Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) à Unidade II de nosso material didático. Espero que esteja aproveitando ao máximo todos os conteúdos aqui propostos. Vamos dar continuidade ao ensino e aprendizagem das modalidades esportivas coletivas? Para este segundo momento, convido-lhe a conhecer e/ou aprofundar saberes sobre o basquetebol, um esporte coletivo da família dos esportes de invasão. É importante destacar que os esportes de invasão se caracterizam pela interação entre as equipes em um espaço comum, no qual ambas procuram ocupar o setor da quadra ou campo defendido pelo seu oponente, com o propósito de marcar pontos (cestas ou gols), como também necessitam cuidar do seu território, para que a equipe adversária não marque pontos. Dentro dessa classificação, para além do basquetebol, também podemos encontrar o futebol, o futsal e o handebol, esportes que você irá estudar nas próximas unidades. Por isso, em muitas ações trabalhadas aqui você encontrará similaridade com as demais modalidades. Nesse sentido, é importante que você se aproveite de tal situação – principalmente ao pensar na sua atuação pedagógica, na escola – e estimule, nos alunos, a transferência dos conhecimentos apreendidos no basquetebol para os outros esportes de invasão.
Caro(a) aluno(a): neste primeiro tópico, conheceremos o histórico do basquetebol e sua caracterização, por meio das suas principais regras. O basquetebol, assim como as demais práticas esportivas, tem, em sua essência, uma origem baseada em princípios e ideias de uma sociedade em questão. Desde a sua criação até os dias de hoje, encontramos diferentes evoluções, que vão determinando as características dessa modalidade enquanto esporte de rendimento. Sendo assim, aproveito para instigar você a estudar o basquetebol pelos subtópicos a seguir.
Se retomarmos a história do voleibol, na unidade anterior, certamente vamos encontrar alguns indicativos sobre o surgimento do basquetebol, você se lembra? Falamos a respeito da sociedade americana da década de 1980, e, em especial, de como ela se organizava para praticar esportes conforme as estações do ano. Muito bem! Vimos que, no inverno, o clima é extremamente frio, com longos períodos de nevascas, o que dificultava a prática de esportes ao ar livre na época. Por isso, nessa estação, os conteúdos que faziam parte dos programas de Educação Física eram regados das manifestações gímnicas.
Contudo, para muitas pessoas que se apropriaram desses programas, praticar ginástica não era um estado de plena satisfação. Foi assim então que, em 1981, um professor de Educação Física canadense, que atuava no Colégio Internacional da Associação Cristã de Moços (ACM), de Springfield, Massachusetts, com a intenção de minimizar tal insatisfação, debruçou-se na criação de um jogo prazeroso, que possibilitasse a participação de um grande número de jogadores e que, especialmente, fosse capaz de ser praticado em espaços fechados. Esse professor era James Naismith, como podem ver na figura 2.1 (CBB, 2018).
James Naismith buscou organizar um jogo que fosse motivador para seus alunos, porém, que não fosse tão agressivo como o futebol americano, esporte popular bastante praticado em ambientes abertos, na época. Por isso, sua preocupação era com a segurança.
Com essa lógica de organização, o professor restringiu os contatos físicos, bem como a própria condução da bola, a qual deveria ser realizada de maneira que ela rolasse ou quicasse. Pelas restrições elencadas, houve a necessidade de se pensar em como conduzir a bola (maior do que a do futebol) até a meta final (alvo), emergindo-se a importância de se passá-la (estimulando a ideia de jogo coletivo). Com a intenção de aproveitar as paredes dos ambientes fechados e dificultar um pouco o jogo, foram escolhidos, como os alvos, cestos de colher pêssegos, os quais encontravam-se a uma altura de 3,05 metros do solo, sendo um em cada lado do ambiente (KRAVCHYCHYN et al., 2011).
Conforme a Confederação Brasileira de Basketball (CBB, 2018), 18 alunos participaram da primeira aula de basquete. O professor Naismith os dividiu em duas equipes (nove para cada lado) e estipulou 13 regras de simples compreensão para que o jogo fosse praticado. Se analisarmos as regras daquele dia, verificaremos que algumas ainda são mantidas na atualidade, entre elas: impossibilidade de se descolar segurando a bola nas mãos, contatos com o adversário de maneira a empurrá-lo, puxá-lo, segurá-lo ou derrubá-lo, bem como o número restrito de faltas individuais.
Com o sucesso da aula e a divulgação do novo jogo, o esporte que surgia foi se consolidando nas escolas da ACM, criando características próprias de um esporte de competição, e se tornou uma prática motivadora dos programas de Educação Física. Em termos de popularidade, no território americano, com apenas cinco anos de sua origem, já era uma prática corriqueira, o que ocasionou, em 1986, segundo Vieira e Freitas (2006), a construção da primeira liga profissional de basquetebol no país.
Aqui, no Brasil, o novo esporte foi difundido pelo professor norte-americano de artes da Mackenzie College, de São Paulo, Augusto Shaw. O professor veio lecionar nessa importante escola e trouxe consigo suas vivências com a modalidade (inclusive a bola). Com o gosto que tinha pelo basquetebol, ele conseguiu organizar a primeira equipe brasileira de basquetebol, no ano de 1896, na própria escola (CBB, 2018).
Sobre a criação das federações que regem esse esporte nos diversos países do mundo, tal ação aconteceu no início do século 20. A nossa federação foi fundada no ano de 1933. Com esse movimento de popularização e universalização do basquetebol, em 1936, a modalidade obteve sua inclusão nos Jogos Olímpicos de Berlim. Conforme Kravchychyn et al. (2011), na primeira partida da modalidade nesses Jogos Olímpicos, James Naismith pôde lançar a bola ao alto, como uma forma simbólica de reconhecimento para com o esporte. Atualmente, o basquetebol está presente como uma prática esportiva na vida de mais de 300 milhões de pessoas no mundo todo (CBB, 2018) e é praticado por diversas populações, sendo até uma modalidade paraolímpica.
O basquetebol para pessoas com deficiência foi adaptado, recebendo o nome de “basquetebol em cadeira de rodas”. O surgimento aconteceu após a Segunda Guerra Mundial, com ex-soldados do exército americano que, feridos após os confrontos, começaram a jogar em uma quadra de um hospital. A estreia da modalidade nos Jogos Paraolímpicos ocorreu em 1960, em Roma, com os homens. As mulheres participaram pela primeira vez em 1968, em Telaviv.
Para saber mais sobre esse esporte, acesse o link: <https://www.cbbc.org.br/>.
Conforme Costa e Kravchychyn (2018), o termo “regras básicas” nos possibilita entender a importância de se estudar as principais regras que constituem a essência do jogo do basquetebol. Faz-se necessário saber que esse esporte se encontra em constante aperfeiçoamento de regras, em constante análise pela Federação Internacional de basquetebol (FIBA). No entanto, apesar de algumas mudanças normativas acontecerem, pode-se destacar que a maioria se mantém, principalmente as relacionadas à parte técnica e tática da prática esportiva do basquetebol.
Nesse sentido, com o intuito de apresentar algumas das principais regras que caracterizam o esporte e sua prática, é que este conteúdo foi elaborado, baseado nas regras oficiais em vigor, disponíveis em CBB (2018). O objetivo é que você possa se apropriar deste suporte didático e, assim, conduzir sua futura atuação pedagógica ao ensinar essa modalidade no contexto escolar.
Inicialmente, vamos conhecer a quadra esportiva (Figura 2.2), ambiente de jogo. A quadra mede 28 metros de comprimento por 15 metros de largura. Ela é dividida em dois campos, um de ataque e outro de defesa, campos que precisam ser definidos, pois interferem em outras regras que serão abordadas mais para frente.
Em relação às linhas limítrofes, diferentemente do voleibol, elas não fazem parte da quadra. Se a bola tocá-las, é considerada fora de jogo. Em relação a obstruções como placas de propaganda, bancos, paredes, etc., precisam encontrar-se a uma distância de, no mínimo, dois metros do espaço de jogo. Sobre a linha e círculo central, é importante destacar que a linha central faz parte do campo de defesa, bem como, com um raio de 1,80 metros, temos o círculo central, que demarca o centro da quadra.
Outras importantes linhas são as de lance livre e áreas restritivas. As linhas de lance livre são traçadas paralelamente à linha final, a uma distância de 5,80 metros. Nota-se que, a partir dessa linha, forma-se um semicírculo com raio de 1,80 metros. É ele que determina a área de arremesso dos lances livres. Em relação a áreas restritivas, destaca-se que elas são retangulares, baseadas nas linhas finais até as margens externas das linhas de lance livre. Dentro das áreas restritivas, encontram-se, com raio de 1,25 metros, as áreas semicirculares sem carga.
Também encontramos, dentro da quadra esportiva de basquetebol, a área da cesta dos três pontos. Ela se estrutura com raio de 6,75 metros (calculada do ponto no chão abaixo da cesta até a parte externa da cesta), na forma de linha em arco. As tabelas são construídas com madeira (em cor branca) ou de vidro (transparente), com aportes acolchoados. A distância do aro da cesta ao chão é de 3,05 metros.
Para iniciar uma partida de basquetebol, são necessários cinco jogadores em quadra de cada equipe. Mas as equipes não se limitam apenas a esse número. Cada equipe pode ser composta por até 12 atletas, que podem substituir os cinco que estão em quadra, a qualquer momento e sem limitações. Os jogadores substituídos podem voltar quantas vezes forem necessárias (mas, para isso, precisam estar aptos a jogar). Para além dos atletas, também fazem parte da equipe o técnico/professor, o assistente técnico e até cinco acompanhantes (dirigente, fisioterapeuta, estatístico, médico, etc.).
Em relação à arbitragem, são necessários dois ou três profissionais oficiais, que se dividem em um árbitro e um ou dois fiscais. Conforme a Confederação Brasileira de Basketball (2018), todos exercem a mesma função, ao apitar faltas e violações, zelando pelas regras de jogo. No entanto, o árbitro é quem toma as decisões finais. Ainda, existem os oficiais de mesa (apontador, cronometrista e operador de 24 segundos), bem como o comissário (caso haja necessidade), os quais auxiliam o árbitro e o(s) fiscal(ais).
Uma importante variável do jogo do basquetebol é o tempo. Nessa modalidade, o controle do tempo é um diferencial, pois ele determina o período de jogo e até as situações que ocorrem, de ataque e defesa. Tal característica torna sua prática mais dinâmica e cheia de emoções.
Nessa perspectiva, os jogos de basquetebol são cronometrados: conta-se apenas o tempo em que realmente ocorreram as jogadas. Por isso, o placar eletrônico (Figura 2.3) é uma ferramenta indispensável.
Como tempo total de jogo, computam-se 40 minutos, divididos em quatro períodos de 10 minutos, com um intervalo de dois minutos entre os períodos um e dois, e três e quatro. Entre os períodos dois e três acontece a troca de lado das equipes, configurando um intervalo de meio tempo. Em caso de empate no final do quarto período (tempo final de jogo), o jogo deverá continuar com períodos extras de cinco minutos, até que o empate seja desfeito, seguindo os lados da quadra de ataque e defesa estipulados no quarto período.
No jogo, existe o tempo debitado. Tal ação se caracteriza pela interrupção da partida pelo técnico ou assistente técnico, que a solicita para conversar com seu time. Podem ser solicitados “[...] dois tempos debitados [...] durante a primeira metade do jogo; três durante a segunda metade, com o máximo de dois deles nos últimos dois minutos da segunda metade; e um durante cada período extra” (COSTA; KRAVCHYCHYN, 2018, p. 57). Os tempos debitados que não forem usados não são acumulados na próxima metade ou período extra da partida.
Como mencionado, o tempo também interfere no ataque de uma equipe. Esse tempo de ataque começa a ser contato sempre que um time consegue a posse de bola, o qual tem 24 segundos para realizar um arremesso para uma cesta de campo. A bola precisa deixar a(s) mãos(s) do jogador que está atacando antes desse tempo. Em caso de rebote ofensivo, a equipe tem 14 segundos de oportunidade de ataque (na equipe de arbitragem existe uma pessoa que realiza esse controle – operador de 24/14 segundos).
Também existe o tempo de passagem da defesa para o ataque. Sempre que uma equipe adquirir a posse de bola em seu território de defesa, ela precisa ultrapassar a linha central da quadra no tempo máximo de oito segundos. Isso se faz necessário, pois esse tempo conta nos 24 segundos mencionados anteriormente (CBB, 2018).
Outro espaço da quadra que possui tempo de permanência é a área restritiva, conhecida, popularmente aqui no Brasil, como “garrafão”, segundo Costa e Kravchychyn (2018). Nesse sentido, não é permitido que o atleta permaneça por mais de três segundos dentro do garrafão adversário, caso sua equipe esteja atacando e a bola esteja em jogo.
Ainda sobre o quesito tempo, se um atleta estiver com a posse de bola e, ao mesmo tempo, sofrendo uma marcação próxima e ativa, isto é, o oponente está tentando recuperar a posse da bola, tem menos de cinco segundos para realizar um passe ou arremessá-la ou iniciar o drible.
Em caso de reposição da bola, ou seja, em situações em que a bola fica fora de jogo, os oficiais precisam entregá-la a um atleta para que faça a reposição lateral ou de fundo de quadra. Nos casos de lance livre, a exigência é a mesma. Em todas essas situações, o atleta tem menos de cinco segundos para realizar sua ação.
Segundo a Confederação Brasileira de Basketball (2018), ao converter uma cesta de campo ou um lance livre ou mesmo quando a partida é interrompida pelo apito de um oficial, a bola é considerada “morta”, ou fora de jogo. Com a bola morta, nenhuma cesta é validada.
A bola é considerada “viva”, após o contato com um atleta dentro da quadra, pois é nesse instante que o cronômetro é acionado. Ela permanece com esse status até sair do jogo (devido ao apito de um oficial ou sinal da mesa de controle ao mencionar o tempo de ataque de um time ou ao término de um período de jogo). Um fato curioso, é que, nessas situações, caso o tempo termine com a bola no ar, ela continuará viva; se o arremesso, por exemplo, for convertido, os pontos são validados. Mas para que isso ocorra, ela não pode estar nas mãos do jogador. Em caso de ainda estar sob posse do atleta, a bola é caracterizada como morta.
São consideradas violações todas e quaisquer condutas que infrinjam as regras do jogo. Tais ações acarretam na perda da posse de bola. Podemos identificar algumas de forma corriqueira durante uma partida, como: segurar a bola e andar ou correr com ela em mãos, realizar um drible ilegal (driblar, segurar e driblar de novo), violar regras de tempo, pisar ou driblar sobre as linhas laterais ou de fundo, retornar à bola da quadra de ataque para a defesa, etc. (COSTA; KRAVCHYCHYN, 2018).
Em relação às faltas, elas acontecem de maneira pessoal ou coletiva. Na sua maioria, afetam a participação dos atletas e os resultados das partidas de basquetebol. Geralmente, as faltas são consequências tanto do contato pessoal ilegal com o oponente quanto por comportamento antidesportivo.
É considerada falta individual o contato físico ilegal com o jogador adversário. Para esse tipo de falta, como penalidade é marcada na súmula para o atleta que a praticou. Caso o atleta que sofreu a falta estivesse arremessando e a cesta não tiver sido convertida, o atleta tem o direito a dois ou três lances livres. No caso de conversão da cesta após a falta, são considerados os pontos (dois ou três, depende do local do arremesso) e o jogador ainda tem mais um lance livre. Se o jogador que tiver sofrido a falta não estivesse arremessando, o jogo é reiniciado com a reposição da bola na linha lateral ou de fundo mais próxima ao contato.
É considerada falta técnica a falta similar, cometida por um integrante da comissão técnica (normalmente por reclamação). Nesse caso, uma falta técnica será direcionada contra o professor/técnico. Como penalização, qualquer jogador da equipe adversária pode realizar um lance livre, bem como o time adversário ganha uma reposição em lateral, junto à linha central, do lado contrário à mesa de controle.
A falta antidesportiva é uma falta com contato, realizada sem o objetivo de disputar a bola, em que há intenção do atleta de agredir o oponente. Nessas faltas, o atleta que a sofreu tem o direito de realizar lances livres, bem como uma reposição em lateral para seu time. Os lances livres que o jogador poderá proferir dependerão da situação de jogo: caso o atleta que sofreu a falta não esteja em ato de arremesso, ele ganha dois lances livres; considerando o local de onde o arremesso de campo estava sendo executado, ele ganha dois ou três; ou, em caso de conversão da cesta de dois ou três pontos, ele ganha mais um como bonificação. No mesmo caso das faltas técnicas, se o atleta cometeu duas faltas antidesportivas no mesmo jogo, ele recebe uma desqualificação (ação flagrantemente antidesportiva realizada por um atleta ou por um membro do banco da equipe). Assim, imediatamente deixará o ambiente de jogo. Quando essa falta desqualificante acontece, o jogador pode ser substituído, e as penalidades seguem o mesmo critério da falta antidesportiva.
Bom, mas você pode estar se perguntando: até quantas faltas um jogador ou uma equipe pode cometer? Veja bem! Um atleta pode cometer até quatro faltas individuais ao longo da partida; na quinta, ele é desqualificado. Com relação às faltas técnicas ou antidesportivas, o atleta recebe uma falta individual na súmula, computada entre as cinco. Porém, caso cometa uma segunda falta desse tipo, fica diretamente desqualificado.
Em relação à equipe, de forma geral, as faltas cometidas pelos jogadores de uma mesma equipe são acumuladas e contabilizam o número de faltas coletivas. Quando um atleta comete a quarta falta, haverá cobrança de dois lances livres para o time oponente (quem sofreu a falta), seguindo a penalidade de um ou dois, ou três lances livres, dependendo das situações supracitadas em que ocorreram a falta.
Caro(a) aluno(a)! Até aqui, você conseguiu acompanhar a história do basquetebol e algumas das principais regras que normatizam esse esporte. A partir de agora, é essencial conhecer os movimentos que caracterizam a modalidade, e como são aplicados na dinâmica do jogo. Sendo assim, convido-lhe a navegar pelo próximo tópico.
As regras servem para nortear a dinâmica de jogo e conduzir a vitória de maneira mais ética possível. Nesse sentido, levando em consideração as regras do basquetebol, analise as afirmativas seguintes e assinale a alternativa correta:
No basquetebol, o tempo é considerado uma variável secundária durante a dinâmica de jogo.
Justificativa: Incorreta, pois o jogo de basquetebol somente acontece em função do tempo, por isso a importância do cronômetro.
A bola pode ser considerada viva, mesmo com o tempo de jogo já encerrado.
Justificativa: Correta, pois, após o apito final do oficial, encerrando a partida, a bola pode ser considerada viva e entrar na cesta, caso tenha sido arremessada antes.
As equipes de basquetebol podem ser compostas por 12 jogadores, sendo seis titulares em quadra e seis reservas.
Justificativa: Incorreta, pois em quadra só são permitidos cinco jogadores por equipe.
Qualquer infração da regra é considerada uma violação, e a penalidade são lances livres.
Justificativa: Incorreta, pois as violações acarretam na perda de posse de bola e não em lances livres.
As faltas individuais dos atletas de um time são acumulativas, porém não interferem na dinâmica do jogo.
Justificativa: Incorreta, pois, a partir da quarta falta individual de uma equipe, a equipe adversária passa a realizar lances livres.
O basquetebol é um dos esportes que têm visibilidade no contexto da Educação Física Escolar, junto com o voleibol, futsal e handebol, chamados, por muitos autores da área, de “quarteto fantástico”. Se voltarmos olhares para a história da Educação Física aqui no Brasil, podemos verificar que, durante a década de 1980, o trato com o esporte no ambiente escolar foi bastante criticado, o que ocasionou uma desvalorização da aprendizagem da técnica ou até da necessidade dos saberes e habilidades dos fundamentos das modalidades esportivas nas aulas. Tal situação acarretou na prática do “rola-bola” por parte de muitos professores, dentro da disciplina de Educação Física, prática que, infelizmente, ainda pode ser encontrada como forma de ensino nas escolas brasileiras.
Contudo, atualmente, como destacam Vianna e Lovisolo (2009), identifica-se um movimento de valorização do ensino dos fundamentos dos esportes dentro do contexto escolar. A iniciativa é de resgatar a aquisição de conhecimentos e habilidades motoras, que auxiliam no desenvolvimento da prática esportiva.
Seguindo a lógica apresentada desde a primeira unidade deste livro, destaco que toda a parte de conhecimento, de entendimento e de domínio da técnica e da tática, precisa se tornar elemento essencial para a compreensão de forma autônoma da prática do basquetebol pelos nossos alunos e, principalmente, precisa ser estimulada por nós, professores, no momento de seu ensino. Então, vamos conhecer os fundamentos do basquetebol?
Considerando as subdivisões apresentadas por Kravchychyn et al. (2011), podemos dizer que os fundamentos do basquetebol podem ser chamados de: domínio de corpo; manejo de bola; drible; arremessos e rebotes. Seguindo, então, essa divisão é que convido você a conhecer e/ou aprofundar seus saberes a respeito dos movimentos técnicos desse esporte.
Conforme Oliveira e Paes (2012, p. 76), o domínio do corpo pode ser considerado como a capacidade do atleta de construir movimentos para jogar, “[...] controlando o corpo no tempo e espaço exigidos pela dinâmica do jogo”. São elementos principais desse fundamento: posição básica; pé de pivô e paradas bruscas (KRAVCHYCHYN et al., 2011).
Podemos definir as posições básicas como equilíbrio simétrico ou equilíbrio assimétrico. Em relação à primeira (equilíbrio simétrico), os pés precisam estar fixados ao solo, paralelamente, com distância de pouco mais do que a largura dos ombros; os joelhos precisam estar semiflexionados; o tronco, inclinado à frente, distribuindo o peso de forma igual sobre as pernas; a cabeça precisa estar na posição vertical, facilitando o campo visual da área de jogo; em relação aos braços, devem estar com os cotovelos ligeiramente flexionados; palmas das mãos e antebraços posicionados à frente e para dentro (COSTA; KRAVCHYCHYN, 2018).
A posição básica em equilíbrio assimétrico (Figura 2.4) caracteriza-se de forma similar à posição anterior. A diferença está nos pés e braços, pois um pé vai estar mais à frente do outro e, consequentemente, um braço mais à frente também, acompanhando a posição das pernas (pé esquerdo na frente = braço esquerdo na frente).
Um cuidado importante sobre a dinâmica do jogo diz respeito à movimentação do atleta com a posse de bola, que só poderá se deslocar com a bola se quicá-la contra o chão, sucessivamente, usando uma das mãos (drible). Nesse sentido, é importante que o jogador tenha domínio do corpo nas situações de posse bola, justamente para que não cometa uma violação às regras, exemplo: andar segurando a bola. Por isso existem o pé de pivô e as paradas bruscas como alternativas para que tal violação não aconteça.
O pé de pivô (Figura 2.5), é uma forma de o atleta proteger a bola, podendo ocupar um espaço, girar o corpo ou procurar uma melhor posição para realizar um drible, passe ou arremesso. Esse fundamento constitui-se na fixação de um dos pés ao solo e na movimentação do outro para qualquer lado, quantas vezes forem necessárias. Para não caracterizar movimentação do atleta segurando a bola, ele só poderá tirar o outro do solo quando não tiver mais o contato com a bola.
Com relação às paradas bruscas, podem assim ser definidas: de um tempo, quando o atleta, após a fase aérea da corrida (sem contato dos pés com o chão), recebe um passe ou para após um drible, fixando ao solo os dois pés ao mesmo tempo, e, para realizar esse movimento, pode usar qualquer um dos pés como o pé de pivô; a de dois tempos acontece similar ao movimento anterior, no entanto, a diferença se dá no contato ao solo, que é de um pé depois do outro. Nesse caso, o pé que encostou primeiro no chão é considerado o pé de pivô.
No basquetebol, os espetáculos que acontecem durante as partidas ocorrem, geralmente, pelas jogadas repletas de efeitos e técnicas dos jogadores. Nessa perspectiva, “[...] para que isso ocorra é necessário que o jogador execute a correta empunhadura, base para a recepção da bola e execução do drible e de passes e arremessos” (COSTA; KRAVCHYCHYN, 2018, p. 46).
Na empunhadura (Figura 2.6), as mãos precisam aguardar ou manter a bola como um cone imaginário ou uma concha, mantendo as pontas dos dedos em total contato com a bola.
Você já teve uma ideia do que se trata esse fundamento. Então! Ele se caracteriza pelo domínio do corpo ao quicar a bola, simultaneamente. Para realizar esse movimento, a bola é empurrada com uma das mãos de encontro ao chão, de maneira que a amortecer de baixo para cima. Na sequência, há a repetição da ação de empurrar, com movimentos lentos e rápidos, podendo, o atleta, estar parado ou em deslocamento de maneira eficiente e segura em relação à proteção da bola. Segundo Costa e Kravchychyn (2018, p. 48) “[...] a movimentação dos braços, antebraços e mãos deve ser suave, harmoniosa e cadenciada”.
Com a automatização desse movimento, o praticante pode realizar o drible sem precisar olhar a bola, o que facilitará sua consciência tática, ação ideal para jogos coletivos. O drible pode ser executado de maneira alta ou baixa.
O drible alto (Figura 2.7) é executado na linha da cintura ou um pouco acima. Nota-se que é acionado em situações que necessitam de velocidade, por exemplo, contra-ataques ou circunstâncias em que o atleta não possui marcador próximo.
Já no drible baixo (Figura 2.8), a bola deve quicar, aproximadamente, até a altura do joelho, por isso, o tronco deve ficar mais inclinado à frente.
Normalmente, esse fundamento é usado quando há situações em que o jogador adversário está executando uma marcação mais de perto, obrigando o atleta a proteger a bola.
Veremos que existem vários tipos de passe. No basquetebol, os mais utilizados (Quadro 2.1) são o passe de peito, acima da cabeça, de ombro, de gancho e o quicado. Vamos conhecê-los?
Quadro 2.1 – Tipos de passes no basquetebol.
Fonte: Adaptado de Costa e Kravchychyn (2018).
Vale ressaltar, como curiosidade, que, quando realizamos um passe para o nosso colega de time, convertendo a cesta em condições favoráveis, denominamos essa ação de “assistência”.
Conforme Kravchychyn et al. (2011), o arremesso é considerado uma ação de finalização da situação de ataque. Esse fundamento exige, do atleta, maior concentração e, principalmente, precisão em sua realização. Como formas de arremessos, podem-se destacar: o arremesso parado com uma mão, o arremesso com salto, a bandeja e o gancho.
Sobre o arremesso parado com uma das mãos (Figura 2.9), evidencia-se a posição básica de equilíbrio assimétrico, empunhadura correta, concentração e olhar fixo na cesta de campo, uma leve flexão, seguida de extensão de joelhos, concomitantemente. O cotovelo da mão dominante (do arremesso) ficará posicionado embaixo da bola, e se estenderá, finalizando o movimento com a flexão de punho e o dedo indicador na direção do alvo. A outra mão serve de apoio lateral. Vamos ver muitos arremessos desse tipo em lances livres e em tentativas de cesta em campo quando o jogo está em andamento.
O arremesso com salto, também chamado de jump shot ou apenas jump (Figura 2.10), é caracterizado pelo salto que o jogador realiza de frente para a cesta, executando o movimento igual ao arremesso parado com as duas mãos, liberando a bola no ápice do salto. Conforme a situação, o atleta executa o salto para qualquer direção (frente, atrás ou lado).
Outra forma de arremesso é a bandeja (Figura 2.11), que se caracteriza por ser a única ação em que o praticante pode andar segurando a bola. Para a bandeja, há necessidade de realizar um salto antes do arremesso. Contudo, para executar o salto, o atleta antecede tal ação com dois passos, ritmados, em direção à cesta. Vale lembrar que, se houver um terceiro passo ou mais, considera-se violação às regras. Em contra-ataques e infiltrações no garrafão, você poderá visualizar bastante esse fundamento.
E, por fim, mas não menos importante, também podemos considerar o gancho (Figura 2.12) como mais um tipo de arremesso. Sua mecânica é semelhante ao passe de gancho, a única divergência é que sua direção é a cesta e não o companheiro de equipe.
Esse fundamento pode ser executado após o movimento do pé do pivô ou, de forma a abrilhantar ainda mais o espetáculo do basquetebol, como uma finalização da bandeja.
O rebote é considerado a recuperação da posse de bola após uma equipe arremessá-la, na tentativa de finalizar a jogada, porém sem sucesso. Kravchychyn et al. (2011) classificam o rebote em duas categorias: defensivo ou ofensivo.
O rebote defensivo pode ser executado após o arremesso, sem sucesso, do time oponente. O atleta defensor executa a posição básica, tomando a frente do atleta atacante em relação à cesta e, após a bola tocar o aro ou tabela, ele salta, na tentativa de pegar a bola no ponto mais alto possível, trazendo-a para perto da cintura (como proteção de posse de bola).
Sobre o rebote ofensivo, nota-se que a movimentação do atleta será a mesma que a do rebote anterior. A única diferença é o final. Ao recuperar a bola, o atacante, no ponto mais alto do salto, deve realizar um jump, na tentativa de finalizar a cesta. Costa e Kravchychyn (2018) acrescentam também como um tipo de rebote ofensivo o “tapinha”. Esse movimento é constituído quando o atleta toca a bola com a ponta dos dedos, fazendo com que caia dentro da cesta.
Muito bem! Até aqui, conseguimos conhecer os principais movimentos que caracterizam o basquetebol e sua dinâmica de jogo. Como mencionado no início deste tópico, é importante que você, futuro(a) professor(a) de Educação Física, tenha conhecimento e valorize a técnica que demanda esse esporte, para saber quais exercícios e tarefas são necessários para o desenvolvimento desses fundamentos. Porém, não se esqueça de que, para além do gesto técnico, o aluno também precisa trabalhar sua consciência tática. Lembra da nossa unidade I? Da importância do ensino da técnica, conjuntamente com a tática? Então! No ensino dos esportes coletivos, tal processo precisa ser muito bem planejado e aplicado na prática. Nesse caminho, a intenção é que você possa conhecer, no próximo tópico, os sistemas táticos do basquetebol.
As subdivisões dos fundamentos do basquetebol, estudadas neste subtópico, são: domínio de corpo; manejo de bola; drible; arremessos e rebotes. Nesse sentido, levando em consideração tal subdivisão e as características de cada fundamento, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta:
No domínio de corpo, encontramos a posição básica de equilíbrio simétrico, que se caracteriza pela posição dos pés: um mais à frente do outro.
Justificativa: Incorreta, pois, na posição básica de equilíbrio simétrico, os pés devem estar paralelos um ao outro.
O drible alto é executado, na maioria das vezes, em situações em que há marcador adversário próximo, o que facilita a proteção da bola.
Justificativa: Incorreta, pois o drible alto tem sua execução em jogadas rápidas, como contra-ataques, em que o atleta não está sofrendo marcação próxima.
Os passes podem ser classificados em: passe de peito, passe quicado, passe acima da cabeça, passe bandeja, passe de ombro e passe gancho.
Justificativa: Incorreta, pois a bandeja não é um tipo de passe e, sim, de arremesso.
O gancho é considerado um arremesso bastante utilizado em contra-ataques e sua caracterização de movimentos é similar ao passe gancho.
Justificativa: Correta, pois o gancho é executado seguindo os mesmos movimentos básicos do passe gancho, e sua realização se dá, na maioria das vezes, em contra-ataques rápidos.
O rebote defensivo tem, como principal objetivo, a finalização da cesta em campo no momento mais alto do salto.
Justificativa: Incorreta, pois o rebote defensivo visa à recuperação da posse de bola do time defensor.
Se pensarmos em todas as ações táticas que podem acontecer no basquetebol, elas ocorreram, na sua maioria, de maneira parecida com os demais esportes de invasão. Certamente, você conseguirá identificar isso, ao estudar os demais esportes de invasão do nosso livro (futebol, futsal e handebol).
Pois bem! Podemos considerar, como situações táticas do basquetebol (Figura 2.13), todas as ações de ataque ou defesa que acontecem no coletivo, exemplo: forma de passar e recepcionar a bola, maneira de executar as jogadas combinadas com ou sem finta, formas de deslocamento da equipe, marcação e bloqueios; ou individualmente, como passar e se deslocar com a intenção de se desmarcar, formas de driblar, alternância brusca de direção com ou sem a bola, etc. Ressalta-se que muitas dessas ações são estruturadas durante o ataque.
Outro elemento que precisa ser considerado durante as intenções táticas é o contra-ataque. Essa rápida ação coletiva, de troca de papéis entre as equipes (defensor passa a atacar e vice-versa), geralmente ocorre após um rebote defensivo ou roubo de bola, isto é, quando a equipe que estava defendendo retoma a posse de bola.
Na elaboração de sistemas táticos de contra-ataque, estruturar posicionamentos fixos pela quadra pode facilitar a interpretação defensiva dos oponentes, por isso, essa ação não é recomendada. Sendo assim, principalmente em fase de iniciação, Oliveira e Paes (2012), destacam a importância de priorizar os passes nessa situação, na tentativa de dar assistência à realização da bandeja (passes longos) ou de criar jogadas com o atleta que estiver preenchendo um espaço vazio e mais próximo da bola. Em último caso, o jogador deve realizar o drible para fugir da marcação.
Veja bem! São muitas as ações que você precisará considerar durante o processo de ensino e aprendizagem da tática, em especial, nas situações ofensivas. Algumas dessas situações são reconhecidas como aprendizagem a serem promovidas durante o ensino do basquetebol.
Se o atacante está com a posse de bola, por exemplo, ele deve: observar, antes de agir; buscar permanecer de frente para a cesta adversária quando estiver com a posse de bola; ao realizar o passe, deslocar-se para espaços vazios; arremessar na cesta quando estiver em condições favoráveis e utilizar o pé de pivô, paradas bruscas e proteger a bola. Caso o atacante esteja sem a bola, ele deve: pedi-la com a mão; procurar espaços na quadra para recebê-la e construir jogadas; fintar o adversário para se desmarcar, realizando cortes em V (movimento de ir e voltar) e em L (mudança brusca de direção), construindo um caminho mais próximo ou mais longe da bola (GONZÁLEZ et al., 2017).
Ainda nas intenções táticas, podemos identificar os bloqueios. No basquetebol, um dos recursos mais utilizados para a realização de bloqueios é o corta-luz. O corta-luz é executado de forma conjunta com o colega de equipe, possibilitando um maior leque de jogadas de ataque pelo time. Conforme Oliveira e Paes (2012), esse movimento é uma ação ofensiva de auxílio ao companheiro de equipe, o qual pode ser um corta-luz direto: proporciona a progressão do colega com a posse de bola, livrando-o da marcação; ou corta-luz indireto: realizado para desmarcar o companheiro que está sem a bola, para que possa recebê-la com mais liberdade.
Está vendo como são muitos os fatores táticos e técnicos que devem ser considerados e desenvolvidos para/com nossos alunos? Como nos alerta Costa e Kravchychyn (2018, p. 78) “[...] ensinar a ‘ler’ ou pensar o jogo utilizando fundamentos técnicos e táticos significa levar o aluno à conquista da autonomia para a prática do basquetebol. Tal conquista possibilitará ao aluno a ampliação do repertório de possibilidades de prática esportiva”.
Nessa lógica, uma forma interessante de construir essas ações nos alunos são os jogos reduzidos: situações de jogo que podem ser de igualdade numérica entre os participantes (um contra um, dois contra dois, três contra três, etc.) ou de superioridade numérica (um contra dois, dois contra três, etc.). Esses jogos reduzidos do basquetebol são trabalhados em espaços menores, como meia quadra, até chegar na quadra inteira, assim oportunizando a construção de uma consciência tática ofensiva e defensiva tanto individual como coletiva dos praticantes.
Durante o ensino dos conceitos táticos no basquetebol, a verbalização, por parte do aluno, sobre o que está aprendendo, torna-se uma importante ferramenta para a compreensão da dinâmica do jogo. Nesse sentido, como você pode organizar sua prática pedagógica durante o ensino dessa modalidade na escola, de modo que oportunize, ao aluno, falar suas intenções em determinadas situações?
Antes de qualquer organização tática coletiva no basquetebol, faz-se necessário que os praticantes saibam as posições que cada jogador pode exercer em quadra. Assim, destacam-se, como as cinco funções desempenhadas no jogo: armadores, laterais (ou alas) e pivôs. Na maioria dos jogos de basquetebol, a formação mais acionada em partidas (Figura 2.14) é a que utiliza: um armador, dois alas e dois pivôs.
Na figura, os círculos são os atacantes e os X’s, os defensores. Ela traz uma estruturação ofensiva comum nessa modalidade, que prioriza o armador (posição 1) como o atleta responsável pela construção das jogadas, precisando ser inteligente e rápido nos dribles e passes, como também bom intérprete da partida e ótimo arremessador. Como visto, na maioria do jogo ele ocupa a região central da quadra e mais próxima da linha dos três pontos, em relação aos demais colegas. Na posição 2, encontramos o ala-armador (ou escolta), que possui especificidades como: leveza e velocidade nas finalizações. Esse atleta também auxilia nas armações de jogadas. O outro ala (posição 3), chamado de ala de força, são atletas com estatura mais alta e capacidade de arremessar bolas mais próximo ou mais afastado da cesta. Na posição 4, vamos encontrar o pivô (ou pivô móvel), caracterizando um atleta que pode jogar tanto de costas para a cesta como também fora da área do garrafão, exigindo a ele uma visão de jogo maior, bem como habilidade e agilidade de realizar jogadas com infiltração. O segundo pivô (posição 5) é chamado de pivô fixo, pois irá jogar de costas para a cesta. Suas principais características são: efetuar bloqueios e realizar rebotes ofensivos (OLIVEIRA; PAES, 2012).
Para além dessa configuração apresentada anteriormente, considerando as características físicas e técnicas dos jogadores de cada time ou até das características do time oposto, no basquetebol você também pode encontrar sistemas de jogo como: quatro abertos (dois armadores, dois alas e um pivô) ou dois armadores e três pivôs.
A situação de quatro abertos, é uma solução para equipes que não têm muitos atletas altos e de forte contato físico (características de pivôs), como também busca tornar o time mais rápido. A infiltração e o arremesso tornam-se jogadas mais favorecidas, minimizando o número de jogadores de costas para a cesta (COSTA; KRAVCHYCHYN, 2018). Essa estrutura de jogo vem ganhando preferência no basquetebol profissional. Se você acompanhar um jogo da liga profissional dos Estados Unidos, a National Basketball Association (NBA), por exemplo, identificará que as equipes priorizam a dinâmica de jogo de um contra um, o que depreende mais velocidade, habilidade e agilidade dos atletas, que, na NBA, são considerados os melhores jogadores do mundo.
No entanto, se for necessário que o jogo aconteça mais próximo à meta (cesta), a terceira configuração mencionada anteriormente (dois armadores e três pivôs) será o sistema que você deve adotar em determinados momentos. Principalmente, se três dos cinco atletas em quadra são altos e o time oposto possui um número inferior de atletas com essa característica física. Essa estrutura ocorre em algumas situações, e, normalmente, não é adotada em toda a partida.
Como dica para sua atuação no contexto da escola, ao trabalhar com a tática ofensiva, peça para seus alunos organizarem suas equipes, em especial, suas funções em quadra, conforme as características físicas e habilidades que são necessárias para cada posição. A ideia é que eles pensem como podem atuar em jogo, associando as funções dos jogadores com suas especialidades. Mas, lembre-se! Deixe que eles organizem e expliquem o porquê da organização.
No basquetebol, segundo Rodrigues e Darido (2012), os sistemas táticos defensivos são classificados como individual e por zona. No entanto, Oliveira e Paes (2012) identificam, para além desses dois sistemas, algumas variações, como: sistema sob pressão, misto e combinado.
Nesse tipo de sistema defensivo, cada atleta irá ficar responsável por marcar um jogador atacante da equipe adversária, acompanhando-o em toda a sua movimentação pela quadra. No Brasil, popularmente chamamos esse sistema de marcação homem a homem, como mostra a Figura 2.15 (RODRIGUES; DARIDO, 2012).
Se pensarmos na iniciação esportiva do basquetebol, esse tipo de sistema é o mais indicado, pois busca desenvolver o entendimento do aluno sobre: o que é marcação? Como devo marcar sem cometer uma falta? Que estratégias posso usar para roubar a bola? Entre outros.
Para Costa e Kravchychyn (2018), entre as principais vantagens da execução desse tipo de sistema defensivo pode-se identificar: desenvolvimento de responsabilidade e atenção (quem marca quem?); desenvolvimento dos fundamentos da posição básica e do deslocamento rápido de cada praticante; desenvolvimento do equilíbrio físico entre as equipes (jogador mais alto deve marcar o jogador oponente mais alto, o mais veloz deve marcar o oponente mais veloz, etc.) e o desenvolvimento de adaptação ao sistema tático ofensivo da equipe adversária. Para que tais vantagens sejam concretizadas, o praticante precisa ter consciência que: deverá manter a posição básica de defesa; ter atenção ao oponente que ficou responsável de marcar, e não na bola e estabelecer-se entre o atacante que está marcando e a cesta de campo.
Ao marcar o adversário que estiver com posse de bola, seus cuidados devem variar entre: permanecer a uma distância próxima do braço do atacante; ter paciência e não tomar decisões precipitadas ao tentar roubar a bola e induzir o oponente a se deslocar para o lado de menor habilidade, limitando sua ação (preferencialmente, laterais e cantos do território de jogo). No caso de marcação de adversário sem a posse de bola, os cuidados devem ser: auxílio ao companheiro, quando ele estiver próximo, marcando o adversário com a posse de bola, caso não consiga e seja superado pelo oponente; sempre estar atento e buscar antecipar o passe e estar sempre do lado contrário da bola, para enxergar o adversário correspondente e onde a bola está, permanecendo posicionado entre o adversário que está marcando e a cesta.
Conforme Rodrigues e Darido (2012), nos sistemas táticos defensivos por zona, cada defensor precisa cuidar e marcar um determinado espaço da quadra. Nesse sentido, ele precisa sempre estar em estado de alerta sobre a marcação do atleta que estiver no espaço que é responsável, como também ter visão da localização da bola para dar cobertura.
As vantagens desse tipo de sistema podem ser: valorização da estatura de cada jogador para determinar seu espaço de marcação (os mais altos, próximos da cesta para o rebote defensivo); dificultar a infiltração do oponente e em jogar próximo da meta e a recomposição da defesa se torna mais fácil (espaços já determinados).
No entanto, durante o ensino desse sistema é preciso sempre retomar a ideia de manter a posição básica de defesa e a visão sobre os deslocamentos contínuos. Isso se faz necessário porque o sistema por zona pode desenvolver uma acomodação desses fatores pelo praticante (COSTA; KRAVCHYCHYN, 2018).
Os sistemas defensivos por zona podem ser: 2-1-2 (mais utilizado atualmente), 2-3, 1-2-2, 3-2, 1-3-1 e 2-2-1 (Figura 2.16). Um ponto interessante de ser destacado é que, no basquetebol, há diferença em relação aos sistemas de jogo dos demais esportes de invasão. No futebol, por exemplo, a organização do sistema se configura da defesa para o ataque (4-4-2); já no basquete, os sistemas aqui descritos (exemplo: 2-3) são organizados do ataque para a defesa.
Com relação às diferenças entre os sistemas defensivos do basquetebol, citados na Figura anterior, nota-se uma preocupação com o jogo ofensivo da equipe adversária, progredindo de mais próximo da cesta (marcação próxima do garrafão) até mais distante, demonstrando maior atenção com arremessos de média e longa distância. Essa progressão dificulta a criação de jogadas pelos atacantes e propicia dobras (dois jogadores da defesa no mesmo atacante que está com a posse de bola em locais e momentos específicos).
Como fator surpresa, em determinados momentos da partida, em especial quando há alternância de ritmo ou de padrão de jogadas do time oponente, você pode utilizar o sistema sob pressão, pressionando os adversários ou imprimindo mais agressividade na defesa, na tentativa de recuperar a posse de bola. Lógico que não é apenas buscar recuperar a bola com roubadas. Com esse sistema, há grandes chances de o atleta adversário tomar decisões precipitadas, o que pode levar ao erro ou até mesmo violações.
Na organização desse tipo de sistema defensivo, a defesa sob pressão pode ser individual ou por zona. No caso dos espaços em que é executada, encontramos a defesa em quadra inteira, três quartos de quadra ou meia quadra.
Pode-se caracterizar o desenvolvimento na quadra inteira como uma ação que ocorre após a reposição de bola no fundo da quadra (rebote defensivo da equipe adversária), assim, impossibilitando uma configuração defensiva de imediato.
Com esse sistema tático em quadra inteira, alguns riscos podem ser ocasionados: criação de espaços vazios para os atacantes; maiores chances de cometer faltas; distanciamento maior entre os jogadores que estão defendendo e desgaste físico. Tais aspectos dificultam a continuidade desse sistema sob pressão por muito tempo. Por isso, para minimizá-los, são adotados os sistemas sob pressão em espaços menores do território de jogo.
Na defesa sob pressão em três quartos da quadra, há uma liberdade para a equipe que recuperou a posse de bola repor sua organização do fundo/lateral no quarto da sua quadra inicial. A pressão dos marcadores somente se inicia quando a bola perpassa a linha imaginária do primeiro defensor, o que induz ao desenvolvimento sob pressão e coberturas da equipe que está defendendo.
Outra estratégia sob pressão em espaços menores da quadra é a defesa sob pressão em meia quadra. O desenvolvimento dessa marcação acontece somente na quadra defensora, possibilitando dobras na defesa e melhores coberturas. Em caso de rebote defensivo do time oposto, esse sistema pode até acontecer, porém demandará mais agilidade e velocidade da equipe que irá executá-lo, o que demanda muito treino.
O sistema defensivo misto é executado, geralmente, ao se detectar, no time adversário, um ou dois atletas que se sobressaem no ataque. Nesse caso, pode-se estipular um ou dois defensores para executarem a marcação, enquanto os outros defensores desenvolvem a marcação por zona.
Como vantagens do uso do sistema misto pode-se identificar: dificuldade dos melhores jogadores adversários em agir na dinâmica do jogo; consequentemente, há uma alteração no padrão de jogo da equipe oposta; o que força o time adversário que está atacando a se adaptar ao sistema defensivo, realizando jogadas que podem não ter sido ensaiadas.
Para além das vantagens, também podemos encontrar riscos, por exemplo: menos defensores nas zonas da quadra, por conta da marcação homem a homem; consequentemente, o espaço da marcação por zona acaba sendo maior, o que exige atenção redobrada nas jogadas do time adversário, buscando a localização da bola e coberturas.
No sistema defensivo misto, faz-se necessário ressaltar que utilizar três ou mais atletas para realizarem a marcação homem a homem torna a defesa fragilizada, por isso é inviável tal situação. Deixar as zonas com um ou dois defensores, apenas, amplia bastante o espaço de marcação e cobertura dos jogadores (COSTA; KRAVCHYCHYN, 2018).
Esse tipo de sistema defensivo consiste na ação de estruturar dois sistemas (vistos anteriormente) com base na situação do jogo. Para melhor compreensão, podemos citar o seguinte exemplo: se a equipe que está atacando executa um mau arremesso, ocasionando a perda da bola, ou a equipe adversária realiza um rebote defensivo, a equipe que perdeu a posse de bola busca organizar sua defesa com o sistema por zona 2-1-2; contudo, se essa mesma equipe consegue converter seu arremesso na cesta, gerando a reposição de bola da equipe adversária, esta pode adotar o sistema sob pressão em quadra inteira.
Oliveira e Paes (2012) destacam que esse tipo de ação defensiva também pode ser combinado como uma estratégia de surpreender a equipe adversária, conhecido como match up. Por exemplo, uma equipe está defendendo por zona até a bola sair na lateral; após tal situação, a equipe troca de sistema defensivo e passa a marcar homem a homem, designando mais pressão no jogador adversário que está com a bola.
A ideia, ao criar essa combinação, é que a equipe oposta se confunda com a troca de sistema defensivo, aumentando as chances de erro no ataque. Vale ressaltar que, ao usar esse tipo de estratégia defensiva durante o jogo, a equipe precisa estar muito bem treinada e entrosada, não é mesmo?
Muito bem! Agora você já conhece os sistemas táticos de ataque e defesa que podem ser adotados no jogo de basquetebol. Contudo, não se esqueça de que você precisa trabalhá-los de maneira consciente em seus alunos. Por isso, aliadas aos fundamentos da modalidade, as intenções de jogo precisam estar claras, pois o aluno deve saber em quais momentos ele pode executar determinado movimento, para quem, com quem e qual o objetivo final da sua ação.
Situações táticas do basquetebol são todas as ações de ataque ou defesa que acontecem no coletivo ou no individual. Nesse sentido, considerando o conteúdo exposto sobre sistema tático ofensivo e sistema tático defensivo, analise as afirmativas seguintes e assinale a correta:
O sistema ofensivo de quatro abertos é uma solução para equipes que têm muitos atletas altos e de forte contato físico.
Justificativa: Incorreta, pois o sistema de quatro abertos se constitui de uma alternativa para equipes que não possuem atletas altos que podem exercer a função de pivô.
No sistema defensivo individual, cada atleta fica responsável por marcar em um determinado espaço da quadra.
Justificativa: Incorreta, pois no sistema defensivo individual a marcação acontece homem a homem, isto é, cada jogador é responsável por um adversário, em específico.
Nos sistemas por zona, cada defensor precisa cuidar e marcar um espaço da quadra, prestando atenção também na localização da bola.
Justificativa: Correta, pois na marcação por zona, para além de marcar quem está no seu espaço, o defensor precisa ficar atento à cobertura.
A defesa sob pressão é um tipo de sistema por zona, que acontece na quadra, inteira ou em três quartos.
Justificativa: Incorreta, pois a defesa sob pressão pode ser tanto individual como por zona, sendo desenvolvida em quadra inteira, três quartos da quadra ou meia quadra.
O sistema de defesa misto se caracteriza pela marcação individual, na qual cada defensor é responsável por um atleta adversário.
Justificativa: Incorreta, pois nesse sistema defensivo há uma mescla entre individual e por zona, com, no máximo, até dois jogadores realizando a marcação individual e os demais, por zona.
Olá, caro(a) aluno(a)! Acredito que, até este momento, já conseguiu vislumbrar e aprender muitos dos saberes que perpassam pela modalidade esportiva do basquetebol. Conhecer sua história, principais regras, fundamentos, funções dos jogadores e sistemas de jogo são conteúdos que precisará saber. Não que você tenha de dominar todos, principalmente, os fundamentos para então ensinar seus alunos, não é isso! O que se deseja enfatizar, aqui, é a necessidade de conhecer tais conteúdos previamente, para então apresentá-los e trabalhá-los com alunos em um processo pedagógico único de ensino e aprendizagem, aliando técnica e tática.
Nessa direção, com o objetivo de auxiliar sua futura atuação no contexto da escola, destacam-se, neste capítulo, exercícios e planos de aula que podem se tornar uma importante ferramenta para sua intervenção dentro do subcampo da Educação Física Escolar. Vale ressaltar que, tanto os exercícios como os planos, foram elaborados por autores que dedicam seus estudos e pesquisas à temática da pedagogia do esporte, em especial ao processo de ensino e aprendizagem do basquetebol.
Ao fazer sua leitura e apropriação desses modelos, é fundamental que não os considerem uma fórmula pronta de ensino do basquetebol. Pelo contrário, use-os como base para sua criatividade e prática, pois cada escola, nível de ensino, turma e aluno possuem suas particularidades e que devem ser levadas em consideração. Outro aspecto que deve ser refletido com bastante cautela é o conteúdo que será abordado em cada aula de basquetebol, isto é, o que, do basquete, deve ser ensinado ao aluno.
Rodrigues e Darido (2012) destacam que as aulas desse esporte, no cenário da escola, geralmente estão estruturadas exclusivamente no ensino dos gestos técnicos e/ou na vivência do jogo. Para os autores, aprender a dinâmica do jogo é um dos aspectos necessários das aulas no contexto da escola. Porém, limitar-se a somente esses conhecimentos, torna a compreensão restrita sobre tudo que está por trás do basquetebol. Por isso, é essencial que o professor estimule seu aluno a aprender a jogar, como também o ensine a respeito do esporte e como se relacionar dentro e fora da quadra.
Essa ideia vai ao encontro do que Coll et al. (2000) trazem em seus escritos: a necessidade de olhar para os conteúdos escolares de outra maneira. Para os autores, na escola há uma luta frequente para que tais materiais sejam inseridos no processo de ensino e aprendizagem, para além de fatos e conceitos, estratégias e habilidades de resolução de problemas, de enfrentamento de situações novas ou inesperadas, bem como que propiciem um trabalho em equipe, buscando o desenvolvimento de valores humanos.
Nesse caminho, nota-se, nos dias de hoje, uma busca constante por uma forma de ensino que valorize os conteúdos com base em suas dimensões, possibilitando a visibilidade de muitas ações que antes eram ocultas (currículo oculto). Essa classificação compreende os questionamentos a seguir: “o que se deve saber?” (dimensão conceitual), “o que se deve saber fazer?” (dimensão procedimental) e “como se deve ser?” (dimensão atitudinal). Tais dimensões se originam com o intuito de atender aos objetivos educacionais propostos por cada escola (RODRIGUES; DARIDO, 2012).
A divisão do conteúdo em dimensões serve para que nós, professores, saibamos todas as questões que devem ser, minimamente, respondidas nas aulas com aquele conteúdo específico. Tal divisão do conhecimento não pode ser efetivada no momento da atuação pedagógica, pois o aluno necessita compreender e analisar os conteúdos de maneira integrada. Você pode trabalhar com duas e até com as três dimensões ao mesmo tempo.
Por isso, quando o foco é a prática pedagógica do professor de Educação Física, em especial o basquetebol, há a relevância de se estimular, nos alunos, os relacionamentos e conhecimentos que se manifestam dessa prática corporal da cultura corporal de movimento, construindo um olhar para além da vivência dos fundamentos básicos da modalidade.
Como comentado no início desse tópico, os exercícios que serão apresentados, são modelos desenvolvidos por Moraes, Anselmo e Reis (2013). A ideia dos autores é trazer atividades baseadas em estruturas funcionais, as quais têm, como essência, as situações reais da dinâmica do jogo de basquetebol.
O foco é aprender a jogar jogando, sem que haja o desgaste do processo de ensino e aprendizagem por meio de repetições dos movimentos básicos inicialmente, para depois, após seu domínio, jogar. Fato que pode levar o aluno à desmotivação. O professor, ao considerar esse processo, avança no ensino, gradativamente, “[...] com qualidade, com paciência, com aumento da variabilidade das atividades diariamente, passo a passo, com paixão e coragem” (GRECO; SILVA; COSTA, 2013, p. 19).
Os exercícios propostos são: finta e recebe (Figura 2.17); passe e ataque (Figura 2.18); revezamento e ataque (Figura 2.19); posse de bola com coringa (Figura 2.20) e jogo de meia quadra (Figura 2.21).
Nesse exercício, os alunos devem experienciar a situação de receber a bola e/ou buscar sair da marcação para recebê-la, para então acertar a meta proposta. É uma situação de superioridade numérica no ataque, pois há a presença de um coringa, que auxilia na movimentação de bola.
Esse exercício busca trabalhar a ideia da imprevisibilidade no ataque e na defesa. É um jogo de igualdade numérica, no qual os alunos assumem o papel de atacante e de defensor, trabalhando as intenções táticas em ambos os papéis desempenhados em quadra.
Como você pôde perceber nesse exercício, além de trabalhar a ideia do sistema tático (ataque e defesa), os alunos também desempenham os gestos técnicos, aprimorando suas habilidades em relação, principalmente, ao drible e ao passe.
No exercício supracitado, a ideia principal é que os alunos criem uma consciência tática em equipe. O ataque pode aproveitar a superioridade numérica para criar alternativas de ataque. Além disso, também há a ideia de troca dos papéis de defesa para ataque entre as equipes, situação que acontece nas situações reais de jogo.
Nesse último exercício, os alunos realizam um jogo em ação de igualdade numérica, trabalhando situações táticas e técnicas do basquetebol para solucionar possíveis problemas de jogo tanto no ataque quanto na defesa.
De forma geral, nos exercícios anteriormente citados, referentes a ataque e defesa, você pôde conhecer algumas atividades que buscam desenvolver nos alunos ambos os papéis em igualdade numérica (1x1, 2x2 e 3x3), bem como, ao incluir o coringa, situações de superioridade numérica. Veja que, nesse processo, os fundamentos do basquetebol são vivenciados e praticados com base na dinâmica do jogo, especificamente, isto é, pelas ações táticas individual e coletiva.
Caro(a) aluno(a)! No subtópico anterior, você pôde se apropriar de exercícios de iniciação ao basquetebol, aliando técnica e tática de forma conjunta. Pois bem! Agora, a intenção é que possa acompanhar a organização e o desenvolvimento de um plano de aula que trate, como temática principal, da modalidade em questão. Você verá que, para uma boa atuação no contexto da escola, para além da temática e conteúdo, é preciso que objetivos, reflexões didáticas e atividades/exercícios estejam alinhados em um processo de ensino e aprendizagem legítimo.
Lembre-se! Um dos segredos do sucesso está no planejamento de intervenção no ambiente escolar. Dessa forma, pensar o plano de aula é uma maneira de deixar claras todas as ações trabalhadas em aula, as quais necessitam “[...] ser muito bem organizadas e estruturadas, pois delas decorrem o aprendizado e a futura autonomia dos alunos para que possam usufruir desses conhecimentos e vivências em suas vidas” (SOUZA; OLIVEIRA, 2018, p. 75).
Sendo assim, a seguir são apresentados dois planos (Quadro 2.2 e Quadro 2.3), estruturados por González et al. (2017), que discorrem sobre o ensino do basquetebol em contextos educacionais. Vamos conferir?
Quadro 2.2 – Plano deaula 1.
Fonte: González et al. (2017).
Durante a execução desse plano de aula 1, você precisa esclarecer, para o aluno, que sua observação precisa ser criteriosa, isto é, ele precisa saber o que deve ou não considerar para então agir (em direção à cesta ou em relação à proteção da bola, por exemplo). Por isso, sempre peça para que eles falem sobre o que fizeram ou devem fazer em situações específicas do jogo. O professor não precisa ser o único mediador. Os colegas podem desempenhar as funções de técnico e auxiliar nesse diálogo.
Quadro 2.3 – Plano de aula 2.
Fonte: González et al. (2017).
No plano de aula 2, note que a ideia é que o aluno perceba como o posicionamento dos defensores influencia no sucesso ou não do time adversário. Por isso, a necessidade de o aluno-técnico auxiliar nesse papel de observação do sistema tático ofensivo da equipe oponente. Mostre que um jogador pode se destacar pela sua defesa, e, não necessariamente, precisa ser o melhor atacante. Um fator importante: elogie os alunos pelos seus desempenhos, pois um feedback positivo pode motivá-los para as próximas aulas.
Veja que os planos de aulas aqui apresentados têm, em sua justificativa, a necessidade de trabalhar com o ensino da tática, com ênfase nos problemas táticos que devem ser solucionados no decorrer da aula. Lembre-se de que a técnica também é necessária. Você pode auxiliar os alunos, desenvolvendo neles a consciência sobre a melhor forma (gestos técnicos de sucesso) adotada para poderem dar sequência no jogo e atingir seu objetivo em quadra. Para a organização da dinâmica da aula, você precisa levar em consideração o número de alunos e o tempo de aula. A aula é de, aproximadamente, 60 minutos distribuídos em: roda inicial (5 minutos), primeiros movimentos (10 minutos), jogo inicial (10 minutos), tarefas desenvolvidas em forma de jogo (15 minutos), jogo final (15 minutos) e roda final (5 minutos). Um fator importante é que todos os alunos devem estar ao mesmo tempo realizando as atividades propostas. Em caso de espera durante a atividade, essa deve ser breve. Por isso, jogos reduzidos e atividades rápidas auxiliam nesse caso, instigando o aluno que está esperando a permanecer atento para entrar a qualquer momento na atividade. Como destacado anteriormente, são apenas modelos para que você possa ter como base. Use sua criatividade e busque sempre propiciar o seu melhor durante sua atuação pedagógica.
Muito bem! Chegamos ao momento final de nosso material sobre o basquetebol. Espero que você tenha aproveitado ao máximo todos os conteúdos que aqui são descritos e aproveite-os para ampliar e buscar ainda mais materiais referentes ao basquetebol, pois sabemos que o assunto não se esgota aqui.
Durante sua intervenção no contexto da escola, ao ensinar o basquetebol, muitos cuidados precisam ser considerados para o sucesso de sua atuação. Nesse sentido, em relação à prática do professor dentro da escola, analise as afirmações seguintes e assinale a correta.
Ao ensinar basquetebol, o professor precisa considerar somente os movimentos técnicos.
Justificativa: incorreta. No momento seguinte à chegada do futebol no Brasil, apenas os membros da elite podiam praticar o esporte.
O Brasil é o único país que participou de todas as Copas do Mundo e também o único país hexacampeão dessa competição.
Justificativa: incorreta. O Brasil possui o pentacampeonato da Copa do Mundo.
O primeiro clássico do futebol brasileiro foi realizado entre os clubes paulistas Corinthians e São Paulo, com vitória da equipe do Corinthians, por 3 a 2.
Justificativa: incorreta. O primeiro clássico do futebol brasileiro, conhecido atualmente como FLA-FLU, foi realizado entre os clubes cariocas Flamengo e Fluminense.
O The Bangu Athletic Club (1904) foi o primeiro clube formado por trabalhadores no Brasil, imigrantes ingleses funcionários da Companhia Progresso Nacional.
Justificativa correta. O The Bangu Athletic Club foi o primeiro clube formado por trabalhadores no Brasil, que eram imigrantes oriundos da Inglaterra que trabalhavam na Companhia Progresso.
As primeiras regras uniformizadas do futebol moderno surgiram em 1904, com a criação da Federação Internacional de Futebol (FIFA).
Justificativa: incorreta. As primeiras regras uniformizadas do futebol moderno surgiram em 1848, na Universidade de Cambridge, Inglaterra.
Nome do livro: Esportes de invasão
Editora: EdUEM
Autores: Fernando Jaime González, Suraya Cristina Darido e Amauri Aparecido Bássoli de Oliveira
ISBN: 978-85-7628-602-8
O livro tem, como objetivo, apresentar as modalidades de esporte de invasão: basquetebol, futebol, futsal, handebol e frisbee, de maneira educativa e didática aos professores de Educação Física que atuam em contextos educacionais, bem como possibilita que o leitor (professor de Educação Física) tenha acesso a um leque de planos de aulas que podem servir de modelo para sua atuação profissional.
Nome do livro: Manual das práticas dos esportes no Programa Segundo Tempo
Editora: EdUEM
Autores: Pablo Juan Greco, Juan Carlos Moraes, Gustavo de Conti Costa
ISBN: 978-85-7628-534-2
Esse material traz, como foco principal, o ensino dos esportes na área da educação. Ele foi organizado como suporte para o desenvolvimento das atividades do Programa Segundo Tempo (PST), vinculado ao Ministério do Esporte, que atende crianças em todo o Brasil. Além de apresentar a metodologia do PST, no final, os autores apresentam exercícios, que podem ser adotados em nossas aulas de Educação Física Escolar.
Nome do filme: Coach Carter – treino para a vida
Gênero: drama
Ano: 2005
Elenco principal: Samuel L. Jackson, Rob Brown e Ashanti
Ken Carter, dono de uma loja esportiva, é convidado para ser o técnico de basquetebol de sua antiga escola, que já foi famosa no esporte e que fica em uma região de grande vulnerabilidade social. Ao aceitar, reestrutura toda a dinâmica de treinos, com um rígido regime, o que causa bastante revolta entre os jovens atletas. A barreira inicial acaba e o time passa a ter ótimos resultados. No entanto, em um determinado momento, a equipe começa a cair de rendimento e Carter descobre que seus atletas estão com problemas escolares e familiares. Para tentar reerguer o time, não só na quadra, mas também fora dela, ele toma uma atitude que surpreende a todos. É um filme inspirador, pois mostra a luta de um técnico que, por meio do esporte, tenta mudar a vida de seus jogadores, para que não sigam o caminho do fracasso. Mostra a importância das escolhas que fazemos para nosso futuro.
Nome do filme: Estrada para a glória
Gênero: drama
Ano: 2004
Elenco principal: Josh Lucas, Derek Luke e Austin Nichols
O filme conta a história real da primeira equipe de basquetebol dos Estados Unidos, que teve, como atletas titulares, apenas negros. É interessante acompanhar como o treinador Don Hanskins trata dessa situação e luta contra, em um período de grande racismo. Filme emocionante, que, além de trabalhar a questão de rendimento para a busca de vitórias, demonstra a superação da discriminação racial de maneira nobre e incrível.