Caro(a) aluno(a), na segunda unidade da disciplina de Tópicos Especiais em Sistemas de Informação, veremos conceitos relacionados à internet das coisas, IDC – acrônimo equivalente em português (IoT, em inglês).
A IoT é considerada uma das principais fontes de dados para o Big Data. O surgimento do conceito de IoT ocorreu em 1999, por Kevin Ashton, com pesquisas no campo da identificação por radiofrequência (RFID, em inglês, Radio Frequency Identification) e tecnologias de sensores.
Mas o que é a internet das coisas? Consiste em uma rede de objetos físicos capaz de reunir e transmitir dados, por exemplo, a conexão de carros, veículos e outros objetos dotados de sensores e conexão com a internet. Não é fantástico?
Nesta unidade, iniciaremos com uma introdução sobre a internet das coisas, com a abordagem da história e arquitetura relacionada a IoT, bem como seus aspectos relevantes, como a segurança em seu desenvolvimento e utilização. Em seguida, estudaremos as tecnologias envolvidas utilizando os protocolos Zigbee, 6LowPan, Bluetooth, Lora, NB-IOT, e, por fim, a demonstração de usos e cases utilizados em internet das coisas.
Preparado(a)? Vamos começar!
Caro(a) aluno(a), como sabemos, o surgimento do conceito de internet das coisas ocorreu em 1999, mas está em processo de desenvolvimento há décadas. O primeiro aparelho conectado à internet com evidência de IoT surgiu na década de 1980, com a utilização da máquina de Coca-Cola, para determinar a existência ou não de bebida gelada na máquina.
Em 1999, a expressão “internet das coisas” foi apresentada pela primeira vez pelo tecnólogo Kevin Ashton, quando a utilizou para descrever como os dados capturados pelos humanos levariam a uma revolução, uma vez que os computadores começaram a gerar e coletar dados sem qualquer intervenção humana. Desde então, a evolução da internet das coisas está convergindo em múltiplas tecnologias, seja por meio de comunicação sem fio ou por diversos sistemas embarcados.
O termo está em expansão desde a década de 1990. Em termos gerais, “internet das coisas” representa dispositivos que detectam diversos aspectos do mundo real, como sensor de temperatura, iluminação, presença ou ausência de objetos e pessoas, além de mostrar os dados do mundo real e o agir sobre a existência desses dados. A utilização dos dados, em vez de serem consumidos pelas pessoas, seriam consumidos pelas máquinas, pela comunicação entre as máquinas, para, assim, melhorar a qualidade de vida dos humanos.
Mas o que exatamente são “coisas”? Entre os diversos contextos de coisas, o termo pode ser representado por qualquer dispositivo que apresenta incorporação com aparelhos eletrônicos, variações de softwares e sensores que realizam comunicação com outros dispositivos.
Existem algumas divergências em relação ao conceito de IoT, não existindo um conceito único sobre o termo. De forma geral, IoT é considerado um ambiente de objetos físicos interconectados com a internet, por meio de diversos sensores pequenos e embutidos, como forma de criar um ecossistema de computação ubíqua para facilitar o cotidiano das pessoas. Essa computação ubíqua representa a presença constante da informática e da tecnologia na vida das pessoas, assim como em suas casas e no ambiente de convívio social.
As seções a seguir mostram a história da internet das coisas e sua arquitetura básica.
O primeiro dispositivo desenvolvido especificamente para a internet das coisas surgiu em 1990, com a criação da torradeira inteligente apresentada por John Romkey, na conferência INTEROP, em 1989. Essa torradeira surgiu quando o presidente Dan Lynch da conferência prometeu a John Romkey a seguinte situação: caso a torradeira conseguisse ligação com a internet, o aparelho seria representado na conferência.
Diante desse desafio, John Romkey conectou a torradeira inteligente a um computador utilizando a rede TCP (Transmission Control Protocol)/IP (Internet Protocol) e, dessa forma, a torradeira tornou-se um grande sucesso na conferência. Porém, nesse teste, o pão foi incluído manualmente na torradeira. Em seguida, o requisito foi corrigido e apresentado na conferência INTEROP do ano seguinte já com a utilização do guindaste robótico, que possuía conexão com a internet: assim, pegava a fatia de pão e colocava na torradeira de forma automatizada.
Em 1999, Kevin Ashton, o cofundador da Auto-ID Center, realizou uma palestra para a Procter & Gamble a fim de mostrar uma nova ideia do sistema RFID utilizado na rastreabilidade do produto na cadeia de suprimentos. Como forma de manter a atenção dos executivos da Procter & Gamble, a apresentação possuía no título a expressão Internet of Things, e, por isso, Kevin Ashton é considerado o criador dessa expressão.
Em 2005, a discussão sobre a internet das coisas tornou-se pauta da International Telecommunication Union (ITU), agência das Nações Unidas para as tecnologias da informação. Nesse relatório, a internet das coisas descreve como dispositivos e objetos do dia a dia, com transmissores, sensores e receptores, possibilitam novas comunicações entre objetos e objetos e entre pessoas e objetos, em qualquer lugar e tempo.
Em 2009, Rob Van Kranemburg publicou o livro “The Internet of Things”, com o relato sobre esse novo paradigma pelo qual os objetos conectados produzem informação. Além disso, a Cisco IBSG relatou a existência de mais objetos conectados, tais como smartphones, tablets e computadores, com relação à população mundial. Esse período é considerado o ano do nascimento da Internet das Coisas.
A partir de 2015, a internet das coisas passou a ser considerada uma realidade, com cerca de 4,9 bilhões de dispositivos conectadas e com utilização real, obtendo um aumento de 30% em relação a 2014 e com tendência para atingir 25 bilhões até 2020. Atualmente, a internet das coisas possui suporte da comissão europeia, por meio do programa Horizon 2020, com cerca de 80 milhões de euros de financiamento disponíveis ao longo do período de 2014 a 2020 (EUROPEAN COMMISSION, 2019). Em 2020, estima-se que 50 bilhões de equipamentos estarão conectados à internet em todo o mundo, sendo que um terço dos dispositivos serão computadores, smartphones, dispositivos móveis e TVs; os tipos de “coisas” como atuadores, sensores e dispositivos inteligentes representaram os outros dois terços. Essas “coisas” são consideradas as invenções que monitoram, controlam, analisam e otimizam a tecnologia mundial.
A Figura 2.1 mostra a estimativa e o crescimento da IoT até 2020.
Segundo Evans (2011), até 2020, 50 bilhões de dispositivos serão conectados à internet. Desse total de dispositivos, a população mundial conectada a eles será de 7,6 bilhão de pessoas. Além disso, possui uma previsão de seis dispositivos conectados por pessoa. Diante dessas observações, existe uma perspectiva da existência de mais dispositivos conectados do que pessoas no mundo.
A arquitetura atual da internet não possui suporte para imersão de grande número de objetos conectados. Com diversos dispositivos da IoT produzindo dados, uma grande diversidade de informação pode gerar um colapso da internet atual, gerando a necessidade de um maior armazenamento de dados para guardar informações desses dispositivos.
Mas o que deve ser adaptado na internet atual para utilizar a arquitetura IoT? Com diversos nós conectados entre si e com a internet, um grande número de endereços de rede deve existir. Com isso, o padrão IPv4 utiliza 32 bits para o endereçamento de máquinas, permitindo a alocação de, aproximadamente, 4 bilhões de dispositivos (4 x 109); entretanto, mesmo com esse número, já não é mais suficiente para integrar os diversos dispositivos que estão se conectando à internet, como os sensores IoT, smartphones, notebooks, dentre outros. Em complemento, para suportar a adição de novos dispositivos à grande rede de computadores, o protocolo IPv6 utiliza 128 bits para a alocação dos endereços IPs, o que equivale a, aproximadamente, 340 undecilhões de endereços (\(1 \text{x} 10^{36}\)).
Adicionalmente, uma arquitetura de IoT baseada em componentes é composta por: dispositivos denominados objetos (coisas), que são entidades físicas e/ou virtuais que podem ser identificadas de acordo com os serviços associados; gateway, que é o responsável por intermediar as conexões com a internet para os dispositivos que não conseguem realizar comunicação via protocolo TCP/IP, cujos dados são normalmente armazenados e analisados em nuvem (Cloud), sendo acessados pelas aplicações. Também faz parte da arquitetura IoT o middleware, que contempla as ferramentas e os mecanismos que apoiam os funcionamentos desses objetos e da rede IoT como um todo.
Além disso, essas arquiteturas de IoT possuem camadas com as mesmas funções ou funções muito próximas. As camadas servem para prover informações referentes à comunicação na rede, assim como ocorre no modelo TCP/IP utilizado na internet. A arquitetura básica da IoT utilizada como ponto de partida possui três camadas: percepção/atuação, rede e aplicação. A Figura 2.3 mostra a arquitetura de três camadas da IoT.
A camada de percepção é responsável pela conversão de grandezas físicas do ambiente real em formato do mundo virtual, possibilitando a transmissão dos dados através da rede. Nessa camada de percepção estão as tecnologias de IoT aplicadas em identificação, que coletam informação do mundo real e as convertem para o mundo virtual. Alguns exemplos da camada de rede são as tags RFID, código de barras, câmeras digitais, GPS, sensores e a rede de sensores.
Em seguida, a camada de redes é responsável pela transmissão de informação da camada de percepção/atuação e enviada para a camada de aplicação. Essa camada de redes possui tecnologias utilizadas para comunicação, assim como o processo de gerenciamento e distribuição de mensagens utilizando roteadores e gateways. Por fim, a camada de aplicação é responsável por processar as informações recebidas pela camada de rede e fornecer serviços para os clientes ou outras aplicações.
O Gateway está posicionado na camada de redes e possui uma grande importância nessa arquitetura de camadas, sendo responsável por conectar diversos dispositivos à internet, realizando a tradução entre as diversas tecnologias utilizadas. Em IoT, esses dispositivos apresentam tecnologias de comunicação heterogêneas, por exemplo, o uso de protocolos como Bluetooth, ZigBee, Lora, dentre outros, apresentando como principal característica o baixo consumo de energia, tendo em vista a mobilidade e uma maior autonomia de baterias internas.
Um exemplo de uso do Gateway são as pulseiras e relógios inteligentes, que coletam dados do usuário pelos sensores (pressão sanguínea, batimentos cardíacos, movimentação etc.) e utilizam Bluetooth para enviar os dados para o smartphone do usuário (que atua como o Gateway), que, por sua vez, encaminha os dados para um servidor (geralmente em nuvem), onde são processados, armazenados e disponibilizados para aplicações (web ou celular).
Com a grande quantidade de dispositivos a serem conectados em produtos IoT, uma outra representação da arquitetura para IoT é a arquitetura orientada a serviços, conhecida como SOA (Service Oriented Architecture), que pode ser utilizada para facilitar o desenvolvimento de aplicações. Além disso, essa arquitetura facilita a comunicação entre os dispositivos, pois relacionam a heterogeneidade de software, hardware, formato de dados e comunicação.
A arquitetura orientada a serviços, proposta por Atzori, Iera e Morabito (2010), é composta por cinco camadas: objetos, abstração de objetos, gerenciamento de serviços, composição de serviços e aplicações. Dessas cinco camadas, três representam o middleware da arquitetura: abstração de objetos, gerenciamento de serviços e composição de serviços. A Figura 2.4 mostra as camadas da arquitetura orientada a serviços.
A camada objetos representa os dispositivos da solução de IoT, ou seja, as coisas independentemente do local e soluções; sendo assim, os objetos são fonte de dados dessas soluções utilizando a IoT. Os produtos IoT apresentam capacidade de percepção e, assim, os produtos devem transmitir dados para a camada superior dessa arquitetura, a fim de alcançar o objetivo da arquitetura orientado a serviço. Como exemplo podemos citar os objetos inteligentes, que possuem a capacidade de percepção e devem transmitir seus dados para as camadas superiores da arquitetura.
Com relação às três camadas que representam a middleware da arquitetura, a primeira camada, abstração de objetos, é responsável por receber os dados da solução, em seguida interpretar e, caso seja necessário, realizar a conversão para a linguagem utilizada pelas camadas superiores. Como exemplo podemos citar os dados de todos os sensores da solução, que são recebidos e convertidos para a linguagem utilizada nas camadas superiores. A segunda camada, gerenciamento de serviço, é responsável por administrar os serviços encontrados em dispositivos, além de disponibilizar recursos dessa solução para a camada superior. Como exemplo, podemos citar o serviço do sistema que não é interrompido para inserção eu exclusão de dispositivos. Por fim, a terceira camada, composição do serviço, realiza a combinação de dados dos produtos IoT, com o objetivo de criar informações mais complexas. Como exemplo podemos citar a combinação dos serviços de dados disponíveis, que é formulada a partir das necessidades da aplicação, podendo possuir inúmeras combinações possíveis, inclusive fornecendo informações anteriores.
A camada de aplicação, última camada da arquitetura, possui como objetivo utilizar as informações obtidas da camada composição de serviços, como forma de obter resultados para os usuários. As informações são utilizadas como tomada de decisão, enviando ações de acordo com a lógica de negócio da aplicação IoT. Como exemplo podemos citar a comunicação com outros sistemas ou utilização dos serviços utilizados na internet.
O Governo Federal do Brasil publicou o plano nacional de internet das coisas. O decreto contendo o plano (n. 8.854 de 2019) possui uma série de objetos para o fomento desse tipo de tecnologia no país relacionado a áreas prioritárias e cria um órgão consultivo por diversos ministérios para avaliar a sua implementação e recomendar ações.
Acesse o link e fique por dentro do plano nacional da internet das coisas: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9854.htm. Acesso em: 18 fev. 2020.
O termo IoT (Internet of Things) surgiu em 1999, quando o tecnólogo Kevin Ashton o utilizou para mostrar que a utilização dos dados capturados pelos humanos estava relacionada a uma nova revolução da internet, uma vez que o uso de computadores impulsionou a gerar e coletar dados sem a necessidade da intervenção humana.
Assinale a alternativa correta em relação ao conceito de IoT.
Ambiente de objetos virtual com conexão com a internet por meio de diversos softwares pequenos e embutidos.
Incorreta. A internet das coisas não funciona em ambiente com objetos virtual e com conexão com a internet, além disso, necessita realizar a conexão em diversos tipos de sensores pequenos e embutidos.
Ambiente de objetos virtuais com conexão com a internet por meio de diversos dispositivos que são considerados embutidos.
Incorreta. A internet das coisas não funciona em ambiente virtual e com conexão com a internet, além disso, necessita de determinados tipos de sensores embutidos.
Ambiente de objetos nas nuvens sem conexão com a internet por meio de diversos hardware pequenos.
Incorreta. A internet das coisas não funciona com objetos nas nuvens sem conexão com à internet, além disso, não funciona com conexão com diversos hardwares pequeno.
Ambiente de objetos físicos com conexão com a internet por meio de diversos tipos de sensores pequenos e embutidos.
Correta. A internet das coisas funciona com objetos físicos utilizando conexão com a internet, além disso, essa conexão deve ser feita por meio de diversos sensores pequenos e embutidos.
Ambiente de objetos nas nuvens sem conexão com a rede local por meio de diversos cabos de redes físicos.
Incorreta. A internet das coisas não funciona em objetos nas nuvens sem conexão com a rede local, sendo assim, necessita da conexão com a internet. Além disso, não necessita de cabo de internet para realizar sua conexão, mas, sim, de diversos tipos de sensores.
Caro(a) aluno(a), nesta seção, vamos estudar os aspectos relevantes encontrados na área de IoT, sendo abordados os fatores-chave para o desenvolvimento de soluções em IoT, relacionados à oportunidade de negócios, e os aspectos voltados à segurança e privacidade e a melhor eficiência da IoT, utilizando os paradigmas Edge Computing e Fog Computing.
A IoT proporciona uma infinidade de aspectos relevantes como oportunidades de negócios para o mercado de trabalho. Essas oportunidades estão classificadas em três categorias estratégicas, cada uma relacionada por um tipo de empresa:
O uso de produtos IoT pelas empresas é uma forma de aumentar o valor e a competitividade no mercado. Um produto IoT é considerado um sistema comunicante que abrange outros sistemas e pessoas, sendo representado por alguns significados como produto independente, sistema fechado ou ambiente fechado. O produto independente é considerado como algum aparelho independente gerando informação inteligente; como exemplo podemos citar a secadora de roupa conectada. O sistema de IoT é considerado um produto aplicado a algum serviço; como exemplo podemos citar o produto de telemática para logística de transporte. Já o ambiente inteligente é considerado um espaço físico com característica inteligente; como exemplo podemos citar a casa inteligente. Sendo assim, cada termo está relacionado ao produto, serviço ou ambiente com características de IoT.
Dentro do cenário IoT, é perceptível que, ao usar diversos sensores que se comunicam, enviando e recebendo dados de forma frequente, é necessário ter um alto poder de processamento para tratar os dados que estão sendo transmitidos, pois os sensores somente interpretam o mundo físico e enviam essa informação para alguma outra máquina, podendo ser um roteador, um servidor de dados, dentre outras.
Nesse contexto, surgem dúvidas quanto à segurança dos dados e à forma como é feita essa divisão de processamento. É sabido que enviar muitos dados por uma rede de dados, principalmente para servidores de processamento longe do local de coleta, é relativamente custoso para a organização, pois há mais dados que devem ser trafegados, gerando maiores custos.
Para contornar esse problema, algumas organizações utilizam o conceito de Edge Computing, no qual o processamento é realizado em computadores mais próximos do local onde os dados são coletados, evitando o envio destes por muitas redes de dados. Já o Fog Computing é um padrão que especifica como o conceito de Edge Computing é aplicado na prática.
Nas seções a seguir, você vai aprender um pouco mais sobre as preocupações com segurança ao utilizar IoT, Edge Computing e Fog Computing.
Alguns aspectos relevantes relacionados à segurança e privacidade podem ser abordados para proporcionar benefícios da IoT para indivíduos, sociedades e economias. A seguir, serão abordados os aspectos de segurança e privacidade encontrados na utilização e no desenvolvimento de produtos IoT.
É importante destacar que a privacidade dos usuários pode ser exposta pelos dados coletados pelos dispositivos inteligentes, presentes em um ambiente IoT. Por isso a ênfase em se observar os aspectos de segurança da informação, recomendando-se testes para mitigação de riscos antes da operacionalização da solução.
A Edge Computing, também chamada de computação de borda, consiste na inclusão de elementos de processamento parciais instalados próximos aos sensores IoT. Usar uma abordagem Edge Computing representa possuir elementos de processamento e armazenamento de dados o mais próximo possível do componente ou aplicação que produz os dados, ou seja, os sensores IoT, pessoas e dispositivos de forma geral.
O principal motivador da abordagem Edge Computing é a redução da latência necessária para enviar uma grande quantidade de dados (gerada pelos sensores) dos últimos nós da rede (edge/borda da rede) até um servidor central, geralmente localizado fisicamente distante dos nós de coleta de dados. Esse percurso de enviar dados dos sensores, processar em um servidor central longe da rede e retornar os dados para os sensores ou servidores locais consome muitos recursos de rede, tornando a abordagem Edge Computing aplicável quando se tem a produção de muitos dados, como na IoT.
Além disso, a Edge Computing não se restringe ao uso de IoT, mas o uso de diversos dispositivos produzindo dados de forma constante na IoT é um representante concreto do uso e vantagens dessa abordagem.
Imagine que em uma casa inteligente temos mais de 100 sensores instalados para coletar diversas informações como: luminosidade, presença de movimento, PH da água, quantidade de água para o consumo, monitoramento dos níveis de oxigênio, presença de tremores na estrutura da casa, dentre diversas outras características de uma casa. Dado que os sensores irão produzir grandes massas de dados, é computacionalmente custoso enviar esses dados para serem analisados, armazenados e processados em um servidor localizado em outro país ou fisicamente distante de onde é feita a coleta. Claramente, essa abordagem convencional utiliza muitos recursos da rede e também tempo de processamento, sendo que, se usássemos um servidor ou unidades de processamento dos dados mais próximos a esses sensores, reduziria a quantidade e aumentaria qualidade dos dados trafegados pela rede.
Por exemplo, é possível que um conjunto de dispositivos com 5.000 sensores gere até 10GB de dados por segundo! Transferir essa grande quantidade de dados para um servidor distante dos sensores poderá tornar a rede instável e gerar gastos extras para a organização que administra os sensores.
Dado o exposto, a seguir, você vai aprender um pouco mais sobre a Fog Computing e como ela se diferencia da Edge Computing.
Fog Computing é um paradigma bem parecido com a Edge Computing, já que ambas possuem o intuito de processar os dados o mais próximo possível de onde são coletados, ou seja, as unidades de processamento devem estar próximas da fonte dos dados. No entanto, a Fog Computing pode ser considerada uma arquitetura de sistema que distribui a computação, armazenamento, controle e funções de rede próxima aos usuários e sensores.
Antes de nos aprofundar nos conceitos sobre a Fog Computing, vamos distingui-la de outro paradigma que pode gerar confusão, a Cloud Computing. Um exemplo bastante utilizado para fazer essa distinção é relativo à latência no envio dos dados produzidos pelos sensores para servidores distribuídos, garantindo a qualidade do serviço (QoS). Os nós computacionais na Fog Computing são instalados próximos aos sensores IoT, permitindo que a latência de transmissão dos dados seja reduzida quando comparada à abordagem tradicional usada na Cloud Computing.
Geralmente, na Cloud Computing, temos menos nós de processamento quando comparada à Fog ou Edge Computing, ou seja, temos uma abordagem mais descentralizada na Fog e Edge Computing. Os nós de processamento na Fog Computing são geograficamente distribuídos.
Outra diferença está na segurança dos dados: na Fog Computing, a segurança dos dados é provida nas bordas da rede, ou seja, nos servidores próximos aos sensores, enquanto, na Cloud Computing, a segurança é feita nos grandes servidores de processamento e armazenamento dos dados.
A natureza descentralizada da Fog Computing permite que os dispositivos presentes nela possam ser usados para pré-processamento e/ou armazenamento dos dados. Em outras palavras, a Cloud Computing possui um suporte de hardware mais robusto do que a Fog Computing e disponibilidade de processamento bem maior do que a Fog Computing. A Fog Computing fornece mais nós de processamento com menos poder de processamento e menor disponibilidade. São exemplos de nós de processamento na Fog Computing: pequenos servidores, roteadores, switches, gateways, pontos de acesso etc.
Dado que os nós da rede na Fog Computing são menores, ou seja, ocupam menos espaço físico, podem ser alocados mais próximos aos usuários quando comparado à Cloud Computing. Além disso, não é essencial haver internet para que a rede de Fog Computing funcione, pois os sensores podem enviar os dados para os pontos de processamento por uma rede local e, quando disponível a internet, fazer o upload para um servidor na nuvem. Por outro lado, na Cloud Computing é sempre necessário haver acesso à internet para enviar os dados para os servidores na nuvem.
Uma diferença crucial entre Edge e Fog Computing é que a Edge Computing possui limitações de processamento nas bordas, enquanto a Fog Computing é hierárquica, provendo computação, conectividade, armazenamento, controle e gerencia o envio dos dados locais para a nuvem. Outra característica é que a Fog Computing é um pouco mais abrangente, ou seja, atua no âmbito de redes metropolitanas, enquanto a Edge Computing se limita às redes locais.
O uso da arquitetura tradicional de cloud computing para IoT possui restrição na sua eficiência e desempenho, principalmente quando propõe suporte a serviços da internet das coisas, que necessitam de comunicação frequente e resposta em tempo real entre os dispositivos. Diante disso, surgiu a utilização de outras arquiteturas como edge computing e fog computing para IoT.
Sendo assim, assinale a alternativa correta em relação às características dessas arquiteturas que melhoraram a relevância da IoT na comunicação de dados.
O aumento do processamento de dados e a diminuição do tempo de comunicação dos dados.
Correta. O aumento do processamento de dados dentro ou à margem da rede e a diminuição do tempo de comunicação dessas aplicações em tempo real e com ambiente distribuído são considerados características relacionadas à IoT das arquiteturas edge computing e fog computing.
A diminuição do processamento de informação e a diminuição do tempo de transferência dos dados.
Incorreta. A diminuição do processamento de informação e a diminuição de transferência de dados não são consideradas características relacionada à IoT das arquiteturas edge computing e fog computing.
O aumento do processamento de dados e o aumento do tempo de comunicação dos dados.
Incorreta. O aumento do tempo de comunicação dos dados não é considerado uma característica relacionada à IoT das arquiteturas edge computing e fog computing.
A redução da variação de dados e o aumento do tempo da transferência dos dados.
Incorreta. A redução da variação de dados e o aumento da transferência de dados não são considerados características relacionadas à IoT das arquiteturas edge computing e fog computing.
A redução da permissão de dados e a elevação do tempo de mudança dos dados.
Incorreta. A redução da permissão de dados e a elevação do tempo de mudança de dados não são consideradas características relacionadas à IoT das arquiteturas edge computing e fog computing.
Caro(a) aluno(a), nesta seção, serão abordados os principais protocolos de comunicação utilizados em IoT. Mas o que é um protocolo de comunicação? O protocolo de comunicação é considerado um conjunto de normas responsável por assegurar a efetividade da comunicação de dados entre diferentes máquinas. Sem essas normas, a comunicação seria caótica entre as máquinas.
Os protocolos de comunicação utilizados na internet têm como base o modelo de referência TCP/IP, baseado em camadas, sendo que cada uma apresenta uma função específica. No caso da internet das coisas, não há um modelo de referência específico para a comunicação dos objetos, porém, podemos classificar os protocolos utilizados em três camadas, segundo Sinclair (2018): mídia (MAC/PHY), redes (Network) e aplicativo. Essas três camadas auxiliam na formatação dos dados gerados pelos objetos que serão transmitidos para o gateway, para que sejam, posteriormente, disponibilizados e processados por aplicações na rede Internet.
A Figura 2.5 mostra as camadas do protocolo de comunicação para o nível de objetos conectados na internet das coisas.
A camada aplicativo é responsável por prover serviços IoT para os seus clientes por meio da contextualização dos dados utilizados pelos objetos. Por exemplo, uma aplicação solicita medições de temperatura e umidade para os sensores dos objetos conectados de uma solução IoT; os valores dessas medições devem estar contextualizados (como a unidade de medida utilizada, a data e o horário da medição realizada) dentro dos pacotes de dados que serão enviados, para que o devido processamento possa ser dado dentro do contexto estabelecido pelo aplicativo.
Os principais protocolos de aplicativo são o MQTT (Message Queue Telemetry Transport, para arquiteturas de publish-subscribe, em que clientes “assinam” um tópico e recebem qualquer mensagem encaminhada para este) e o COAP (Constrained Application Protocol, utilizado em arquiteturas cliente-servidor, similar ao protocolo HTTP).
A camada de rede, ou network layer, é formada pelo empacotamento dos dados provenientes da camada de aplicativo para transporte pela rede conectada de objetos IoT, visando atingir um gateway para possibilitar a conexão com a rede internet. Por exemplo, as abstrações das tecnologias de comunicação, serviços de gerenciamento, roteamento e identificação devem ser realizados nessa camada, sendo que, quando o pacote de dados chega no gateway, este providencia a readequação dos dados dentro dos protocolos padronizados de internet, para que possam atingir servidores em ambientes de nuvem ou on premises.
A camada MAC (Media Access Control) / PHY (PHYsical layer of model), também conhecida como camada de mídia, está voltada para a estrutura hardware utilizada na comunicação dos objetos, por exemplo, as estruturas físicas utilizam sensores para coletar e processar informações. Geralmente, essa camada em IoT é representada pela interface de radiofrequência, que transmite os dados das camadas de aplicativo e rede pelo ar. Os principais rádios empregados em IoT empregam o padrão 802.15.4, usando os protocolos ZigBee, Zwave e 6LowPAN. Outras alternativas são o padrão Wi-Fi (IEEE 802.11), padrão Bluetooth (IEEE 802.15.1), tecnologias de redes móveis (4G, CAT M1, NB-IoT e 5G) e rádios de baixo consumo de energia com longo alcance LPWA (Lora, LoraWAN e Sigfox).
Os protocolos mostrados nessas três camadas utilizam as topologias de rede sem fio estrela ou em malha (mesh). Na topologia de rede estrela, todos os dispositivos se conectam a um ponto central, conforme apresentado na Figura 2.6, a seguir.
Já na topologia de rede em malha, a conexão pode ser diretamente de um nó a qualquer outro da rede, conforme visualizado na Figura 2.7.
As topologias de estrela são utilizadas em protocolos LoRaWAN e NB-IoT. Já a topologia em malha é utilizada em protocolos Zigbee e Bluetooth.
As aplicações que empregam o uso dos protocolos IOT são implementadas em sistemas embarcados, por exemplo, sensores pessoais, sensores industriais, medidores de energia elétrica inteligentes, computação vestível (wearables) e elementos de infraestrutura de redes. Esses protocolos permitem, essencialmente, a comunicação entre os dispositivos conectados com os gateways que farão a intermediação com as aplicações presentes em servidores na internet. A maioria desses protocolos apresenta as vantagens de abranger grandes distâncias através de sistemas RF (radiofrequência), para dar uma maior mobilidade para os objetos conectados, além de possibilitarem um menor consumo de energia. Como estes são, normalmente, baseados em baterias internas, possibilitam uma longevidade maior de uso, até que seja necessária a recarga. Nas seções a seguir, serão detalhados os principais protocolos utilizados em IoT.
O protocolo Zigbee foi fundado em 2002, pela aliança Zigbee, sendo considerado um protocolo de comunicação utilizado em ambientes industriais e definido pelo IEEE 802.15.4, com as especificações de comunicação da camada física e da camada de acesso ao meio das redes de comunicação sem fio que operam com baixa taxa de transmissão de dados.
O protocolo Zigbee possui uma pilha de protocolos de implementação simplificada, sendo estruturado por três características: baixo custo, baixo consumo de energia e reduzida taxa de transferência de dados de 250 kbps, com o alcance máximo de 100 metros. Por causa disso, o protocolo possui aplicação em monitoramento e controle industrial, automação residencial e de sistemas de energia. Essa pilha da plataforma ZigBee é definida em camadas, sendo que o padrão IEEE 802.15.4 define as camadas física (PHY) e controle de acesso ao meio (MAC). As camadas de rede (NWK) e suporte à aplicação (APS) são definidas pela ZigBee Alliance, deixando para o usuário a definição da camada de aplicação. A Figura 2.8 mostra a descrição da arquitetura do protocolo Zigbee.
As aplicações que utilizam o protocolo Zigbee são voltadas para a indústria, mas não limitadas a esse cenário. Por exemplo, se as entidades comunicantes transmitem poucas informações, mas precisam que estas sejam transmitidas por uma distância maior e com segurança, é aconselhável o uso do Zigbee. Um exemplo prático é o acompanhamento de características de máquinas em uma linha de produção (imagine uma montadora de carros), observando os sensores de temperatura, pressão, soldagem etc.
Em complemento, na automação industrial, o protocolo Zigbee realiza a redução da latência e o consumo de energia, além de reduzir significativamente o custo de comunicação e o processo geral de controle. Por fim, por meio da aplicação de monitoramento sem fio com o protocolo Zigbee, é possível detectar falhas com precisão. Além disso, é possível utilizar uma malha mesh para aumentar o seu alcance em extensão doméstica ou industrial, sem necessidade de utilizar ligações entre elas.
O protocolo 6LowPan é um acrônimo para IPv6 over Low power Wireless Personal Area Network, sendo considerado uma adaptação do protocolo IPv6 com o protocolo 802.15.4. O 6LowPAN é considerado um protocolo de rede que possui endereçamento e mecanismos de compressão dos pacotes IPv6 em protocolo 802.15.4, permitindo que sejam enviados e recebidos nessas redes. O endereçamento do protocolo 802.15.4 utiliza 16 bits de endereços para cada dispositivo na rede, obtendo uma identificação IPv6 única. A compressão do 6LoWPAN utiliza informações de protocolos presentes em outras camadas. Por exemplo, o 6LoWPAN pode utilizar parte do endereço MAC do dispositivo para atribuir um respectivo endereço IPv6. A Figura 2.9 mostra a descrição da arquitetura do protocolo 6LowPan.
O protocolo 6LowPAN possui uma camada de adaptação entre o IEEE 802.15.4 e o IPv6, com a presença de cabeçalhos específicos que podem ser removidos ou adicionados dependendo da necessidade, assim como permite o envio da informação útil. Essa camada possui adaptação do protocolo 6LowPan utilizando dois tipos de endereços: o endereço de camada de ligação lógica, com sua utilização em todos os dispositivos e com endereços de 16 bits e de 64 bits, e o endereço da camada de rede, com a ligação entre a rede IPv6 e 6LoWPAN.
O protocolo Bluetooth surgiu em 1998, quando a Ericsson formou, junto com as empresas IBM, Intel, Nokia e Toshiba, o Bluetooth SIG (Special Interest Group), com o objetivo de criar um padrão universal e aberto para a comunicação sem fio entre dispositivos.
Mas o que é Bluetooth? Bluetooth é considerado uma tecnologia de comunicação sem fio que permite que computadores e smartphones realizem trocas de dados entre si, com conexão com diversos dispositivos, como: mouses, teclados, fones de ouvido, impressoras, caixas de som e outros acessórios por meio das ondas de rádio.
Diante do conceito de Bluetooth, como podemos conectar diferentes tipos de aparelhos, incluindo sensores e vestíveis ao conceito de internet das coisas? O Bluetooth Smart (ou Bluetooth Low Energy – BLE) é o conceito utilizado em aplicações com agentes de transferência de dados. O BLE é concedido pela Bluetooth Special Interest Group, sendo considerado uma rede sem fio. Esse Bluetooth Smart é responsável por fornecer o consumo de energia e custos reduzidos em diversos conceitos de IoT. A Figura 2.10 mostra a comunicação de diversos dispositivos por Bluetooth.
As primeiras versões do Bluetooth, conhecidas como Bluetooth Classic, não possuíam integração aos produtos IoT, por possuir uma distância de alcance baixo e curta limitações de gasto de energia, tornando-se impraticável na utilização de IoT. Como forma de atender à crescente demanda por conectividade sem fio em dispositivos com IoT, surgiu a versão 4.0 Bluetooth com a categoria Bluetooth Low Energy (BLE). Essa versão BLE é utilizada em aplicações de baixo consumo de energia, com uma taxa de transferência de dados menor, com 1 Mbps. Por fim, como forma de expandir em novas aplicações em IoT, surgiu a versão 5 do Bluetooth, com o dobro de velocidade de transmissão de dados e com alcance de comunicação quatro vezes maior.
A tecnologia LoRa (Long Range), desenvolvida pela Semtech Corporation, possui operação nas faixas de frequências de tecnologia sem fio chamada sub-GHz (Sub-Gigahertz, frequências de 2,4 GHZ, 868 MHz a 928 MHz, 433 MHz e 315 MHz), com transmissão de dados para servidores distantes, permitindo a conectividade com a internet por meio de gateways. Essa tecnologia permite um alcance de transmissão de vários quilômetros com baixo consumo de energia. O padrão LoRaWAN (Long Range Wide Area Network) é considerado um protocolo que define a arquitetura do sistema, assim como os parâmetros de comunicação, usando a tecnologia LoRa.
O protocolo LoRaWAN possui uma arquitetura interconectadas com acesso em vários dispositivos que possam se comunicar com um gateway que usa a modulação LoRa. Essa arquitetura possui topologias do tipo estrela, com a conexão de três tipos dispositivos, os nós conectados por um link de único salto a um ou mais gateways, quem, por sua vez, possuem conexão por meio da rede IP. A Figura 2.11 mostra o diagrama de interconexão dos elementos da tecnologia LoRa.
O diagrama de interconexão dos elementos da tecnologia LoRa possui quatro módulos. O primeiro módulo do diagrama de rede considera os dispositivos conectados na rede através dos módulos LoRa, sendo que alguns exemplos são as máquinas de venda, lixeiras e equipamentos de detecção de fumaça. O segundo módulo concentrador/gateway é representado pelos concentradores responsáveis por receber os sinais enviados pelos módulos LoRa dos dispositivos conectados na rede e enviar para a internet. O terceiro módulo, o servidor de rede, é responsável pela disponibilização dos dados provenientes da rede LoRa através dos concentradores/gateways para que possam ser utilizados por aplicações na internet. Por fim, o quarto módulo, representado pelo servidor de aplicações, é responsável por prover acesso aos dados para o cliente final, na forma relacionada a alguma aplicação útil.
O padrão NB-IoT (Narrowband Internet of Things) é considerado uma tecnologia de rádio LPWAN (Low Wide Area Network), desenvolvido pela 3GPP (3rd Generation Partnership Project), que serve para conectar diversas variedades de serviços com dispositivos celulares. Esse protocolo concentra-se, especificamente, na cobertura interna, baixo custo, longa duração da bateria e alta densidade de conexão. Em termos de radiofrequência na camada de mídia, utiliza um espectro de frequências licenciado, com a modulação OFDMA (Orthogonal Frequency Division Multiple Access), e uma taxa de dados de 20 kbps, sendo que a antena apresenta uma cobertura de, aproximadamente, 20 km. Diante disso, o padrão NB-IoT torna-se importante para funções que realizam monitoramento do sensor de rastreamento com difícil alcance, possibilitando a conexão de diversos serviços em IoT.
A utilização do protocolo NB-IoT surgiu da necessidade encontrada na internet das coisas com a conexão de grande quantidade de equipamentos, seja por questão de duração de bateria, custo e eficiência do produto. Por isso, o protocolo permite conectar bicicletas, patinetes e equipamentos industriais com custo reduzido de consumo e possibilita a utilização dos dispositivos sem a necessidade de troca de bateria por mais de 10 anos. Além disso, esse equipamento, utilizando o protocolo NB-IoT, mesmo operando com banda estreita, permite a comunicação com longas distâncias.
A aplicação NB-IoT utiliza mediador inteligente, um dispositivo eletrônico responsável por registar o consumo de energia elétrica e comunica as informações ao fornecedor de eletricidade por meio de monitoramento e faturamento. Esse mediador inteligente possui vários módulos conectados da residência usando eletricidade, gás e água, com conexão com um módulo NB-IoT, para, assim, esse módulo conectar um respectivo data center. A Figura 2.12 mostra uma aplicação com NB-IoT.
O protocolo NB-IoT é considerado uma IoT Massiva. Mas o que é isso?
Bem, a IoT massiva possui como principal alvo grandes volumes de dispositivos de baixa complexidade, que raramente enviam ou recebem mensagens. O tráfego da IoT massiva é frequentemente utilizado em aplicações do protocolo NB-IoT utilizando medidores inteligentes de residência e tecnologias vestíveis, como aplicações em pulseiras e relógios. Além disso, pode ser utilizado em fábrica inteligente como forma de rastrear os seus respectivos estoques.
O desenvolvimento do projeto de internet das coisas necessita de três elementos: o objetivo específico, os dispositivos inteligentes e o protocolo de comunicação.
A definição do objetivo do projeto é o primeiro passo para definir o protocolo utilizado e os dispositivos mais adequados em relação à distância de comunicação, à taxa de dados e ao consumo de energia. Esses protocolos de comunicação permitem a conexão entre diversos dispositivos, assim como o acesso em praticamente qualquer lugar do mundo. Acesse o link e fique por dentro dos protocolos mais utilizados para IoT. Disponível em: https://www.datamon.com.br/Noticia/quais-os-protocolos-mais-utilizados-para-iot. Acesso em: 18 fev. 2020.
Os protocolos de comunicação são considerados a base de uma rede de comunicação e padronização na internet das coisas. Esses protocolos na internet das coisas são organizados por três camadas, utilizadas pelo modelo TCP/IP.
Assinale a alternativa que apresenta corretamente as três camadas do protocolo de comunicação utilizado em IoT.
Camada de mídia, camada da rede e camada de aplicativo.
Correta. As três camadas do protocolo de comunicação estão corretas. A camada de mídia é representada pela interface e o rádio, que transmitem os dados pelo ar; a camada de rede é formada pelo empacotamento dos dados do sensor para transporte pela rede; e a camada de aplicativo é representada por metadados para explorar a carga útil de dados brutos.
Camada de mídia, camada da rede e camada de enlace.
Incorreta. As camadas de mídia e rede estão corretas. Porém, a camada de enlace não é considerada uma camada do protocolo de comunicação utilizado em IoT. A camada de mídia é representada pela interface e o rádio, que transmitem os dados pelo ar, enquanto a camada de rede é formada pelo empacotamento dos dados do sensor para transporte pela rede. Já a camada de enlace é considerada uma das sete camadas do modelo ISO (International Organization for Standardization).
Camada de mídia, camada de transporte e camada de aplicativo.
Incorreta. As camadas de mídia e aplicativo estão corretas. Porém, a camada de transporte não é considerada uma camada do protocolo de comunicação utilizado em IoT. A camada de mídia é representada pela interface e o rádio, que transmitem os dados pelo ar, enquanto a camada de aplicativo é representada por metadados para explorar a carga útil de dados brutos. Já a camada de transporte é considerada uma das sete camadas do modelo ISO (International Organization for Standardization).
Camada de mídia, camada física e camada de aplicativo.
Incorreta. As camadas de mídia e aplicativo estão corretas. Porém, a camada física não é considerada uma camada do protocolo de comunicação utilizado em IoT. A camada de mídia é representada pela interface e o rádio, que transmitem os dados pelo ar, enquanto a camada de aplicativo é representada por metadados para explorar a carga útil de dados brutos. Já a camada física é considerada uma das sete camadas do modelo ISO (International Organization for Standardization).
Camada de sessão, camada da rede e camada de aplicativo.
Incorreta. As camadas de rede e aplicativo estão corretas. Porém, a camada de sessão não é considerada uma camada do protocolo de comunicação utilizado em IoT. A camada de rede é formada pelo empacotamento dos dados do sensor para transporte pela rede, enquanto a camada de aplicativo é representada por metadados para explorar a carga útil de dados brutos. Já a camada de sessão é considerada uma das sete camadas do modelo ISO (International Organization for Standardization).
Caro(a) aluno(a), nesta seção, serão abordados alguns exemplos práticos utilizados por empresas que estão se apropriando dos conhecimentos da área de IoT para realizar melhorias e inovações em seus processos.
As aplicações IoT devem possuir dispositivos inteligentes e conectados como maneira de utilizar cada informação que compartilha na sua vida cotidiana e, consequentemente, as aplicações que utilizam dados para interagir com você diariamente. Vamos descrever a seguir, algumas utilizações de IoT.
As empresas possuem diversos cases de IoT com equipamento do tipo Gadgets. Mas o que são Gadgets? São dispositivos eletrônicos portáteis, como celulares, cafeteiras e leitores de MP3, criados para melhorar funções específicas da vida cotidiano, com a produção de produtos inteligentes e avançados. A seguir, vamos mostrar alguns cases de gadgets com recursos de IoT e um caso de solução para serviços de transporte.
Case 1: Cafeteira Behmor (SANTOS, 2018,)
O dispositivo da Amazon, Dash Wand, possui funcionalidade de IoT com controle de voz da Alexa, por meio da solicitação entre resposta e pergunta do usuário, assim como realiza a conexão com controle de dispositivos domésticos e realiza solicitação de compra com os usuários.
A cafeteira Behmor, dispositivo da Amazon mostrado na Figura 2.13, realiza conexão da cafeteira via Wi-Fi, utilizando aplicativo IOS ou Android. As principais funcionalidades de IoT dessa cafeteira são: controle preciso da seleção do grão do café e o fluxo de aquecimento da água; por fim, a cafeteira informa ao usuário a finalização desse café.
Case 2: Travesseiro Zeek Smart Pillow (SANTOS, 2018)
O Zeek Smart Pillow mostrado na Figura 2.14 é um travesseiro com memória que detecta automaticamente o ronco do usuário e, em seguida, vibra suavemente para mudar sua posição de dormir, sem que a pessoa acorde.
Além disso, esse travesseiro pode rastrear o movimento do sono e o ronco em decibéis para fornecer um relatório diário sobre a sua qualidade de sono.
Case 3: Trens inteligentes com IoT
O uso de trens para o transporte de passageiros é comum em países dentro da Europa e da Ásia. Alguns trechos chegam a durar até 24 horas, tornando a viagem bastante cansativa para os usuários. Para contornar esse problema, há projetos que utilizam IoT para melhorar a experiência dos usuários dentro dos vagões – por exemplo, é possível monitorar os corredores para verificar se algum passageiro está fora do seu local de dormir, podendo inferir perigo em casos de mal funcionamento do trem; é possível instalar câmeras atrás dos espelhos do banheiro e, a partir das imagens, avaliar o humor do usuário e propor melhorias como: uma refeição ou bebida, alguma medicação não controlada, dentre outras; também é possível usar sensores e câmeras instaladas na frente do trem para monitorar o percurso e aplicar medidas de segurança, caso haja obstáculos à frente. Nesse último caso, as imagens e dados dos sensores são enviados para um Gateway localizado dentro do vagão e, então, o processamento dos dados é realizado em tempo real, podendo acionar atuadores de segurança no trem como: freio, avisos de perigo aos usuários, dentre outras ações.
Os conceitos descritos anteriormente também podem ser expandidos para os ônibus municipais e interestaduais do Brasil, permitindo que eles se comuniquem com servidores durante o trajeto e também com outros veículos, evitando acidentes e trocando dados que podem ser usados para a melhoria contínua do sistema de transporte.
A Nokia e a Altran lançaram uma solução em conjunto para agilizar e otimizar a manutenção de trens por meio de IoT. O projeto tem como base a incorporação de sensores inteligentes para monitorar e coletar dados sobre a condição e o desempenho do material circulante, a rede sem fio e as conexões de IoT para agregar e transmitir dados. É uma plataforma de IoT escalável e adaptável para gerenciar a grande variedade de sensores e outros dispositivos necessários, além de um mecanismo avançado de análise para interpretar dados e recomendar medidas de manutenção preventiva. Esses recursos podem fornecer uma melhoria de até 30% na confiabilidade do trem, uma redução de 20% nos atrasos e cancelamentos, e uma redução de 10% nas horas-homem de manutenção (IOT..., 2018).
A IBM também propõe soluções de IoT para trens inteligentes, a fim de trazer maior confiabilidade e segurança no transporte, bem como uma experiência moderna e otimizada para os passageiros. Foi implementado na Taiwan High Speed Corporation, uma empresa de sistema ferroviário totalmente elétrico, um sistema totalmente avançado, baseado em IoT, capaz de acionar automaticamente atividades de manutenção, detectando possíveis problemas na rede por meio da automatização de alarmes e resolvendo-os antes que se tornem um risco para a segurança dos passageiros. Os sistemas de monitoramento e telemetria rastreiam e relatam a condição de mais de 320.000 ativos, como trens e trilhos. Como resultado, 99,15% das chegadas e partidas de trens ficam dentro de seis segundos após o horário previsto, obtendo um crescimento rápido no número de passageiros (BELLIAS, 2016).
Case 4: IoT na manufatura avançada de uma usina de cana
Em uma usina de cana, presente entre os maiores grupos sucroenergéticos do Brasil e com capacidade aproximada de moagem de mais de 20 milhões de toneladas de cana, foi implementada uma melhoria de controle e gestão da sua produção por meio de informatização, que até então eram feitos de forma manual (VALENTE; COLENCI NETO, 2017). Como solução, foi utilizada uma arquitetura IoT que atenderia às regras de negócio por meio de uma aplicação, tendo a tecnologia de tags UHF RFID para o rastreamento da movimentação das mudas de cana e sensores para medição de temperatura, umidade e radiação nos cinco viveiros existentes. A visualização da rastreabilidade de cada muda desde o seu nascimento até sua expedição para o plantio, bem como as temperaturas submetidas foram apoiadas pela captura dos dados de movimentação de cada muda produzida, juntamente com os dados dos sensores capturados em tempo real. Entre os benefícios obtidos destacam-se: a redução de tempo na coleta dos dados, que passou a ser automática e em tempo real; diminuição no tempo de localização e geração de informação; controle visual das posições dos viveiros com taxa de ocupação em tempo real; rapidez e acurácia na análise dos dados gerados pelos sensores; relatório com dados dos lotes mais antigos para expedição (FIFO); institucionalização de um processo de previsão de lotes a serem expedidos por período.
As aplicações IoT devem possuir dispositivos inteligentes e conectados como maneira de utilizar cada informação compartilhada na sua vida cotidiana. Existem diversas aplicações de IoT no mundo real, como em casas inteligentes, carros conectados e cidades inteligentes.
Sendo assim, assinale a alternativa correta em relação à aplicação IoT que torna os espaços da residência tão comuns, como a utilização dos smartphones.
Smart City.
Incorreta. Com a utilização de Smart City, é possível transformar os espaços da cidade com infraestrutura e serviços essenciais mais inteligente, interligado e eficiente.
Smart TV.
Incorreta. Com a utilização de Smart TV é possível tornar a TV mais conectada, com a junção da televisão com a internet.
Smart Switch.
Incorreta. Com a utilização de Smart Switch Home, é possível transferir seus dados e informações pessoais de qualquer dispositivo de mesmo sistema operacional para esse sistema.
Smart Bracelet.
Incorreta. Com a utilização de bracelet, é possível conectar diversas funcionalidades do relógio de maneira inteligente.
Smart Home.
Correta. Com a utilização de Smart Home, é possível tornar os espaços da residência inteligente com a utilização dos smartphones, assim como reduzir tempo, dinheiro e energia desses produtos encontrados na residência.
Nome do livro: IoT: como usar a "internet das coisas" para alavancar seus negócios
Editora: Autêntica Business
Autor: Bruce Sinclair
ISBN: 9788551303566
: Este livro mostra uma visão detalhada da IoT em relação à maneira como consumidores e empresas adquirem e usam os produtos. Muito além da tecnologia, a IoT é considerada uma questão estratégica e, consequentemente, assunto a ser pautado na agenda de qualquer dirigente ou gestor que não queira ser surpreendido pela concorrência ou por novos modelos de negócios disruptivos. Além do conhecimento sobre IoT, esse livro proporciona a segurança necessária para aprofundar a discussão sobre IoT na sua organização e como usá-la para alavancar seus negócios.
Nome do filme: Minority Report
Gênero: Ficção Científica
Ano: 2002
Elenco principal: Tom Cruise, Colin Farrell, Samantha Morton e Max von Sydow
O filme foi ambientado em 2054, em que a polícia PreCrime de Washington segura os assassinos antes de agir, reduzindo, assim, a taxa de assassinatos a zero. Com isso, os assassinatos são identificados usando três seres mutantes, chamados "Precogs", que realizaram a pré-visualização de crimes recebendo visão do futuro. No filme, surgem cenas de internet das coisas quando o personagem principal, John Anderton, caminha na estação do metrô em Washington e diversos outdoors interativos com sensores detectam sua presença, além de chamarem por seu nome e sugerirem bebidas e viagens com base no seu perfil de consumo. Além disso, os carros do filme são guiados sem a intervenção humana.