Compreender como ocorre a aprendizagem humana é o tema mais importante da formação docente, afinal, é a partir desse entendimento que toda a estratégia pedagógica deve ser desenvolvida. Pense comigo: qual é a principal função da escola?; garantir a aprendizagem de seus alunos, não é mesmo?! Desse modo, é impossível promover um ensino adequado, sem levar em conta a maneira que os alunos aprendem. Pensando nisso, ao longo dos anos, vários estudiosos buscaram desenvolver teorias sobre a aprendizagem, contribuindo, assim, para o entendimento e atuação profissional contemporâneo. Nesta unidade, apresentaremos a você uma breve introdução sobre o Behaviorismo e a Teoria Cognitivista da Aprendizagem. No entanto, trata-se apenas de uma síntese dessas teorias e, desse modo, buscar o aprofundamento sobre estas torna-se de extrema importância para o profissional que almeja alcançar uma atuação de excelência. Apresentaremos, ainda, as funções mentais superiores, as quais impactam fortemente no processo de aprendizagem do aluno, bem como a importância do afeto no ato de aprender.
Estudante, antes de apresentar o que é a aprendizagem na perspectiva do Behaviorismo, vamos lembrar da série de TV “The Bing Bang Theory”, assistida por milhões de pessoas em todo o mundo. Caso você não tenha assistido ainda, segue um spoiler sobre ela. A popularidade dessa série é dada pelo curioso personagem Dr. Sheldon Cooper, um cientista brilhante, mas com sérias dificuldades de relacionar-se socialmente. Sua forma peculiar de interagir com as pessoas comicamente inábil é um dos segredos do grande sucesso do seriado.
Em um certo episódio do programa, Sheldon tenta aceitar o namoro de seu colega de quarto, Leonard, com a sedutora vizinha, Penny. No entanto, a aceitação não é nada fácil. Ao chegar à cozinha de seu apartamento, Sheldon depara-se com Penny vestida com uma camisola provocante, cozinhando rabanada e dançando de forma sensual. Isso deixa-o extremamente irritado, pois aquele era o dia em que ele comeria aveia.
Para tentar destruir o romance entre Leonard e Penny, Sheldon decide aplicar o que aprendeu sobre a ciência psicológica. Quando a moça se levanta do sofá para levar o prato até a cozinha e, gentilmente, se oferece para levar o de Sheldon, este agradece e oferece-lhe imediatamente um chocolate. Leonard, que observa tudo, desconfia das intenções do rapaz, afinal, não é costume do amigo apresentar demonstrações de gentilezas.
Em outro momento, quando Penny para de contar uma história, Sheldon novamente oferece-lhe um chocolate. Neste momento, Leonard, percebendo as intenções de Sheldon, informa saber o que o rapaz está tentando usar reforçadores positivos para incentivar alguns comportamentos de Penny, como o de sair da sala e ficar quieta. Sheldon confirma a sua interpretação e imediatamente oferece um chocolate ao amigo. Leonard não aceita o reforçador e diz que que Sheldon não deve treinar a sua namorada, como se estivesse lidando com um animal de laboratório (GAZZANIGA et al., 2018).
O que, na verdade, Sheldon estava tentando fazer era modificar o comportamento de Penny, por meio de alguns métodos da ciência do comportamento. Todas as vezes que Penny fazia algo que o rapaz queria, Sheldon oferecia-lhe um prêmio (o chocolate), na expectativa de que seus comportamentos fossem repetidos.
Apesar de os exemplos apresentados na série serem cômicos, estes são baseados em princípios científicos desenvolvidos por alguns teóricos da Psicologia ao longo dos anos. A teoria da aprendizagem Behaviorista, que apresentaremos na sequência, tem sido utilizada para modificar/melhorar a qualidade de vida das pessoas, já que, por meio de reforçadores, possibilita o desenvolvimento de novas aprendizagens/comportamentos, um fator importante para o processo educativo (GAZZANIGA et al., 2018). Para compreender melhor esta teoria, apresentaremos, agora, o que é a aprendizagem, além de como esta ocorre na perspectiva Behaviorista.
Para o Behaviorismo, a aprendizagem é uma mudança relativamente imutável do comportamento, sendo um resultado da experiência. Esta ocorre a partir do momento no qual um animal, racional ou irracional, é beneficiado por uma experiência e seu comportamento torna-se mais bem adaptado ao ambiente, ou seja, este fica mais apto a lidar com o seu meio em situações futuras, pois consegue prever quando determinados eventos acontecerão novamente.
A aprendizagem é essencial para todas as espécies e para quase todos os aspectos da existência. Por exemplo, para preservar a sobrevivência, os animais necessitam de aprender quais são os alimentos que podem ser consumidos e quais são nocivos, bem como quando e onde podem dormir com segurança ou quando é perigoso. Para os seres humanos, a aprendizagem oferece inúmeras vantagens, desde capacidades básicas, como falar, andar e correr, até mesmo capacidades mais complexas, por exemplo, realizar cirurgias, pilotar aviões e se relacionar intimamente com outros seres humanos. Esta permite, ainda, moldar muitos aspectos da vida cotidiana: preferências musicais e vestuários, valores culturais, regras sociais etc.
Agora que você aprendeu o que é a aprendizagem para o Behaviorismo, apresentaremos como esta ocorre. Para a teoria Behaviorista, toda aprendizagem é condicionada, por isso, é chamada de condicionamento. O Behaviorismo destaca dois tipos de aprendizagem: o condicionamento clássico e o condicionamento operante. Na sequência, veremos cada um desses conceitos, iniciando pelo condicionamento clássico.
Tente se lembrar, estudante, de quando você passa em frente a uma loja do McDonald’s. O simples fato de observar as letras do arco dourado faz sua barriga roncar, sua boca salivar e sua mente pensar em um hambúrguer? Nesta situação, você está exibindo um tipo de aprendizagem chamada condicionamento clássico. Esse tipo de aprendizagem auxilia-nos na compreensão de fenômenos, como temer o escuro, chorar ao observar uma noiva se casando etc., situações em que apresentamos certos comportamentos, sem termos controle destes, ou seja, “simplesmente acontece”.
O condicionamento clássico, portanto, é um tipo de aprendizagem na qual “[...] um estímulo neutro passa a produzir uma resposta depois de ser emparelhado com um estímulo que naturalmente produz aquela resposta” (FELDMAN, 2015, p. 170).
Sendo assim, a pessoa aprende que um acontecimento prediz o outro, como a visão da imagem das letras douradas do McDonald's prediz o saboroso lanche. Assim, ao ver as letras, a sua boca já começa a salivar. Um outro exemplo de condicionamento clássico diz respeito a uma música que sempre toca em cenas assustadoras de alguns filmes, então, você fica ansioso(a) ao ouvir a música, mesmo sem estar vendo o filme e/ou mesmo antes deste começar.
A descoberta desse tipo de aprendizagem foi feita por Ivan Pavlov, um pesquisador que estudava a secreção dos ácidos do estômago e a salivação de cachorros frente a certos alimentos. Ao realizar a pesquisa, foi observado que, algumas vezes, a salivação e as secreções estomacais iniciavam-se antes mesmo que o animal tivesse comido o alimento. O simples fato de ver o experimentador que o alimentava e/ou ouvir o som de seus passos era suficiente para causar salivação no animal. Com isso, Pavlov constatou que os cães não respondiam somente a uma necessidade fisiológica (a fome), mas também a uma forma de aprendizagem, o que denominou como condicionamento clássico (FELDMAN, 2015).
Com suas pesquisas, Pavlov concluiu que a exigência essencial para a aquisição de uma associação aprendida é que os estímulos aconteçam simultaneamente, ou seja, o cão associava o alimento à pessoa que o alimentava e ao som de seus passos, porque esses estímulos aconteciam juntos e/ou emparelhados. Por exemplo, uma criança pode passar a gostar de visitar um tio porque, quando faz isso, este sempre lhe dá doces. Logo, a criança associa a figura do tio ao prazer do sabor do doce e, quando pensa em visitá-lo, sua boca pode salivar.
O condicionamento clássico possibilita uma reflexão acerca do papel do educador. Pense comigo: quando o professor é afetuoso e apresenta seus conteúdos de forma alegre e motivadora, seu aluno associa-o a “momentos prazerosos” e, logo, sentirá prazer ao lembrar de suas aulas, motivando a vontade de ir para a escola. Em contrapartida, se o professor é hostil e punitivo, certamente, seus alunos associarão este indivíduo a “momentos de desprazer”, não sentindo motivação para estudar e/ou aprender. Desse modo, é importante que os profissionais da educação reflitam sobre a sua atuação e tentem compreender que sensação estão causando em seus alunos, afinal, a relação entre mestre e aprendiz é essencial para o processo de ensino e aprendizagem.
O outro tipo de aprendizagem do Behaviorismo é o condicionamento operante que, diferentemente do condicionamento clássico, não ocorre de forma involuntária. Como vimos, o condicionamento clássico é um tipo de aprendizagem involuntária, ou seja, ao ver o arco dourado do McDonald’s, uma boca pode salivar, no entanto, a pessoa não tem controle sobre a salivação. Do mesmo modo, pensar em visitar o tio e a boca da criança encher d'água não ocorre a partir de um comando do cérebro, pois simplesmente ocorre. O condicionamento operante, como o próprio nome sugere, é um tipo de aprendizagem voluntária, na qual o organismo opera em seu meio para alcançar um resultado esperado. Esse tipo de condicionamento, portanto, é
a aprendizagem na qual uma resposta voluntária é reforçada ou enfraquecida, dependendo de suas consequências favoráveis ou desfavoráveis. Quando dizemos que uma resposta foi reforçada ou enfraquecida, queremos dizer que ela se tornou mais ou menos provável de voltar a ocorrer regularmente (FELDMAN, 2015, p. 175).
Basicamente, todos os nossos comportamentos só são possíveis graças ao condicionamento operante. Por exemplo, aprendemos que, quando estamos com sede, devemos ir até à geladeira e tomar água. Logo, a consequência da ação (tomar água) é positiva (matar a sede). Assim, das próximas vezes que sentirmos sede, certamente, repetiremos o comportamento (beber água), para que tenhamos uma mesma resposta (matar a sede). Então, “as pessoas aprendem porque as consequências de suas respostas influenciam respostas futuras, ou seja, uma resposta pode voltar a ocorrer por causa de suas consequências” (AZZI; TIEPPO; GIANFALDONI, 2011, p. 160).
O comportamento operante envolve todas as ações do organismo vivo que agem sobre o mundo ao seu redor. Nesse conceito a ação do sujeito produz uma alteração no ambiente, a qual retroage no indivíduo, modificando, assim, a probabilidade de ocorrência em situações futuras. Dessa forma, operamos sobre o mundo à nossa volta, com base nas consequências de nossas ações (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2018).
As consequências do comportamento influenciam em sua ocorrência futura. Estas determinarão, até certo ponto, se os comportamentos voltarão a ocorrer ou não, ou se ocorrerão com mais ou menos frequência. Por exemplo,
imagine que você peça um saleiro para uma pessoa. Se ela lhe passa o saleiro, é provável que, no futuro, em uma situação parecida, você peça o saleiro a ela novamente. Agora imagine que você peça o saleiro a outra pessoa, mas ela não o passe, e que isso ocorra de forma repetida. O que acontece, então? É bastante provável que, em novas situações nas quais você precise do saleiro, você o peça cada vez menos a essa pessoa, até que, por fim, não lhe peça mais. Tente lembrar de comportamentos cotidianos seus, identificando exatamente o que você fez e o que aconteceu depois. Analise, em seguida, se o que aconteceu depois do comportamento, isto é, a sua consequência, influenciou de alguma forma o fato de você emiti-lo novamente em ocasiões similares (MOREIRA; MEDEIROS, 2019, p. 48-49).
As consequências geradas por nossos comportamentos ocorrem de forma tão natural em nosso cotidiano que, muitas vezes, não percebemos que estão ali o tempo todo. Porém, se refletirmos sobre o assunto, poderemos perceber que só mantemos ou abandonamos infinitas variedades de atitudes diárias por suas consequências. As consequências influenciam tanto os comportamentos adequados/aceitos socialmente quanto os inadequados/indesejados. Observe, a seguir, alguns exemplos de consequências produzidas por comportamentos inadequados.
Quadro 3.1 - Exemplos de consequências (comportamentos inadequados)
Fonte: Moreira e Medeiros (2019, p. 50).
Desse modo, podemos dizer que, se um comportamento é repetido, este foi reforçado. Vamos tomar um dos exemplos do quadro anterior, no qual uma criança faz bagunça, e o professor, achando que está dando uma punição, chama a sua atenção. No entanto, o que a criança queria era, justamente, chamar a atenção do professor, mesmo que fosse por meio de uma bronca. Assim, como a consequência do comportamento em questão (fazer bagunça) obteve um reforço (atenção do professor), a criança continuará fazendo bagunça nas próximas aulas.
A teoria Behaviorista apresenta muitos conceitos, os quais auxiliam no processo educativo, dentre estes, a “modelagem”, que consiste em reforçar, de forma gradativa, os comportamentos desejados. Nesse sentido, Skinner advertiu que a educação deve ser planejada passo a passo, objetivando alcançar bons resultados na modelagem do aluno.
Fique por dentro acessando o link a seguir.
https://novaescola.org.br/conteudo/1917/b-f-skinner-o-cientista-do-comportamento-e-do-aprendizado. Acesso em: 01 jul. 2020.
Da mesma maneira que o conceito de condicionamento clássico foi criado a partir de experimentos com animais, o condicionamento operante também foi. Seu criador foi B. F. Skinner, um importante pesquisador do Behaviorismo.
Skinner trabalhou principalmente com pombos e ratos, mas acreditava que os mesmos princípios aplicados a estes poderiam ser adotados para os humanos. Para avaliar o condicionamento operante, foi realizado o experimento descrito no quadro a seguir.
Quadro 3.2 - Experimento de Skinner
Fonte: Gazzaniga et al. (2018, p. 241-242).
Desse modo, Skinner “descobriu que um organismo tenderá a repetir uma resposta que foi reforçada por consequências desejáveis e suprimirá uma resposta que foi punida” (PAPALIA; FELDMAN, 2013, p. 63).
O condicionamento clássico é um tipo de aprendizagem no qual um estímulo que, a princípio, era neutro, passa a desencadear uma resposta no organismo, após ter sido apresentado simultaneamente a um outro estímulo, o qual já produzia determinada resposta. Esse conceito foi desenvolvido a partir de um experimento realizado com animais. Nesse sentido, assinale a alternativa que corresponde ao pesquisador que criou o conceito de condicionamento clássico.
Freud.
Incorreta. Pois Freud foi considerado o pai da Psicanálise e não criou o conceito de condicionamento clássico. Esse conceito foi criado por Ivan Pavlov, a partir de seus estudos com cães.
Pavlov.
Correta. Pois Ivan Pavlov estudou os cães e constatou que estes não salivavam apenas quando viam o alimento, mas também quando viam ou ouviam os passos do experimentador. Com isso, criou-se o conceito de condicionamento clássico.
Skinner.
Incorreta. Pois Skinner criou o conceito de condicionamento operante, e não condicionamento clássico. Seu criador foi Ivan Pavlov, que desenvolveu uma teoria a partir de seus estudos realizados com cães.
Piaget.
Incorreta. Pois Piaget foi um teórico do desenvolvimento humano, e não o criador do conceito de condicionamento clássico. Esse conceito foi desenvolvido por Ivan Pavlov.
Maslow.
Incorreta. Pois Maslow foi um estudioso da teoria da motivação, e não o criador do conceito de condicionamento clássico. Esse conceito foi criado por Ivan Pavlov, a partir de seus estudos com cães.
Estudante, pense comigo: quando uma pessoa está aprendendo a dirigir, esta não se senta, simplesmente, no banco do carro e vai experienciando os movimentos até encaixar a chave na ignição e fazer o carro andar de maneira acidental, obtendo, assim, o reforço, não é mesmo?! Ao invés disso, o futuro motorista já conhece os procedimentos para a execução da tarefa (dirigir), por meio de sua experiência anterior, enquanto passageiro, momento em que, possivelmente, observava a forma como a chave era inserida, a marcha era trocada e o acelerador era pressionado.
Partindo desse princípio, podemos compreender que nem todas as aprendizagens ocorrem por meio do condicionamento clássico ou do comportamento operante, estudados há pouco. Pesquisadores que trabalham com a Teoria Cognitiva da Aprendizagem não negam a existência destes, no entanto, focam nos processos mentais invisíveis, os quais estão presentes na aprendizagem (FELDMAN, 2015).
O cognitivismo é uma área na qual os pesquisadores estudam os processos centrais do homem, ou seja, aqueles processos imperceptíveis: a forma como processamos as informações, organizamos os conhecimentos, articulamos os pensamentos etc. Na visão da abordagem cognitivista, a aprendizagem não pode ser considerada apenas pelas variáveis externas ao sujeito e ao seu meio ambiente, mas os processos da cognição humana são investigados cientificamente.
Essa abordagem teórica nasceu do entrelaçamento entre a Psicologia Cognitiva e a Neuropsicologia Experimental, buscando compreender os processos de conhecimento e pensamento humano, ou seja, a sua cognição (MIZUKAMI, 1986). Sua ênfase maior é dada na maneira como o aluno processa e integra as informações advindas do externo, ou seja, a maneira como o sujeito relaciona-se com os estímulos do meio ambiente, bem como percebe, sente, organiza as informações, estrutura conceitos, desenvolve símbolos verbais e cria resoluções aos seus problemas.
A teoria cognitivista compreende não ser suficiente afirmar que o sujeito apresenta um comportamento porque há uma ligação presumida entre o estímulo e a resposta, pois, antes, os seres vivos desenvolvem uma expectativa de que, após darem uma resposta, receberão um reforçador. Dois tipos de aprendizagens que não apresentam nenhum reforçador prévio aparente são estudados pela abordagem cognitivista: a aprendizagem latente e a aprendizagem observacional.
A aprendizagem latente é aquela que não se torna evidente quando acontece pela primeira vez, ou seja, só é manifestada quando um reforçador é liberado. Para entender melhor, estudante, leia o experimento no quadro a seguir, o qual comprova esse tipo de aprendizagem.
Quadro 3.3 - Aprendizagem latente
Fonte: Weiten (2016, p. 197-198).
A outra aprendizagem que não demanda um reforçador prévio é a aprendizagem observacional. Nesta a aprendizagem ocorre a partir da observação de outras pessoas, chamadas de modelos, ou seja, é aquela aprendizagem que adquirimos quando observamos uma pessoa dirigir, fazer tricô, cozinhar etc. Na aprendizagem observacional, um observador constata e armazena determinado comportamento de uma pessoa (pedir desconto em uma loja de automóvel) e suas consequências (compra de um carro com um preço menor). Quando o observador percebe que o comportamento observado obteve um resultado favorável, tende a imitar/aprender esse comportamento.
Estudante, observe, no quadro a seguir, um importante experimento sobre a Aprendizagem Observacional.
Quadro 3.4 - Aprendizagem observacional
Fonte: Weiten (2016, p. 200).
Como vimos, os modelos recompensados tendem a ser mais imitados, portanto, nem todos os comportamentos observados são aprendidos. Por exemplo, é muito mais provável que uma pessoa que estudou durante muitas horas e conseguiu tirar boas notas seja imitada por outras pessoas, do que alguém que estudou a mesma quantidade de tempo e, no final, só obteve, como consequência, cansaço e estresse. Desse modo, um fator importante para que essa aprendizagem ocorra é observar se o modelo é recompensado ou punido.
A teoria cognitivista compreende não ser suficiente afirmar que o sujeito dá uma resposta porque existe uma ligação presumida entre o estímulo e a resposta, afinal, existem aprendizagens que não necessitam de reforços prévios. Nesse sentido, assinale a alternativa que corresponde a um tipo de aprendizagem da abordagem cognitivista.
Condicionamento clássico.
Incorreta. Pois o condicionamento clássico é um tipo de aprendizagem da teoria Behaviorista, e não Cognitivista. Desse modo, os dois tipos de aprendizagens cognitivas são a aprendizagem latente e a aprendizagem observacional.
Latente.
Correta. Pois a aprendizagem latente não se torna evidente quando ocorre pela primeira vez, ou seja, esta só é manifestada quando um reforçador é liberado, portanto, ocorre mesmo sem um reforçador prévio.
Condicionamento operante.
Incorreta. Pois o condicionamento operante é um tipo de aprendizagem do Behaviorismo, e não da abordagem Cognitivista da aprendizagem. Sendo assim, os dois tipos são aprendizagem observacional e aprendizagem latente.
Motivacional.
Incorreta. Pois os dois tipos de aprendizagens da teoria cognitivista são aprendizagem observacional e a aprendizagem latente, e não motivacional. Essas duas aprendizagens ocorrem sem reforços prévios.
Comportamental.
Incorreta. Pois os dois modelos de aprendizagens descritos pela abordagem Cognitivista, os quais não demandam um reforço prévio, são a aprendizagem observacional e a aprendizagem latente, e não comportamental.
Comumente, ouvimos falar nas escolas de crianças com dificuldades de aprendizagem, não é mesmo? No entanto, vale lembrar que o processo de aprender é altamente complexo e, portanto, quando uma criança não aprende, vários podem ser os motivos que demandam uma cuidadosa investigação. Para isso, faz-se necessário compreendermos os processos mentais que envolvem o ato de aprender, visto que o cérebro humano é uma máquina de alta complexidade e totalmente interconectada, bem como o seu funcionamento integrado é a chave para a aprendizagem.
O cérebro humano é considerado, pelos estudiosos, como infinitamente mais sofisticado do que o mais moderno dos computadores da atualidade. As funções mentais superiores (memória, percepção, pensamento, linguagem, inteligência, atenção e emoção) seguem padrões de funcionamento altamente detalhados e organizados, bem como necessitam de estimulação adequada para o desenvolvimento.
Pense comigo, estudante, para que nossa linguagem seja desenvolvida, é necessário que tenhamos uma amplitude de experiências de comunicação, não é mesmo? Quanto mais ouvimos, falamos e discutimos determinados assuntos, mais argumentos teremos sobre ele. Da mesma forma acontece com a nossa atenção; quanto mais a exercitamos, mais hábeis ficamos. Podemos tomar como exemplo os jogos de entretenimento, os quais exigem concentração e atenção dos usuários. Quanto mais se joga, mais ágeis ficam os usuários e um maior número de fases é alcançado. Essa lógica de estimulação inclui todas as funções mentais superiores, as quais são desenvolvidas por intermédio das experiências, vivências e muita prática. Na sequência, apresentaremos um pouco sobre cada uma destas, iniciando pela memória.
A memória é a capacidade de lembrarmos de fatos já vividos. Toda a nossa autoimagem ou identidade é formada por experiências pessoais, lembranças e fatos aprendidos com outras pessoas ao longo de nossa vida. Só somos capazes de recuperar esses conhecimentos e habilidades devido à memória, que possibilita, às pessoas, levar as informações de suas experiências da vida cotidiana, além de armazenamento, a fim de recuperá-las posteriormente. Podemos resumir a memória, basicamente, por meio de quatro elementos: aquisição, fixação, evocação e reconhecimento das informações.
Estudante, é impossível lembrarmos de algo que ainda não aconteceu, não é mesmo? Por isso, a aquisição necessita de um contato com a informação, por exemplo, uma leitura, uma aula, uma troca de ideias, bem como observar o ambiente e percebê-lo etc. Na sequência, é necessária a fixação, pois nem todo conteúdo adquirido é retido na memória, ou seja, a nossa memória é seletiva, e as informações que não são relevantes acabam sendo descartadas rapidamente. Sendo assim, para que haja fixação, é necessário, também, um certo grau de repetição.
Após o conteúdo ser adquirido e fixado, o próximo passo é que este seja evocado, ou seja, lembrado. Aqui, entra em cena a evocação, no entanto, quando tentamos recuperar uma informação armazenada, costumamos evocar outras informações errôneas junto à certa. Nesse momento, ocorre o trabalho do reconhecimento, em que o correto é identificado e utilizado, e o excesso é rejeitado. A evocação é considerada uma tarefa mais complexa do que o reconhecimento, afinal, esta exige uma procura e uma escolha, e o reconhecimento só exige uma decisão (FALCÃO, 1995).
A percepção é a “forma como o indivíduo interpreta os estímulos do meio ambiente, utilizando suas experiências, suas vivências anteriores e suas necessidades presentes” (CAMPOS, 2005, p. 54). Essa função mental superior está diretamente ligada à sensação. A atividade mental e os órgãos do sentido são necessários para a percepção. Toda interpretação de fatos é determinada por experiências anteriores, sua motivação pelo estímulo, interesse, sensibilidade dos sentidos para o estímulo específico e integração do que ocorre.
A sensação detecta os estímulos físicos e transmite a informação para o cérebro. Esses estímulos podem ser moléculas de alimento ou odor, ondas de som ou luz, ou alterações de temperatura e pressão etc. A sensação é, portanto, a experiência dos estímulos, sem a interpretação do que é experienciado. Já a percepção requer o processamento, a organização e a interpretação adicional da informação advinda da sensação, que resulta em nossa experiência de forma consciente do mundo (GAZZANIGA et al., 2018).
O pensamento é a capacidade de manipular as representações mentais advindas da informação. Uma representação pode ter a forma de uma imagem visual, uma palavra, um som ou dados, em qualquer uma das modalidades sensoriais armazenadas na memória. O pensamento transforma as representações das informações em formas novas e diferentes, permitindo que o ser humano resolva problemas, responda a perguntas ou alcance objetivos. O uso de conceitos mentais e imagens forma o pensamento (FELDMAN, 2015).
Já a linguagem é vista como a mais complexa maravilha do cérebro humano. Apesar de muitas espécies comunicarem-se de forma rudimentar, como as aves, por intermédio de seu canto, a linguagem humana representa um salto infinitamente maior do que outras modalidades de comunicação animal. Esta tem a capacidade de nos diferenciar de outras espécies. Com mais de quatro mil idiomas, os seres humanos podem falar, ler e escrever, assim, comunicando tudo, desde informações mais básicas até emoções mais complexas e as sutis nuances da grande literatura. A linguagem possibilita a vivência em sociedades mais complexas, porque, por meio desta, aprendemos sobre a nossa história, valores e regras de nossas e outras culturas.
A inteligência vem sendo estudada ao longo dos anos por muitos teóricos. Os primeiros psicólogos que a estudaram inferiram que existia um único fator para a capacidade mental, o qual foi chamado “g” ou “fator-g”. Essa suposição originou-se do fato de que distintos tipos de medidas de inteligência, independente do que se detivessem, por exemplo, competência verbal, perícia matemática ou habilidades de visão espacial, classificavam aquelas pessoas que eram submetidas, basicamente, a uma mesma ordem. Geralmente, aquela pessoa que era boa em um teste tendia a ser boa nos outros, enquanto que aquelas que iam mal em um também apresentavam baixo desempenho nos demais.
No entanto, pesquisas mais recentes compreendem a inteligência em outra perspectiva. Ao invés de considerar a inteligência como sendo unitária, alguns estudiosos enxergam-na como um conceito com várias dimensões, incluindo distintos tipos de inteligência. Para alguns pesquisadores, existem dois tipos de inteligência: inteligência fluida e inteligência cristalizada.
A inteligência fluida é aquela maneira de raciocinar de forma abstrata, a qual envolve a capacidade de raciocínio e o processamento das informações. Se alguém nos pedisse para agrupar uma série de letras com base em algum princípio ou resolver uma analogia, usaríamos a inteligência fluida. Em contrapartida, a inteligência cristalizada é o acúmulo de habilidades, informações e estratégias que as pessoas adquirem com a experiência. Isso requer uma evocação das informações da memória de longo prazo. Dependeríamos desse tipo de inteligência se, por exemplo, fôssemos chamados para uma discussão sobre a problemática da pobreza, uma tarefa que exige que utilizemos nossas experiências e conhecimentos acerca do mundo (FELDMAN, 2015).
O psicólogo e pesquisador Howard Gardner desenvolveu uma outra abordagem bastante diferente das demais teorias tradicionais sobre a inteligência. Ele teorizou que existem, ao menos, oito diferentes formas de inteligência, cada uma independente das demais. Dentre estas estão: corporal, musical, corporal-cinestésica, lógico-matemática, interpessoal, intrapessoal, espacial e naturalista. Para Gardner, cada uma dessas inteligências está ligada ao cérebro de forma distinta, no entanto, todas as pessoas possuem os oito tipos, porém em graus diferentes.
Baseado no conceito de inteligências múltiplas, alguns testes de inteligência passaram a ser desenvolvidos com questões de múltipla escolha, permitindo que as pessoas demonstrem as suas diferentes habilidades, tanto que “Gardner é considerado um dos “demolidores” da teoria dos Quocientes de Inteligência (QIs) [...], que medem a inteligência das pessoas a partir de testes específicos da psicometria clássica” (PILETTI; ROSSATO; ROSSATO, 2014, p. 90). Outra contribuição do achado de Gardner foi que, a partir de sua teoria, muitos educadores passaram a desenvolver programas de ensino, levando em consideração o aproveitamento dos diferentes aspectos da inteligência.
A atenção faz com que, dentre diversos estímulos, o sujeito selecione e perceba apenas alguns aspectos do ambiente. Inúmeros são os fatores que favorecem para que o sujeito foque em determinados aspectos ambientais, dentre estes, intensidade do estímulo; mudança súbita; novidade e importância para atender às necessidades subjetivas etc. Quando enfrentamos experiências novas, colocamos em funcionamento vários processos neurológicos, cognitivos e afetivos. A atenção é um fator imprescindível para o funcionamento dos processos cognitivos, visto que implica na disposição neurológica para receber os estímulos. Além disso, participa de forma ativa de todo o processo, desde a entrada do estímulo até a resposta motora (CAMPOS, 2005).
No ano de 1958, o psicólogo Donald Broadbent desenvolveu uma teoria para explicar a natureza seletiva da atenção: “a teoria do filtro”. O estudioso teorizou que as pessoas possuem capacidade limitada para informações sensoriais. Estas filtram as informações que chegam e permitem a entrada apenas dos conteúdos considerados mais importantes. Nesse modelo, a atenção funciona como um portão que se abre para informações relevantes e fecha-se para aquelas que não são. Mas, afinal, é possível fecharmos os portões para algumas informações? Como e quando fechamos?
Alguns estímulos demandam maior foco e, basicamente, desligam a capacidade de prestar atenção em qualquer outro. Imagine que você esteja lendo este material e, repentinamente, sinta uma forte cãibra. A dor demandará a sua atenção, e a leitura passará a não fazer mais parte de sua consciência, enquanto você foca em seu músculo. Da mesma maneira, estímulos que evocam emoções, por exemplo, podem furtar a nossa atenção, por fornecerem informações relevantes, as quais podem ser ameaçadoras naquele ambiente (GAZZANIGA et al., 2018).
A emoção é uma reação frente a um estímulo que influencia o nosso comportamento e costuma vir acompanhada de alterações cognitivas e fisiológicas. Todos nós já experimentamos momentos de fortes sentimentos tanto agradáveis quanto desagradáveis. Já sentimos emoções por estarmos apaixonados, alegria por conseguirmos um emprego novo ou angústia por magoarmos alguém. Essas reações também são experienciadas ao longo da vida, mas em um nível menos intenso, como o prazer de assistir a um bom filme, o embaraço por quebrar um objeto emprestado etc.
Os termos emoção, sensação e humor, muitas vezes, são considerados sinônimos, mas é importante que estes sejam diferenciados. A emoção é uma resposta positiva ou negativa imediata e específica para pensamentos internos ou eventos ambientais. Normalmente, é interrompido aquilo que está acontecendo no momento e são desenvolvidas mudanças no comportamento e raciocínio. A emoção exige três componentes: alteração fisiológica (sudorese, taquicardia etc.), alteração comportamental (boca aberta, olhos arregalados etc.) e uma sensação baseada na interpretação dos estados corporais e avaliação cognitiva (por exemplo: “estou com medo!”).
A sensação é a experiência consciente da emoção, e não a emoção em si. Já os humores são estados emocionais de longa duração, os quais não necessitam de um gatilho identificável para o desencadeamento. Ao invés de interromper, subitamente, o que está acontecendo no momento, como no caso da emoção, os humores apenas influenciam o comportamento e o raciocínio. Por exemplo, muitas vezes, estamos de mau ou bom humor e não temos consciência do motivo de estarmos assim.
As funções mentais superiores são memória, percepção, pensamento, linguagem, inteligência, atenção e emoção. Estas seguem padrões de funcionamento altamente detalhados e organizados, bem como necessitam de estimulação adequada para o desenvolvimento. Nesse sentido, assinale a alternativa que corresponde à “atenção”.
Envolve aquisição, fixação, evocação e reconhecimento.
Incorreta. Pois é a memória que envolve os elementos aquisição, fixação, evocação e reconhecimento, e não a atenção. A atenção permite selecionar e organizar os estímulos recebidos.
Permite selecionar e organizar os estímulos recebidos.
Correta. Pois a atenção está intimamente ligada à percepção e permite-nos selecionar e organizar os estímulos recebidos do meio. A realidade vai construindo-se com base na percepção e atenção.
É vista como a mais complexa maravilha do cérebro humano.
Incorreta. Pois quem é vista como a mais complexa maravilha do cérebro humano é a linguagem, e não a atenção. Desse modo, a atenção permite selecionar e organizar os estímulos recebidos.
Pode ser de dois tipos: fluida e cristalizada.
Incorreta. Pois quem pode ser dividida em fluida e cristalizada é a inteligência, e não a atenção. Nesse sentido, a atenção permite selecionar e organizar os estímulos recebidos do meio.
Pode ser dividida em oito diferentes formas.
Incorreta. Pois é a teoria das inteligências múltiplas de Gardner que são divididas em oito formas, e não a atenção. A atenção, portanto, permite selecionar e organizar os estímulos recebidos do meio.
A relação entre professor e aluno é um tema que vem sendo cada vez mais discutido na contemporaneidade. Goldani (2010) frisa que o final da infância e o começo da adolescência é uma fase de muitas mudanças, transições e adaptações. A todo momento, os jovens esforçam-se no ambiente escolar para estabelecer e manter vínculos interpessoais e desenvolver um sentimento de pertencimento e aceitação, considerado tão importante para essa fase do desenvolvimento e essencial para a aprendizagem.
Estudos mostram que as crianças que conseguem obter um melhor desempenho na escola são mais bem-sucedidas tanto academicamente quanto socialmente. O vínculo estabelecido entre professor e aluno tem sido demonstrado como um elemento fundamental para esse ajustamento, haja vista que as crianças, muitas vezes, passam mais tempo na escola do que em casa e, portanto, não é uma surpresa que essa relação adquira tal importância.
Os professores têm a desafiadora tarefa de agir ativamente no desenvolvimento de seus alunos, promovendo uma maior saúde mental e qualidade de vida de diferentes formas: estabelecendo vínculos ancorados na afetividade, oferecendo escuta respeitosa e reflexiva, sendo empático, valorizando as características de seus alunos para a elevação de sua autoestima etc. Os educadores influenciam de maneira positiva quando interagem com seus alunos de forma criativa e motivadora, fomentando a autonomia e auxiliando-os na tomada de decisões. Nesse sentido, Vieira et al. (2014) oferecem algumas orientações interessantes aos professores:
Professores afetivos preocupam-se com seus alunos e tentam desenvolver estratégias que visam favorecer o processo de ensino e aprendizagem. A escola não pode mais atuar nos moldes tradicionais, nos quais o aluno deveria adaptar-se à escola e aos conteúdos impostos pelos professores, que eram os únicos que detinham todo o conhecimento, mas a instituição deve proporcionar um espaço inclusivo e de proximidade entre professores e alunos, considerando o processo de ensino e aprendizagem como uma troca entre mestres e aprendizes.
Para isso, Nunes (2016) apresenta alguns passos necessários para conquistar uma comunicação restaurativa e comunicativa na escola, visando a relacionamentos harmônicos e produtivos:
a. usar conotações positivas durante a conversa com os alunos: esse tipo de conotação valoriza a empatia, gentileza, cortesia e virtude. O professor deve usar e incentivar o uso de palavras e frases agradáveis e motivadoras, como: você é capaz, vá em frente!; Muito interessante essa forma de você analisar o problema!; Esta é uma preocupação coerente!; etc. A comunicação construtiva envolve o acolhimento da outra pessoa por meio de uma linguagem estimulante e apreciativa.
b. utilizar a escuta ativa: o educador deve demonstrar e mostrar, aos alunos, a importância da escuta ativa, a qual requer que uma pessoa escute a outra com reciprocidade e atenção. Nesse tipo de escuta, mesmo que o sujeito não concorde com o que foi dito, deve-se, primeiramente, escutar e demonstrar, ao outro que entendeu, para depois expressar uma opinião acerca do assunto.
c. não utilizar sentimentos e palavras como armas: é preciso controlar as emoções e não falar sem pensar, especialmente após situações ocorridas que envolveram altos índices de estresse. Quando as pessoas conseguem controlar as suas emoções nos momentos mais difíceis, é evitado o desencadeamento de explosões de raiva. Palavras ditas no momento de ira podem magoar profundamente. Desse modo, o educador precisa controlar as suas palavras em momentos de raiva, bem como orientar para que os seus alunos também o façam.
d. combater linguagens preconceituosas: muitas vezes, o preconceito surge por meio de gestos e palavras, e não apenas por linguagens verbais. Preconceito leva à violência e discriminação e por este motivo, deve ser severamente combatido, visando à promoção do bom convívio escolar.
e. desenvolver empatia: empatia significa colocar-se no lugar da outra pessoa, ou seja, tentar sentir algo de uma mesma maneira que ela sente. O primeiro passo para o seu desenvolvimento é romper com preconceitos e estereótipos. A empatia ocorre entre pessoas que se aceitam e respeitam-se apesar de suas diferenças. Alguns exemplos de frases de empatia que podem e devem ser proferidas na escola são: em seu lugar eu agiria da mesma maneira!; Muito interessante a sua ideia! Quisera eu ter a tido!; O que você acabou de me dizer, eu concordo plenamente!; etc.
f. evitar julgamentos morais: estes podem contribuir com a violência, desse modo, é indicado que se evite usar linguagem de julgamento, a qual conduza à depreciação, rotulação, culpa etc. Quando as pessoas conversam sobre aquilo que realmente é necessário, em vez de apontar o que está errado na outra pessoa, a probabilidade de suprir as necessidades de todos é aumentada.
A comunicação construtiva conduz as pessoas a serem mais assertivas em sua comunicação, melhorando as relações interpessoais entre os envolvidos. Esta pauta-se em um conjunto de habilidades de comunicação, as quais focam na importância da demonstração de sentimentos, clareza durante a comunicação, além de não fazer uso de linguagens que rotulam as pessoas.
A escola não pode mais atuar nos moldes tradicionais, nos quais o aluno deveria adaptar-se à escola e aos conteúdos impostos pelos professores, mas sim proporcionar um espaço inclusivo e de proximidade entre professores e alunos. Nesse sentido, assinale a alternativa que corresponde a uma estratégia para conquistar a comunicação restaurativa na escola.
Oferecer curso de oratória na escola.
Incorreta. Pois, para conquistar a comunicação restaurativa na escola, não é necessário oferecer um curso de oratória, mas combater a linguagem preconceituosa, utilizar a escuta ativa, desenvolver a empatia, evitar julgamentos morais etc.
Combater linguagem preconceituosa.
Correta. Pois, muitas vezes, o preconceito surge por meio de gestos e palavras, e não apenas por linguagens verbais. O preconceito leva à violência e discriminação e, por esse motivo, deve severamente combatido, visando a promoção do bom convívio escolar.
Separar os meninos da meninas.
Incorreta. Pois não é adequado separar meninos e meninas na escola, visto que isso representa segregação e preconceito. Desse modo, para conquistar a comunicação restaurativa na escola, é importante utilizar a escuta ativa, evitar julgamentos morais, combater a linguagem preconceituosa etc.
Pedir suporte ao Conselho Tutelar.
Incorreta. Pois, para conquistar a comunicação restaurativa na escola, não é necessário pedir suporte ao Conselho Tutelar, mas é importante combater a linguagem preconceituosa, evitar julgamentos morais etc.
Aumentar o número de alunos por sala de aula.
Incorreta. Pois, para conquistar a comunicação restaurativa na escola, não é viável aumentar o número de alunos por sala, mas é importante utilizar a escuta ativa, combater a linguagem preconceituosa, evitar julgamentos morais etc.
Nome do livro: Cognição, afetividade e moralidade: estudos segundo o referencial teórico de Jean Piaget
Editora: Casa do Psicólogo
Autores: Cláudia Broetto Rossetti; Antonio Carlos Ortega
ISBN: 9788580400984
Comentário: Trata-se de uma coletânea de autores brasileiros, os quais apresentam trabalhos teóricos e práticos desenvolvidos na perspectiva de Jean Piaget, enfatizando os aspectos cognitivos, afetivos e morais nas práticas pedagógicas.
Nome do filme: Escritores da Liberdade
Gênero: Drama
Ano: 2007
Elenco principal: Erin Gruwell; Freedom Writers
Comentário: Uma professora idealista chega a um bairro periférico para dar aulas. Logo ao chegar, depara-se com alunos em situação de vulnerabilidade social, agressivos e sem interesse de aprender. A partir de então, a professora aposta em métodos de ensino diferenciados, os quais permitem que eles aprendam e mostrem o seu lado humano. Um excelente filme para pensar sobre o papel do educador na aprendizagem e a importância da humanização no contexto escolar.