Prezado(a) aluno(a), continuaremos os estudos sobre os conceitos e segredos da enogastronomia. Como já evidenciado, o vinho se mostra uma bebida sublime e de alta aceitação sensorial; para compreender com excelência suas características, é importante conhecer as regiões que apresentam os mais conceituados tipos de vinhos e, também, destacar suas peculiaridades e curiosidades.
Com isso, nesta unidade, iremos tratar das principais regiões, no Brasil e no mundo, que se destacam na produção e consumo de vinhos e compreender o que torna essa bebida local tão especial.
Além disso, sabe-se que qualidade do vinho está totalmente relacionada aos elementos que estruturam seu preparo e consumo, como a seleção de matéria-prima, o modo de preparo, armazenamento e degustação. Dessa forma, iremos estudar os diferentes tipos de garrafas e taças de vinho, e como sua respectiva seleção pode implicar na qualidade e apreciação do produto. Iremos avaliar também a importância das técnicas de degustação e formas de armazenamento, evidenciando, assim, características que enriquecem detalhadamente o mundo da enogastronomia.
O vinho, em todos os lugares do mundo, é classificado como uma bebida fermentada que apresenta como principal ingrediente a uva. Sua fermentação se dá a partir do mosto da uva que gera um produto final de sabor acentuado com um teor alcoólico entre 6,6 e 14% (ELEUTÉRIO, 2014). Embora a matéria-prima basicamente seja a mesma, o que especialmente difere cada tipo de vinho é a forma como é feita a sua fermentação e o tipo de uva utilizada no processo, que pode se diferenciar, por exemplo, em uva vinífera, híbrida, sã, fresca, madura, entre outras. Ainda, elas podem variar de acordo com as características de plantação e produção.
Além dos vinhos serem classificados de acordo com seu tipo (tinto, branco, rosé, seco, doce e espumante), podem ainda ser caracterizados como vinhos leves, finos, frisantes, de mesa, compostos, entre outros (ELEUTÉRIO, 2014). Todas essas variedades de vinhos se diferenciam não só pelo tipo de uva e método de fermentação utilizado, mas pelo grau alcoólico, cor, teor de açúcar, tempo e forma de armazenamento e, também, pela região onde é produzido, sendo a junção de todas essas peculiaridades as responsáveis por caracterizar os diferentes tipos de vinhos produzidos no Brasil e no mundo.
No Brasil, há registros que evidenciam que as primeiras videiras no país surgiram no século XVI e XVII, especificamente em torno de 1532, e foram trazidas por imigrantes colonizadores, sendo Brás Cubas considerado o primeiro responsável por cultivar a vinha no território brasileiro (ABE, 2017). Mas o grande estopim de produção teve influência dos imigrantes italianos que se instalaram especialmente na região Sul do país, com destaque na região da Serra Gaúcha.
Os imigrantes trouxeram muitas mudas de videiras e esse episódio marcou a plantação de uvas e a produção de vinhos na região. O clima local e as suas estações de verão e inverno bem definidas favorecem o período de amadurecimento e dormência das uvas, contribuindo, assim, para o desenvolvimento dessa prática local (LILLA, 2013). A região favorece significativamente a produção de espumantes, principalmente, por apresentar ótimas condições de produção de uvas, que precisam de solo ácido para a sua produção, mas também se destaca na produção de vinhos tintos e brancos (LILLA 2013; ABE, 2017).
Falando das uvas mais importantes usadas no Brasil, como Cabernet Sauvignon e a Chardonnay, vamos passear pela Serra Gaúcha, berço do vinho brasileiro de qualidade [...]. Para conhecer a região vinícola deve-se visitar Caxias do Sul, Farroupilha, Bento Gonçalves e Garibaldi (LILLA, 2013, p. 81).
Outra região de destaque é o Vale do São Francisco, que também é favorável para a produção de vinhos por apresentar condições climáticas benéficas para o desenvolvimento das uvas. Isso oportuniza a produção em larga escala e, consequentemente, possibilita menor custo do produto. Ainda, há as regiões de divisa com o Uruguai e a Argentina, que vêm se evidenciando como grandes investidoras na produção de uvas e, consequentemente, na produção de vinhos.
A região de Minas Gerais também vem se consolidando na produção de vinhos na região. Com apoio da empresa de pesquisa agropecuária local (EMATER-MG), a região vem investindo cada vez mais nessa atividade e diversificando as variedades de vinhos e, consequentemente, popularizando algumas marcas nacionais que crescem cada vez mais no país (EMATER, 2010).
O vinho de jabuticaba é um dos produtos mais conhecidos do município de Catas Altas, região Central de Minas Gerais. A atividade é uma importante fonte de renda para muitas famílias. Mas, a necessidade de diversificar a produção e conquistar novos mercados tem levado alguns produtores a investir na fabricação de vinho de uva. A ideia ganhou um incentivo a mais com a implantação de duas unidades demonstrativas e um viveiro no município onde são cultivadas variedades adaptadas à região e de boa produtividade (EMATER, 2010, on-line).
Atualmente, a enogastronomia vem se desenvolvendo de forma significativa no país. É possível identificar que cada vez mais os brasileiros procuram se aperfeiçoar em relação ao uso de tecnologias e equipamentos que possam contribuir para o desenvolvimento e produção de vinhos de maior qualidade sensorial. É possível identificar diversas vinícolas renomadas no país, especialmente na região do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e isso contribui expressivamente para o desenvolvimento do turismo local, uma vez que, gradativamente, a região atrai os olhares e a curiosidade daqueles que apreciam e valorizam a degustação de vinhos de excelência.
Incentivados pela procura e pelo consumo de vinhos, hoje existem diversos eventos voltados para a apreciação e conhecimento sobre vinhos no país, como é o caso, de eventos locais, como a Festa Nacional da Uva (Caxias do Sul - RS) e feiras, como a Feira do Espumante (Porto Alegre - RS) e a Wine South America (Bento Gonçalves - RS), entre outros. Tais eventos acontecem de forma aleatória em diversas regiões e são voltados, exclusivamente, para a expansão de elementos associados à produção de uvas e vinhos (IBRAVIN, 2019).
Quando se fala em produção de vinhos, logo se pensa em vinhos da região europeia, especialmente, de regiões como França, Portugal e Itália. Tais localidades se destacam na produção de vinhos de excelência e a sua alta aceitação sensorial está totalmente vinculada aos cuidados e técnicas de produção, além do uso de matéria-prima de qualidade.
Diversas regiões da França se destacam na produção de vinhos, sendo as mais consolidadas as regiões de Borgonha, Bordeaux e Côte du Rhône, além das regiões da Alsácia e do Vale do Rio Loire, que se realça especialmente na produção de vinhos brancos. Cada tipo de vinho produzido em cada região se diferencia pela qualidade da uva utilizada no processo. Essa associação de lugar mais o tipo de uva é o que caracteriza os nomes de cada vinho, com exceção dos que são produzidos na região da Alsácia, pois, nessa região, o nome está ligado ao produtor (LILLA, 2013).
Em Borgonha, na região leste da França, há uma grande variedade de vinhos, tanto o tinto quanto o branco. Segundo alguns apreciadores, esses vinhos podem ser considerados como os da mais alta excelência, especialmente, os que são produzidos na região de Dijon e Beaune. A maioria dos vinhos tintos são produzidos com a uva Pinot Noir; já os brancos utilizam a uva Chardonnay e, em geral, o preço desses vinhos são mais elevados por conta de sua qualidade sensorial (LONA, 2003).
Já na região sudoeste da França, Bordeaux, é possível encontrar alguns dos vinhos mais sofisticados e raros do mundo, os quais são considerados também os melhores em todas as categorias de qualidade. Na região, destaca-se, principalmente, a produção de vinhos tintos, especialmente, nas regiões de Médoc, Graves e Pomerol, que utilizam as uvas Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc (LONA, 2003; LILLA, 2013).
Bordeaux produz grandes tintos, mas também, oferece excelentes brancos produzidos com Sauvignon Blanc e Sémillon. Há os secos, das sub-regiões de Graves e Pessac-Léognan, deliciosos quando jovens, mas que envelhecem bem por mais de dez anos, e os doces, talvez os melhores brancos doces do mundo, da sub-região de Sauternes, que duram décadas (LILLA, 2013, p. 95).
Ainda no território francês, destaca-se a região de Rhône, caracterizada por apresentar vinhos de maior custo-benefício; a região do Vale do Loire, que se evidencia especialmente na produção de vinhos brancos; e a região de Champagne, que se sobressai na produção de espumante; assim como a região da Alsácia, que, devido ao seu clima característico, é beneficiada com a obtenção de uvas mais ácidas e imaturas.
Na Itália, também é possível encontrar vinhos renomados e sofisticados que se caracterizam pela sua qualidade sensorial e, geralmente, estão associados com a gastronomia local para acompanhar as refeições. Os vinhos dessa região são qualificados como bebidas de sabor mais ácido e mais seco. A região de Piemonte é conhecida por produzir dois dos vinhos mais conhecidos no mundo, que são os Barolo e o Barbaresco.
Na região de Toscana, são realçados o vinho tinto, o Chianti e o Brunello di Montalcino; vinhos brancos, como o Vernaccia di San Gimignano, que é entendido como o melhor vinho branco da região; e o vinho doce, como o Vin Santo, que utiliza uvas Malvasia e Trebbiano na sua produção. Já em Veneto, encontram-se os vinhos Amarone e Campofiorin, que geralmente são utilizados em preparos culinários, como assados de sabor intenso e, também, com queijos. Na região Central, encontra-se o vinho branco Frascati, e na Emilia Romagna, região Sul, evidencia-se o vinho tinto Lambrusco, que apresenta características de um frisante (LILLA, 2013).
Caro aluno(a), você sabia que há um profissional específico por cuidar de vinhos em estabelecimentos gastronômicos? Esse profissional é conhecido, geralmente, como sommelier ou como escanção (na região de Portugal). É ele o responsável por todas as atividades vinculadas aos vinhos nos restaurantes. Sua função é cuidar da qualidade e conservação dos vinhos e também da forma mais adequada de servi-los. Além disso, será esse profissional o encarregado de sugerir e aconselhar na seleção de vinhos para acompanhar as refeições dos clientes (LILLA, 2013).
Na região de Portugal, é possível identificar maior destaque na produção e consumo de vinhos tintos. Além disso, nessa região, encontra-se uma ampla variedade de produtos de alta qualidade e preços mais acessíveis. Entre suas especialidades estão o vinho do Porto, que tem uma maior produção na região Norte do país, e o vinho de Madeira, da região da Ilha da Madeira.
As regiões que se destacam na produção e consumo de vinhos de alta aceitação sensorial localizam-se na região de Moinho, que exibe frisantes como o Vinho Verde tinto e branco, sendo geralmente consumidos juntos a peixes e frutos do mar. Na região de Douro, também se destaca o Vinho do Porto, que se caracteriza por ser um vinho mais fortificado e de teor alcoólico mais elevado. Já no centro de Portugal, encontra-se o vinho tinto que, geralmente, é servido como acompanhamento para leitões assados, marca registrada da região de Bairrada, além de vinhos brancos e espumantes. Na capital, Lisboa, também se encontram vinhos de alta qualidade, sejam eles tintos ou brancos, ainda, destaca-se o vinho denominado Moscatel de Setúbal, que é considerado uma especialidade da cultura local (LILLA, 2013).
Na Espanha, também se encontra uma diversidade de vinhos, com destaque principal para a região Norte e Nordeste do país. A vinícola de maior destaque encontra-se na região de Rioja e seus vinhos apresentam sabores de alta qualidade, principalmente, por conta da forma na qual são preparados, uma vez que os vinhos são envelhecidos por um longo tempo em tonéis de carvalho americano, que lhes proporcionam atributos sensoriais especiais.
Na Argentina, encontra-se a produção vinhos mais encorpados e de maior concentração, sendo a região de Mendoza a que isso mais se evidencia. Os vinhos produzidos na região, sejam tintos ou brancos, são comumente consumidos no Brasil, assim como os vinhos produzidos no Chile. As bebidas fermentadas provenientes do Chile são caracterizadas por apresentar sabor agradável, de qualidade e preço acessível. Os vinhos tintos de maior destaque são aqueles confeccionados com as uvas Cabernet Sauvignon e, também, a uva Merlot. São vinhos mais encorpados, de coloração forte e que apresentam um alto equilíbrio sensorial. Atualmente, é comum a prática do turismo nas vinícolas chilenas, o que contribui significativamente para o desenvolvimento da região.
Nos Estados Unidos, também há regiões que se realçam na produção de vinho, como é o caso da região da Califórnia e de Washington. Bons vinhos são produzidos em ambas as regiões e uma ampla variedade de vinícolas de alto nível destacam-se, especialmente na produção de vinhos tintos.
A apreciação por vinhos cresce progressivamente no Brasil e, consequentemente, a produção desse produto também tem se destacado nos últimos tempos, o que explica sua expansão por diversas regiões do país. A produção de uvas e vinhos têm contribuído não só para o desenvolvimento da enogastronomia, como também para a crescimento da economia local. Com isso, convidamos você para conhecer mais sobre o processo de expansão na produção de vinhos na região de Minas Gerais, por meio da reportagem: Produção de vinho no Sul de Minas Gerais (2017), acessando o link: https://www.youtube.com/watch?v=jel1krmHcl8. Acesso em: 8 jul. 2020.
Estudamos nesta unidade que existe uma ampla variedade de produtores de vinho no Brasil e no mundo, também que esse mercado está em constante processo de expansão, o que contribui diretamente para o desenvolvimento da enogastronomia. Nesse contexto, e com base no conteúdo abordado, assinale a alternativa correta.
A região francesa apresenta uma ampla variedade de vinícolas, porém destaca-se apenas na produção de vinho tinto.
Incorreta. Pois a região da França apresenta uma ampla variedade de vinícolas que são especializadas tanto na produção de vinho tinto como na produção de vinho branco e espumantes, como é o caso da região do Vale do Loire e Champagne.
No Brasil, a região Sudeste é caracterizada como a única produção consolidada de vinhos tintos e brancos.
Incorreta. Pois, atualmente, no Brasil, é possível encontrar outras regiões que atuam na produção de vinhos, como é o exemplo da região do Sul de Minas Gerais, que tem se destacado cada vez mais na produção uvas e vinhos.
Os Vinhos Verde branco e os Vinhos Verde tinto são bebidas características da região Sul da Espanha.
Incorreta. Pois os frisantes, conhecidos como Vinhos Verdes, seja branco ou tinto, são característicos da região de Moinho, que se localiza em Portugal e não na região da Espanha.
A produção de vinhos se destaca na região francesa e são caracterizados por utilizar apenas a uva Cabernet Sauvignon.
Incorreta. Pois na região da França não apenas as uvas Cabernet Sauvignon são utilizadas na produção de vinhos. Uvas como Merlot e Cabernet Franc, por exemplo, também são utilizadas e apresentam ampla aplicação nas vinícolas da região.
Vinhos argentinos são caracterizados pela produção de vinhos com aspecto mais encorpado e mais concentrado.
Correta. Pois os vinhos argentinos, em geral, são caracterizados por apresentar atributos sensoriais mais encorpados e são mais concentrados, especialmente os produzidos na região de Mendoza.
A qualidade de um vinho não está apenas relacionada com a seleção de matéria-prima e técnicas de preparo, mas sim com a junção de todos os elementos que podem influenciar nas suas características sensoriais e organolépticas. Dentre esses elementos estão os tipos de garrafas utilizadas para o envase e também a forma como são servidos.
Na produção de vinhos, a etapa de envase é basicamente dividida em quatros atividades que consistem em: engarrafamento; estágio em garrafa; rotulagem; e empacotamento (GONÇALVES, 2016). Essa etapa de engarrafamento também está relacionada à seleção do tipo de garrafa a ser utilizada e, especialmente para vinhos, a escolha do tipo de garrafa pode ser fundamental para a garantir qualidade sensorial final do produto.
De maneira geral, o tipo selecionado de garrafa deve contribuir para a longevidade e conservação do vinho que, consequentemente, irá influenciar nas suas características sensoriais. É na garrafa que o vinho será acondicionado após sair das cubas e, posteriormente, irá repousar (estágio em garrafa) pelo tempo determinado pelo produtor para cada tipo de vinho.
Cada categoria de vinho apresenta uma garrafa mais apropriada para ser utilizada. Os principais tipos de garrafas são classificados basicamente em: Borgonha, Bordeaux, Alsácia, Champagne e Rhonê. Cada variedade de garrafa se diferencia por apresentar peculiaridades específicas de tamanho e estrutura.
Para compreender as características estruturais dos diferentes tipos de garrafas é necessário primeiro entender como se forma a estrutura de uma garrafa. Começando pelo suporte principal, temos a base, que tem como objetivo dar apoio à garrafa e, além disso, é responsável por contribuir durante o processo de decantação envolvido no processamento do vinho. O corpo da garrafa é classificado como bojo, seguido do ombro, que é responsável por separar o bojo e pescoço, que representa a parte mais fina da garrafa e contribui para servir a bebida. Por fim, a garrafa apresenta o gargalo que se refere à parte final do pescoço de cada garrafa. Essa parte é responsável por dar sustentação e suporte à rolha. Todos esses itens podem apresentar formatos e tamanhos distintos e são os responsáveis por formar as diferentes variedades de garrafas que influenciam na excelência sensorial final do produto.
Outro critério que pode influenciar na qualidade do vinho é o tipo de cor da garrafa. Cada tipo de cor de garrafa relaciona-se a elementos externos que podem influenciar nas características sensoriais do vinho. Os tintos, por exemplo, geralmente, são acondicionados em garrafas de coloração verde escuro, pois essa cor contribui para a prevenção da influência de fatores ambientais externos, como luz, radiação e oxidação, que podem implicar na qualidade do vinho durante seu repouso e armazenamento. Já os vinhos brancos e espumantes, geralmente, são envasados em garrafas mais claras, pois os fatores externos não influenciam significativamente nos seus atributos sensoriais.
A garrafa Borgonhesa é assim classificada pois foi desenvolvida na região de Borgonha (França) e é caracterizada por ser mais forte e resistente, com uma estrutura mais larga e grossa (LILLA, 2013).
Já a garrafa Bordeaux, também classificada como Bordalesa, é uma das garrafas mais utilizadas e se assemelha à garrafa Borgonha, porém apresenta um formato mais cilíndrico e ombros mais definidos.
A garrafa Champagne é mais utilizada para o armazenamento de espumantes e apresenta bojo e ombros mais longos e largos, respectivamente. Sua principal característica é apresentar um comprimento maior que os demais tipos de garrafas, o que está associado à presença de gás carbônico existente na bebida, uma vez que essa garrafa foi desenvolvida com tal estrutura de forma que conseguisse manter a pressão interna proveniente do gás carbônico presente na produção do vinho. Já a garrafa Rhonê apresenta uma estrutura mais fina e ombros bem definidos; as do tipo Alsácia são garrafas mais finas e longas.
Apesar de cada variedade de garrafa de vinho apresentar suas peculiaridades, todas, em geral, são utilizadas para envazar uma quantidade em média de 750 ml de volume do produto, embora, atualmente, haja uma diversidade ampla de tamanhos e volumes diferenciados disponível no mercado.
Assim como as garrafas, há diferentes tipos de copos a serem utilizados para a degustação de vinhos. A seleção do tipo de taça a ser utilizada é um critério muito importante quando se trata da apreciação de um vinho.
De acordo com Lilla (2013), de maneira geral, as taças de vinho devem apresentar paredes mais finas e boca (aro) mais fechada do que o corpo (bojo). Além disso, todo copo deve ter uma haste que será utilizada para a sustentação e que irá contribuir para manter a temperatura adequada do vinho. Cada um desses detalhes foi desenvolvido com o objetivo de melhorar a apreciação do vinho. A parede fina da taça, por exemplo, tem por objetivo oferecer um melhor contato entre o copo e a boca, proporcionando, assim, melhor interação com os atributos sensoriais provenientes do vinho.
O vinho tinto, por ser mais intensificado, geralmente, é servido em copos maiores, para que, dessa forma, possa exibir melhor seu aroma característico. Já para o vinho branco é mais comum o uso de copos menores.
Atualmente, existe no mercado uma variedade muito ampla de taças de vinho, que podem ser classificadas em: taça Borgonha; Bordeaux; Flutê Vintage; Porto; Cabernet; Pinot Noir; entre outras. Cada tipo apresenta uma estrutura específica e é mais indicada para ser utilizada com tipos exclusivos de vinho. As taças podem ser feitas de cristal, vidro ou cristal de vidro e, embora o material possa variar, é importante destacar que todas devem ser transparentes, especialmente, para não influenciar nas características e apreciação dos vinhos.
A taça Borgonha apresenta a estrutura do corpo mais larga e se assemelha ao formato de um balão. Sua configuração contribui para que haja maior contato entre a bebida e o copo, o que proporciona uma liberação mais rápida do aroma característico do vinho. Esse modelo é amplamente utilizado para vinhos desenvolvidos com a uva Pinot Noir, que apresentam atributos sensoriais mais fortes. Já a taça Bordeaux apresenta um corpo mais cilíndrico, ou seja, mais fechado e mais comprido, o que contribui para intensificar as características sensoriais do vinho, especialmente, o aroma e o sabor.
A taça Flutê exibe um bojo mais fino e comprido e uma boca mais fechada; é comumente utilizada para servir espumantes. Sua estrutura também foi desenvolvida com o objetivo de melhor equilibrar os atributos sensoriais do vinho ao ser consumido e, ainda, contribuir na percepção das bolhas de gás (LILLA, 2013). Seu modelo, por exemplo, pode auxiliar no equilíbrio do sabor ácido do vinho, assim como pode proporcionar um aroma mais harmonioso.
De maneira geral, atualmente, há inúmeros tipos de taças disponíveis para servir vinho, cada uma apresenta uma peculiaridade específica para ser utilizada com vinhos próprios, sempre com o objetivo de realçar as características sensoriais e proporcionar uma experiência incrível de apreciação. Entretanto, vale salientar que não é necessário ter todos os tipos de taças para degustar um bom vinho. Existe um modelo padrão que é amplamente indicado para consumo da maioria de variedades de vinhos, conhecido como taça ISO (International Standards Organization).
Essa taça pode ser utilizada tanto para vinhos tintos quanto para os brancos e, por isso, é comumente utilizada nas degustações. Trata-se de uma taça com corpo levemente maior que o aro, e é facilmente encontrada no mercado, apresentando um preço acessível.
Caro(a) aluno(a), estudamos nesta unidade os diferentes tipos de garrafas utilizadas para o envase de vinhos e que a seleção adequada desse utensílio pode implicar significativamente na qualidade sensorial do produto. Nesse contexto, é importante conhecermos também os diferentes tipos de rolhas utilizadas para o fechamento dos vinhos, uma vez que esse item também fundamental para garantir a conservação do vinho e, consequentemente, sua qualidade. Com isso, convidamos você a conhecer mais sobre a variedade e importância das rolhas utilizadas nos diferentes tipos garrafas de vinho, por meio do link: <https://www.youtube.com/watch?v=X7SDHhPZgZU>. (Vídeo: “Tipos de Rolhas”, 2016). Acesso em: 10 jul. 2020.
Para se selecionar e apreciar um bom vinho é necessário conhecer muitos detalhes que estruturam os conceitos da enogastronomia. Cada particularidade pode fazer toda a diferença na hora de degustar um vinho e realçar seus atributos sensoriais.
A qualidade de um vinho é resultante de um conjunto de detalhes complexos e dinâmicos que vão muito além do tipo de uva e método de fermentação utilizado no preparo. Estudamos dois itens que contribuem diretamente para a qualidade sensorial do vinho, que são os tipos de garrafas e taças utilizadas na degustação. Com base nos conhecimentos adquiridos, assinale a alternativa correta.
A garrafa Champagne, que tem uma estrutura mais longa e larga, é utilizada exclusivamente para vinhos brancos.
Incorreta. Pois a garrafa Champagne que apresenta bojo e ombros mais longos e largos, respectivamente, é mais utilizada para o envase de espumantes. Sua estrutura favorece a conservação da qualidade desse tipo de vinho.
A estrutura da taça Flutê contribui para a percepção das bolhas dos espumantes durante a degustação.
Correta. Pois o formato da taça Flutê, bojo mais fino e longo e boca mais fechada, contribui para a percepção de bolhas durante a degustação de vinhos, por isso é a mais utilizada para o consumo de espumantes.
A estrutura da taça Bordeaux, desenvolvida na França, é comumente comparada ao formato de um balão.
Incorreta. Pois é a taça Borgonha que apresenta uma estrutura mais larga e se assemelha ao formato de um balão, não a taça Bordeaux. Este modelo apresenta estrutura mais cilíndrica, no qual o corpo é mais fechado e mais comprido.
A garrafa Borgonhesa, desenvolvida em Borgonha, é utilizada apenas para o envase de vinhos brancos.
Incorreta. Pois a garrafa Borgonhesa, desenvolvida em Borgonha (França), que apresenta uma estrutura mais larga e ombros mais grossos, é utilizada comumente para o envase de vinhos tintos e não apenas para o armazenamento de vinhos brancos.
A taça denominada ISO, pode ser utilizada para todos os tipos de de vinhos tintos e brancos, mas não para os rosés.
Incorreta. Pois a taça ISO representa um copo padrão que pode ser utilizado com diferentes tipos de vinho, sejam tintos, brancos, rosés, entre outros. Sua estrutura foi desenvolvida com o objetivo de realçar os atributos sensoriais dos mais variados tipos de vinho.
O ato de degustar um vinho está totalmente relacionado à busca por novas experiências, e, progressivamente, é possível identificar novos apreciadores que se interessam e investem cada vez mais nessa prática. Entretanto, para se apreciar um vinho, é importante salientar que a degustação requer um conjunto de regras que podem implicar diretamente na qualidade dessa prática e, consequentemente, na percepção das características sensoriais do vinho. Quando falamos da prática de degustar vinhos, estamos abordando o modo como é feita a degustação e a uma série de detalhes, como o tipo de copo utilizado, já tratado anteriormente, e, também, critérios como temperatura correta, abertura antecipada do vinho, sequência de apreciação, entre outros (LONA, 2003).
A degustação está diretamente associada ao mecanismo neurofisiológico, em que os aspectos mais importantes são os elementos visual, olfativo e gustativo (LILLA, 2013). Nesse contexto, é possível identificar que as sensações e as percepções são elementos essenciais do processo de degustação.
As sensações, que são subjetivas, devem ser reconhecidas e interpretadas através da percepção, que é um fenômeno objetivo. [...] Sensações são resultante do binômio estímulo-receptor. Está comprovado que as sensações são identificadas de modo similar, às vezes idêntico, por pessoas diferentes. Percepção é a interpretação das sensações através da qual, de forma objetiva, associando, reconhecendo, podemos formar uma opinião, uma ideia da informação que a sensação nos transmite. Um exemplo: se um vinho branco brasileiro é amarelo intenso, esta cor poderá nos indicar avançado estágio de amadurecimento ou eventualmente “oxidação” ou ainda envelhecimento precoce. Por quê? Porque a cor de um vinho branco jovem geralmente é pálida e a presença do vinho amarelo intenso é sintoma de dados citados anteriormente (LONA, 2003, p. 22).
Para se fazer uma degustação de vinhos, é aconselhável seguir alguns princípios que foram pensados e desenvolvidos especialmente com o objetivo de melhorar a experiência da degustação. Sugere-se que a degustação seja feita antes das refeições, de forma que a mesma não implique na avaliação sensorial relacionada, especialmente, ao paladar (sabor). O local da degustação deve apresentar uma boa estrutura, ser limpo, arejado e com boa luminosidade, de modo que contribua para a avaliação sensorial referente aos atributos de cor, aroma e aparência global.
Aconselha-se, ainda, o uso de toalhas neutras e de coloração clara, que contribua para a avaliação visual, e que os utensílios utilizados, como os copos, por exemplo, sejam de cristal, transparentes e bem secos, sendo comumente o mais indicado e utilizado a taça ISO, uma vez que se trata de um copo já normatizado justamente para este tipo de atividade.
O copo ideal para degustar vinho é do tipo tulipa, isto é, com a forma de bolbo dessa flor. O bojo arredondado faz o líquido se aconchegar, e a boca, acentuadamente retraída, permite que os aromas se concentrem e sejam mais bem percebidos pelo olfato. O mais famoso dos copos de degustação é o francês criado pelo Inao (Institut National des Appellations d’Origine), modelo adotado pela ISO (International Standart Organization). A grande vantagem em empregá-lo em vinhos de mesa é permitir a fixação de um referencial padronizado na formação da nossa memória olfato-gustativa (AMARANTE, 2018, p. 35).
Na degustação de vinhos, a primeira análise que é feita é a denominada avaliação visual. É por meio dessa análise que serão feitas as avaliações da cor do vinho, da sua limpeza e da sua viscosidade. Essa análise é utilizada especialmente para julgar a intensidade e tonalidade da cor, atributo essencial para a qualidade do vinho. Além disso, essa análise apresenta grande relevância, pois também irá contribuir para identificar a longevidade do vinho, visto que logo de início pode sugerir ao provador se o vinho degustado refere-se a um produto jovem ou mais envelhecido. A presença de gás também é um elemento que pode ser avaliado por meio da análise visual, pois é possível identificar o tamanho e a quantidade da borbulha.
No atributo de limpidez, também avaliado pela análise visual, é considerável que os vinhos sejam sempre límpidos e/ou transparentes. Nesse contexto, é importante salientar que a maioria dos vinhos apresentam cores mais brilhantes, porém há aqueles que são mais claros, opacos e aveludados (LONA, 2003). Logo, durante uma degustação, é relevante conhecer as características envolvidas na qualidade do vinho, ou seja, entender sobre a sua classificação, sobre os ingredientes utilizados, sua forma de preparo, armazenamento, entre outros itens, de forma que não seja feito um julgamento inadequado sobre o produto degustado (LILLA, 2013).
Já para a viscosidade do vinho, a avaliação visual é feita por meio da movimentação giratória do vinho no copo utilizado. De acordo com Lona (2003, p. 30), “o conteúdo de álcool e glicerina proporciona a formação de “arcos” nas paredes do copo e, quanto mais grosso e consistente for os arcos, maior será o teor alcoólico do vinho”, o que indica, também, a utilização de uvas mais maduras e vinhos mais encorpados.
A segunda análise que integra a degustação de vinhos é a olfativa; ela utiliza o sentido humano mais complexo, dinâmico e sensível. O vinho apresenta um aroma característico, também denominado vinosidade, que é derivado especialmente do tipo de uva e fermentação utilizada no processo e, geralmente, proporciona uma sensação de prazer que está relacionada a certos aromas familiares.
Para realizar uma análise olfativa de excelência, é aconselhável começar cheirando o vinho em repouso e, posteriormente, com o movimento circular da bebida no copo. Esse movimento rotatório do vinho é muito importante para a análise olfativa, uma vez que essa ação faz com que as substâncias voláteis do vinho sejam liberadas, proporcionando, assim, maior facilidade de sentir o aroma característico do produto.
Vinhos brancos apresentam, comumente, maior delicadeza e suavidade no aroma, enquanto os vinhos tintos são mais intensos e complexos. Entretanto, para notar com naturalidade as características organolépticas específicas de cada tipo de vinho, é necessário praticar. Assim, com o tempo, o degustador irá adquirindo habilidade em detectar cada detalhe e conseguirá facilmente identificar os aromas primários, os secundários e terciários do vinho, que são os provenientes da uva, das substâncias voláteis do processo fermentativo e do envelhecimento, respectivamente (LONA, 2003).
Outra curiosidade que envolve a análise olfativa é que o aroma do vinho pode ser conhecido também pelo termo bouquet, mas vale salientar que este termo refere-se exclusivamente a vinhos mais envelhecidos. Sendo que, quando estamos falando em bouquet, estamos nos referindo ao aroma do vinho que é desenvolvido dentro na garrafa, ou seja, que acontece sem a presença de oxigênio, processo denominado de procedimento de redução (LILLA, 2013).
A terceira análise que completa os sentidos utilizados na degustação é a avaliação gustativa, ela está relacionada ao sabor proveniente de cada tipo de vinho (Figura 2.19). Para essa análise, as áreas de sensibilidade gustativa e a saliva podem influenciar diretamente na avaliação sensorial do produto (AMARANTE, 2018).
A sensibilidade gustativa da língua irá contribuir para a identificação dos sabores doce, ácido, salgado e amargo. O sabor doce, ácido e amargo são os mais sentidos no vinho, sendo que o sabor doce é percebido na ponta da língua, o sabor ácido na lateral e o amargo ao fundo da mesma. Já a saliva atua como um diluidor e, por meio de reações enzimáticas, consegue separar e evidenciar certos sabores provenientes do vinho, o que auxilia no reconhecimento de diferentes tipos de sabores (AMARANTE, 2018).
O sabor doce pode ser classificado como sabor real ou aparente. Um sabor doce real refere-se ao sabor proveniente da presença de açúcar com ação edulcorante (frutose, sacarose e glicose). Já o sabor doce aparente é aquele que proporciona um sabor doce, não é necessariamente proveniente do açúcar, mas sim comumente resultante da uva utilizada na produção do vinho. O sabor ácido é proveniente dos ácidos orgânicos livres que se desenvolvem na produção da bebida e, geralmente, são resultantes do uso de uvas imaturas. No Brasil, é comum a produção de vinhos mais ácidos e, em geral, vinhos com essa característica representam vinhos mais jovens.
Todos apresentam a capacidade de ser um degustador de vinhos, desde que tenham capacidade de sentir. Nesse sentido, com simples treinamentos, é possível identificar as características sensoriais que diferem cada tipo de vinho. Logo, ser um degustador não é um privilégio, mas sim uma prática constante (AMARANTE, 2018).
O sabor amargo pode ser identificado no vinho e representa o sabor menos desejável. Uvas de baixa qualidade e com excesso de tratamento podem contribuir para o desenvolvimento do sabor amargo, porém o álcool proveniente do processo de fermentação pode auxiliar a mascarar esse sabor.
Para realizar uma análise gustativa efetiva do vinho, sugere-se colocar uma quantidade significativa do produto na boca e avaliar cautelosamente as sensações que são provenientes dele. Um bom vinho deve apresentar um equilíbrio de sabores e deixar um certo sabor na boca, mesmo depois de ser ingerido, pois essa durabilidade está associada a sua qualidade e indica que a seleção de matéria-prima utilizada e o modo de preparo foram realizados com excelência. Para o mundo da enogastronomia, a degustação é um elemento muito importante, pois é a partir da avaliação de um enólogo, pessoa que degusta e avalia os vinhos, que um enófilo, pessoa que consome vinhos, irá selecionar e apreciar um determinado vinho.
Estudamos nesta unidade que a degustação de vinhos é uma prática dinâmica e detalhada. Nesse contexto, é importante que o profissional da enogastronomia conheça todas as propriedades envolvidas no processo de degustação, de modo a saber selecionar um produto adequado e a orientar os clientes na hora de apreciar um vinho. Com base nos conteúdos estudados, assinale a alternativa correta.
A prática de degustação é uma atividade ligada aos mecanismos neurofisiológicos do corpo humano.
Correta. Pois a prática da degustação está diretamente associada ao mecanismo neurofisiológico, especialmente aos sentidos humanos relacionados à visão, ao olfato e ao paladar. Esses três sentidos são considerados os elementos base do processo de degustação.
O sentido gustativo é o único sistema que apresenta significância no processo de degustação de vinhos.
Incorreta. Pois o processo de degustação integra três sentidos humanos que são indispensáveis para a avaliação sensorial de um vinho: o sistema visual, olfativo e o gustativo.
Apenas estudantes e profissionais da enogastronomia podem ser degustadores oficiais de vinho.
Incorreta. Pois todos podem ser degustadores de vinho, não só estudantes e/ou profissionais da enogastronomia. Entretanto, é importante conhecer detalhadamente as regras envolvidas no processo de degustação e praticar constantemente.
Na análise gustativa, as sensações doces e ácidas são as únicas que podem ser detectadas durante a degustação.
Incorreta. Pois, na análise gustativa realizada durante a degustação de vinho, há três sensações que se destacam; o sabor doce, que é detectado na ponta da língua; o sabor ácido, que é detectado pela parte lateral da língua; e o sabor amargo, que pode ser sentido mais na parte superior da língua.
Durante a realização da análise olfativa, é importante que o vinho nunca esteja em repouso.
Incorreta. Pois durante uma análise olfativa, é importante e aconselhável iniciar com o vinho no seu estado de repouso e só depois, então, iniciar os movimentos rotativos da taça.
O armazenamento de vinhos, assim como os demais itens abordados anteriormente, também é um critério muito importante que está associado à qualidade do produto. Os vinhos são bebidas que apresentam características físico-químicas bastante complexas e, nesse contexto, a forma correta de armazenamento pode ser um grande diferencial para a preservação das suas propriedades químicas e sensoriais.
Cada variedade de vinho apresenta características próprias para seu armazenamento, especialmente quando nos referimos ao tipo de garrafa. Entretanto, de maneira geral, os vinhos devem ser armazenados em locais escuros, com pouca umidade, baixa vibração e com temperatura entre 18 e 20 °C (LILLA, 2013). Ambientes com temperaturas mais frias proporcionam um desenvolvimento mais lento do vinho, sendo assim, temperaturas mais baixas, em torno de 12 °C, por exemplo, são mais utilizadas para vinhos envelhecidos.
O tempo de armazenamento também pode variar de acordo com o produto, mas, para manter a qualidade do vinho, é importante selecionar uma garrafa de tamanho e cor adequada, além de assegurar que a mesma seja acondicionada em um ambiente apropriado, conforme citado anteriormente. A junção desses critérios (temperatura, luminosidade, tipos de embalagem, entre outros) são considerados pontos críticos de qualidade e podem influenciar diretamente na aceitação, comercialização e consumo desse produto (CLARK et al., 2011).
Para muitos tipos de vinho, o envelhecimento é um item indispensável para sua qualidade sensorial, ademais, muitos continuam seu processo de evolução dentro da garrafa. Logo, seguir as recomendações de armazenamento torna-se essencial para as características organolépticas do produto. Além disso, a temperatura e o armazenamento inadequado implicam diretamente na vida útil do produto.
A posição na qual a garrafa é armazenada também é um atributo de grande relevância para a conservação do vinho. Em geral, é aconselhado que as garrafas sejam acondicionadas na posição horizontal, especialmente, os vinhos de mesa, os espumantes e os que utilizam garrafas com rolhas de cortiça natural. O objetivo dessa posição é que o líquido fique em contato com a rolha, de forma que a mesma não seque, consequentemente, evitando a entrada de oxigênio.
Em relação à disposição das garrafas na prateleira, é aconselhável que os vinhos sejam armazenados da seguinte forma:
Essa sequência está relacionada ao amadurecimento do vinho, pois os localizados na parte superior irão amadurecer mais rápido, enquanto os que estão embaixo demoram mais por se tratar de um local mais frio (AMARANTE, 2018).
Vinhos de qualidade comumente são armazenados em adegas, que seguem todos os padrões de qualidade, sempre com o objetivo de conservar e contribuir ao máximo para os atributos sensoriais do produto. As adegas devem ser limpas e com boa circulação de ar, de forma que o ambiente não seja propício para o desenvolvimento de micro-organismos que possam implicar na qualidade do vinho, como fungos e bactérias. A luminosidade também deve ser controlada, especialmente, porque a luz pode provocar efeitos prejudiciais às características originais dos vinhos. Logo, é relevante proteger o produto de possíveis fontes de luz natural e/ou sintética.
Todas as regras requeridas para o armazenamento dos vinhos também devem ser seguidas durante seu transporte, sempre com o foco principal em conservar a qualidade do produto de forma a atender as expectativas dos consumidores. Restaurantes renomados investem cada vez mais no desenvolvimento de ambientes climatizados para o armazenamento de vinhos, de forma a proporcionar experiências de excelência para todos os seus clientes.
A apreciação de vinhos é uma prática relacionada a sensações prazerosas, porém é evidente que, para que essa ação seja agradável, há uma série de cuidados que devem ser enaltecidos. A enogastronomia abrange todos esses conceitos e destaca o quão importante é cada detalhe para manter a qualidade dos vinhos e proporcionar uma experiência perfeita para a sua apreciação.
Estudamos nesta unidade que o armazenamento de vinho é um critério crítico de qualidade. Entretanto, não são todos que possuem uma adega qualificada em casa para armazenar os vinhos que são adquiridos. Nesse contexto, convidamos você a conhecer qual a forma mais correta de armazenar vinhos em casa, por meio do link: https://www.youtube.com/watch?v=w5hj-bX-3MU. Acesso: 16 jul. 2020.
No setor de alimentos, o armazenamento é um pontos fundamentais avaliados pela garantia de qualidade. No caso de bebidas alcoólicas, como o vinho, esse critério ajuda não só a manter a conservação do vinho, como também auxilia o seu desenvolvimento. Nesse contexto, com base nos assuntos abordados na unidade, assinale a alternativa correta.
Um vinho de qualidade deve ser armazenado exclusivamente em locais com temperaturas elevadas.
Incorreta. Pois a temperatura adequada de armazenamento de um vinho irá variar de acordo com as suas propriedades. Em geral, os vinhos são armazenados em temperaturas entre 18 e 20 °C, mas também podem ser armazenados em temperaturas mais baixas, especialmente quando se deseja obter vinhos envelhecidos.
Apenas a luminosidade é considerada um ponto crítico de qualidade para o armazenamento de vinhos.
Incorreta. Pois há uma série de itens que integram os pontos críticos de qualidade que podem estar associados ao armazenamento de vinhos. Além da luminosidade, a temperatura, a vibração, a umidade, entre outros, também são itens importantes que podem influenciar na qualidade do produto.
No armazenamento de vinhos, aconselha-se que a luz natural haja intensificadamente para conservar o produto.
Incorreta. Pois, para o armazenamento de vinhos, não é aconselhável a presença de luz. Recomenda-se que o produto seja armazenado em locais escuros, livres de luz natural e/ou sintética.
O armazenamento de vinhos não apresenta significativa importância para os profissionais da enogastronomia.
Incorreta. Pois todos os detalhes que envolvem o mundo dos vinhos são importantes para os profissionais da enogastronomia, especialmente aqueles que podem estar associados à qualidade do produto, como é o caso do armazenamento.
No armazenamento de vinhos, a umidade é um ponto crítico que deve ser frequentemente controlado.
Correta. Pois locais com excesso de umidade podem favorecer o crescimento de microrganismos, como fungos e bactérias, que podem implicar diretamente na qualidade do vinho. Logo, o armazenamento deve ser feito em locais arejados, com pouca umidade.
Nome do livro: Vinho no Mundo: conhecimento para beber melhor
Editora: Ideograf
Autor: Michael Waller
ISBN: 978-65-86327-04-5
Comentário: O livro expõe as experiências nacionais e internacionais obtidas pelo autor, abordando seu conhecimento e vivência sobre elementos ligados ao vinho. Trata-se de um livro recentemente lançado (2020), que enriquece os assuntos abordados nesta unidade.
Nome do filme: Somm
Gênero: Documentário
Ano: 2013
Elenco principal: Ian Claube, Fred Dame, Geoff Kruth, Davi Claube, entre outros.
Comentário: Este documentário foi desenvolvido especialmente para quem é apaixonado por vinho. A história retrata a experiência de quatro candidatos, sommeliers, que estão se preparando para fazer uma prova para se tornarem Master Sommelier. No documentário, é possível identificar uma série de detalhes que englobam o mundo dos vinhos e, consequentemente, da enogastronomia, assim como os estudados nesta unidade.
Nome do filme: Sideways - entre umas e outras
Gênero: Comédia/Romance
Ano: 2004
Elenco principal: Paul Giamatti, Thomas Haden Church, Virginia Madsen
Comentário: O filme conta a história de Miles, um homem depressivo que tenta se tornar um grande escritor. Miles é um homem apaixonado por vinhos, e decide dar de presente ao seu amigo Jack, como despedida de solteiro, uma viagem para as vinícolas na Califórnia. A história conta a viagem dos amigos, além dos novos relacionamentos amorosos que fazem no decorrer da aventura pelas vinícolas.