Prezado(a) aluno(a), continuaremos os estudos sobre as cozinhas regionais do Brasil, para que você possa compreender mais a respeito dessa rica culinária, cheia de nuances e detalhes interessantes, que se destacam na gastronomia do país.
Nesta unidade, apresentaremos as características das cozinhas da regiões nordeste, norte e do sertão do Brasil. Essas três cozinhas e suas diversidades têm pratos únicos, que retratam cada estado e região, e que, ao se juntarem, oferecem pratos típicos e peculiares, os quais evidenciam uma mistura de cores, sabores e aromas, deixando, assim, suas marcas na história da gastronomia brasileira.
O nordeste é uma das regiões mais ricas em diversidade cultural e elementos naturais que influenciam, diretamente, a gastronomia local. A região norte, por sua vez, tem uma cozinha heterogênea, cheia de atributos e com ampla variedade de produtos, insumos e aromas.
Há mais de 30 mil espécies catalogadas em relação à biodiversidade da região norte, o que não se compara com outras partes do mundo. Nesse bioma, há frutas como açaí, cupuaçu, taperebá e graviola, além de temperos variados, de plantas como alfavaca, vinagreira e jambu, e de uma vasta seleção de pimentas e peixes. Essa cozinha é rica de herança indígena, devido a algumas técnicas que ainda são utilizadas no preparo dos alimentos.
O sertão é uma cozinha reconhecida por resistir às condições adversas, aos recursos parcos e por ter como principal característica a condição seca. O sertanejo é um povo que resiste, por vezes, às condições nada favoráveis e, nesse contexto, consegue se alimentar. Essa luta fez esse povo inventar pratos, dando vida a alguns ingredientes. Ademais, nessa região, utiliza-se muito a carne-seca, o bode, a rapadura e o feijão.
A alimentação alinhada a tradições no preparo dos alimentos, caracterizando a gastronomia local e o preparo final dos alimentos, correspondem a um forte elemento cultural de um povo, visto que essas tradições envolvem receitas e peculiaridades. Essas práticas se unem à cultura e aos hábitos diferenciados na maneira de plantar, cultivar ou criar, devido às questões geográficas, históricas e culturais, muitas vezes, herdadas dos colonizadores.
Outro fator que pode ser salientado refere-se aos hábitos adquiridos ao longo do tempo e que integram a cultura alimentar de um povo. Assim, é muito importante analisar os detalhes de um grupo, entender como as receitas são geradas e detalhar todos os métodos de preparo. Isso porque, segundo Franco (2001), o processo de cozinhar compreende a formação dos gostos e hábitos alimentares.
Nesse sentido, o gosto não é algo inato, mas é ensinado e faz parte da cultura. Entender isso permite compreender como e com o que se alimentar, pois a sociedade forma o caráter do homem, o que inclui sua maneira de pensar e se alimentar. Assim, a comida é um meio de identificação, afirmação e de pertencimento, além de ser uma poderosa ferramenta de expressão (Figura 3.1). Por meio dos alimentos e do ato de comer, comunicam-se valores e cultura e são produzidos significados relacionados à identidade, inclusive, mediante os hábitos alimentares individuais.
Comer não é um ato solitário ou autônomo do ser humano, ao contrário, é a origem da socialização, pois, nas formas coletivas de se obter a comida, a espécie humana desenvolveu utensílios culturais diversos, talvez até mesmo a própria linguagem (CARNEIRO, 2005, p. 71).
A relação entre a gastronomia e a identidade regional mostra a alimentação como linguagem ligada à cultura regional, por meio dos costumes e comportamentos de uma sociedade. Esse fato integra as preparações alimentares, pois o modo de cozinhar se relaciona, diretamente, com o modo de vida de uma população (MULLER; AMARAL; REMOR, 2010).
O que se denomina cozinha nacional é, na verdade, um conjunto de fatores migratórios, com temperos adaptados e junção de sabores que enriquecem e melhoram a cultura alimentar brasileira, antes, baseada na mandioca, em raízes, na caça e na pesca, apenas. Dessa forma, os brasileiros devem aos colonizadores, em especial, aos europeus e africanos, a gratidão por juntarem várias formas de se alimentar em uma única cozinha.
As técnicas de preparo e manipulação dos alimentos foram ganhando adaptações. Por exemplo, os índios comiam alimentos in natura e, muitas vezes, no moquém, mas, com a chegada dos portugueses, a carne passou a ser salgada, para a sua conservação, as frutas começaram a ser utilizadas em conservas e compotas, o fogão à lenha começou a ser usado (na parte de fora da casa grande, nas refeições do dia a dia), e as pessoas passaram a empregar a técnica de fazer guisados.
Como exemplo da influência dos escravos, é possível mencionar os alimentos fritos, imersos em azeite de dendê. Dos europeus, a culinária herdou o aproveitamento integral dos alimentos, e, dos japoneses, o hábito de comer alimentos crus, como sushis e sashimis. Todos esses povos têm seus próprios métodos de cocção e suas técnicas de conservação e manipulação dos alimentos (DINIZ et al., 2018).
O gosto não é algo inato, mas é ensinado, é parte da cultura. Nesse sentido, além de influenciar o caráter do homem, a sociedade molda a forma como ele pensa e se alimenta. Com base nos estudos apresentados nesta unidade, assinale a alternativa correta.
A cultura alimentar de um povo relaciona-se às necessidades biológicas, apenas.
Incorreta. Pois a cultura alimentar de um povo relaciona-se a muitos elementos que constituem uma sociedade. Além das necessidades biológicos, as influências externas, o clima, a vegetação e os elementos culturais e sociais formam a maneira de se alimentar uma sociedade.
A cultura alimentar de uma sociedade é uma poderosa ferramenta de comunicação.
Correta. Pois a cultura alimentar que caracteriza um povo representa uma ótima ferramenta de comunicação e contribui, significativamente, para a formação de uma sociedade.
A alimentação não se relaciona com a forma de se comunicar de um grupo de pessoas.
Incorreta. Pois todos os elementos que integram a forma de se alimentar de um povo também se relacionam com o modo de se expressar, de se comunicar, desse povo.
As técnicas de preparo dos alimentos não se relacionam com a cultura de um povo.
Incorreta. Pois os ingredientes e insumos de uma região, assim como as técnicas de preparo dos alimentos, estruturam e formam a cultura alimentar de uma sociedade.
A cultura alimentar não integra as técnicas utilizadas no preparo dos alimentos que caracterizam uma região.
Incorreta. Pois a cultura alimentar é formada por todos os hábitos alimentares e costumes de uma sociedade. Nesse contexto, há os insumos, o modo de preparo dos alimentos, além de muito outros elementos.
A região nordeste é caracterizada por um estilo de vida que se diferencia das demais regiões do Brasil. Nesse contexto, há peculiaridades típicas da região, como festas (Figura 3.2), tradições e uma gastronomia única, que se destacam na cultura brasileira (DINIZ et al., 2018).
Os acontecimentos históricos e culturais e as influências alimentares proporcionaram um grande leque alimentar para o Brasil, com muita diversificação de insumos e pratos culinários.
O nordeste brasileiro abrange os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Cada um desses estados tem suas peculiaridades, devido a questões demográficas, aspectos econômicos e características territoriais. Essa região abriga Salvador, que foi a primeira capital brasileira, entre 1549 e 1763. Foi nessa cidade que, em 22 de janeiro de 1808, a família real chegou com toda sua corte, vindos de Portugal, e permaneceu por alguns dias.
A influência estrangeira nos hábitos alimentares dos nordestinos está presente até hoje. Historicamente, segundo Freyre (2003), a tríade índio, africano e europeu influenciou a culinária do nordeste. Dessa maneira, a miscigenação étnica e cultural foi a base para a composição da população nordestina, mas a mistura de etnias não ocorreu de modo uniforme em todo o nordeste. Conforme expõem Diniz et al. (2018, p. 132),
a culinária nordestina foi diretamente influenciada pelos fatores socioeconômicos da região. Os pratos têm características da culinária portuguesa, conhecida durante o período colonial; da cultura africana, a qual foi absorvida na época da escravidão; e da comida indígena, sendo esta herança herdada da população nativa. Devido ao bioma da Caatinga, os pratos adquiriram um sabor forte, apimentado e com alto teor calórico. Já no litoral, essas comidas receberam um sabor carregado, além de uma variedade de ingredientes e cores.
Na região nordeste, o sertão tem uma cozinha mais simples, por causa da distância em relação ao mar, da escassez de água e das fontes precárias de agricultura e pecuária, por exemplo. Nesse contexto, a comida é mais seca, devido ao clima. Nessa região, é preciso adaptar a alimentação, para que a sobrevivência das pessoas se torne mais fácil.
Algumas carnes, como a de bode, são amplamente consumidas, e a carne-seca é comum nos pratos preparados pelo sertanejo (Figura 3.3). A vaca é muito importante para a produção de leite, que é utilizado para produzir manteiga de garrafa e queijos, como o coalho e do sertão.
Os hábitos alimentares da região nordeste incluem uma variedade muito grande de peixes e frutos do mar, como pescada-amarela, robalo, peixe-pedra, cioba, camarão, siri e caranguejo, devido à ampla faixa litorânea que permeia essa região. A diversidade de legumes e frutas possibilita uma maior quantidade de receitas, como os doces e as compotas. O litoral também oferece o coco e alguns de seus derivados, como o leite de coco, que é utilizado, principalmente, em moquecas, cocadas e doce de coco-verde.
Da agricultura, obtém-se coco-de-dendê, jerimum, macaxeira, milho e frutas. Dessa forma, as frutas são outra fonte de alimentação que se destaca nessa região, devido à variedade e aos possíveis usos. Como exemplo, há: abacaxi, acerola, caju, cajá, carambola, mangaba, manga, pitomba, sapoti, seriguela, jaca e goiaba (Figura 3.4) (DINIZ et al., 2018).
As farinhas, provenientes do amplo uso da mandioca e da cultura de subsistência, são abundantes no litoral e são incluídas em pratos variados, como farofa, pirão e tapioca (Figura 3.5). As farinhas são a base de muitos pratos que acompanham outros ou são o principal elemento, como no caso do peixe-seco, da carne de sol e dos caldinhos de feijão, camarão e peixe.
Gilberto Freyre, em seu livro “Açúcar”, afirma que
a marmelada, o caju e a goiabada tornaram-se, desde os tempos coloniais, os grandes doces das casa-grandes. A banana assada ou frita com canela, uma das sobremesas mais estimadas das casas patriarcais, ao lado do mel de engenho com farinha de mandioca, com cará, com macaxeira; ao lado do sabongo (doce de coco com o mel de engenho) e do doce de coco verde e, mais tarde, do doce com queijo – combinação tão saborosamente brasileira (FREYRE, 1987, p. 57).
A herança da época dos engenhos da região inclui os métodos de preparo de muitos doces, como geleias e compotas, que têm as frutas como base. Ainda, há o uso de melado de cana, rapadura, açúcar mascavo, dentre outros produtos, além dos bolos e alguns, inclusive, recebem o nome de latifundiários e personalidades da época dos engenhos, a fim de homenagear essas pessoas (Figura 3.6).
O bolo Souza Leão é um muito conhecido na culinária pernambucana, em especial, por estar relacionado a acontecimentos históricos que marcaram a cultura local. Assim, é um registro da gastronomia desse local, tanto que, em 22 de maio de 2008, o então governador Eduardo Campos sancionou a Lei Ordinária nº 357/2007, de autoria do deputado Pedro Eurico, que deu ao bolo Souza Leão o título de Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado de Pernambuco.
Ademais, outros pratos típicos representam a região de Pernambuco, como a buchada de bode e o sarapatel, que é feito com vísceras e miúdos de porco (Figura 3.7) (DINIZ et al., 2018).
O Maranhão, por estar entre o norte e o nordeste, conseguiu absorver estilos dessas duas regiões. A geografia desse estado permite o uso de diversos produtos que estão à disposição na região, o que promove a criação de diferentes pratos.
O Maranhão é um “estado de fronteira”, privilegiado por vegetação e flora diversificadas, além das especiarias e da vasta quantidade de peixes que enriquecem a gastronomia local. A cozinha maranhense é mais saudável que a dos estados vizinhos, pois, além de utilizar tomate e temperos como cebola, pimentão, alho e cebolinha, usa pouca pimenta e quantidades mínimas de gordura (CAMPOS et al., 2009).
Um dos ingredientes de maior destaque na cozinha maranhense é o arroz, devido à quantidade de receitas feitas com esse grão, inclusive, os maranhenses têm o apelido de papa-arroz. O arroz de jaçanã, por exemplo, é feito com um tipo de marreco selvagem, além de carne de sol, toucinho, mariscos, caranguejo, camarão e vinagreira.
Por sua vez, o arroz de cuxá é preparado com pasta de cuxá, vinagreira (erva regional que tem um leve amargor, também conhecida como azedinha), camarão seco, pignoli (tipo de castanha) e gergelim, ingredientes que são amassados em um pilão. O arroz de cuxá é um símbolo do Maranhão e tem um contexto mais histórico, visto que os ingredientes utilizados no preparo desse prato remetem à globalização e aos formadores desse estado, além disso, o caruru é herança dos índios, a vinagreira ou azedinha tem origem africana, o gergelim é herança dos árabes e o modo de preparo tem origem portuguesa. Assim, a cozinha do maranhense tem influências dos ingredientes, das técnicas e dos pratos portugueses, africanos, árabes e indígenas.
Os peixes encontrados no litoral maranhense são peixe-pedra, pescada-amarela, camurim, pirapema, dentre outros, preparados, geralmente, como escabeche, o que inclui pimentão, cheiro-verde e tomate. Os frutos do mar mais consumidos são: camarão, patinha de caranguejo e tarioba, um marisco que tem concha esverdeada e que, em geral, é feito no vapor.
Quanto aos tubérculos utilizados na culinária maranhense, é possível mencionar: cará, inhame, macaxeira e batata doce. Ademais, pratos maranhenses mais fortes e que têm influência dos colonizadores são o mocotó (Figura 3.8), o chambaril (ossobuco) e a rabada.
O Maranhão tem uma vasta abundância de frutas, como abricó, juçara e bacuri, que são utilizadas no preparo de doces muito consumidos na região. Ademais, é possível mencionar um óleo muito especial, denominado babaçu, que é retirado de uma palmeira alta e tem propriedades benéficas à saúde. As bebidas também dão fama ao estado, como é caso da tiquira, uma aguardente feita de mandioca e que tem uma cor um pouco lilás.
Outro estado que tem muitas características gastronômicas peculiares é a Bahia. Nesse caso, é válido ressaltar a importância dos africanos e como eles contribuíram, de forma positiva, para a gastronômica e a cultural desse local. No cenário litorâneo da Bahia, há muitos coqueirais e dendezeiros, plantas que foram trazidas pelos africanos escravizados.
É importante salientar que a palavra “moqueca” tem raiz indígena, ou seja, não é um vocábulo de origem africana, mas tupi (FREIXA, 2015). Essa palavra vem de “pokeka”, como afirma Câmara Cascudo, em “História da alimentação no Brasil” (2011).
O prato que conhecemos hoje é uma evolução de outra receita, moqueca enfolhada, de origem indígena, que é mais seca, sem caldo, com tomate e coentro, envolvida em folhas de bananeira e assada. A versão baiana incorporou leite de coco, dendê e pimenta-malagueta.
No contexto dos ingredientes mencionados, salienta-se que, ao desembarcarem no Brasil, em suas bagagens, os africanos trouxeram sementes que se aclimataram tão bem que parecem locais. Dentre esses ingredientes, há: coco, dendê, quiabo e pimenta-malagueta (tempero fundamental na culinária africana e que é utilizada em muitas preparações, de formas variadas: fresca, em conserva e em geleias e compotas).
As “comidas de santo” também têm influência africana e são uma maneira de esse povo praticar sua crença religiosa. Essas comidas são feitas como oferendas a um orixá do candomblé, o que reforça a cultura afro na “Bahia de todos os santos”. Um dos pratos desse contexto religioso é o abará (Figura 3.9), que é feito com camarão seco, feijão-fradinho, cebola e azeite de dendê. Por sua vez, o acaçá é um bolo de arroz ou de milho, envolvido em folhas de bananeira e cozido em banho-maria. O apreciador desse prato é o Oxalá, pai de todos os orixás.
O guisado caruru, o vatapá, que serve como prato principal, e, também, o acarajé, o bolinho mais famoso da Bahia, feito à base de feijão-fradinho amassado e frito na hora em azeite de dendê, são os principais pratos que representam a Bahia. Espalhado por todas as barracas baianas, esse bolinho é tão importante que foi considerado patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Outro fator nesse estado é a sua rica fruticultura, que engloba frutas como cacau, umbu, licuri, biri-biri, maracujá e manga. Essas frutas rendem muitos doces, sobremesas e sucos saborosos. Na Bahia, há um cardápio extenso que faz parte da rotina alimentar das pessoas. Nesse cardápio, há: bobó de camarão, feito com creme de mandioca, camarão e alguns temperos; xinxim de galinha, que, dentre outros ingredientes, tem coentro e dendê; arroz de hauçá que, dentre seus ingredientes, tem camarão, carne-seca e leite de coco; sarapatel, feito com miúdos de porco e alguns temperos.
A mistura de temperos africanos, com toques indígenas e portugueses resulta em uma variedade de pratos e sabores exclusivos desse estado da alegria. O acarajé, abará, caruru e moquecas são um convite à degustação. Mas, para além da cozinha afro-baiana, a culinária característica do sertão baiano inova em receitas à base de pirão, farofa e carne seca, ingredientes fundamentais na panela – ou tacho – do sertanejo (CAMPOS et al., 2009, p. 3).
O cacau (Figura 3.10) é um dos frutos muito presentes na Bahia. O escritor Jorge Amado descreveu esse fruto em muitas de suas obras, inclusive, há uma com esse nome, Cacau (1993), que remete a muitas fazendas dos arredores de Ilhéus. Esse fruto era exportado e foi o responsável por enriquecer muitos fazendeiros, os coronéis do cacau, em outras épocas. Assim, essa era considerada a cozinha dos coronéis do cacau, tamanha a importância desses senhores para a economia local.
Um hábito cultural da Bahia corresponde aos almoços realizados aos sábados, com um cardápio variado. Em muitas cidades desse estado, o sábado é o dia de feira, dia de comprar frutas, legumes, verduras e peixes e de aproveitar o frescor desses alimentos para preparar o almoço.
O litoral da Bahia oferece uma quantidade vasta de peixes, como a pititinga, e frutos do mar, como camarões, lambreta, siri-mole e caranguejos. É possível descrever vários elementos da cozinha baiana e fazer uma divisão por regiões, mas, independente da época e de novas receitas, por exemplo, o povo continua a utilizar alimentos considerados base, como pimenta, farinha, azeite de dendê (Figura 3.11), feijão e coco. Portanto, mesmo com as novas tecnologias e ofertas de alimentos no mercado, a culinária baiana mantém o propósito de passar, de geração para geração, essa rica cultura alimentar.
Quando se trata do recôncavo baiano e de suas influências multiculturais, é possível afirmar que esse é um dos poucos lugares que conseguiram preservar suas raízes africanas e valorizar essas tradições.
Por sua vez, Alagoas é um famoso estado do nordeste brasileiro que une belas águas e paisagens. Os destaques na alimentação das pessoas que vivem nesse local são, com certeza, os peixes e frutos do mar (DINIZ et al., 2018). Os coqueiros também compõem a beleza do estado e fornecem o fruto (coco) que completa alguns pratos, como o siri, que é acompanhado de farofa de coco, e a pituzada (Figura 3.12) que, além do pitu, contém leite de coco.
O coco está presente em muitos pratos quentes e frios, sendo uma marca importante dessa culinária tão atrativa e saborosa. A polpa do coco, por exemplo, é muito utilizada no preparo de doces, assados em forno à lenha e embalados em folha de bananeira, assim como o bolo de milho, a macaxeira e a puba.
Outro prato característico da culinária alagoana é feito com carne de sol, que é consumida de várias maneiras, substituindo as carnes tradicionais. A carne de sol é saboreada com fava, macaxeira, feijoada, etc. Em relação às frutas, é possível mencionar: mangaba (Figura 3.13), tamarindo, cajá, umbu, dentre outras. Os alagoanos têm o costume de fazer doces com essas frutas, cozinhando-as em tachos. Também, há diferentes licores, como o de jenipapo, e uma bebida denominada cachimbo, que é feita com mel e aguardente.
No estado denominado Paraíba, por sua vez, assim como em outros estados, há mariscos, camarões, lagostas e caranguejos, que podem ser saboreados com leite de coco, tomate, batatas, cebolas e cheiro-verde. No sertão da Paraíba, há muito consumo de cuscuz, jerimum e carne de sol (Figura 3.14), que podem ser acompanhados com macaxeira, manteiga de garrafa, cebolas, pirão de mandioca, etc.
No Rio Grande do Norte, houve uma influência muito forte dos portugueses e dos índios na cultura, inclusive, em relação ao cultivo dos alimentos. O estado é um dos maiores produtores de camarão do Brasil, sendo um dos responsáveis por abastecer o mercado interno.
Pela sua localização geográfica privilegiada, o Rio Grande do Norte, às margens do Atlântico, tem uma culinária que se divide entre os produtos da terra e os frutos do mar. Entre as mais variadas comidas que o povo consome há séculos, no interior do Estado estão aquelas que derivam da atividade pecuária: a carne-de-sol, a paçoca, o queijo de manteiga e de coalho, a coalhada, etc. Também é comum as comidas preparadas com produtos da terra como a mandioca, milho verde, coco, etc. (DINIZ et al., 2018, p. 138).
O estado também pode se orgulhar da produção de carne de sol e por apresentar excelência nessa técnica. Essa carne, geralmente, é utilizada no preparo de uma iguaria do estado: o baião de dois. Esse prato é feito com arroz, temperos, feijão, queijo coalho, pedaços de carne de sol (ou linguiça, dependendo do local), coentro e tomate.
O arroz de leite (Figura 3.15) também é famoso. Esse prato pode ser feito com arroz-vermelho e serve de acompanhamento. No fim do cozimento, acrescenta-se leite com manteiga, algo que confere sabor e textura cremosa ao prato. Outro acompanhamento da carne de sol é o feijão-verde ou o feijão-de-corda.
O caju, por ser uma fruta abundante, é a base de muitos doces em forma de compota e calda. No Rio Grande do Norte, há uma sobremesa chamada cartola, que é feita com bananas em tiras, fritas ou cozidas, queijo coalho ou queijo manteiga, açúcar mascavo e canela. Na região de Mossoró, a flor-de-sal (Figura 3.16) é aclamada pela gastronomia; os cristais são colhidos na superfície das salinas dessa região.
O estado denominado Sergipe é caracterizado pelo grande consumo de peixes, principalmente na capital, Aracaju, e em suas cercanias. A ampla variedade de peixes deve-se ao rio São Francisco, conhecido como Velho Chico. Nesse sentido, a proximidade litorânea promove um cardápio que se identifica com essa proximidade. Dentre os pratos dessa região, destaca-se o que é feito com surubim (Figura 3.17), muitas vezes, na brasa e com leite de coco.
Aracaju pode ser considerada uma das capitais nordestinas mais tranquilas. Por ter uma ótima arborização, essa cidade transmite a mensagem de paz.
Outros alimentos que se destacam na região são: moqueca, caranguejo, aratu (caranguejo de mangue muito consumido), casquinha de caranguejo, caldo de frutos do mar, caldeirada sergipana e castanha-de-caju.
A maneira de se alimentar das pessoas que vivem no sertão difere-se bastante da forma como as pessoas que vivem no litoral se alimentam, pois as que moram no serão consomem mais carnes, em pratos como buchada e rabada. De forma geral, no Sergipe, há muito consumo de: macaxeira, inhame, jerimum, batata-doce, cuscuz, beiju de tapioca e frutas (pitomba, mangaba, jaca dura, araçá, graviola e seriguela) (Figura 3.18), que são servidas in natura ou como sorvetes, geleias e doces caseiros.
Na cidade de São Cristóvão, no Sergipe, é produzida a queijadinha, um doce de origem portuguesa, que é a marca da cidade. Apesar desse nome, no processo de produção desse doce não se adiciona queijo. Na verdade, o doce é feito como uma broa coberta com cocada.
O Ceará é um estado que tem uma faixa litorânea que chega a 573 quilômetros e que sofreu influências de índios, europeus e africanos. Essa herança tem reflexo nas práticas alimentares da região. Devido ao mar, há abundância de peixes, siris, caranguejos, lagostas e camarões, que possibilitam cardápios variados. Por exemplo, a peixada, feita com beijupirá ou robalo, cebolas, batatas, ovo, leite de coco e tomate.
Outro estado que tem receitas típicas é o Piauí, que tem como capital Teresina. As pessoas dessa região consomem pescados, como curimatã e surubim, peixes de água-doce. No litoral, também são consumidos muitos peixes e frutos do mar, como caranguejos, ostras e camarões.
Dentre as contribuições dos índios para a culinária desse estado ser tão apreciada, é possível mencionar alimentos já citados em outros estados, como pimenta, milho, macaxeira, mel e farinha de mandioca. Quanto à preparação dos pratos, a influência indígena refere-se ao uso da panela de barro.
A contribuição indígena no Piauí também está relacionada à chamada cozinha de vaqueiro, que utiliza diversos temperos no preparo de carne de sol, galinha à cabidela (cozida no próprio sangue) e buchada de bode, a qual utiliza os miúdos do bode, cozidos dentro do bucho do animal, com vários temperos de origem indígena.
Outro prato muito apreciado é o capote, galinha-da-angola, e o capão, galo capado, recheado com seus miúdos e assado. Dentre as carnes de caça, consome-se o tatu, que é preparado de diversas maneiras, inclusive, com o uso de leite de coco.
Ademais, o piauiense utiliza temperos como cominho, pimenta e açafrão (Figura 3.19), que, comumente, é adicionado ao arroz no sertão do estado. Uma bebida famosa no Piauí é a cajuína, considerada patrimônio local, que é feita à base de caju.
Nesse estado, também há o consumo de doces feitos com as frutas da região, como mangaba, bacuri, buriti e goiabas.
A gastronomia do nordeste brasileira é marcada por sua riqueza e sua diversidade. Dentre tantos pratos típicos, um dos que mais caracterizam a região é o baião de dois, que contém arroz e feijão, dois insumos muito apreciados pelos brasileiros. Para saber um pouco mais a respeito do preparo desse prato tão saboroso e famoso na região nordestina, acesse o link: <https://www.youtube.com/watch?v=JgLuE9lcudI>. Acesso em: 17 jan. 2020.
A gastronomia nordestina é marcada por uma ampla variedade de insumos e práticas que se diferenciam das demais regiões do país. Essa é uma culinária diferenciada e que impressiona a todos que conhecem seus sabores. Com base nos estudos desta unidade, assinale a alternativa correta.
O sarapatel é um prato típico, que caracteriza a região de Pernambuco.
Correta. Pois, em Pernambuco, pratos como sarapatel e buchada de bode caracterizam a região. Esses pratos típicos são feitos com as vísceras e os miúdos de porco e são muito famosos na culinária local.
A cajuína é uma bebida feita a partir do caju e é típica da Bahia.
Incorreta: Pois a cajuína é uma bebida considerada patrimônio local do Piauí.
Muitos bolos fazem sucesso na região do Maranhão, como o bolo de rolo.
Incorreta. Pois o consumo de bolos, em especial, do bolo de rolo, tem muito destaque em Pernambuco. O bolo de rolo é um alimento típico regional desse estado.
A seriguela é uma fruta característica do Rio Grande do Norte.
Incorreta. Pois a seriguela é uma fruta que apresenta grande destaque na região de Sergipe, integrando, assim, as práticas alimentares das pessoas que vivem nessa região.
As carnes-secas são alimentos excluídos da culinária nordestina.
Incorreta. Pois as carnes-secas são muito consumidas no nordeste, sendo utilizadas em uma ampla variedade de preparações.
A região norte do Brasil tem uma biodiversidade extremamente rica, é considerada patrimônio da humanidade e é o berço da cultura indígena. Por longos anos, a densa floresta tropical, protegida por rios e que tem chuvas torrenciais, esteve resguardada em relação a outras regiões, devido, por exemplo, à dificuldade de acesso. Nesse sentido, muitos hábitos alimentares foram preservados por causa dessa dificuldade. Hoje, ainda há lugares a serem desbravados; muitos só têm acesso com barco, o que pode demorar dias (Figura 3.20).
A região norte é formada por Amazonas (AM), Acre (AC), Roraima (RR), Rondônia (RO), Pará (PA), Amapá (AP) e Tocantins (TO), estados caracterizados por sua rica biodiversidade (DINIZ et al., 2018). Nessa região, já foram catalogados 180 tipos de frutas comestíveis, mais de 30 mil espécies de plantas, além de uma enorme quantidade de peixes, aves e mamíferos. O norte do Brasil ainda preserva muito da cultura indígena. Nessa região, nasceu o que se denomina cozinha brasileira, por ter raízes próprias e originais.
Como exposto anteriormente, um dos pilares mais fortes dessa cozinha é a mandioca, presença constante em muitos pratos. O consumo dessa raiz é herança dos indígenas. Com a mandioca, é possível produzir diferentes tipos de farinhas (como a tapioca), polvilho (Figura 3.21), goma, xibé, caldo de tucupi, dentre outros preparos. Essas são as bases de outras receitas, aumentado, assim, o leque de produtos feitos com essa raiz.
Os peixes mais consumidos nessa região são: tambaqui, pirarucu, filhote, tucunaré e gurijuba.
No Pará, os pratos mais consumidos são: pato no tucupi, tacacá, maniçoba, açaí com filhote e tapioca. Dentre as ervas, é possível mencionar o jambu que, ao ser consumido, produz uma leve sensação de dormência na língua. Além desses alimentos, há:
Por sua vez, o Amapá, que tem como capital Macapá, tem uma rica fauna e uma grande riqueza escondida em seus rios, nos quais há uma quantidade enorme de camarões de água-doce, como o pitu, utilizados em muitos pratos saborosos.
A culinária no Amapá também está diretamente ligada ao bioma Amazônia e a toda a sua cultura. Porém, este é um dos estados cujo diferencial é ser banhado pelo Oceano Atlântico, por essa razão tem como ingrediente clássico o camarão, o qual é muito usado em bares e restaurantes em diversas produções, como o clássico camarão no bafo (DINIZ et al., 2018, p. 76).
A cozinha amazônica tem fortes influências indígenas, é exótica, singular e tem sabor marcante. Apesar das novas tecnologias e da globalização, essa cozinha não perdeu sua essência, pois nessa região prevalece o consumo de raízes, milho, ervas, frutas e pescados. A alimentação na Amazônia preserva os recursos naturais, o que inclui os peixes oriundos das bacias hidrográficas ou do mar.
Segundo Diniz et al. (2018), os pratos típicos da Amazônia são: mojica de tambaqui (Figura 3.22), preparada com um caldo grosso de tambaqui desfiado e servida como entrada nas refeições; bolinho de piracuí, feito de farinha de peixe-frito; pirarucu de casaca, produzido com peixe pirarucu, farinha Uarini embebida em leite de coco e banana-da-terra.
No Acre, destaca-se o consumo de frutas como cupuaçu, graviola, açaí, banana e abacaxi de Tarauacá (QUINZANI; CAPOVILLA, 2015). Por sua vez, a gastronomia roraimense é caracterizada por uma grande diversidade cultural, pois, além das influências indígenas, portuguesas e africanas, teve influências nordestinas. Nessa culinária, destaca-se o peixe pirarucu, que tem um preparo bem característico, pois ele é desfiado e refogado em óleo e temperos, depois, recebe leite de coco e castanha (DINIZ et al., 2018).
Em Rondônia, as frutas e os peixes são amplamente utilizados no preparo dos pratos regionais. A fruta de maior destaque é a buriti (Figura 3.23).
Em Tocantins, os elementos típicos são: paçoca de carne de sol, que é preparada com carne de sol bem seca, pilada com farinha de mandioca e alho; licores de Natividade, produzidos com as frutas do cerrado; amor-perfeito, que é um sequilho feito com polvilho; chambaril, que é um prato preparado com músculo bovino, com o osso, e condimentos (DINIZ et al., 2018).
O norte brasileiro se caracteriza por sua rica biodiversidade. As influências indígenas e europeias foram fortes na região e ajudaram a construir a história da gastronomia local. Com base nos conhecimentos adquiridos nesta unidade acerca da região norte, assinale a alternativa correta.
Apenas os indígenas e europeus influenciaram a gastronomia local.
Incorreta. Pois a região norte é marcada por muitas influências, principalmente dos indígenas e europeus, mas, em alguns estados, houve forte influência da região nordeste, como é o caso de Roraima.
A mandioca não apresenta tanta importância na culinária local como antigamente.
Incorreta. Pois, na culinária dos estados que ficam no norte do país, a mandioca continua sendo um insumo de grande destaque, sendo utilizada em diversos preparos de diferentes formas, ou seja, fazendo parte da gastronomia local.
O consumo de peixes é amplo apenas da região da Amazônia.
Incorreta. Pois a culinária do norte brasileiro se caracteriza pelo amplo consumo de peixes. Muitas receitas típicas são feitas com os diferentes tipos de peixes encontrados em toda a região norte, não só na Amazônia.
O prato típico amor-perfeito, sequilho feito com polvilho, é característico do Pará.
Incorreta. Pois o amor-perfeito é uma comida típica da região de Tocantins, e não do Pará.
A fruta buriti é amplamente consumida em Rondônia.
Correta. Pois a culinária típica de Rondônia inclui o amplo consumo de peixes e pratos feitos com a fruta buriti, característica do cerrado brasileiro.
A região do sertão é uma sub-região que se localiza no meio norte do nordeste brasileiro, o que inclui Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Bahia e Pernambuco (DINIZ et al., 2018).
A cozinha do sertão nordestino é mais rústica; é uma cozinha de lutas constantes pela sobrevivência. Em busca de alimentos, essa culinária, dentro de suas possibilidades, retira o melhor que pode dos alimentos, sendo uma culinária mais autodidata, autêntica, intensa e forte, características marcantes de sua gente. Ademais, essa é uma região marcada pelos longos períodos sem chuva, o que interfere na preparação dos pratos.
Os estados pertencentes ao sertão compõem uma cozinha simples e, ao mesmo tempo, farta. Há pratos que vão além do conhecimento nacional e surpreendem os visitantes. Certamente, além de ser uma cozinha de resistência, tem riqueza cultural e demonstra a força do povo sertanejo que, com poucos ingredientes e recursos, consegue elevar o nível de seus pratos: simples, saborosos e consistentes.
Essa cozinha pode ser considerada muito prática, mas, concomitantemente, tem um conjunto de requintes. Os alimentos que compõem a cozinha sertaneja estão em um ponto do país no qual, para resistirem, devem ser mais secos. Nesse contexto, a maior parte deles é preparada assada e cozida, porque, assim, o tempo de preparo é mais longo.
Aproveitando a herança do açúcar e o hábito de transformar as frutas em compotas e doces, evita-se o desperdício e cria-se uma doçaria um pouco mais elaborada. Esses modos de preparo, tanto doces como salgados, devem-se à herança deixada por escravos (preparo de cozidos), índios (preparo de assados e grelhados) e portugueses (uso do açúcar).
A base da alimentação no sertão é composta por alimentos que conseguem resistir às altas temperaturas. Como exemplo, é possível citar: jerimum (Figura 3.24), maxixe, inhame, batata-doce, macaxeira, milho e feijão-de-corda. Com o milho, também é possível fazer pamonha, bolo, canjica (mungunzá), além de farinhas.
Geralmente, no desjejum, as pessoas que vivem nessa região comem tapioca e cuscuz de mandioca ou de milho, feito com água e sal, e, muitas vezes, acompanhados com leite, jerimum, batata-doce cozida ou algum tipo de mingau.
Outros produtos que compõem a mesa do sertão nordestino são: rapadura, manteiga de garrafa e queijo-manteiga e coalho (branco, de casca dura e amarelado).
Como exposto anteriormente, os ingredientes dessa região resistem a temperaturas altas e a longas viagens, como é o caso da carne de sol, carne-seca e do jabá, utilizados em muitas preparações. As carnes se dividem basicamente em dois grupos:
Nesse contexto, outra carne muito importante é a de bode, animal símbolo do sertanejo. Devido a sua resistência e à vasta lista de preparações, o bode é servido em partes, assado no forno ou como churrasco, guisado, ensopado e na forma de buchada (prato típico da região).
O bode alimentou e ainda alimenta a população do sertão, sendo um símbolo para esse povo. Em outras épocas, era um prato muito utilizado por vaqueiros e retirantes. A carne desse animal pode ser usada integralmente. Nas paneladas, são preparadas as partes menos nobres (cabeças, pés, patas e pernas), e as mais nobres tornam-se carne de sol, devido à necessidade de conservação e à previsão de escassez.
Portanto, a cozinha do sertão nordestino é mais rústica, cheia de lutas constantes em busca de alimentos e de sobrevivência. Assim, caro(a) aluno(a), os conteúdos apresentados nesta unidade visaram ampliar seu conhecimento gastronômico e cultural relacionado à cozinha do nordeste, norte e sertão do Brasil.
O bolo de bacia, o bolo de rolo e o bolo Souza Leão são referências na culinária local do Pernambuco. Como exposto anteriormente, o Souza Leão é um patrimônio da humanidade, tombado pelo IPHAN (BARBOSA, 2008).
De acordo com os conhecimentos apresentados nesta unidade, sabe-se que a cozinha do sertão nordestino é mais rústica, repleta de lutas pela sobrevivência. Nesse sentido, a dificuldade em cultivar e obter certos tipos de alimentos torna a cultura dessa região mais rica e criativa? Esse estímulo acontece de outras formas em outras regiões do Brasil?
A cozinha sertaneja está localizada em uma região do país na qual, para resistirem, os alimentos devem ser mais secos. Apesar disso, é possível produzir diferentes tipos de alimentos, com sabores marcantes. Em relação às compotas doces, é possível afirmar que elas são preparadas com:
Ervas diversas e vários tipos de carnes.
Incorreta. Pois carnes e ervas não compõem compotas.
Frutas
Correta. Pois as frutas podem ser transformadas em doces.
Frutos do mar.
Incorreta. Pois esses itens não fazem parte do preparo de compotas.
Carnes de aves.
Incorreta. Pois carnes de aves não fazem parte do preparo de compotas.
Frutas e cozidos de legumes diversos.
Incorreta. Pois legumes diversos não fazem parte do preparo de compotas doces.
Nome do livro: O grande sertão: Veredas
Editora: Companhia das Letras.
Autor: João Guimarães Rosa.
ISBN: ISBN-10: 8535931988; ISBN-13: 978-8535931983.
Uma leitura envolvente, que possibilita o conhecimento das raízes de uma vasta cultura, das origens de seus mais peculiares hábitos alimentares. Ao atribuir ao sertão uma dimensão universal, a obra é um modo de conhecer, profundamente, os seres humanos e suas potencialidades.
Nome do filme: O auto da Compadecida
Gênero: Comédia.
Ano: 2000.
Elenco principal: Matheus Nachtergaele, Selton Mello e Denise Fraga.
O enredo do filme permite conhecer um pouco mais a cultura do sertão brasileiro. Dessa forma, é possível aprender mais sobre as características da região, o que inclui as práticas alimentares que marcam o sertão.