento, podendo este ser realizado com uma ou duas pernas. Durante o voo, ocorrem variações nas posições dos segmentos pernas e tronco, combinações de giros e trocas de pernas. Por fim, na aterrissagem, também ocorrem variâncias, podendo finalizar o movimento com os dois pés juntos, com o mesmo pé que iniciou o movimento ou com o pé contrário ao início a da ação (LEBRE; ARAÚJO, 2006). Alguns exemplos de saltos podem ser visualizados nas imagens que seguem.
Na Figura 2.2, podemos visualizar um exemplo de salto grupado: observa-se que logo após o salto, o indivíduo que realiza a ação de aproximar os membros inferiores ao tórax e, posteriormente, os membros inferiores devem retornar à posição estendida antes que os pés toquem o solo.
Na Figura 2.3, contrapondo ao exemplo do salto grupado, podemos observar que durante a realização do salto carpado ocorre uma extensão dos membros inferiores, usualmente formando um ângulo de 90º graus entre as pernas e o quadril.
Saltitos: em oposição aos saltos, durante a execução dos saltitos, ocorre uma curta permanência do corpo no ar, apresentando uma perda breve de contato com o solo. Nos saltitos, são executadas algumas variações, como saltar com as pernas unidas, estendidas ou flexionadas. Ações que geram movimentos conhecidos como primeiro saltito (saltito com flexão de uma das pernas), galope e chassé (LEBRE; ARAÚJO, 2006).
Na Figura 2.4, podemos visualizar um exemplo do que seria um primeiro saltito sendo realizado pelo ginasta: verifica-se um breve momento de ausência de contato com o solo.
O chassé é a realização de um pequeno salto no qual, durante o momento em que o indivíduo retorna ao solo, o pé que realiza a ação faz um movimento de expulsar sobre o pé que está parado.
Giros: os giros podem ser definidos como movimentos que apresentam uma rotação do corpo em torno do eixo longitudinal, apresentando variações de acordo com os pontos de apoio (um ou dois pés, mãos, joelho, glúteos), posição das pernas (estendidas ou flexionadas com variações de planos) e posições de tronco (extensão, hiperextensão, flexão lateral, flexão frontal). É importante ressaltar que esses movimentos podem ser realizados em todos os níveis de execução (alto, médio e baixo) (LEBRE; ARAÚJO, 2006).
Os melhores exemplos que podem ser dados com relação aos giros são os pivots, os quais podem ser realizados sob uma ou duas pernas, ainda existindo a possibilidade de serem executados sob os joelhos. Os pivots podem ser definidos como movimentos giratórios que são realizados em torno do próprio corpo, existindo variações de planos e eixos durante a sua execução (LEBRE; ARAÚJO, 2006). Na Figura 2.6, é possível verificar um exemplo relacionado à execução de um pivot.
Como é possível visualizar na Figura 2.6, o pivot consiste na execução de um giro sob o próprio corpo, sendo importante ressaltar que sua execução pode ser feita tanto sob uma perna quanto sob as duas, existindo ainda variações que são realizadas sob os joelhos.
Equilíbrios: podem ser definidos como elementos corporais que demandam que seus executantes permaneçam em uma posição estática durante um curto período de tempo (2 a 3 segundos). Assim como os giros, os equilíbrios são realizados com variações entre os pontos de apoio (um ou dois pés, mãos, joelhos ombros, região dorsal e glútea), posição das pernas (estendidas ou flexionadas com variações de planos) e posições de tronco (extensão, hiperextensão, flexão lateral, flexão frontal (LEBRE; ARAÚJO, 2006).
Ondas: as ondas podem ser definidas como transferências de energia entre os segmentos corporais, envolvendo todo o corpo ou apenas alguns de seus segmentos. Esses movimentos podem variar de acordo com o ponto de apoio (um ou dois pés ou sentando nos calcanhares), a direção (variando entre os planos ascendentes, descendentes) e planos (laterais, frontais e posteriores) (LEBRE; ARAÚJO, 2006). Podemos citar como exemplo de onda lateral com rolamento da bola na lateral do tronco utilizando uma das mãos: quando a bola estiver na altura do peito recupera-se a bola com a outra mão, finalizando em meia ponta e pernas unidas e estendidas e braços estendidos acima da cabeça segurando a bola.
Poses e Marcações: talvez as posições e marcações de movimento sejam um dos aspectos mais importantes da Ginástica, sendo definidas pelas posturas que indicam o início ou fim de um movimento ou sequência de movimentos executados durante uma série. Levando em consideração que as poses e posturas não apresentam uma padronização, durante a suas execuções, é possível verificar a criatividade e o sincronismo do indivíduo, variando de acordo com o ritmo e elementos realizados durante a execução da sessão (LEBRE; ARAÚJO, 2006). A Figura 2.8 traz exemplos de poses e marcações na Ginástica.
Balanceamento: os movimentos de balanceamento podem ser definidos como movimentos pendulares (variando 180 graus) realizados pelo indivíduo e podem ser realizados tanto com os braços e pernas quanto com o tronco. Usualmente, os movimentos de balanceamento são utilizados durante as transições entre exercícios, sendo que os mais usados são aqueles em que o tronco pendula entre a direita e esquerda ou para frente e para trás, servindo de elemento de ligação para outros exercícios (LEBRE; ARAÚJO, 2006).
Circunduções: os movimentos de circundução podem ser definidos como movimentos giratórios que apresentam uma variação de pelo menos 360 graus no segmento corporal executante, sendo realizado tanto de forma simétrica quanto de forma assimétrica. Embora os movimentos de circundução exibam certas semelhanças com os movimentos de balanceamento, durante a circundução é necessário que um movimento circular completo seja executado (LEBRE; ARAÚJO, 2006).
Todos esses movimentos são exemplos de elementos corporais gímnicos que podem ser utilizados em composições coreográficas, cada um apresentando suas características específicas e diferentes variações no que diz respeito à execução do movimento.
Rotações: as rotações são elementos que podem acontecer em aparelhos ou no solo, podendo fazer parte de combinações e sequências que compõem uma série Ginástica. Essas séries apresentam maior grau de complexidade para a execução, pois em sua essência apresentam giros em torno de alguns segmentos corporais, fazendo a combinação de diversos elementos, como saltos, giros e circunduções, conforme citados anteriormente. Dentre os principais exemplos de rotações, podemos citar os saltos mortais, os rolamentos, os rodantes e o flic-flac (MERIDA; NISTA-PICCOLO; MERIDA, 2008).
Apoios: os apoios são considerados elementos componentes de grande parte das séries Ginásticas, sendo caracterizados por momentos de sustentação de todo o corpo sobre alguns segmentos corporais, como braços, cotovelos, cabeça. Durante a execução dos apoios, acaba sendo evidente a sustentação de todo peso corporal acima do ponto de apoio, evidenciando uma grande necessidade de força e estabilidade para manter o movimento. De maneira geral, podemos dizer que os apoios podem ser realizados tanto no solo quanto em equipamentos, porém, suas utilizações acabam sendo mais expressivas durante séries em aparelhos como argolas, barras e cavalo com alça (LEBRE; ARAÚJO, 2006). Nas imagens a seguir, será possível visualizar alguns exemplos práticos da realização de apoios durante a realização de séries/movimentos ginásticos.
Reversões: as reversões são elementos transitórios bastante utilizados na Ginástica. Caracteriza-se pela ação de impulsionar o corpo com as pernas juntas e executar um mergulho em direção ao solo, alterando a impulsão dos pés para as mãos, buscando, assim, retornar à posição de pé, evidenciando uma inversão entre os membros que promovem à ação (LEBRE; ARAÚJO, 2006). Usualmente, as reversões são realizadas no solo, principalmente durante a execução de alguns movimentos específicos, tais como o flic-flac, as corvetas (caracterizada pela realização de uma inversão de planos semelhante à parada de mãos com subsequente impulso para gerar nova inversão de membros superiores para os inferiores) e até mesmo os rodantes (conhecidos vulgarmente como “estrelinhas”). Também é comum ver esse tipo de movimentação durante algumas provas de trampolim e mesa (MARCASSA, 2004).
Durante a execução de reversões, torna-se visível a inversão de planos, como podemos observar na Figura 2.14. Evidencia-se, assim, um trabalho tanto de membros superiores quanto de membros inferiores para execução do movimento.
Suspensões: diferindo-se dos outros elementos apresentados, as suspensões são realizadas exclusivamente em aparelhos e se caracterizam pela execução de determinado elemento no qual o indivíduo precisa manter seu corpo, ou algum segmento do corpo, abaixo do aparelho no qual o movimento é realizado, sustentando-se por meio das mãos, ombros ou cotovelos (MARCASSA, 2004).
Os exercícios de condicionamento físico englobam todas as modalidades que têm como objetivo a aquisição ou a manutenção da condição física do indivíduo normal e/ou do atleta (SOUZA, 1997).
Os graus de complexidade dos movimentos ginásticos tendem a aumentar de acordo com o desenvolvimento de seus elementos. Dessarte, acaba sendo imprescindível que alguns elementos como força, potência, resistência e flexibilidade sejam trabalhados no decorrer desse processo (LIZ et al., 2010).
Habitualmente, grande parte dos exercícios realizados exigem grande força muscular (OLIVEIRA; SEQUEIROS; DANTAS, 2005), pois, de maneira geral, a valência força acaba servindo de subsídio direto para o desenvolvimento de grande parte dos elementos e séries na Ginástica, permitindo que o indivíduo venha a desenvolver maiores níveis de potência e estabilidade durante a execução dos movimentos.
Podemos dizer, então, que os exercícios de força precisam trabalhar principalmente com o desenvolvimento de força isométrica (característica de grande parte dos movimentos de estabilização) e força explosiva, relacionando-se diretamente com as capacidades do indivíduo de imprimir potência durante a realização de saltos e impulsões.
Além dos elementos de força, torna-se imprescindível que durante o processo de treinamento sejam desenvolvidas características voltadas à resistência muscular e respiratória, visto que através do desenvolvimento da resistência, os ginastas apresentaram melhor capacidade de se concentrar sem sofrer os efeitos deletérios da fadiga. Embora grande parte das séries ginásticas durarem uma média de 15 a 90 segundos, a elevada demanda fisiológica inerente ao tipo de tarefa realizada pode impactar negativamente aqueles indivíduos que não estão aptos a manter o elevado nível de performance necessário para esse tipo de atividade (DUNKER, 2013).
Outro elemento que precisa ser trabalhado com bastante cuidado durante a preparação ginástica é a flexibilidade. É através dela que os indivíduos irão realizar movimentos leves e técnicos. Com o desenvolvimento da flexibilidade, os movimentos se tornam mais fluidos e apresentam menor gasto energético para a efetivação da ação. De maneira geral, a flexibilidade pode ser definida como a capacidade que os músculos apresentam de se estender sem que danos ou lesões musculares apareçam. Esses movimentos acontecem em uma ou mais articulações, permitindo que a série apresente maior amplitude durante sua execução.
Dentro da Ginástica, principalmente da Ginástica Rítmica, há uma elevada gama de aparelhos que podem ser utilizados durante as rotinas. Os aparelhos mais clássicos são a bola, as cordas, os arcos, as fitas, as maças e os bastões, fazendo com que uma maior expressividade e emoção sejam transpassadas durante a execução dos exercícios.
Além dos aparelhos tradicionais, podemos verificar a utilização de aparelhos alternativos durante a execução de movimentos da Ginástica para Todos. Nesta, é bastante comum verificar a utilização de materiais recicláveis que buscam substituir os elementos tradicionais dessa modalidade.
Podemos realizar diversas formas de movimento e expressão corporal ao longo de nossas aulas, porém, alguns exercícios específicos acabam apresentando maior grau de dificuldade com relação à execução. Visando apresentar o desenvolvimento de alguns desses movimentos, o Vídeo “Aprenda a Ensinar: Ginástica Artística – Transforma Rio 2016” apresenta como esses conteúdos podem ser abordados ao longo de nossas aulas, evidenciando trabalhos voltados à postura e à forma de desenvolvimento que o aluno apresenta, trabalhando com uma introdução às posições básicas da Ginástica artística (estendido, grupado, carpado, afastado, espacate e a posição de L), finalizando com aspectos voltados à interdisciplinaridade. Veja mais no link: https://www.youtube.com/watch?v=_Z-jjO0Pumw. Acesso em: 14 jan. 2020.
A Ginástica é constituída por elementos corporais, exercícios acrobáticos, exercícios de condicionamento físico e manejo de aparelhos. Levando em consideração esses elementos da Ginástica, leia atentamente as alternativas a seguir e assinale a correta.
Os passos, as reversões e as inversões fazem parte dos elementos corporais da Ginástica.
Incorreta. As reversões e as inversões fazem parte dos elementos acrobáticos.
Exercícios de velocidade são os mais importantes para o condicionamento físico de ginastas.
Incorreta. Exercícios de força e potência são considerados os mais importantes para o desenvolvimento dos ginastas.
Todos os elementos da Ginástica podem ser realizados em aparelhos e no solo.
Incorreta. Dentro dos aspectos ginásticos, apenas alguns exercícios fazem uso de aparelhos, enquanto a grande maioria utiliza apenas o solo.
Dentre os elementos acrobáticos, os exercícios de suspensão precisam ser feitos em aparelhos.
Correta. Os elementos acrobáticos de suspensão só podem ser realizados com o auxílio de aparelhos.
Os aparelhos de manejo tradicional da Ginástica são: bolas, cordas, fitas, barras e traves.
Incorreta. Os aparelhos de manejo tradicional são bolas, cordas, fitas, arcos, maças e bastões.
Caro(a) aluno(a), antes de partimos diretamente para os movimentos gímnicos é importante que alguns pontos específicos com relação ao significado de planos, eixos, níveis e direções sejam esclarecidos. Os movimentos ginásticos apresentam grandes variações no que diz respeito à forma de execução, diversificando em inúmeros aspectos que precisam ser compreendidos na íntegra antes que possamos aprofundar mais sobre o tema. Muitos exercícios são realizados com variações de planos, eixos, níveis e direções, tais como os saltos mortais, rodantes, pivots e pranchas. Mas o que cada uma desses movimentos representa no que diz respeito às alterações de planos e eixos? Como podemos analisar essas variações? Assim, o objetivo do tópico é apresentar as concepções e explicar como essas variações podem ocorrer.
De acordo com as determinações anatômicas, podemos dizer que o nosso corpo é subdividido em três planos principais que cruzam todos os segmentos de nossa anatomia por meio da posição anatômica. Esses planos servem principalmente para facilitar a detecção de membros/órgãos em nosso corpo, fazendo com que seja mais fácil compreender algumas características inerentes à nossa anatomia (SOBOTTA, 2000).
O Plano Sagital é caracterizado por todos os planos verticais que fazem uma subdivisão em duas metades de nossa posição anatômica, fornecendo uma divisão corporal entre lados esquerdo e direito (SOBOTTA, 2000).
Dentro do Plano Sagital, possuímos uma divisão conhecida como plano mediano, o qual faz a divisão exata do corpo (direita/esquerda), partindo da sutura do crânio até a parte medial do quadril.
O Plano Frontal consiste em todo e qualquer plano traçado sob nossa posição anatômica com trajeto paralelo à sutura coronal do crânio (SOBOTTA, 2000).
O Plano Frontal, também conhecido por Plano Coronal, fornece uma subdivisão do corpo em duas partes diferentes: uma metade conhecida como anterior e a outra metade como posterior.
O Plano Transversal faz uma divisão horizontal (Figura 2.18) em nosso corpo através da posição anatômica, fornecendo duas metades distintas (superior/inferior) (SOBOTTA, 2000).
Agora que temos conhecimentos básicos sobre os planos do nosso corpo, vamos abordar os eixos anatômicos que estruturam grande parte dos movimentos, principalmente dos movimentos realizados na Ginástica.
A partir do momento que começamos a trabalhar com movimentos do corpo humano é necessário que os conhecimentos sobre os eixos de movimento sejam esclarecidos. Podemos dizer que os eixos são concebidos a partir de linhas imaginárias que cruzam o nosso corpo de maneira perpendicular, a fim de propiciar o movimento por meio de articulações.
O eixo laterolateral também é conhecido como eixo transversal ou horizontal. Podemos dizer que esse eixo é composto pela transposição de uma linha fictícia que faz um cruzamento entre o lado esquerdo para o lado direito de nosso corpo (podendo ser realizado também do lado direito para o lado esquerdo).
O eixo laterolateral é o eixo que possibilita a realização de movimento de flexão e extensão muscular, sendo evidenciado principalmente através de extensões e flexões de ombro, cotovelo, punho, quadril, joelhos e lombar.
O eixo anteroposterior, também conhecido como eixo sagital, é responsável por fazer a conexão entre as posições ventrais e dorsais de nosso corpo, postando-se de maneira perpendicular ao plano frontal.
O eixo anteroposterior acaba sendo o responsável por possibilitar movimento de adução e abdução corporal, permitindo que movimentos específicos como passadas laterais e cruzadas sejam realizadas.
O eixo longitudinal se localiza de maneira perpendicular ao plano transversal (Figura 2.21), estendendo-se da parte superior até a inferior do membro (o mesmo pode ser visualizado da parte inferior até a parte superior do corpo). A partir do eixo longitudinal é possível realizar movimentos de rotação lateral e rotação medial dos membros, visualizado principalmente nas articulações dos ombros, dos cotovelos e do quadril (SOBOTTA, 2000).
Nos movimentos gímnicos, é frequente observamos nomenclaturas no que diz respeito aos níveis em que os movimentos são realizados, porém só será possível propor movimentos em níveis variados se soubermos como eles precisam ser realizados. A seguir, faremos uma explanação sobre os níveis em que os movimentos podem ser realizados, alternando entre altos, médios e baixos.
Durante a execução de apresentações ginásticas, é exigido que os ginastas realizem certas variações de nível no que diz respeito à execução de movimentos. Esses níveis se relacionam diretamente com a altura em que os movimentos são realizados: a) os movimentos de nível alto são realizados nas pontas dos pés ou durante saltos, onde perdemos o contato com o solo; b) os de nível médio são realizados com os joelhos flexionados, podendo variar na amplitude da flexão até ficar com os joelhos totalmente estendidos; c) os de nível baixo, realizados quando o ginasta deita, senta ou rola em determinada posição.
Agora que adquirimos um conhecimento básico sobre os planos, eixos, e níveis fica um pouco mais fácil de compreender como os movimentos gímnicos acontecem. Em competições ginásticas, um dos aspectos que precisa ser seguido é a utilização total do tablado, buscando fazer movimentos limpos e fluidos. É necessário que certas variações de direções e trajetórias também sejam apresentadas, evidenciando que o ginasta possui total controle sobre o ambiente e sobre o corpo durante a realização da tarefa. A fim de executar determinados movimentos de maneira coerente, é importante reconhecer as variações de planos e eixos. Salienta-se a importância de reconhecer essas características durante os momentos de correções de movimentos, exemplificando os eixos que precisam ser trabalhados com maior efetividade para executar um movimento correto e econômico no que diz respeito ao gasto de energia.
O corpo humano é capaz de assumir diferentes posições por meio de uma infinidade de movimentos, dessa maneira, os planos e os eixos nos auxiliam a ter uma noção e uma descrição detalhada sobre como os movimentos ocorrem nas articulações. Nas duas figuras a seguir, temos o exemplo de algumas variações de planos e eixos. Analise atentamente as figuras em questão e, com base em seus conhecimentos sobre planos e eixos, assinale a alternativa correta.
O eixo anteroposterior possibilita que movimentos de adução e abdução sejam realizados.
Correta. É através do eixo anteroposterior que grande parte dos movimentos de adução e abdução de ombros e quadril é realizada.
Na Figura (A), temos a aproximação do tronco feito através do eixo anteroposterior.
Incorreta. O eixo responsável pela aproximação do tronco para com o solo é o eixo longitudinal.
A Figura (B) traz a representação de uma parada de mãos, observada por meio do plano frontal.
Incorreta. A imagem (B) traz a representação de uma parada de mãos, observada pelo plano sagital.
Na execução dos rodantes, podemos verificar apenas os planos verticais e horizontais se movimentando.
Incorreta. Durante a execução dos rodantes, é possível visualizar todos os planos se movimentando, principalmente dependo da posição que se analisa o movimento. Essencialmente, possuímos os planos verticais, horizontais e transversais durante a realização do movimento.
Na Figura (A), podemos observar a execução pelo eixo laterolateral.
Incorreta. O eixo responsável pela execução da movimentação da Figura (A) é o longitudinal, promovendo a aproximação do tronco para com o solo.
Como foi possível verificar anteriormente, grande parte dos movimentos ginásticos advêm dos nossos movimentos naturais, apresentando algumas progressões de acordo com o grau de dificuldade da atividade realizada. Dentro dessa perspectiva, a fim de propiciar o melhor desenvolvimento possível durante a realização das aulas de Ginástica, é necessário que a cronologia seja seguida, partindo sempre de movimentos mais simples até os movimentos mais complexos, fazendo com que a construção do conhecimento ocorra de maneira gradual e permitindo que todos os alunos possam se desenvolver de maneira adequada (DARIDO et al., 2010).
No início do tópico, destacamos os elementos corporais da Ginástica na íntegra, evidenciando o que cada um desses elementos significa dentro do campo da Ginástica. Entretanto uma das questões que não foram completamente abordadas corresponde às formas como podemos aplicar esses elementos, com o intuito de propiciar o melhor desenvolvimento técnico e corporal por parte de nossos alunos.
Podemos dizer que a base da Ginástica reside sobre os elementos corporais, assim como quase todas as outras modalidades esportivas, entretanto, quando esses elementos são trabalhados de maneira progressiva e coerente, os trabalhos de Ginástica servem como base fundamental para todas as outras modalidades esportivas que envolvem a movimentação corporal. Acaba sendo imprescindível que durante a aplicação desses conteúdos uma forte base estruturante seja fornecida. Em outras palavras, devemos sempre partir de atividades mais simples, como o caminhar, até atividades mais complexas, envolvendo corridas, saltitos e outros elementos estruturantes da modalidade.
O aspecto de progressão dos elementos corporais é fundamental para que os movimentos mais complexos sejam realizados de maneira adequada, pois quando falhas ocorrem no desenvolvimento inicial, como por exemplo nos passos e nas corridas, muito provavelmente a realização de atividades mais complexas como ações de giro, balanceamento e circunduções serão afetados.
Os elementos acrobáticos apresentam maior complexidade durante a sua realização quando comparado aos elementos corporais trabalhados anteriormente. Dessa forma, torna-se relevante ressaltar a importância de um desenvolvimento adequado dos elementos corporais antes que se iniciem os elementos acrobáticos, buscando evitar acidentes durante a realização da prática.
Esses elementos devem, em sua essência, apresentar a capacidade de contribuir para o desenvolvimento amplo do aluno. Além da consciência corporal, proporcionada por meio de atividades lúdicas, deve-se melhorar a capacidade de o indivíduo se relacionar em sociedade. Uma das principais formas de trabalhar esse conteúdo é fomentar a criação de duplas, trios ou quartetos para o desenvolvimento das atividades, evidenciando a necessidade de se trabalhar em equipe para que os objetivos sejam alcançados.
Levando em consideração que algumas atividades podem apresentar um certo grau de dificuldade nos momentos iniciais, cabe ao professor buscar estratégias que visam à facilitação da execução de movimentos que não são familiares para seus alunos.
Usualmente, podemos afirmar que esse processo de facilitação pode ocorrer através da utilização de instruções verbais, manuais e mecânicas. Em algumas situações, é possível fazer a combinação de métodos a fim de proporcionar uma melhor visualização das atividades propostas (SILVA, 2011).
Dentro da Ginástica, é possível visualizar esses elementos facilitadores apresentando um papel bastante importante no processo de desenvolvimento psicomotor de nossos alunos, principalmente durante as fases de iniciação, nas quais, além da própria ausência de controle motor para realizar algumas tarefas, o medo pode estar implícito às situações geradas em aula. Portanto, alguns elementos, como a elaboração de tarefas em grupo e utilização de outros recursos, podem ser de extrema importância para a efetivação desses movimentos.
Um ponto que precisa ser destacado aqui é a importância da socialização enquanto agente facilitador durante os processos de ensino-aprendizagem. De modo geral, é possível considerar que diversos métodos de facilitação ocorrem na forma verbal através da socialização proporcionada durante as atividades ginásticas, principalmente nas atividades de Ginástica Acrobática (BORELLA; DENARI, 2007).
A socialização proporciona um ambiente onde a timidez e a vergonha ficam em segundo plano, permitindo que o aluno se sinta mais à vontade para se “expor” à realização de tarefas. Tarefas essas que poderiam trazer certa aversão ao aluno quando realizadas de maneira isolada. É importante destacar que o incentivo verbal feito pelos professores e pelos colegas durante a realização das atividades influencia de maneira direta na forma como o aluno percebe seus movimentos, fazendo com que ele se sinta mais motivado a praticar os exercícios propostos (MARANTE; FERRAZ, 2006).
No que diz respeito a algumas limitações físicas, acaba sendo bastante corriqueiro observar alunos que apresentam dificuldades em realizar movimentos simples como rolamentos durante nossas práticas pedagógica, fazendo então com que o uso de recursos como colchonetes, pequenos declives e auxílio de outros colegas durante a prática da atividade possam facilitar a execução desses movimentos. Esse auxílio é executado de forma manual/mecânica e fornece um apoio mais estável para as costas e mais segurança para a efetivação do gesto motor (Figura 2.22).
Outro exercício que pode apresentar dificuldades para o aluno é a parada de mãos: muitas vezes, essa dificuldade se relaciona mais com o medo de cair do que com o sacrifício em executar o movimento. Por isso, utilizar estratégias como posicionar um colega a frente para segurar as pernas do praticante ou até mesmo colocá-los próximos a uma parede pode ser uma estratégia viável para proporcionar um processo de iniciação ao movimento real, fornecendo um feedback mecânico e verbal durante a realização do movimento (Figura 2.23). Esse feedback pode ser realizado de maneira verbal, quando o colega que está auxiliando diz para o praticante o que ele está fazendo de errado ou o que ele precisa continuar fazendo, seguido por um auxílio mecânico/físico, com o auxílio das mãos. O movimento realizado pelo aluno é “segurado” a fim de proporcionar a experimentação do movimento formal.
Além dos exercícios de iniciação supracitados, existe uma infinidade de estratégias que podem ser utilizadas na tentativa de viabilizar a realização de determinados movimentos, cabendo apenas ao professor fazer o uso correto dos instrumentos que estão ao seu dispor, visando uma melhor experiência e experimentação por parte do aluno no que diz respeito às práticas de Ginástica.
A Educação Física passou por diversas tendências pedagógicas desde o seu surgimento, transitou por métodos que focavam exclusivamente na técnica do movimento, sendo bastante excludentes em relação aos alunos que não apresentavam um desenvolvimento motor tão abrangente. Passou até mesmo por outros métodos que consideravam apenas o modelo biológico enquanto justificativa para a realização do movimento. Por fim, com o surgimento de tendências mais críticas, que passaram a considerar todo o contexto inerente à cultura do movimento, verificou-se a importância de trabalhar com a inclusão de todos os sujeitos durante a realização de nossas aulas, permitindo, dessa forma, o melhor desenvolvimento possível para todos os alunos.
A Ginástica se apresenta, então, como um excelente campo para se trabalhar o desenvolvimento integral, pois permite um amplo progresso físico e social para os alunos. Entretanto diversos professores comentam que têm dificuldade em trabalhar esses conteúdos durante as aulas de Educação Física em decorrência das limitações físicas impostas pelo ambiente, além dos problemas em se trabalhar alguns movimentos específicos pelo seu elevado nível de dificuldade (AYOUB, 2003). Dessa forma, reconhecendo a possibilidade de construir materiais alternativos, associado à possibilidade de utilizar elementos facilitadores para a realização das práticas pedagógicas, é importante que o profissional de Educação Física esteja aberto para inovar diante dos elementos que o cercam, podendo utilizar elementos físicos como rampas e corrimões existentes no ambiente durante processo de construção e facilitação do conhecimento.
Foi possível verificar que, com a evolução dos métodos de ensino, as formas de se ensinar a Ginástica também evoluíram, permitindo que diferentes métodos e estratégias fossem utilizados para promover o melhor desenvolvimento possível dos nossos alunos. Sobre esse assunto, assinale a alternativa correta.
Estratégias de facilitação de movimento devem ser utilizadas no ensino da Ginástica.
Correta. A utilização de estratégias de facilitação permite que alunos que têm dificuldades em executar determinados movimentos consigam melhorar.
Durante as aulas de Ginástica precisamos sempre trabalhar com a execução formal dos movimentos.
Incorreta. É importante que aberturas com relação à forma de execução dos movimentos seja dada aos alunos, pois é através dos movimentos que eles se expressam.
No processo de ensino-aprendizagem da Ginástica é demandado que apenas atividades individuais sejam feitas.
Incorreta. O campo do ensino da Ginástica fornece o ambiente ideal para que atividade de socialização e auxílio interpessoal sejam realizados.
Atividades de maior complexidade podem ser passadas caso tenhamos um aluno com altas habilidades.
Incorreta. É errado elevar o nível de complexidade da tarefa quando apenas um de seus alunos apresenta melhor desenvolvimento, dessa forma, compreender que uma sequência de desenvolvimento deve ser seguida (do mais simples para o mais complexo).
Apenas elementos de facilitação mecânica podem ser utilizados no desenvolvimento das aulas de Educação Física.
Incorreta. Embora os elementos de facilitação mecânica sejam bastante úteis durante o processo de ensino, outros elementos como as facilitações verbais e físicas podem ser utilizadas para visar o amplo desenvolvimento de nossos alunos.
Dentro dos aspectos ginásticos, principalmente dentro da Ginástica Rítmica, percebemos que as formas e as frequências utilizadas pelos ginastas apresentam características e traços bem marcantes, transferindo diversas sensações através dos movimentos e expressões praticadas durante a realização de seus atos. Considerando a capacidade de transferências de sentidos e sentimentos através desse tipo de gesto, uma das melhores formas de se trabalhar os aspectos da cultura de movimento pode ser por meio de expressões rítmicas, que são realizadas de maneira aberta ou até mesmo durante sessões de exercícios.
Mas, afinal, o que são expressões rítmicas? A definição geral afirma que as expressões rítmicas podem ser consideradas manifestações corporais que trazem consigo sentimentos e sensações durante a realização de sua prática. Usualmente, elas são acompanhadas de ritmos compostos por batuques, percussões e até mesmo músicas formais. É durante o ritmo que a linguagem contida na música e no movimento se comunicam, transferindo sentimentos através do movimento (CAÇOLA, 2007).
Para acompanhar a definição das expressões rítmicas é necessário que uma noção básica sobre o ritmo seja passada para os alunos, pois um dos aspectos que são levados em consideração durante a prática da Ginástica é a sincronia e a fluidez do movimento, o que por sua vez é influenciado diretamente pelo ritmo que o indivíduo que realiza a ação possui.
Podemos dizer que quase todas as atividades rítmicas e expressivas realizadas na escola podem se relacionar às expressões corporais por meio de códigos simbólicos inerentes à cultura do indivíduo, promovendo, assim, a interação entre os valores e conceitos sociais com os gestos e movimentos realizados.
Uma das melhores formas de se trabalhar o ritmo na Ginástica é fazer uma abordagem multidisciplinar, na qual as atividades que se ocupam da dança principalmente são incorporadas para que os alunos percebam a relação existente entre os sons e os gestos (BRASILEIRO; MARCASSA, 2008).
Durante a realização dos movimentos rítmicos, a graça e a beleza inerentes ao movimento são bastante importantes, entretanto a harmonia desses movimentos, unidos à música, busca aproximar os espectadores aos movimentos. Essa aproximação resulta em uma ligação entre os sentimentos do indivíduo que faz os movimentos e o indivíduo que observa (SCHIAVON; NISTA-PICCOLO, 2007).
A partir do momento que se compreende que os sentimentos e as emoções podem ser trabalhados por meio do movimento, problemáticas relacionadas à sociedade podem ser incorporadas e expressas por meio do gesto motor, fazendo com que o aluno passe a entender que as realizações de determinados movimentos representam um significado e que esse significado pode ser utilizado e explorado a fim de transmitir mensagens para os espectadores/plateia.
Para sincronizar os ritmos com os movimentos é necessário que um conhecimento básico sobre ritmos e pulsações seja compartilhado com o aluno. Diversas músicas apresentam pulsações distintas durante sua execução, fazendo com que movimentos mais rápidos ou movimentos mais lentos sejam realizados. Dessa forma, com o conhecimento da quantidade de pulsações de determinada música fica mais fácil gerar uma sincronia entre os movimentos realizados e os sons escutados.
Além disso, o tempo da música e o compasso terão fundamental influência nos movimentos realizados pelos ginastas, uma vez que é necessário manter uma perfeita harmonia entre a música que o acompanha e o exercício. Com base nas batidas e nas pausas, o compasso pode ser definido como uma maneira de dividir quantitativamente em grupos os sons de uma composição musical. Tempo musical é a duração de cada unidade do compasso. Também pode ser compreendido como o movimento com o qual se deve executar um trecho de música, indicado por expressões técnicas. Assim, ao selecionar uma atividade ou uma música para o acompanhamento musical de um exercício, o professor deve saber que tipo de compasso irá utilizar para acompanhamento. Se o exercício tem duas unidades, o compasso deverá ter dois tempos; se tem quatro ou oito unidades, deverá ter um compasso de quatro tempos.
Para ginastas iniciantes ou em sala de aula, por exemplo, deve-se colocar músicas lentas e moderadas com o intuito de fixar posições e obedecer às exigências técnicas, marcando os tempos e o ritmo. Por exemplo, na execução de um exercício, é necessário que a música tenha um tempo adequado e que facilite a ação muscular. Nem todos os elementos corporais têm duração similar, ou seja, um equilíbrio requer a manutenção de uma posição durante um tempo relativo que, na música, pode se traduzir num valor de semibreve ou de mínima, ou ainda de pausa. Já um saltito de menor duração, pode ser executado com valores menores e sincronizando intensidades diferenciadas para suas fases de voo e queda.
Os ritmos marcam as formas de movimento corporal e favorecem a sua execução dinâmica. Evidencia-se, dessa forma, que um controle sobre os ritmos de movimento pode ser interessante quando se objetiva melhorar a execução de movimentos. Sobre ritmos, assinale a alternativa correta.
Os ritmos ginásticos precisam ser trabalhados exclusivamente por meio dos movimentos formais da modalidade.
Incorreta. A integração de outros componentes curriculares faz com que um crescimento mais amplo e aprofundado do tema seja adquirido por parte do aluno.
Normalmente, os ginastas optam por músicas com média de 168 a 208 pulsações por minuto.
Incorreta. Músicas que apresentam pulsações tão frequentes acabam sendo mais difíceis, pois demandam que todos os movimentos sejam realizados de maneira rápida e frequente.
Podemos dizer que a Ginástica que melhor apresenta marcações rítmicas é a Ginástica Rítmica.
Correta. Dentre todas as Ginásticas, a expressividade de ritmos acaba sendo mais marcante durante a execução das rotinas de Ginástica Rítmica.
A utilização de danças no desenvolvimento do ritmo na Ginástica não é aconselhável.
Incorreta. Possivelmente, uma das maneiras mais fáceis de desenvolver o ritmo é através da dança, pois com ela fica mais evidente a necessidade de sincronismo entre os sons e os gestos realizados.
A expressão rítmica é definida apenas pela incorporação de músicas aos movimentos preestabelecidos.
Incorreta. Além da mera incorporação de músicas aos movimentos, é necessário que esses movimentos apresentem sensações e sentimentos, pois é apenas por meio dos sentimentos que a expressão rítmica se manifesta.
Nome do livro: Ensinando Ginástica para Crianças
Editora: Editora Manole, 3. ed., 2015
Autores: Peter H. Werner; Lori H. Williams, e Tina J. Hall
ISBN: 9788520440186
No livro em questão são abordados conteúdos relacionados aos procedimentos didáticos que podem ser utilizados no decorrer das aulas de Ginástica, levando em consideração aspectos maturacionais e motores das crianças.
Nome do livro: Manual de ajudas em Ginástica
Editora: Fontorua, 2. ed., 2012
Autor: Carlos Araújo
O livro traz desenhos detalhados de movimentos e elementos ginásticos por meio de 91 fichas que estão divididas nos aparelhos da Ginástica artística: solo, saltos de cavalo, barra fixa e paralelas assimétricas, cavalo com alças, argolas, paralelas e trave. O livro também aborda como realizar a preparação física de atletas com exercícios de flexibilidade, força e velocidade.
Nome do livro: Atlas de anatomia humana Sobotta
Editora: Editora Guanabara Koogan, 24. ed., 2018
Editores: Friedrich Paulsen e Jens Waschke
ISBN: 8527732378
Embora esse livro faça parte de uma coleção voltada para os conhecimentos de anatomia, diversos aspectos relacionados à biomecânica do movimento podem ser encontrados e esclarecidos durante sua leitura.
Nome do filme: As Ginastas
Gênero: Drama e Esporte
Ano: 2009
Elenco principal: Josie Loren, Cassie Scerbo, Ayla Kell e Neil Jackson
No decorrer da trama, são abordados diversos aspectos relacionados a como os atletas de Ginástica lidam com toda a pressão da sociedade no que diz respeito a suas relações sociais e pessoais. Também apresenta aspectos bastante interessantes sobre a realidade de vida de indivíduos que optaram pela Ginástica de alto rendimento.
Nome do filme: Vitórias de uma Vida
Gênero: Biografia, Drama e Esporte
Ano: 2014
Elenco principal: Gabrielle Douglas, Imani Hakim, Regina King e Brian Tee
Esse filme conta a história de vida de uma campeã olímpica de Ginástica. Nele, a atleta comenta sobre como eram os aspectos voltados à sua preparação e como sua vida se transformou por meio da Ginástica, lugar onde ela foi capaz de expressar grande parte dos sentimentos que teve durante a vida.