Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à quarta e última unidade deste livro. A seguir, abordaremos os conteúdos associados ao esporte coletivo de invasão: o handebol. Iniciaremos com uma breve introdução acerca do surgimento e aspectos históricos do esporte, bem como as principais regras utilizadas. Em sequência, apresentaremos os aspectos técnicos, explicando os fundamentos do handebol e sugerindo estratégias para ensiná-los. Em seguida, serão apresentados os aspectos táticos individuais e coletivos da modalidade, incluindo a organização ofensiva e defensiva, posições e sistemas táticos. Por fim, serão discutidos os conteúdos a serem trabalhados durante o ensino do handebol em diferentes faixas etárias, abordando também algumas ferramentas de avaliação da aprendizagem técnica e do conhecimento tático. Esperamos que a leitura possa agregar conhecimento à sua atuação profissional, permitindo que você, futuro(a) professor(a) de Educação Física, tenha muitas condições de proporcionar uma intervenção de qualidade durante o processo de ensino-aprendizagem do handebol na escola.
Caro(a), aluno(a), para entender o handebol como fenômeno esportivo amplamente praticado no Brasil e no mundo, nas três esferas do esporte (educacional, alto rendimento e lazer), é preciso estudar sua origem e evolução, durante a história até os dias atuais.
Assim como os demais esportes coletivos, o handebol é derivado de diversos jogos pré-desportivos com bola, que estão presentes na história da evolução humana. Registros de jogos antecessores do handebol foram encontrados na Grécia Antiga (600 a. C.), Roma (130-200 d. C.), em alguns países na Idade Média, e assim por diante. Os jogos desenvolvidos nesses períodos podem ser considerados “ancestrais do handebol”, devido à similaridade encontrada em algumas regras e estrutura do jogar. Entretanto, esportes como o rugby e o futebol também podem ser considerados um resultado da união dessas práticas pré-desportivas, assumindo, assim, um papel importante no surgimento dos demais esportes coletivos (ALMEIDA; DECHECHI, 2012, p. 2).
O jogo de “Urânia” praticado na antiga Grécia, com uma bola do tamanho de uma maçã, usando as mãos, mas sem balizas, é citado por Homero na Odisseia. Também os Romanos, segundo Cláudio Galero (130-200 DC), conheciam um jogo praticado com as mãos, “Hasparton”. Mesmo durante a Idade Média, eram os jogos com bola, praticados como lazer por rapazes e moças. Na França, Rabelais (1494-1533) citava uma espécie de handebol (“esprés jouaiant à balle, à la paume”). (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOL, 2018).
Em 1848, um professor dinamarquês, Holger Nielsen criou um jogo com regras similares ao handebol e o chamou de haaddbold. Em um período muito próximo, na atual República Tcheca, jogava-se algo muito semelhante, o hazena. Ainda, o sallon, jogado na Irlanda e criado pelo uruguaio Gualberto Valetta, também é conhecido como um dos precursores do handebol. Apesar da existência de diversos registros de jogos antecessores do handebol ao longo da história, há um consenso de que o esporte, como é conhecido hoje, surgiu em 1912, na Alemanha. O raftball foi colocado em prática por Hirschmann, secretário da Federação Internacional de Futebol (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOL, 2018).
Segundo as regras da Federação Alemã de Ginástica, o esporte foi, a princípio, jogado em campos de futebol, com 11 jogadores em cada equipe. O handebol tornou-se um esporte oficial em 1920, com um decreto publicado pelo diretor da Escola de Educação Física Alemã. Apenas em 1924, na Suécia, o esporte passou a ser praticado dentro de quadras, com um número reduzido de jogadores (7 em cada equipe), em razão das condições climáticas e o frio intenso. Demorou um tempo para que o handebol praticado nas quadras fosse popularizado (REDE NACIONAL DO ESPORTE, 2018).
A primeira competição oficial de handebol foi organizada pela Federação Internacional de Handebol Amador (IAHF), em 1928, nos jogos olímpicos de Amsterdam. Já o primeiro campeonato mundial de handebol foi realizado na Alemanha, em 1938, também presente nos jogos de Berlim, em 1936 (OLYMPIC, 2018). Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, foi fundada a Federação Internacional de Handebol (IHF) (REDE NACIONAL DO ESPORTE, 2018). Entre os anos de 1938 e 1966, as duas modalidades do esporte (de quadra 7x7 e de campo 11x11) possuíam campeonatos mundiais distintos. O handebol de quadra foi apresentado, pela primeira vez, nas Olimpíadas de Munique, em 1972. Nas olimpíadas seguintes, em Montreal (1976), as mulheres competiram na modalidade pela primeira vez (OLYMPIC, 2018).
A prática de handebol no Brasil é considerada recente, em comparação com outros esportes coletivos atualmente populares no país. A colônia de imigrantes alemães introduziu o handebol de campo inicialmente em São Paulo, em meados da década de 1930 (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOL, 2018). Conforme com Reis (2012), o esporte foi disseminado oficialmente no Brasil em 1952, pelo professor francês Auguste Listello, durante curto curso para professores, em sua passagem pela Associação dos Professores de Educação Física em Santos, São Paulo. A popularização do handebol pelo país se deu, majoritariamente, pelo ensino nas escolas, e incluído – devido à adesão entre os estudantes – nos III Jogos Estudantis Brasileiros (JEBs), em 1971.
O handebol foi institucionalizado em 1979, com a criação da Confederação Brasileira de Handebol (CBDh). Seguindo exigências do MEC, houve a necessidade de desvincular o handebol da Confederação Brasileira de Desportos (CBD). Com isso, algumas federações estaduais que já existiam (São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Sul e Paraná), participaram da criação da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), em 1º de junho de 1979 (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOL, 2018).
O primeiro evento esportivo organizado pela CBHb foi a I Taça Brasil de Clubes (1980). Desde então, o handebol brasileiro se tornou mais organizado iniciando-se a sua inserção no cenário mundial. A primeira participação da Seleção Brasileira em uma Olimpíada foi em Barcelona (1992), tendo, a equipe masculina, finalizado sua participação em 12º lugar.
A Seleção Brasileira de Handebol masculina, 27ª colocada no ranking mundial da IHF, possui três Campeonatos Pan-Americanos (2006, 2008 e 2016), três Jogos Pan-Americanos (2003, 2007 e 2015), três Jogos Sul-Americanos (2010, 2014 e 2018) e um Campeonato Sul-Americano (2003). Para saber mais, acesse: <http://bit.ly/2TnktUa>.
A primeira participação da seleção feminina foi em Sidney (2000), e a equipe conquistou o oitavo lugar na competição, um marco para a história do handebol no Brasil (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOL, 2018). Desde então, com o aumento do apoio financeiro dos patrocínios e também a maior visibilidade e adesão ao esporte no Brasil, as conquistas em âmbito internacional aumentaram em grande escala.
Agora que vocês conheceram um pouco da história do handebol no mundo, e como ocorreu a chegada do esporte ao Brasil, vamos avançar e entender as principais características dessa modalidade: suas regras. As regras permitem que o handebol seja reconhecido e praticado em todo o mundo. Boa leitura!
A Seleção Brasileira de Handebol feminina, 16ª colocada no ranking mundial da IHF, possui um Campeonato Mundial (2013), cinco Jogos Pan-Americanos (1999, 2003, 2007, 2011 e 2015), 10 Campeonatos Pan-Americanos (1997, 1999, 2000, 2003, 2005, 2007, 2011, 2013, 2015 e 2017), três Jogos Sul-Americanos (2010, 2014 e 2018) e nove Campeonatos Sul-Americanos (1983, 1984, 1986, 1988, 1991, 1994, 1998, 2001 e 2013). Nossas meninas arrasam, não é mesmo? Para saber mais, acesse: <http://bit.ly/2SPmjHZ>.
Caro(a), aluno(a), para entender melhor a lógica interna do handebol, é preciso conhecer as principais regras que o diferem dos demais esportes de invasão (basquete, futsal, futebol e etc.). Você, como futuro(a) professor(a), deve ter domínio desse conteúdo, que é parte fundamental do processo de ensino-aprendizagem. Para tanto, apresentaremos, a seguir, conceitos básicos associados às principais regras, que permitem que a realização de um jogo de handebol ocorra conforme a lógica do esporte.
O livro Regras do Handebol (2016) é organizado pela Federação Internacional de Handebol (IHF), traduzido e publicado pela Confederação Brasileira de Handebol (CBHb). Disponível com livre acesso no endereço <http://www.brasilhandebol.com.br/>.
Na figura anterior, são descritas todas as dimensões da quadra de jogo oficial do handebol. Essas informações podem ser encontradas na primeira das 18 regras que compõem o livro da Confederação Brasileira de Handebol (2016). A seguir, apresentaremos um resumo das principais regras, que são essenciais para o ensino-aprendizagem do jogo pelos alunos.
Quadro 4.1 - Principais regras oficiais do handebol.
Fonte: Adaptado do livro Regras do Handebol (2016).
A seguir, veremos o conceito e a aplicação mais detalhada da técnica.
Todas as 18 regras do handebol (2016) podem ser encontradas no endereço <http://www.brasilhandebol.com.br/>.
1) O handebol foi oficialmente reconhecido como esporte em 1920 e, desde então, disseminou-se por todo o mundo. Com relação aos aspectos históricos dessa modalidade, assinale a alternativa correta:
a) As regras e a forma de jogar o handebol deram origem a outras modalidades esportivas, como o rugby e o futebol.
Justificativa: incorreta. O rugby e o futebol foram reconhecidos como esportes antes do handebol. Entretanto, a história dessas três modalidades possui alguns jogos pré-desportivos em comum.
b) Em 1952, o handebol foi oficialmente apresentado ao Brasil pelo professor francês Auguste Listello, durante curso para professores em Santos, São Paulo.
Justificativa: correta. Em sua passagem pela Associação dos Professores de Educação Física em Santos, São Paulo, o professor Auguste introduziu o handebol, e a popularização da modalidade pelo país se deu, majoritariamente, pelo ensino nas escolas.
c) O handebol de campo era jogado por dois times constituídos por 10 jogadores cada e o handebol de quadra era jogado por dois times constituídos por 7 jogadores cada.
Justificativa: incorreta. O handebol de campo era jogado por dois times constituídos por 11 jogadores cada.
d) A prática de handebol no Brasil é considerada recente em comparação com outros esportes coletivos. A colônia de imigrantes japoneses introduziu o handebol de campo, inicialmente em São Paulo, em meados da década de 1930.
Justificativa: incorreta. A colônia de imigrantes alemães introduziu o handebol de campo, inicialmente em São Paulo, em meados da década de 1930.
e) O primeiro evento esportivo organizado pela CBHb foi o I Campeonato Mundial de Handebol (1950). Desde então, o handebol se tornou um fenômeno no cenário mundial.
Justificativa: incorreta. O primeiro evento esportivo organizado pela CBHb foi a I Taça Brasil de Clubes (1980). Desde então, o handebol brasileiro se tornou mais organizado, iniciando-se a sua inserção no cenário mundial.
Caro(a), aluno(a): como visto nas unidades anteriores, a dimensão técnica (“como” executar determinada decisão) está presente nas modalidades coletivas, e é imprescindível, para um bom processo de ensino-aprendizagem dos esportes. Neste capítulo, serão apresentadas as ações motoras (movimentos característicos) que constituem a técnica no handebol. Os elementos técnicos são distintos e específicos para as fases de ataque e defesa durante uma partida. Boa aprendizagem!
Para Almeida e Dechechi (2012), a técnica é:
[...] a execução motora de uma necessidade encontrada durante uma determinada situação na partida. Existe uma técnica correta e uma técnica eficaz. Com os treinamentos, buscamos desenvolver nos jogadores, dentro do modo individual de execução, a técnica mais próxima do modo biomecanicamente correto mantendo, porém, a eficácia do objetivo do gesto motor executado. (ALMEIDA; DECHECHI, 2012, p. 53).
No handebol, são consideradas técnicas de ataque:
Para que um drible, passe ou arremesso ocorram a bola deve, primeiramente, ser recepcionada com segurança. A recepção é realizada habitualmente com as duas mãos. Entretanto, jogadores de um nível mais elevado de desempenho (atletas) tendem a realizar a ação com apenas uma das mãos (STEIN; FEDERHOFF, 1981). A recepção pode ser realizada conforme a trajetória da bola: alta (braços acima da cabeça); média (braços à frente do corpo, na altura do peito e cotovelos semiflexionados); baixa (joelhos flexionados mais próximos da altura da bola e palmas das mãos voltadas para ela) e no solo (joelhos flexionados e tronco inclinado, mãos voltadas para a direção da bola).
É importante que, em qualquer um dos formatos de recepção, o aluno tente trazer a bola para perto do peito e buscar a posição vertical do corpo (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
A empunhadura é considerada a ação motora que acontece entre a recepção e o passe. Na realização desse movimento específico, a bola deve ser segurada com a palma da mão e com as pontas dos dedos (falanges distais).
A recepção é realizada habitualmente com as duas mãos. Entretanto, jogadores de um nível mais elevado de desempenho (atletas) tendem a realizar a ação com apenas uma das mãos (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
O passe permite que a equipe conduza a bola ofensivamente, buscando aproximar-se da baliza adversária. É necessário entender que o passe depende de variáveis como força, distância, trajetória, altura, velocidade e condições atmosféricas (FEDERHOFF, 1981).
No handebol, o passe pode ser realizado das seguintes formas: passe de ombro (pernas em afastamento ântero-posterior, com perna oposta ao braço de lançamento na frente, tronco com rotação para o lado de lançamento, braço de lançamento na altura do ombro e o movimento termina com flexão de punho); passe por baixo (mesmo posicionamento do anterior, mas o movimento termina com flexão de punho na altura do joelho); passe em pronação (mesmo posicionamento dos anteriores, com exceção do braço de lançamento, paralelo ao tronco, e a mão deve projetar a bola lateralmente, afastando-a do corpo); passe por trás do corpo (mesmo posicionamento dos anteriores, mas o braço de lançamento deve estar posicionado paralelamente ao tronco mais próximo da parte de trás, com o cotovelo flexionado); passe por trás da cabeça (mesmo posicionamento dos anteriores, mas a palma da mão deve estar atrás da cabeça) (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
O arremesso é a ação de rematar à baliza adversária, buscando conquistar o gol. A conquista da vitória ou a derrota dependem da quantidade e qualidade de arremessos ao gol de uma equipe. É importante que, ao executar essa ação, o jogador possua alto grau de concentração (STEIN; FEDERHOFF, 1981).
Os arremessos se subdividem em duas classes maiores: os apoiados (a bola é arremessada com o jogador em contato com o solo) e em suspensão (a bola é arremessada com o jogador na fase de voo de um salto). Os tipos de arremessos são: de ombro (braço de lançamento na posição horizontal, com o ombro em flexão e cotovelo quase em extensão completa, e no fim da execução deve ser realizada flexão de punho); de quadril (realiza-se inclinação do tronco para a frente e extensão do ombro e antebraço em direção ao gol); por cobertura (a bola deve fazer uma parábola em direção ao gol) e com efeito (finaliza com flexão do punho em velocidade para gerar um efeito que afastará a bola do goleiro) (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
A ação de conduzir a bola, no handebol, é também conhecida como drible. O jogador deve ter a percepção de que só há necessidade de conduzir a bola se não houver um companheiro de equipe bem posicionado para recepcioná-la. A velocidade de um passe é maior do que a de um jogador em condução. Dessa forma, esse tipo de ação atrasa a realização do ataque (STEIN; FEDERHOFF, 1981). O drible caracteriza-se pelo gesto de golpear, quicar ou projetar a bola contra o solo, objetivando a movimentação pela quadra de jogo. Na hora de progredir com a bola, o aluno pode driblá-la no ritmo trifásico (três passadas), ou seja, realizar três passos com a posse da bola (ex.: esquerda, direita, esquerda). É importante que, na vivência dessa ação técnica, o aluno possa praticar a alternância dos passos em diferentes sequências (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
No handebol, são consideradas técnicas de defesa:
A posição básica defensiva, também conhecida como “posição base”, no handebol, deve permitir que o defensor se movimente em todas as direções possíveis, não restringindo qualquer comportamento defensivo (STEIN; FEDERHOFF, 1981). Essa posição caracteriza-se pelas pernas afastadas em posição lateral ou ântero-posterior, na maior parte do tempo os calcanhares não estão em contato com o solo e os joelhos ficam semiflexionados.
Os braços na linha dos ombros e cotovelos são ligeiramente semiflexionados e, as palmas das mãos, viradas para frente. É importante que, na fase defensiva, o corpo se ajuste, objetivando sempre acompanhar a movimentação do jogador adversário com a posse de bola pela quadra (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
O deslocamento básico defensivo, no handebol, é caracterizado por uma postura corporal com: pernas afastadas e joelhos semiflexionados; braços afastados lateralmente, com o braço ao lado da bola, posicionado acima da linha do ombro na direção da bola e o outro braço na linha da cintura, os dois ligeiramente flexionados, com palma da mão voltada para frente (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
Durante a execução dos tipos de marcação – componente da organização defensiva das equipes, tema que será abordado no próximo capítulo – é importante que os jogadores realizem o deslocamento básico defensivo em sincronia com a movimentação da bola, acompanhando visualmente os adversários. Os defensores devem sempre procurar posicionar-se como “obstáculo”, ficando entre o adversário e a meta.
O bloqueio defensivo ou “bloco defensivo” é realizado por um jogador da equipe que está defendendo no momento do arremesso adversário em direção à sua baliza. Nesse movimento, o defensor deve realizar o bloqueio com os braços e antebraços posicionados acima da cabeça, com os cotovelos estendidos e as palmas das mãos voltadas para frente (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
Os defensores devem sempre se manter atentos para não realizar um bloqueio defensivo precipitado. Para tanto, os jogadores que pretendem executar essa ação precisam ter uma boa percepção de jogo e estarem sempre atentos às movimentações do atacante com a bola (STEIN; FEDERHOFF, 1981).
Na marcação por impedimento, o defensor deve segurar o braço do atacante (com a empunhadura da bola), sem fazer falta.
Uma das mãos deve segurar o antebraço do atacante, empurrando-o para baixo, enquanto a outra mão deve segurar o quadril do atacante, impedindo-o de arremessar ao gol (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
Um goleiro de qualidade pode exercer um papel extremamente decisivo no jogo. Além de propiciar segurança na fase defensiva, impedindo de todas as formas possíveis que a bola entre no seu gol. O goleiro também possui a função de realizar lançamentos rápidos, que iniciam ataques que surpreendam a defesa adversária (STEIN; FEDERHOFF, 1981).
A ação mais importante do goleiro é a defesa contra arremessos adversários. Essa ação pode ser executada de formas distintas, dependendo, na maioria das vezes, da trajetória da bola. São tipos de defesa: alta (acima da linha dos ombros); meia altura (linha dos joelhos até os ombros) e baixa (abaixo da linha dos joelhos). O goleiro de handebol geralmente realiza defesas buscando a todo momento usar os pés e as mãos, em conjunto, sempre diminuindo o ângulo de finalização do adversário, facilitando assim que a bola entre no gol (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
A seguir, apresentaremos alguns exercícios e atividades que podem ser utilizados no contexto de ensino-aprendizagem dos fundamentos e técnicas esportivas no handebol. É importante que você, futuro(a) professor(a), seja criativo e tenha a capacidade de adaptar as propostas para a sua realidade, considerando o nível de conhecimento dos alunos, os materiais disponíveis, o tamanho e heterogeneidade da turma, bem como a complexidade do objetivo a ser alcançado. Ainda, é necessário que os alunos recebam feedback constante no decorrer das atividades, para que possam corrigir as ações motoras durante a execução. O professor deve sempre realizar um feedback ativo e com comandos curtos e objetivos, facilitando o entendimento e absorção por parte dos alunos.
Quadro 4.2 - Atividade passe no coringa
Fonte: Adaptado de González, Borges e Impolcetto (2014).
Quadro 4.3 - Atividade “ponte aérea”
Fonte: Adaptado de González, Borges e Impolcetto (2014).
As atividades apresentadas neste capítulo são alguns exemplos que podem ser utilizados no ensino de ações motoras específicas do handebol. Agora que vocês conhecem os fundamentos técnicos da modalidade e a importância de saber como executá-los bem, cabe a vocês, futuros(as) professores(as), serem criativos e elaborarem exercícios e jogos que propiciem uma boa aprendizagem aos seus alunos. Bom trabalho!
2) Para Almeida e Dechechi (2012), a técnica é a resposta motora aplicada a uma determinada situação presente no jogo. Essa técnica precisa ser executada de forma correta e eficaz para que o objetivo seja alcançado. Acerca das técnicas de ataque no handebol, assinale a alternativa correta:
a) São consideradas técnicas de ataque: passe, arremesso, drible e deslocamento básico.
Justificativa: incorreta. Deslocamento básico não é considerado uma técnica de ataque.
b) O arremesso pode ser subdividido em: apoiados e em suspensão. São tipos de arremesso: de ombro, de quadril, por cobertura e com efeito.
Justificativa: correta. Os arremessos podem ser realizados em contato com o solo (apoiados) ou sem contato com o solo (suspensão). Ainda, podem ser realizados de quatro formas distintas: de ombro, de quadril, por cobertura e com efeito.
c) São consideradas técnicas de ataque: recepção, empunhadura, arremesso e impedimento.
Justificativa: incorreta. Impedimento não é considerado uma técnica de ataque.
d) A empunhadura deve permitir que o defensor se movimente em todas as direções possíveis, não restringindo qualquer comportamento defensivo.
Justificativa: incorreta. A empunhadura é uma ação técnica ofensiva, já que o jogador que a realiza tem a posse da bola.
e) A recepção é realizada, normalmente, com apenas uma das mãos. Entretanto, jogadores de um nível mais elevado de desempenho (atletas) tendem a realizar a ação com as duas mãos.
Justificativa: incorreta. A recepção é realizada habitualmente com as duas mãos. Entretanto, jogadores de um nível mais elevado de desempenho (atletas) tendem a realizar a ação com apenas uma das mãos (STEIN; FEDERHOFF, 1981).
Caro(a), aluno(a), agora que vocês já conheceram os aspectos técnicos do handebol e como ensinar os fundamentos, garantindo uma aprendizagem de qualidade, vamos direcionar a discussão para os aspectos associados à dimensão tática.
Como observado nas unidades anteriores, o jogo, nos esportes de invasão, possui duas fases: a ofensiva (quando a equipe tem a posse da bola) e a defensiva (quando a equipe não tem a posse da bola). A seguir, apresentaremos as especificidades dessas duas situações no handebol, bem como os conceitos táticos individuais e coletivos que constituem a modalidade. Boa leitura!
Assim como no futebol/futsal, o handebol possui princípios táticos gerais, operacionais e fundamentais. Os gerais e operacionais já foram apresentados na unidade III, e são comuns aos esportes coletivos de invasão. Já com relação aos princípios táticos fundamentais, que são específicos para as fases ofensiva e defensiva do jogo, o handebol possui os seus próprios. No ataque, esses princípios estão associados às movimentações e posicionamentos, bem como às ações de cooperação com os colegas de equipe ou adversários. Na defesa, os princípios táticos fundamentais servem para impedir que a equipe adversária conquiste espaço ofensivo e, consequentemente, imponha perigo ao gol (ALMEIDA; DECHECHI, 2012). O quadro a seguir exibe os princípios táticos específicos de cada fase de jogo:
Quadro 4.4 - Princípios táticos fundamentais do jogo de handebol
Fonte: Adaptado de Almeida e Dechechi (2012) e Simões (2002).
Outro aspecto importante da tática individual, fundamental para a organização de uma boa tática coletiva, são as posições específicas do handebol. A seguir, aprofundaremos os conteúdos acerca desse componente da modalidade.
O jogo de handebol é constituído por sete posições: goleiro, armadores (esquerdo, central e direito), pontas (direito e esquerdo) e pivô. Os jogadores que ocupam cada uma dessas posições possuem funções e espaços de atuação específicos. No sistema ofensivo 6x0, a equipe opta por jogar sem o pivô, utilizando dois armadores centrais, por exemplo.
A descrição de cada uma dessas posições é apresentada a seguir, conforme Almeida e Dechechi (2012):
Esses jogadores possuem papel fundamental na organização das ações ofensivas. Os armadores posicionam-se, geralmente, na primeira linha ofensiva e tendem a flutuar para a segunda linha para realizar um arremesso ou infiltração. Em função do seu posicionamento mais distante do gol, precisam possuir a habilidade de arremessar a longa distância (mais de 9 metros do gol). Geralmente, utiliza-se um canhoto na posição de armador direito e um destro na posição de armador esquerdo, objetivando permitir maior ângulo de arremesso. Na defesa, são conhecidos como defensor 2 direito e esquerdo, e posicionam-se nas laterais entre o centro e os extremos da quadra. Ocupam a primeira linha defensiva, avançando para a segunda em função das características dos armadores (direito e esquerdo) da equipe adversária (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
Assim como os armadores laterais, o central ocupa a primeira linha ofensiva, transitando ocasionalmente para a primeira linha com o intuito de realizar um arremesso ou infiltração. Possui também um papel muito importante na organização do jogo, em função da sua centralização e ligação com os demais jogadores. “É comum que o armador central seja o jogador da equipe que reúne mais recursos técnico-táticos, sendo também o mais experiente” (ALMEIDA; DECHECHI, 2012, p. 19). Na defesa, é conhecido como defensor 3, junto com o pivô ou outro armador central. Posiciona-se na região central da quadra (base). Precisam ser habilidosos e ter alto grau de atenção para flutuar entre a primeira e segunda linha defensiva, com o intuito de realizar a marcação do adversário (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
Posicionam-se, geralmente, na segunda linha ofensiva (dependendo do sistema ofensivo adotado), mais próximos da zona externa da quadra. Ocasionalmente, podem ocupar a primeira linha ofensiva para apoiar os armadores e tentar arremessos de longa distância. Os pontas procuram o tempo todo sair da marcação, dando opção para os demais jogadores, com o objetivo de arremessar ao gol. Na defesa, são conhecidos como defensor 1 direito e esquerdo, e posicionam-se mais próximos à linha de fundo, marcando os pontas equivalentes (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
Posiciona-se na segunda linha ofensiva, flutuando pelas zonas laterais e central. O pivô permanece infiltrado na linha defensiva, com o intuito de atrair a atenção dos defensores (liberando espaço para entrada dos demais jogadores), ou se desmarcar para realizar um arremesso. Na defesa, também ocupam a posição de defensor 3, junto com o armador central, realizando funções similares (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
Para Da Silva apud Almeida e Dechechi (2012), o goleiro precisa estar sempre atento ao jogo, além de possuir qualidades que permitam que realize a defesa da sua baliza e também participe do jogo ofensivo, passando a bola com qualidade à sua equipe. O goleiro deve estar sempre atento e bem posicionado, tentando prever possíveis arremessos.
Agora que você entendeu alguns aspectos que compõem a tática individual no handebol, como os meios táticos individuais e as posições, vamos avançar para a apresentação dos conceitos associados à tática coletiva. Boa leitura!
A organização espacial e o comportamento coletivo nas duas fases do jogo dependem das linhas e zonas (invisíveis) que os jogadores irão ocupar. As figuras a seguir exemplificam onde essas referências espaciais estão localizadas na quadra de handebol, durante as duas fases do jogo (ofensiva e defensiva).
No plano horizontal, a quadra de ataque se subdivide em duas linhas: “primeira linha ofensiva”, a mais recuada, e a “segunda linha ofensiva”, a mais avançada, ou seja, mais próxima ao gol adversário. Utiliza-se, como referência espacial da segunda linha ofensiva, a linha pontilhada da quadra de handebol (9 metros do gol).
Já no plano vertical, a quadra de ataque se subdivide em cinco zonas: ponta esquerda (PE), ponta direita (PD), lateral esquerda (LE), lateral direita (LD) e central (C). Da linha central até a linha da área de gol adversária (6 metros do gol) são traçadas quatro linhas em direção ao gol, em sentido diagonal, formando, então, as zonas de ação.
Assim como a quadra ofensiva, a quadra defensiva também possui referências espaciais invisíveis, que delimitam as linhas e zonas de atuação. Observe no tópico a seguir!
Com relação à quadra de defesa, no plano horizontal, também se subdivide em duas linhas: “primeira linha defensiva”, a mais próxima do gol, que deve ser protegido, e a “segunda linha defensiva”, a mais distante, que impõe menos risco ao gol. Utiliza-se, como referência espacial da primeira linha defensiva, a linha pontilhada da quadra de handebol (9 metros do gol).
No plano vertical, a quadra de defesa se subdivide também em cinco zonas: ponta esquerda (PE), ponta direita (PD), lateral esquerda (LE), lateral direita (LD) e central (C). Da linha central até a linha da área de gol da defesa (6 metros do gol) são traçadas quatro linhas, em sentido diagonal, formando, então, as zonas de ação dos defensores.
Agora que você, caro(a), aluno(a), já conhece as principais referências táticas espaciais do jogo de handebol, vamos entender a lógica de organização coletiva nas duas fases (ofensiva e defensiva).
Para Martini (1980, p. 142) o sistema ofensivo precisa “realizar a combinação de todos os jogadores de modo que se produza uma oportunidade de gol”. Em conformidade a isso, durante a fase ofensiva a progressão em ataque pode ser dividida em quatro momentos: a) contra-ataque direto; b) contra-ataque sustentado; c) organização e descanso e d) aplicação do sistema ofensivo (SIMÕES, 1980). Cada um dos momentos é descrito a seguir:
Primeiro momento: contra-ataque direto (simples). O momento inicial da fase ofensiva é a melhor oportunidade de surpreender a equipe adversária que estiver bem organizada defensivamente. É muito importante que os jogadores que participam desse momento sejam velozes e saibam tomar decisões rápidas. Ainda, se a equipe tiver jogadores tecnicamente mais refinados (com domínio excepcional das habilidades motoras), é possível superar os adversários mais rápidos, já que um passe com força e precisão demora um tempo menor para percorrer a mesma distância de um jogador veloz em deslocamento. Os contra-ataques diretos devem ser realizados com, no mínimo, dois jogadores para possibilitar a criação de incerteza nos defensores adversários e também no goleiro (SIMÕES, 1980).
Segundo momento: contra-ataque sustentado (coletivo). Diferentemente do primeiro momento do ataque, pelo qual o goleiro ou os jogadores conseguem encaixar poucos passes para que o arremesso ocorra, no segundo momento, a ação ofensiva precisa acontecer de maneira mais elaborada. A bola deve ser passada rapidamente (no máximo 3 passes), com a finalidade de obter uma melhor condição para o arremesso. A segunda fase seria como um apoio dos demais jogadores da equipe ao principal atuante da primeira fase, que não conseguiu dar continuidade ao contra-ataque simples. Ou seja, esse jogador “[...] pode encontrar nos jogadores mais atrasados, porém que igualmente aplicam grande velocidade em suas ações, um apoio decisivo que fatalmente o levará ao êxito de conseguir o gol” (SIMÕES, 1980, p. 186). Devemos entender que, nas duas primeiras fases, os jogadores são impostos a altas cargas de esforço físico, devido à velocidade em que as ações são realizadas.
Terceiro momento: organização e descanso. Em oposição às duas primeiras fases do ataque, a terceira é caracterizada por comportamentos de “retenção da bola”. Essa fase ocorre quando a equipe é incapaz de conseguir criar situações de arremesso nas duas primeiras fases. É um momento em que os jogadores podem aproveitar a reorganização defensiva dos adversários para manter a posse de bola, reduzir um pouco a intensidade do jogo, recuperar as energias da própria equipe e iniciar a organização coletiva no ataque. Podemos considerar essa fase como o início de um jogo de posicionamento, em que os jogadores da equipe que estão participando do ataque começam a ocupar espaços específicos na quadra, visando criar oportunidades de arremesso ao gol adversário. Antes de dar início à última fase do ataque, a equipe deve garantir que seu sistema ofensivo esteja organizado, que todos tenham normalizado o consumo de oxigênio e que a posse de bola esteja segura no ataque (SIMÕES, 1980).
Quarto momento: aplicação do sistema ofensivo. A fase final do ataque é a busca por um posicionamento que permita o arremesso na melhor condição de conquistar o gol. Os sistemas táticos ofensivos serão descritos de maneira mais aprofundada no tópico seguinte.
A organização ofensiva é constituída por ações individuais e coletivas, que objetivam proporcionar a progressão em direção à meta adversária e, consequentemente, a conquista do arremesso/gol, superando a oposição dos defensores. A seguir, serão apresentados os principais sistemas táticos ofensivos do handebol.
O sistema em questão é o utilizado com mais frequência pelas equipes, já que é simples e serve como base para a realização da maior parte dos comportamentos ofensivos da equipe. Basicamente, três jogadores devem estar posicionados na primeira linha ofensiva e os outros três, na segunda linha ofensiva, penetrando na defesa adversária (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
Pelo sistema ofensivo 3x3, geralmente, joga-se com três armadores (central, direito e esquerdo), dois pontas (esquerdo e direito) e um pivô.
Esse sistema é uma variação do 3x3, que tem o intuito de aumentar o número de jogadores que arremessam ao gol, já que são determinados dois pivôs atuando próximo à parte central da área. Nesse sistema ofensivo, posicionam-se dois jogadores na primeira linha ofensiva e quatro jogadores na segunda linha ofensiva (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
Pelo sistema ofensivo 4x2, geralmente, joga-se com dois armadores (direito e esquerdo), dois pontas (esquerdo e direito) e dois pivôs (esquerdo e direito).
Para Simões (1980, p. 64), o sistema defensivo precisa adotar um comportamento padronizado, que “obriga o defensor a tomar medidas preventivas, em caso de fracasso da fase do ataque”. Em conformidade a isso, durante a fase defensiva de uma equipe são apresentados quatro momentos: a) retorno, b) zona temporária, c) organização da defesa e d) defesa em sistemas. Os jogadores que compõem uma equipe precisam saber trabalhar em conjunto todos esses momentos dentro de uma ação defensiva, que se inicia no momento em que a equipe perde a posse da bola (transição defensiva).
Primeiro momento: o retorno. Esse momento da fase defensiva exige uma ação de coordenação coletiva dos defensores, visando ao retorno em velocidade à sua quadra defensiva. Os jogadores precisam saber que não se trata apenas de correr sem uma organização devida; é preciso entender qual o melhor momento de executar o “retorno”. O deslocamento da equipe durante a transição defensiva deve ser realizado pelo trajeto mais curto. Entretanto, é importante que, individualmente, os jogadores se responsabilizem também pelo espaço ameaçado pelo ataque adversário. O momento de retorno da equipe, apesar de ser uma ação de movimentação individualizada dos jogadores, deve compor um plano de ação coletivo. É importante que haja uma sincronia entre os movimentos, que consistem em impedir a progressão da “primeira bola”, ou seja, primeiro passe adversário após a perda da posse, e as ações de recuperação e cobertura do espaço de jogo (SIMÕES, 1980).
Segundo momento: zona temporária. Os comportamentos impostos pelo ataque adversário obrigam os defensores a adotarem novos posicionamentos. “Os recursos importantes de energia física e um conhecimento dos processos técnicos específicos, não são suficientes e nem verdadeiramente eficientes, se o defensor não souber escolher, no momento exato, a melhor colocação” (SIMÕES, p. 67, 1980). Como os jogadores devem objetivar retornar pelo caminho mais curto (em linha reta) até sua zona defensiva, com frequência ocorre uma troca entre as posições. É preciso que, durante esse momento de transição, os jogadores ocupem todos os setores do espaço de jogo, impedindo que a equipe adversária consiga progredir e colocar risco à sua baliza. Caso algum dos jogadores não retorne imediatamente à quadra defensiva, o posicionamento na primeira linha defensiva (6 metros) deve ser o comportamento adotado pelos demais, a fim de propiciar mais segurança ao centro do gol e levar os adversários para as extremidades laterais da quadra. Quando o jogo é interrompido, ou a bola sai de um setor defensivo, é iniciado o terceiro momento.
Terceiro momento: organização da defesa. “A organização da defesa é o fator que permite o equilíbrio das forças” (SIMÕES, 1980, p. 69). A organização defensiva em coletivo permite que a equipe se torne mais confiante e mais combativa, gerando assim maior iniciativa em recuperar a posse da bola. Esse momento da fase defensiva remete a uma organização da ocupação dos espaços, seguida da coordenação dos movimentos e da colaboração entre os jogadores (SIMÕES, 1980). Durante esse momento, o sistema defensivo adota três tipos de organização:
Quadro 4.5 - Tipos de organização da defesa durante o terceiro momento
Fonte: Adaptado de Simões (1980).
Quarto momento: defesa em sistemas. Um sistema de jogo “representa a estrutura geral das ações dos jogadores, estabelecendo táticas precisas e princípios de ações” (SIMÕES, 1980, p. 70). É difícil dizer que um determinado sistema de jogo é melhor ou superior ao outro, visto que cada um possui suas vantagens e desvantagens na realidade específica em que é inserido. Dessa forma, a efetividade da adoção de um sistema defensivo será resultado da forma como é assimilado pelos jogadores, levando em consideração as exigências do jogo (SIMÕES, 1980). Os sistemas táticos defensivos serão descritos de maneira mais aprofundada no tópico seguinte.
A organização defensiva de uma equipe depende da colaboração de todos os jogadores em quadra no combate ao ataque adversário. A tática da equipe é a união dos comportamentos individuais com os comportamentos coletivos, objetivando quebrar a eficiência da ação ofensiva, e se subdivide em: marcação individual, defesa à zona e defesa mista (MARTINI, 1980). A seguir, serão apresentados os principais sistemas táticos defensivos do handebol.
Nesse formato de defesa, cada jogador é responsável por cobrir um determinado atacante enquanto a equipe adversária estiver em posse da bola. Dessa forma, a eficiência defensiva da equipe está condicionada à eficiência individual. Quando a equipe adversária é física e tecnicamente superior, a marcação individual não é indicada, já que, dessa forma, os defensores são superados com maior facilidade e a equipe acaba sofrendo muitos gols. Para a realização desse tipo de marcação, são sugeridos alguns comportamentos: posicionar-se sempre entre um adversário e a sua baliza; o adversário deve sempre estar no campo visual do marcador; observar tanto a bola quanto o jogo como uma totalidade, surpreender o atacante por meio da antecipação e apanhar a bola quando for possível. Uma das principais desvantagens da marcação individual, em qualquer um dos esportes coletivos, é o enorme gasto de energia dos jogadores (MARTINI, 1980).
Na defesa à zona, não há responsabilização de um atacante para cada defensor, mas, sim, é atribuída uma zona da quadra que deve “proteger”. Dessa forma, durante a fase defensiva os seis jogadores de linha possuem o dever de cuidar de uma zona específica, trocando o oponente direto conforme os atacantes e a bola se movimentam pelo espaço de jogo. Em algumas situações específicas, o defensor deve abandonar sua zona para acompanhar o adversário. Nesse formato de defesa, os jogadores tendem a poupar energia sem realizar movimentações desnecessárias associadas a mudanças de posicionamento bruscas (transitar o lado direito e esquerdo da quadra, por exemplo). Por meio da definição das zonas que cada defensor deve ocupar e também das funções específicas a eles atribuídas, surgem os diferentes sistemas táticos defensivos por zona (MARTINI, 1980). Os três principais e mais utilizados são descritos a seguir.
É um dos sistemas utilizados com mais frequência no handebol competitivo. Nesse formato, os defensores conseguem diminuir o espaço livre para infiltrações adversárias, além de tornar mais difícil a interação e movimentação do pivô (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
Um ponto negativo da utilização do sistema 6x0 é que ele permite que os jogadores adversários realizem arremessos de longa distância (segunda linha defensiva) (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
No sistema em questão, cinco jogadores formam a “parede” defensiva na primeira linha, enquanto um defensor avança a marcação para a segunda linha defensiva. Esse comportamento facilita a organização da defesa, pois esse defensor, em destaque, objetiva atrapalhar a troca de passes adversários e pressionar o ataque (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
No sistema 5x1, ao optar por avançar um dos defensores, a equipe acaba enfraquecendo a primeira linha defensiva, facilitando ações com o pivô adversário (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
Nesse sistema, apenas quatro jogadores formam a “parede” defensiva na primeira linha, já que dois defensores avançam individualmente para a segunda linha de marcação. A ação dos dois jogadores avançados dificulta mais a troca de passes adversária, propiciando que ocorram interceptações de passe durante esse momento do ataque. Porém, adotar esse tipo de comportamento torna a primeira linha defensiva mais vulnerável, permitindo a ação do pivô e colocando a própria baliza em risco (ALMEIDA; DECHECHI, 2012).
E o goleiro do handebol? Esse também precisa se comportar taticamente? Segundo Almeida e Dechechi (2012, p. 51) “no handebol de alto nível o goleiro joga muito próximo à linha de gol, possibilitando diminuir o ângulo do arremesso”. Qual você acredita que seja o “centro tático” do gol, em que o goleiro conseguirá realizar um número maior de defesas? Para os mesmos autores, “o centro tático é demarcado por uma linha circular, recuando 2 metros a partir do ponto central da linha da meta, traçando um arco de 3 metros em torno da trave”. Consegue imaginar como o goleiro deve se posicionar e orientá-lo para isso?
Agora que vocês conhecem as táticas individuais e coletivas do handebol, incluindo os momentos da fase ofensiva e defensiva, posições e os principais sistemas táticos, vamos avançar para a lógica interna de ensino-aprendizagem desses aspectos. A seguir, serão apresentados alguns modelos de exercícios que permitem a aplicação dos conteúdos táticos conceituais na prática da modalidade. Boa leitura!
Como enfatizado nas unidades anteriores, nos esportes coletivos de invasão devemos trabalhar o ensino dos fundamentos e conceitos táticos com base na vivência do jogo propriamente dito e de atividades fundamentadas nas suas fases e princípios. É importante que parte predominante da aula seja constituída por atividades e exercícios que envolvam a vivência das regras do esporte, bem como a alternância entre as fases ofensiva e defensiva, permitindo que os alunos desenvolvam as competências necessárias em cada uma. Para tanto, você, futuro(a) professor(a), pode adotar, como ferramenta de ensino, propostas que contemplem a realização de jogos conceituais, jogos reduzidos, jogos de inteligência e uma variedade de situações-problema. A seguir, apresentaremos modelos de atividades que podem ser utilizados para proporcionar o desenvolvimento do conhecimento e comportamento tático, além de propiciar situações em que o aluno deva exercitar o raciocínio rápido e a “tomada de decisão”.
Quadro 4.6 - Atividade contra-ataque (2x1+1)
Fonte: Elaborada pela autora.
A seguir, veremos o jogo das linhas ofensivas como mais uma atividade de aprendizagem e desenvolvimento da tática.
Quadro 4.7 - Atividade jogo das linhas ofensivas (3x3)
Fonte: Elaborada pela autora.
As atividades apresentadas neste capítulo são alguns exemplos de jogos conceituais, que podem ser utilizados no ensino de aspectos táticos específicos do handebol. Cabe a vocês, futuros(as) professores(as), serem criativos e elaborarem exercícios e atividades que propiciem uma boa aprendizagem aos seus alunos. Bom trabalho!
3) O handebol possui conceitos táticos individuais e coletivos específicos que constituem a modalidade. Com relação ao comportamento ofensivo das equipes, assinale a alternativa correta:
a) A organização espacial e o comportamento coletivo ofensivo dependem das linhas e zonas que os jogadores irão ocupar. Na quadra, existem cinco linhas e duas zonas ofensivas.
Justificativa: incorreta. Na quadra de handebol existem duas linhas e cinco zonas ofensivas.
b) Para Simões (1980), a progressão em ataque pode ser dividida em quatro momentos: a) contra-ataque direto, b) contra-ataque indireto, c) desorganização e descanso, e d) aplicação do sistema ofensivo.
Justificativa: incorreta. Para Simões (1980), a progressão em ataque pode ser dividida em quatro momentos: a) contra-ataque direto, b) contra-ataque sustentado, c) organização e descanso, e d) aplicação do sistema ofensivo.
c) São princípios táticos fundamentais ofensivos do handebol: acompanhar a bola e o atacante de sua responsabilidade e progredir em direção ao gol.
Justificativa: incorreta. Acompanhar a bola e o atacante de sua responsabilidade é um princípio tático fundamental defensivo.
d) O contra-ataque direto (simples) é o primeiro momento ofensivo. Essa é a melhor oportunidade de surpreender a equipe adversária sem que esta esteja bem organizada defensivamente.
Justificativa: correta, o ataque direto é o mais rápido e o que envolve menos passes, impedindo que a equipe adversária consiga se organizar defensivamente.
e) O jogo de handebol é constituído por sete posições: goleiro, volantes (esquerdo, central e direito), meias (direito e esquerdo) e pivô. Os jogadores que ocupam cada uma dessas posições possuem funções e espaços de atuação específicos.
Justificativa: incorreta. As sete posições são: goleiro, armadores (esquerdo, central e direito), pontas (direito e esquerdo) e pivô.
Para complementar tudo que foi apresentado ao longo desta unidade, neste último capítulo vamos refletir sobre os conteúdos a serem trabalhados na iniciação à prática do handebol, considerando a faixa etária e o nível de desenvolvimento que os alunos se encontram.
Por fim, apresentaremos modelos de testes que podem ser utilizados para avaliar as habilidades técnicas e o conhecimento tático declarativo ao longo do processo de ensino-aprendizagem. Boa leitura!
A proposta de ensino que vocês lerão a seguir consta no livro Manual de Handebol: treinamento de base para crianças e adolescentes, de Ehret e colaboradores (2008). Serão trabalhados conceitos associados à formação motora básica como princípio de desenvolvimento no processo de ensino-aprendizagem e treinamento do handebol. As informações são fundamentadas nas Linhas Diretrizes da Concepção de Treinamento da Confederação Alemã de Handebol (CAHb). Boa aprendizagem!
Ao ensinar o esporte nas idades iniciais, considerando crianças e adolescentes, ainda se comete o grave erro de especializar precocemente com o intuito de alcançar uma evolução de desempenho eficaz, de forma rápida. Apesar de os avanços serem perceptíveis na perspectiva da evolução motora e técnica, proporcionando resultados positivos em curto prazo, esse tipo de intervenção pode causar uma estagnação do desempenho esportivo durante a transição para o alto rendimento, principalmente em função da perda de motivação para a prática (EHRET, 2008).
Assim, espera-se que o processo de desenvolvimento do esporte ocorra considerando-se as características e necessidades biopsicossociais apresentadas em cada faixa etária. No que tange a aprendizagem motora específica do handebol, você, futuro(a) professor(a), deve respeitar os estágios de desenvolvimento individual, sem impor cargas de esforço inadequadas para cada idade e, principalmente, proporcionar uma aprendizagem motora multifatorial, fornecendo uma grande variedade de estímulos (EHRET, 2008).
Como foi visto na unidade III, o jogo é uma ferramenta indispensável no processo de ensino-aprendizagem dos esportes coletivos. É considerado o ponto de partida para a aquisição dos conhecimentos e comportamentos associados à lógica interna da modalidade. É importante que as abordagens de treinamento fundamentadas no jogo envolvam aspectos inerentes à tática individual e coletiva, considerando estratégias de organização nas fases defensiva e ofensiva.
Considerando o que foi apresentado nos capítulos anteriores, no quadro a seguir são elencados os principais conteúdos a serem desenvolvidos em cada um dos níveis (4) que compõem o processo de formação esportiva de crianças e adolescentes para a prática do handebol:
Quadro 4.8 - Conteúdos a serem desenvolvidos por nível de formação esportiva.
Fonte: Adaptado de Ehret et al. (1999) apud Ehret et al. (2008).
É importante que, nos níveis iniciais do processo de formação esportiva, sejam incorporados às aulas jogos básicos (reduzidos), de menor complexidade tática, em situação de superioridade numérica (2x1, 3x2 e 4x3) e igualdade numérica (1x1, 2x2, 3x3 e 4x4). Ainda, podem ser realizadas adaptações nas regras dos jogos reduzidos, incluindo objetivos específicos que estejam associados aos conteúdos a serem desenvolvidos por nível de formação. As aulas devem seguir uma lógica de progressão em complexidade, para que os alunos aprendam por meio do jogo e desenvolvam sua capacidade de jogar até que se tornem mais eficientes no jogo formal (7x7).
Para concluir a reflexão acerca da estrutura metodológica de ensino do handebol, enfatizamos alguns princípios pedagógicos propostos por Ehret et al. (2008) como linhas básicas para a sua intervenção como futuro(a) professor(a):
Esperamos que as informações fornecidas até aqui sejam transferidas para sua futura intervenção profissional. É importante que você se mantenha sempre atualizado e em busca de conhecimento, objetivando proporcionar um processo de ensino-aprendizagem do handebol de qualidade.
Como dito anteriormente, o processo de ensino-aprendizagem deve ocorrer respeitando uma progressão complexa. Isso significa que você, futuro(a) professor(a), deve sempre aumentar a dificuldade das tarefas e objetivos técnico-táticos propostos para cada aula. Para tanto, utilizar de ferramentas que proporcionem um feedback do desenvolvimento individual e coletivo dos alunos é muito importante. A seguir, vamos sugerir alguns instrumentos de avaliação que permitem que você identifique as características dos seus alunos e monitore a evolução da turma.
Os testes apresentados a seguir permitem a avaliação da coordenação em habilidades motoras específicas do handebol, e foram utilizados no estudo de Bastos (2010).
O objetivo do teste é avaliar a velocidade das ações motoras do handebol: drible, passe e arremesso. Para tanto, serão necessários sete cones grandes, uma bola de handebol, um cronômetro, uma planilha e ou lápis/caneta. O teste será dividido em três etapas:
Quadro 4.9 - Etapas do teste de Knox.
Fonte: Adaptado de Mathews (1986) apud Bastos (2010).
O teste de Knox permite a avaliação de ações motoras específicas do handebol (fase ofensiva) e você, futuro(a) professor(a), não necessitará de materiais que estejam fora do seu alcance, pois as três etapas do teste podem ser executadas apenas com cones e bolas de handebol. Ainda, é possível de ser adaptado com outro objeto que represente um obstáculo (garrafas pet, por exemplo).
O objetivo do teste é avaliar a habilidade motora de arremesso frontal. Para tanto, serão necessários um gol de handebol, dividido em zonas de resultados com cordas (conforme figura 4.30), bolas de handebol, planilha e lápis/caneta. O aluno deverá realizar cinco arremessos em suspensão e cinco arremessos apoiados a uma distância de 9 metros do gol. Podem ser realizados três arremessos de familiarização. Será atribuída uma pontuação para cada uma das zonas de resultados (conforme figura 4.30). Serão excluídos os arremessos que tocarem o chão antes de atingir o gol. O avaliador deve realizar o somatório dos pontos conquistados nos 10 arremessos (ZINN, 1981 apud BASTOS, 2010, p. 21).
Assim como o teste de Knox, o “arremesso de 9 metros” é muito simples de ser reproduzido, pois são necessárias apenas cordas (que podem ser substituídas por faixas ou elásticos, por exemplo), e uma bola de handebol.
O protocolo de avaliação Teste do Conhecimento Tático Declarativo no Handebol (TCTDHb), proposto por Leão, Viana e Sougey (2017), consiste em 11 cenas em vídeo de jogadas ofensivas de partidas oficiais de handebol. A aplicação do teste envolve a utilização de um aplicativo de celular, o “CTD” (pode ser instalado gratuitamente pelo link <https://play.google.com/store/apps/details?id=com.ibere.ctd4&hl=pt_BR>).
Cada jogada possui a duração de 7 a 10 segundos. O avaliado assiste a uma jogada de cada vez, e é colocado em prova ao ter de “tomar uma decisão” sobre qual seria a melhor continuidade para a jogada, escolhendo uma das alternativas: passar, fintar ou arremessar. O aluno tem seis segundos para tomar uma decisão: três segundos com a cena congelada e três segundos com a posse de bola do atleta no jogo. A avaliação é realizada conforme as imagens 4.32 e 4.33:
Após o aluno(a) responder todas as 11 cenas, seu desempenho no teste será classificado de acordo com o seguinte escore:
• 0 a 2 Acertos: Potencial fraco (não está conseguindo interpretar as situações problemas do jogo; procure treinar mais atento e focado nas situações ofensivas).
• 3 a 4 Acertos: Potencial em evolução (melhore suas decisões de acordo com as situações problemas que surgem durante o jogo).
• 5 a 6 Acertos: Potencial médio (decide adequadamente em algumas situações problemas do jogo; melhore sua percepção e tenha mais atenção no treino das ações táticas ofensivas).
• 7 a 8 Acertos: Potencial acima da média (percebe e toma decisões adequadas nas situações do jogo, não se acomode, continue evoluindo).
• 9 a 10 Acertos: Potencial excelente (percebe e toma decisões eficazes; mantenha seu potencial). (LEÃO; VIANA; SOUGEY, 2017, p. 80).
Os protocolos de testes técnico-táticos apresentados são acessíveis, de fácil aplicação e interpretação e podem ser utilizados por você, futuro(a) professor(a), para acompanhar a evolução individual dos alunos ao longo do processo de ensino-aprendizagem do handebol. Os resultados podem evidenciar aspectos positivos e negativos, que devem ser levados em consideração para que você possa planejar uma intervenção específica e que vá ao encontro da proposta pedagógica e metodológica determinada para cada fase de formação. Bom trabalho!
4) É necessário que o ensino, a partir do jogo, englobe aspectos inerentes à tática individual e coletiva, considerando estratégias de organização em cada uma das fases do jogo. Acerca das linhas gerais de intervenção em cada uma das idades/níveis de desenvolvimento (4) propostos pela Confederação Alemã de Handebol (CAHb), assinale a alternativa correta:
a) No nível 1 (até 12 anos) os alunos devem praticar em uma posição específica, objetivando desenvolver a capacidade de jogar contra diferentes sistemas.
Justificativa: incorreta. No nível 1, os alunos devem vivenciar todas as posições do handebol e devem jogar para aprender, sem imposições.
b) No nível 2 (13/14 anos), os alunos devem praticar sem especializar posições e receber uma formação motora global.
Justificativa: correta. No nível 2, os alunos devem passar pela introdução à capacidade de jogar, vivenciando um amplo repertório motor.
c) No nível 4 (15/16 anos), os alunos devem iniciar a especialização nas posições, desenvolvendo os conceitos táticos individuais.
Justificativa: incorreta. Essa definição está associada ao nível 3, que representa as idades de 15 e 16 anos.
d) No nível 3 (15/16 anos), os alunos devem receber uma formação motora global e, como princípio básico, deve adotar o “jogar para aprender”, sem imposições.
Justificativa: incorreta. No nível 3 (15/16 anos), os alunos devem iniciar a especialização nas posições e desenvolver os conceitos táticos individuais em cada uma.
e) No nível 1 (até 12 anos), os alunos devem desenvolver a tática individual dentro das posições e jogar com imposições táticas.
Justificativa: incorreta. No nível 1 (até 12 anos), os alunos não devem se aprofundar em conceitos táticos específicos de cada posição e devem “jogar para aprender”, sem imposições.
Nome do livro: Handebol: conceitos e aplicações
Editora: Manole
Autores: Alexandre Gomes de Almeida e Clodoaldo José Dechechi
ISBN: 978-85-204-3282-2
O livro contempla, de maneira muito ampla, conteúdos associados ao histórico, regras e dimensão técnico-tática do desempenho no handebol. Os autores se preocupam em utilizar termos de fácil entendimento, que viabilizam ao professor de Educação Física, a transmissão dos conteúdos em sala de aula.
Nome do livro: Manual de Handebol: da iniciação do alto nível
Editora: Phorte
Autores: Pablo Juan Greco e Juan J. Fernández Romero
ISBN: 978-85-7655-341-0
O livro, de autoria do Prof. Dr. Pablo Juan Greco, um dos maiores pesquisadores na área da pedagogia do esporte, especificamente do handebol, nos traz conceitos teórico-práticos muito importantes acerca do ensino do handebol, desde a realidade da iniciação esportiva até o alto rendimento. Os conteúdos apresentados no livro são de extrema utilidade para o desenvolvimento do esporte em todas as suas dimensões e finalidades.
Nome do livro: Manual de Handebol: treinamento de base para crianças e adolescentes
Editora: Phorte
Autores: Arno Ehret, Dietrich Späte, Renate Schubert e Klaus Roth
ISBN: 85-8670-252-8
O livro nos apresenta uma nova perspectiva no processo de ensino-aprendizagem e treinamento do handebol, proporcionando uma padronização de conteúdos a serem trabalhados com crianças e adolescentes, respeitando as especificidades de cada faixa etária e nível competitivo. O livro traz muitos exemplos de exercícios e também é bem ilustrado.
Nome do filme: O momento para sempre
Gênero: Drama/ Filme de Esportes
Ano: 2008
Elenco principal: Atrizes da Coréia do Sul.
O filme é um relato de ficção da equipe de handebol da Coréia do Sul rumo aos Jogos Olímpicos de verão em Atenas, 2004. O longa enfatiza os problemas vivenciados no dia a dia de uma atleta, como problemas financeiros, medo, ansiedade, entre outros. A principal mensagem do filme é: acredite sempre em seus objetivos!
Nome do filme: Meninas de Ouro
Gênero: Documentário
Ano: 2016
Elenco principal: Atletas da Seleção Brasileira de handebol feminina.
O filme conta a história da conquista do título mundial inédito, em 2013, na Sérvia. O documentário foi lançado ao vivo pelo canal ESPN. O documentário exibe relatos das atletas que constituíram a equipe campeã mundial sob comando do técnico Morten Soubak.