Prezado(a) aluno(a), nesta unidade, estudaremos as questões ecológicas mediante o meio geográfico, fazendo uma relação com essas importantes áreas do ensino. Hoje, temos vários recursos para olharmos grandes áreas ou locais, como a fotografia.
Nesta unidade, o material contemplará a Distribuição das Espécies, que será dividida em quatro etapas, tratando em cada uma delas de assuntos que envolvem distribuição das espécies. Você também encontrará tópicos específicos para orientações, como: biogeografia global e regional; biogeografia de ilhas; gradientes da riqueza em espécies e a taxa de extinção e seus principais focos.
Espero que compreenda a importância da biodiversidade para a manutenção dos ecossistemas.
Em 1912, Alfred Wegner, antes do aparecimento da tectônica de placas, a teoria da deriva continental, já clamava que os continentes atuais eram partes de uma grande massa continental que já existia, o supercontinente Pangea. Todavia, a noção de que os continentes nem sempre estiveram na mesma posição atual era uma suspeita antecedente ao trabalho de Wegner. Abraham Ortelius, um antigo cartógrafo do século XVI, já havia notado as similaridades entre as costas Americana e Africana, e especulado que esses continentes deveriam ter estado juntos em alguma ocasião. Portanto, Wegner foi o primeiro a utilizar outras evidências além da similaridade das costas.
A separação evolutiva das espécies devido a barreiras como deriva continental é conhecida como vicariância. Um exemplo de vicariância são as aves ratitas, as quais têm o mesmo ancestral comum, originado no Gondawa. Quando esse continente fragmentou-se, as Emas (América do Sul), os avestruzes (África), os casuares e emus (Austrália), e as moas (Nova Zelândia) foram isolados uns dos outros e, assim, cada espécie em seu novo continente desenvolveu características singulares ao seu isolamento, mas ainda conservam características comuns, tais como a habilidade de voar e o tamanho.
Considerado o pai da biogeografia, Wallace estuda a relação entre fatores ambientais, geológicos e a distribuição de espécies.
Wallace foi o primeiro a relatar sobre os grandes rios amazônicos como barreiras geográficas à biodiversidade – um conceito elementar da ecologia moderna.
Notou também que, nos decursos largos dos rios, os macacos de um lado eram diferentes das espécies do outro lado. Com certeza, mais adiante, essa observação se tornou um dos pilares da teoria da evolução, esclarecendo como o isolamento pode transformar duas populações de uma mesma espécie em espécies diferentes.
Entre 1854 e 1862, Wallace viajou para o Arquipélago Malaio ou Índias Orientais (agora Malásia e Indonésia) para coletar espécimes para venda e estudar a natureza. Suas reflexões sobre as diferenças zoológicas, por meio do estreito no arquipélago, levaram-no a propor a fronteira biogeográfica atualmente conhecida como a Linha de Wallace.
Wallace coletou mais de 125.000 espécimes no Arquipélago Malaio (só de besouros mais de 80.000). Mais de mil deles representam espécies novas para a ciência. Uma de suas mais bem conhecidas descrições de espécies durante sua viagem é a do sapo que desliza em árvores, Rhacophorus nigropalmatus, conhecido como o sapo voador de Wallace.
A Linha de Wallace é uma limiar que separa as regiões zoogeográficas da Ásia e da Australásia. A oeste e a norte da linha estão os organismos relacionados ao ecossistema asiático; a leste e a sul, os relacionados às espécies australasiáticas ou oceânicas. A linha foi identificada pelo naturalista Alfred Russel Wallace, e foi em sua homenagem que foi assim designada. Alfred Wallace foi o primeiro a notar a divisão entre os dois ecossistemas durante suas viagens pelas Índias Orientais no século XIX.
A linha atravessa o Arquipélago Malaio, entre Bornéu e Celebes, e entre Bali (a oeste) e Lombok (a leste). Indícios dessa divisória já haviam sido notados 300 anos antes por Antonio Pigafettanos, contrastes biológicos entre as Filipinas e as Ilhas das Especiarias durante a viagem de Fernão de Magalhães em 1521. Quando falamos em evolução biológica, geralmente o primeiro nome que nos vem à mente é o de Charles Darwin. Entretanto, não podemos atribuir todos os méritos a ele, já que Alfred Wallace também havia percebido muitos dos aspectos que Darwin apontou em suas observações as quais guardou, basicamente em segredo, por mais de vinte anos.
A biogeografia é uma ciência que estuda o padrão de distribuição de organismos na Terra, bem como as variações nesse padrão que ocorreram no passado e ainda ocorrem no presente. Os biogeógrafos tentam compreender o porquê de determinada espécie viver ali. Sendo assim, ela é uma ciência baseada mais na observação, analisando padrões e fazendo comparações. Outro fato interessante sobre a biogeografia é que cada trabalho requer uma grande busca bibliográfica, pois se faz necessário analisar coletas e espécies identificadas anteriormente.
Wallace chegou à mesma conclusão que Darwin publicou em A Origem das Espécies: biogeografia era apenas um registro da hereditariedade. Enquanto as espécies colonizavam novos habitats e suas velhas fronteiras eram divididas por montanhas e outras barreiras naturais, eles foram se conformando na distribuição em que se encontram atualmente.
Entre as localizações geográficas das espécies, teremos padrões mais óbvios na Terra, que seriam a variação que vemos em sua composição e nas suas diversidades. Dentro dos estudos sobre as condições ambientais e os processos bióticos que determinam a abundância e a distribuição das espécies, teremos o estudo da biogeografia. Essa ciência tem um aspecto multifacetado, englobando conhecimentos de diversas outras ciências, como a biologia, climatologia, geografia, geologia, ecologia e ciência da evolução. Sobre o tema biogeografia, marque a alternativa correta que descreve sua função.
Estuda a distribuição dos seres vivos no espaço ao longo do tempo.
Correta: assim, estuda-se a distribuição da vida com base em sua dinâmica na escala espacial e temporal no planeta Terra.
Estuda também a estrutura dos animais, de que constituem seus tecidos, propriedades e funções celulares.
Incorreta: Zoologia é a ciência que estuda os animais bem como as relações entre eles e o ambiente em que vivem.
Cruzamento genético entre duas espécies vegetais ou animais distintos, que geralmente não podem ter descendência devido aos seus genes incompatíveis.
Incorreta: o termo Híbrido foi estudado pela primeira vez em plantas por Joseph Gottlieb Kölreuter durante o século XVIII, embora existam citações mais antigas sobre esse assunto, tanto em plantas como em animais.
Transmissão das informações genéticas de pais para filhos na reprodução.
Incorreta: fazer cópias de si mesmo em um processo chamado replicação.
Alfred Russel Wallace, considerado como o pai da biogeografia, descreveu as regiões biogeográficas correspondentes às seis maiores placas tectônicas da Terra. Considerando essas atribuições, marque a alternativa correta sobre como são essas placas tectônicas.
É a responsável pelo levantamento da diversidade animal, conservação e ampliação das coleções zoológicas e bibliográficas, e identificação e divulgação científica e popular.
Incorreta: Zoologia é a ciência dedicada ao estudo dos animais no que se refere à sua biologia, genética, fisiologia, anatomia, ecologia, geografia e evolução.
Estuda a origem da formação, da estrutura, da composição e das transformações da crosta terrestre.
Incorreta: a Crosta Terrestre é a menor e a mais externa entre as camadas do planeta Terra.
Placas tectônicas são trechos da crosta terrestre que se movimentam ou ficam à deriva de um lado para o outro da superfície da Terra devido à ação de correntes geradas no fundo de seu manto de rocha fundida.
Correta: a teoria da Tectônica de Placas afirma que o planeta Terra é dividido em várias placas tectônicas que se movimentam, pois estão flutuando sobre o magma.
Têm diminuição da cobertura florestal pela ampliação lenta e progressiva de áreas utilizadas para a agricultura e/ou pecuária.
Incorreta: Desgaste do Solo.
Devido à movimentação das placas tectônicas, as posições das placas e o continente disposto sobre elas sofrem constantes mudanças ao longo do período geológico; cerca de 150 milhões de anos atrás, a Terra era um grande continente. Com bases nesses dados relatados por cientistas, qual era esse grande continente que existia sobre a Terra?
Gondawa.
Incorreta: o supercontinente do sul Gondwana incluía a maior parte das zonas de terra firme que hoje constituem os continentes do Hemisfério Sul, incluindo a Antártida, América do Sul, África, Madagáscar, Seicheles, Índia, Austrália, Nova Guiné, Nova Zelândia, e Nova Caledónia.
Pangeia.
Correta: há 200 milhões de anos existia um único supercontinente: o Pangeia. Ele se fragmentou há 130 milhões de anos em Laurásia (América do Norte e Eurásia) e Gondwana (América do Sul, África, Índia, Austrália e Antártida) e, há 84 milhões de anos, houve a separação entre a América do Norte e Eurásia e entre a América do Sul, África, Oceania e Índia, que se tornou uma ilha no oceano Índico.
Laurásia.
Incorreta: a Laurásia surgiu logo após a divisão de Pangeia, antes disso, todos os continentes que conhecemos hoje se encontravam em um só, após a modificação, foi divido em dois, Laurásia e Gondwana.
Cretáceo.
Incorreta: dentre as principais características desse período temos a proliferação de espécies (animais e vegetais), além da separação de alguns continentes, como a África e a América do Sul, que, anteriormente, estavam unidos em uma única massa continental denominada Pangeia.
Como é controlada a diversidade regional das espécies?
Pode ser controlada por área e distância, devido ao balanço entre as taxas de migração e extinção.
Correta: diversos estudos ao longo da história apontaram que o número de espécies em ilhas aumenta conforme aumenta a área da ilha.
A riqueza de espécies não aumenta com o aumento da área amostrada.
Incorreta: a riqueza da área amostrada aumenta a riqueza de espécies.
Pela separação evolutiva das espécies devido a barreiras como deriva continental.
Incorreta: a especiação diz respeito ao processo evolutivo que envolve o surgimento de novas espécies. Desde a origem da vida, os seres vivos vêm sofrendo a diferenciação por meio de variações genéticas em decorrência de mutações genéticas.).
A riqueza e a composição das espécies também variam de um continente para o outro, mesmo onde a latitude ou a longitude são similares ou próximas.
Incorreta: o mapa é uma forma de representação da realidade. É um suporte de informações sobre os elementos naturais e humanos existentes no espaço: área ocupada, posição, distribuição etc.)
As ilhas são porções de terra menos extensas que os continentes e cercadas de águas por todos os lados, são um palco para o espetáculo de especiações intensas por deriva genética. E é tentando explicar grande variedade sobre a riqueza das espécies que os biólogos MacArthur e Wilson (2001) irão propor a teoria do equilíbrio de biogeografia de ilhas.
Em uma ilha podemos encontrar um conjunto de ecossistemas de pequena extensão espacial com um número de códigos genéticos restrito, pois as trocas genéticas e ocorrência de colonização são consideravelmente possivelmente reduzidas. E é esse isolamento que favorece o processo de especiação.
MacArthur e Wilson acreditavam que, em ambientes isolados, como as ilhas oceânicas, a riqueza é determinada por um balanço entre imigração e emigração, mas as taxas de imigração e emigração variam de acordo com o tamanho da ilha e com a sua distância da fonte de espécies (continente).
As ilhas sempre representaram um papel principal no estudo da evolução. O próprio Charles Darwin foi um biogeógrafo de ilhas antes de se tornar darwinista.
Na década de 60, o ecólogo canadense Robert Helmer MacArthur e o biólogo norte-americano Edward Osborne Wilson propuseram a Teoria da Biogeografia de Ilhas ou Teoria do Equilíbrio Biogeográfico Insular. Essa teoria baseava-se em alguns pressupostos: comunidades insulares são mais pobres em espécies do que as comunidades continentais.
A exuberância das espécies aumenta com o tamanho da ilha. Nesse sentido, MacArthur e Wilson (2001, p. 8) enfatizam que essa riqueza diminui com o aumento do isolamento da ilha, pois a probabilidade de uma espécie chegar a uma determinada ilha é inversamente proporcional à distância entre a ilha e o continente.
A possibilidade de extinção de uma espécie varia em função do tamanho da ilha. O número de espécies em uma ilha representa um equilíbrio entre a taxa de colonização e a taxa de extinção.
Portanto, de acordo com a Teoria do Equilíbrio Biogeográfico Insular, o número de espécies em uma ilha depende muito do equilíbrio entre as taxas de extinção e imigração, que são influenciadas pela distância da ilha ao continente.
Populações de pequena dimensão, como das ilhas, são mais vulneráveis à extinção, consequência de competição ou de predação. À medida que o número de espécies aumenta por imigração, aumenta-se também a taxa de extinção, assim a raridade de cada espécie aumenta.
MacArthur e Wilson (1963, 1967) desenvolveram a teoria, que por algum tempo (entre 1970 e 1980) foi um paradigma no projeto das unidades de conservação. A teoria é composta, basicamente, de duas diretrizes principais: 1- A probabilidade de uma espécie chegar a uma determinada ilha é inversamente proporcional à distância entre a ilha e a fonte (continente ou mancha-fonte) e diretamente proporcional ao tamanho da ilha; 2 - A probabilidade de extinção da espécie na ilha é função do tamanho da ilha.
Muitas das observações que levaram Charles Darwin a elaborar sua teoria evolucionista ocorreram durante a viagem ao redor do mundo como naturalista do navio inglês H. S. S. Beagle. Durante os cinco anos da viagem, iniciada em 1831, Darwin visitou diversos locais da América do Sul (inclusive o Brasil) e da Austrália, além de vários arquipélagos tropicais.
As ilhas são porções de terras menos extensas que os continentes e rodeadas por água por todos os lados. Em uma ilha, pode ser encontrado um complexo de ecossistemas de pequena extensão espacial com número de códigos genéticos restrito, pois as trocas genéticas e a ocorrência de colonização são potencialmente reduzidas. Esse isolamento favorece o processo de especiação, e é por isso que as ilhas sempre desempenharam um papel central no estudo da evolução. Essa teoria baseava-se em 3 pressupostos. Considerando essas atribuições, marque V para Verdadeira e F para Falsa.
( ) Comunidades insulares são muito mais pobres em espécies do que as comunidades continentais equivalentes.
( ) O tamanho da ilha não importa, independente do tamanho, todas têm a mesma riqueza.
( ) Essa riqueza diminui com o aumento do isolamento da ilha.
Assinale a alternativa com a sequência correta:
V – V – V.
Incorreta: V – F – V.
V – F – V.
Correta:
( V ) Esse equilíbrio dinâmico depende da área da ilha.
( F ) Quanto maior a ilha, maior será o número de espécies, por isso, é falsa.
( V ) Esse equilíbrio dinâmico depende da área da ilha.
F – F – F.
Incorreta: V – F – V.
F – V – F.
Incorreta: V – F – V.
Segundo MacArthur e Wilson, em ambientes isolados, como as ilhas oceânicas, a riqueza, para eles, era determinada por um balanço entre imigração e emigração, mas as taxas de imigração e emigração variam de acordo com:
Com a posição da ilha e a quantidade de espécies.
Incorreta: somente essa quantidade não importa se essa posição não facilitar essa entrada e saída de espécies.
Com o tamanho da ilha e com a quantidade de espécies.
Incorreta: essa quantidade de espécies no mesmo local não irá modificar essas espécies pela dificuldade de imigração e emigração.
Com o tamanho e posição da ilha.
Incorreta: esse tamanho de ilha deve proporcionar essa saída de espécies.
O tamanho da ilha e com a sua distância da fonte de espécies (continente).
Correta: aumentam com esta distância.
Por que algumas comunidades contêm mais espécies do que outras? Existem padrões ou gradientes de riqueza em espécies? Há respostas plausíveis para as questões que formulamos, mas tais respostas de maneira alguma são conclusivas.
Em termos simples, o número de espécies que podem estar dispostas em uma comunidade é determinado pelo tamanho dos nichos efetivos e o grau com que eles se sobrepõem, em relação à gama de recursos disponíveis. A competição e a predação podem modificar o resultado de modo previsível. Além disso, uma comunidade conterá mais espécies quanto mais completamente saturada ela estiver; um fenômeno que pode ser abordado por meio da relação entre diversidade local e diversidade regional (número de espécies que teoricamente poderiam colonizar).
Descrevemos a influência de uma gama de fatores espaciais (produtividade, heterogeneidade espacial, severidades ambientais) e temporalmente variáveis (variação climática, idade ambiental, área de habitat) sobre a riqueza em espécies, bem como os padrões de riqueza que aumentam, diminuem ou mostram padrão em “domo” em relação a esses fatores. As interações entre fatores (por exemplo, produtividade como pastejo ou perturbação) estão frequentemente envolvidas na determinação dos padrões.
Dedicamos uma atenção especial à teoria da biogeografia de ilhas e à interação entre imigração e extinção na determinação da riqueza em espécies – em relação à área insular e ao isolamento.
Segundo Begon et al. (2006), o número de espécies registradas deriva do número de amostras tomadas ou do volume de habitat considerado, o que complica a comparação entre estudos. O uso desse conceito tem sido amplamente empregado para relatar e comparar comunidades. Entretanto, em muitas circunstâncias, torna-se necessário considerar a equitabilidade das espécies (abundância) de maneira combinada com a riqueza, tendo-se assim a variedade de uma comunidade.
Apesar de simples em seu conceito, na prática, a riqueza de espécies de um local esbarra em dificuldades de ordem taxonômica (determinação de táxons) e de amostragem.
O simples conceito de Myers et al. (2000) ainda é insipiente à compreensão dos mecanismos responsáveis pelos padrões de riqueza em diferentes escalas. O conhecimento sobre esses mecanismos somado a informações referentes à distribuição espacial da riqueza é imediato, tendo em vista a grande demanda de informações para fins de conservação e recuperação da biodiversidade.
Em geral, verifica-se que tanto nos estudos com a flora quanto com a fauna, se há uma saturação de espécies na comunidade (i.e. o espaço dos nichos, este plenamente preenchido), a riqueza local alcança uma assíntota na relação com a riqueza regional.
A maior riqueza nas regiões tropicais tem sido atribuída à maior intensidade de predação e à presença de predadores mais especializados, ao aumento na produtividade, em função do aumento na estação de crescimento e à maior estabilidade do clima (BEGON et al., 2006), à maior “idade” evolutiva dos trópicos, propiciando maior tempo de diversificação, e à maior extensão em área da região tropical, que tornaria menos provável a extinção de espécies.
Além do gradiente latitudinal, são bastante conhecidos os gradientes associados à altitude, à profundidade e ao estágio sucessional de comunidades (BEGON et al., 2006), sendo que os fatores acima descritos de maneira geral também são empregados para justificar esses gradientes.
Fragmentação florestal é a substituição de amplas áreas de floresta nativa por outros ecossistemas, deixando uma série de manchas remanescentes ou fragmentos de mata entremeados por uma matriz de vegetação diferenciada e/ou de usos diversos.
A compreensão do papel da biodiversidade nos processos ecossistêmicos é importante por razões práticas, pois isso implica em saber como os humanos deveriam responder à perda da biodiversidade.
O número de espécies em um bioma, um continente ou zona climática é exemplo de diversidade regional, que é determinada por fatores regionais como geologia, clima, migração ou extinção. Por outro lado, a diversidade local refere-se ao número de espécies dentro de, por exemplo, um recife de coral, uma floresta ou o trecho de um rio.
Estudos sobre os efeitos da fragmentação florestal sobre a estrutura genética das espécies são importantes para o planejamento e o gerenciamento de estratégias de conservação. A fragmentação de habitats é uma das mais importantes e difundidas consequências da atual dinâmica de uso da terra pelo homem. A taxa com que o homem está alterando as paisagens naturais é muitas vezes maior do que a da dinâmica de perturbação natural dos ecossistemas.
A distribuição global da biodiversidade é um dos objetivos mais significativos para ecologistas e biogeógrafos. Porém, além de objetivos puramente científicos, essa compreensão é essencial para problemas aplicados de maior preocupação para a humanidade. Dentre essas finalidades descritas, marque a alternativa correta que apresenta a preocupação vivida.
Destruição de florestas, como ocorreu no Brasil com a mata atlântica.
Incorreta: acarreta em perda de biodiversidade e habitat de muitas espécies.
Como a invasão de espécies, o controle de doenças e de seus vetores e, provavelmente, os efeitos das mudanças ambientais globais na manutenção da biodiversidade.
Correta: essa compreensão é essencial para problemas aplicados de maior preocupação para a humanidade, como a invasão de espécies, o controle de doenças e de seus vetores e, provavelmente, os efeitos das mudanças ambientais globais na manutenção da biodiversidade.
Chuvas ácidas e corrosivas em certos locais da Europa, dois grandes buracos na camada de ozônio que envolve a Terra.
Incorreta: a chuva ácida forma-se normalmente a elevadas altitudes nas nuvens, onde o dióxido de enxofre e os óxidos nítricos reagem com a água, oxigênio e oxidantes.
Exploração dos recursos naturais e a produção de resíduos, o que causa poluição da atmosfera, da água e do solo.
Incorreta: a lei deve punir com mais rigor essa exploração desenfreada.
A extinção de espécies faz parte de um processo evolutivo, o que traz preocupação sobre a extinção nos dias atuais são suas taxas. Devido à ação predatória do homem sobre o meio ambiente, as taxas de extinção de espécies nunca foram tão altas. Uma espécie é dita extinta quando já não existe nenhum exemplar vivo ou quando os indivíduos restantes encontram-se apenas em cativeiro. São descritas muitas características que determinam que uma espécie esteja mais vulnerável à extinção. Com base nos seguintes conceitos, marque a alternativa incorreta sobre essas características.
Ocorrência de área limitada.
Correta: essa área deve ser limitada.
Ocorrência de apenas uma ou poucas populações e a necessidade de grandes habitats.
Correta: a ocorrência dessas populações e esses habitats é necessária.
Ter muita variabilidade genética e grande capacidade de dispersão.
Incorreta: os erros desta questão são a variabilidade genética que deve ser pouca e a capacidade de dispersão deve ser baixa.
Populações pequenas ou com baixa densidade populacional, ter grande porte, ser migrante sazonal, ser caçada ou consumida por humanos.
Correta: está correta pela população, porte, migração e consumidores.
A taxa de extinção está relacionada ao desaparecimento de espécies ou grupos de espécies em um determinado ambiente ou ecossistema; segundo a Organização Mundial das Nações Unidas, o atual ritmo de desaparecimento das espécies é cem vezes superior ao ritmo de extinção natural. O responsável é o homem com a ocupação do solo, a exploração insustentável dos recursos naturais, a poluição e a introdução descontrolada de espécies invasoras (ONU - Ano Internacional de Biodiversidade 2010).
Anfíbios, aves, mamíferos, há várias espécies em risco de extinção em nível mundial e, embora se possa pensar que uma seja mais importante que as outras, a verdade é que o mundo gira em torno de um equilíbrio biológico essencial à vida, mas invisível aos olhos dos humanos; o desaparecimento de uma espécie em concreto pode ter impacto em cascata na sobrevivência e expansão de outras espécies.
As variações climáticas são um dos fatores responsáveis pela revolução da biodiversidade. Os impactos não passam ao lado pela península ibérica, um espaço de terra que, embora ocupe 6% do território europeu, é um santuário de biodiversidade. Concentra mais de 50% da fauna de vertebrados terrestres, 30% dos quais são espécies endêmicas da região. Nesse breve texto, apenas mostramos um problema complexo da biodiversidade e que não tem fronteira na esfera global, se tudo continuar como está, a diminuição da biodiversidade será irreparável e o planeta estará cada vez mais desequilibrado.
Na natureza, as espécies podem se dividir com relação ao ambiente onde elas se desenvolvem como nativas ou exóticas. As espécies exóticas ou nativas são definidas a partir de critérios biológicos de onde elas se desenvolveram e se coevoluíram.
Consequentemente é errado achar que espécie exótica vem de determinado país, nós temos espécie exótica em São Paulo, que vem de outro estado da federação ou que vem de outro ambiente, que não a Mata Atlântica. Espécies exóticas não possuem passaporte, mas aquelas que se desenvolvem em um ambiente que não coevoluíram. São espécies que, de alguma forma, chegaram nesse ambiente ou por meio de uma introdução direta causada pelo homem ou pelo transporte de semente e de material vegetativo.
As espécies exóticas podem ter um comportamento não agressivo ou bastante agressivo; se elas conseguem se desenvolver por mecanismos próprios colocando em risco as outras espécies do local, as chamadas nativas, elas são consideradas exóticas invasoras. É importante entender que uma exótica tem esse fator de competitividade muito intenso, pois ela chega a determinado ambiente e não encontra nesse ambiente os inimigos naturais que ela naturalmente encontrava no ambiente em que ela coevoluiu originalmente, consequentemente, ela se torna muito produtiva.
Hoje, basicamente boa parte da agricultura e da pecuária praticadas em nível mundial está fundamentada no cultivo de espécies exótica. Um exemplo muito característico da importância da espécie exótica é a apis melífera.
Embora seja originada na Europa, hoje ela é fundamental na polinização de culturas agrícolas, principalmente na Ásia e na América. Apis melifera vivem em colmeias e foram introduzidas no Brasil em 1839 para suprir aviários e produção de mel. Não se consegue uma agricultura sem a presença da Apis melifera, certamente a inexistência dela ou a interrupção do seu ciclo ocasionariam impactos terríveis na produção mundial de alimentos.
Exatamente por isso é importante entender as espécies exóticas como sendo elemento fundamental no processo da colonização humana no planeta, tomando os devidos cuidados para que a cultura dessas espécies exóticas não fuja ao controle vindo a contribuir na extinção de espécies locais.
Sabendo então que uma espécie exótica, embora seja importante hoje na economia e na produção de alimentos, pode se transformar em uma espécie invasora, prejudicando, sobremaneira, o ambiente onde ela foi introduzida, é fundamental medidas de controle para que esse potencial invasor seja previamente estudado e identificado, que protocolos internacionais sejam firmados entre países de maneira a evitar ou pelo menos minimizar o risco de introdução de espécies exóticas invasoras.
Biogeografia é a ciência que estuda a distribuição geográfica dos seres vivos no espaço por meio do tempo, com o objetivo de entender os padrões de organização espacial dos organismos e os processos que resultaram em tais padrões. No presente trabalho, são apresentados os principais fatos históricos e conceitos relacionados à trajetória histórica da Biogeografia, para que se compreenda que tal disciplina não surgiu de sobressalto, mas passou por um processo muito longo de construção que se deu por meio do acúmulo de contribuições de diversos pesquisadores ao longo dos últimos séculos.
O Brasil possui atualmente 627 espécies ameaçadas de extinção, de acordo com pesquisa do Ministério do Meio Ambiente realizada em 2008. O levantamento anterior, feito em 1989, mostrava uma lista de 218 animais, mas não incluía peixes e outras espécies aquáticas. Todas estão descritas no Livro Vermelho, publicado pelo Ministério. Mesmo se separarmos as espécies na pior categoria - "criticamente ameaçadas" -, a quantidade ainda é enorme, compreendendo mamíferos, répteis, anfíbios, aves, peixes e invertebrados.
A caça é uma das mais antigas atividades humanas. As principais funções da caça eram a defesa contra animais selvagens e a obtenção de alimento, estando a importância dessa atividade bem retratada nas inúmeras representações de animais e caçadores, em pinturas rupestres pré-históricas. Sobre todos os relatos a respeito dessa prática muito antiga entre os homens, qual tipo de caça é o grande responsável pelo impacto negativo que os ecossistemas têm sofrido e influenciado na dinâmica das espécies? Infelizmente, a caça pode ocasionar extinção local de algumas espécies, afetando principalmente animais grandes, como os primatas, antas, veados, tatus, entre outros.
Caça Predatória.
Correto: consiste na caça demasiada de uma determinada espécie com a intensão ou não de causar sua extinção, mas levando de qualquer maneira à rápida diminuição da população dela.
Caça no reino Animal.
Incorreto: insetos e mamíferos empregam estratégias no processo de predação, contribuindo para o equilíbrio do número de indivíduos de cada espécie e desempenhando um papel importante na seleção natural.
Caça Natural.
Incorreto: Caçar por prazer praticamente não acontece na natureza, quase sempre a sua finalidade é a alimentação.
Caça Desportiva.
Incorreto: esta modalidade de caça não visa apenas à obtenção de alimentos para subsistência, mas a perpetuação de "tradições", a emoção da perseguição e do abate, entre outras justificativas antropocêntricas (centradas no ser humano).
Sabemos que habitats alterados pelo homem e com o clima quente são mais propensos à instalação de espécies exóticas do que habitats conservados. O fato é que hoje em dia essas espécies invasoras representam um grande risco à biodiversidade no Planeta. Qual a definição de Espécies Exóticas?
São organismos que possuem elevada taxa de reprodução, diante disso, tornam-se capazes de colonizar áreas afastadas da zona inicial de introdução.
Incorreta: espécies invasoras.
Espécies exóticas são espécies animais ou vegetais que se instalam em locais onde não são naturalmente encontradas.
Correta: as maneiras pelas quais essas espécies chegam e se instalam nessas novas localidades são diversas.
Atualmente, é um dos principais fatores da perda de biodiversidade do planeta, pelo fato de que seu controle exige um processo complexo e difícil.
Incorreta: espécies invasoras.
Separação geográfica de populações biológicas é o primeiro passo para a formação de novas raças e espécies por diversificação.
Incorreta: o isolamento geográfico consiste na separação de uma população por uma barreira geográfica, formando assim subpopulações. A barreira geográfica pode ser um rio, uma montanha ou um cânion, por exemplo.
No Brasil, estamos nos deparando com algumas espécies exóticas consideradas invasoras, ou seja, caçadoras de problemas sociais e ambientais. Segundo a Convenção Internacional sobre Diversidade Biológica, estão fora de seu habitat natural e ameaçam outros ecossistemas ou outras espécies, passando a exercer dominância em ambientes naturais. Há diversos séculos, por diferentes formas, essas espécies são introduzidas em ecossistemas do mundo todo, até mesmo na Antártida, onde sementes levadas inadvertidamente por turistas e cientistas ameaçam o já frágil ecossistema da região.
Sobre todos os problemas causados por essas espécies, descreva quais motivos pelos quais elas são introduzidas no Brasil, comentando sobre algumas espécies introduzidas e quais problemas elas estão causando em seu novo habitat.
Orientação de Resposta
No Brasil, a situação não é diferente: várias espécies invasoras, introduzidas por diversas razões, desde econômicas até pelo trânsito de navios na costa do país, podem causar danos sociais e ambientais, como liberação de toxinas e alto consumo de água em regiões marcadas pela seca.
Lírio-do-brejo
Nativo da Ásia, o lírio-do-brejo, com nome científico de Hedychium coronarium, foi introduzido no Brasil como planta ornamental e foi rapidamente difundido pelo país inteiro, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. Com grande capacidade de resistência, a planta se adapta facilmente às margens de lagos e espelhos d'água. O lírio-do-brejo pode, além de invadir canais e riachos e entupir as tubulações de hidrelétricas, causar outros problemas.
"Ele foi introduzido propositalmente, sendo uma espécie que brota facilmente e tem grande capacidade de resistência. Por não conviver com outras espécies, a planta expulsa as plantas nativas de seu habitat, sendo um problema bem grave, especialmente nas regiões de floresta atlântica", explica Sílvia Ziller, engenheira florestal e fundadora do Instituto Hórus, especializado em espécies invasoras.
Nim
Com um grande potencial de invasão, a Azadirachta indica, mais conhecida como nim, é nativa da Índia e foi distribuída em diversos países, especialmente em regiões de clima árido, sendo encontrada especialmente no nordeste brasileiro. "É uma planta usada no controle de pragas, sendo disseminada por morcegos e tendo um potencial de invasão muito grande. E como foi distribuída sem nenhum cuidado, com pouco controle, por volta dos anos 2000, ela consegue realizar uma destruição avassaladora de espécies nativas", lamenta Sílvia Ziller engenheira florestal e fundadora do Instituto Hórus.
Algaroba
Tendo diversos sinônimos, entre eles o nome científico Prosopis juliflora, a algaroba é natural de regiões áridas e semiáridas dos Estados Unidos e México, e foi introduzida no Brasil especialmente na caatinga nordestina, como forrageira para cabras. Causa problemas como invasão de pastagens e desgaste dos dentes dos animais. Sem poder se alimentar, os animais morrem mais cedo.
"Como as cabras comem as flores, que têm resinas, são muitas as queixas de que o animal acaba morrendo antes do tempo normal. Além disso, a algaroba tem raízes mais profundas, o que gera um aprofundamento do lençol freático, consumindo muita água justamente em regiões áridas", afirma a engenheira florestal Sílvia Ziller.
Braquiária
Presente em pastagens de todo o país, a braquiária (Urochloa brizantha), também conhecida como capim-marandu, foi introduzida, durante o século XX, nos solos brasileiros, após a importação de sementes originárias do continente africano. "É uma espécie que tem um impacto bastante forte: áreas imensas de vegetação original no cerrado, por exemplo, foram substituídas pela braquiária. E isso ocorre pelo seu vigor muito grande de retorno: você elimina e ela nasce de volta rapidamente. Essa espécie foi introduzida com finalidade econômica, mas foi semeada sem nenhuma análise", destaca Sílvia Ziller.
Dinoflagelado
Introduzidas especialmente durante o trânsito de navios, algas microscópicas, como o dinoflagelado (Alexandrium tamarense), estão presentes na costa brasileira, sendo identificadas pela primeira vez na década de 1980, na Argentina, e, na década de 1990, no litoral do Rio Grande do Sul. Geralmente imperceptíveis, essas algas produtoras de toxinas costumam ser notadas apenas no chamado período de floração, quando se formam as marés vermelhas, com explosivo aumento de suas populações.
"Elas são introduzidas a partir da água de lastro: para os navios terem mais estabilidade, os seus porões são carregados com água do mar, que é despejada quando as embarcações chegam aos portos. Virou um problema muito sério, pois o impacto desses micro-organismos tem aumentado nos últimos anos. Essas algas são consumidas pelas ostras, e suas toxinas podem contaminá-las. Por isso, existem épocas em que o consumo de ostra é proibido", ressalta a engenheira florestal e presidente do Instituto Hórus Sílvia Ziller.
Tilápia-do-nilo
Nativa da região do rio Nilo, no Egito, a Oreochromis niloticus, mais conhecida como tilápia-do-nilo, foi introduzida no Brasil desde o século XX, bem como em diversos países com água tropical. Por sua grande capacidade de reprodução e comportamento onívoro, alimentando-se de plantas e outros animais, a tilápia-do-nilo é considerada uma grande predadora. "É um peixe que tem um histórico de extinção de outras espécies, sendo um problema muito grave em diversos países africanos e asiáticos. Muitas vezes, as pessoas acham que estão fazendo uma coisa boa ao introduzir esses peixes nos rios, mas eles passam a exterminar espécies nativas", afirma Sílvia.
Aedes Aegypti
Conhecido por ser o vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti é próprio de regiões tropicais e subtropicais, originário da Etiópia e do Egito. Chegado ao Brasil durante a escravidão, se reproduz principalmente em recipientes artificiais onde ocorre acúmulo de água, como latas e vasos. Apesar de ser frequentemente associado a doenças, o mosquito nem sempre está contaminado, podendo também não representar um perigo em todos os casos. "O mosquito pode não ser sinônimo de mortes e prejuízo, pois o Aedes pode ser vetor da dengue, mas nem sempre está contaminado com a doença. A mesma coisa ocorre com os seres humanos: nós todos somos vetores de doenças, mas não estamos necessariamente contaminados", compara a engenheira florestal.
Abelha africana
Introduzida em todo o Brasil por iniciativa governamental, a fim de aumentar a produção de mel do país, a Apis mellifera, também chamada de abelha africana, espalhou-se rapidamente por toda a América do Sul. Facilmente adaptável a diversos ambientes, desde florestas temperadas até savanas, a abelha africana é considerada uma espécie bastante agressiva. "Ela expulsa as espécies nativas, como o tucano e a arara, de seus habitats, passando a ser um mega problema. Por ser muito difícil de controlar, ela gera uma consequência ambiental e social especialmente grave", afirma a engenheira florestal e presidente do Instituto Hórus Sílvia Ziller.
Coral-sol
Com nome científico de Tubastraea coccínea, o coral-sol foi introduzido em pontos da costa brasileira, especialmente em regiões portuárias, como Itajaí (SC) e São Sebastião (SP), também pelo sistema de água de lastro, a água do mar com a qual são carregados os porões dos navios. Originário da região ocidental do oceano pacífico, o coral-sol é um dos corais mais comercializados do mundo, e é considerado muito competitivo, por apresentar substâncias químicas nocivas e se reproduzir rapidamente. "O coral-sol vai crescendo em rochas e embaixo d'água, expulsando qualquer outra espécie que possa se fixar no lugar, além das espécies nativas. Por isso, pode causar um impacto grande", destaca Sílvia.
Tartaruga-tigre-d'água e tartaruga-americana
Nativa do Rio Grande do Sul, a tartaruga tigre-d’água (Trachemys dorbigni) passou a ser vendida em todo o país, cruzando com a tartaruga-americana (Trachemys scripta), originária dos Estados Unidos. Dessa forma, foi gerada uma terceira espécie, resultado do cruzamento entre as tartarugas gaúcha e americana. "Quando começou a ser vendida em todo o país, a Trachemys dorbigni virou invasora, pois as pessoas em geral não sabem o tamanho que ela atinge quando adulta, e acabam se assustando e soltando o animal.
Essa espécie também vive muitos anos, podendo até morrer depois dos seus donos. Quando solta, ela compete com espécies nativas e, com o cruzamento entre as duas tartarugas e o surgimento de um terceiro tipo, ela tende a ter menos predadores, pois agora existem três espécies", ressalta Sílvia Ziller.
Padrões de diversidade e distribuição de espécies variam no Planeta, dessa forma, a biogeografia de ilhas é o estudo da distribuição das espécies e de sua diversidade em diferentes localizações geográficas e escalas espaciais. A distribuição das espécies é diferente na Terra de acordo diversos fatores. Entende-se que as diferenças regionais na diversidade de espécies são controladas por área e distância devido ao balanço entre as taxas de imigração e extinção, o estudo para esse controle chama-se biogeografia de ilhas, segundo McArthur e Wilson. Ilhas grandes e próximas às fontes de espécies apresentam mais espécies do que ilhas pequenas e mais longe das fontes. Com relação às ilhas e áreas continentais, essa observação também é válida, mas a taxa de aumento da riqueza de espécies com o aumento da área é menor do que em ilhas. Acompanhar o traço de vicariância ao longo de grandes áreas geográficas e por amplos e longos períodos de tempo forneceu importantes evidências para as primeiras teorias evolutivas.