Operações de resgate básico são procedimentos usados antes das manobras de primeiros socorros, quando a vida da vítima se encontra em perigo, quer seja por situações já ocorridas ou por eventos que ainda podem ocorrer. Nesta unidade, daremos enfoque às manobras de resgate, que como você percebeu, tem grande importância quando o assunto é Primeiros Socorros.
Você sabe que o resgate é um procedimento que deve ser realizado em várias situações. Seguem abaixo as instruções de como realizar um resgate com segurança em situações de perigo, descritas por Cézar (2014):
Se a vítima estiver em contato com cabos elétricos, tomadas ou eletricidade, utilizar para o resgate um cabo de vassoura ou outro material com características isolantes, por exemplo: um cabo de madeira ou de plástico para afastar a vítima da fonte condutora de eletricidade. Não se esqueça que você não deve tocar no corpo da vítima desprotegido.
Neste caso, o socorrista deve andar mais próximo ao chão possível, onde o ar estará menos saturado. Abrir todas as portas e janelas. Se tiver fumaça no local, lembre-se de antes de adentrar para realizar o resgate, molhe toda a sua roupa ou cubra-se com um cobertor molhado, para sua proteção.
Como afirmamos anteriormente, deve-se abafar a vítima com um cobertor, ou pano, de preferência molhado. Não deixe a pessoa correr, pois o ar ajuda na combustão. Rolar no chão pode espalhar o fogo.
O ideal é esperar socorro especializado, mas se o carro corre risco de pegar fogo ou explodir, tire com cuidado a vítima. Verifique se a mesma tem ferimentos na cabeça, mesmo que não haja sangramentos visíveis não deixe a vítima dormir, pois a mesma pode estar com uma hemorragia interna e dormindo corre o rico de não acordar novamente.
Deve-se atirar um objeto que flutue para a pessoa se segurar. O objeto deve estar amarrado com uma corda para que a vítima possa ser puxada em direção.
Sabemos que todo resgate deve ser feito com agilidade, precisão e eficiência, mas é muito importante para um socorrista saber quando é necessário fazer um resgate imediato. Por esta razão, como nos ensina Cézar (2014), nas situações descritas abaixo, você precisa estar bem atento(a) a:
Sobre operações de resgate, analise as afirmativas e assinale a alternativa incorreta:
Caso exista contato com eletricidade, devemos afastar a vítima da fonte geradora sem tocar nela com o corpo desprotegido.
Incorreta: A afirmação é correta.
Em ambientes com fumaça ou gás, o socorrista deve andar mais próximo ao chão possível, pois a fumaça tende a subir.
Incorreta: A afirmação é correta.
Se houver fogo no local, a roupa do socorrista deve ser molhada e ele deve se manter longe do fogo.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Se as roupas da vítima estiverem em chamas, não deixe a pessoa correr pois o ar ajuda na combustão. Rolar no chão pode espalhar o fogo.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Em uma situação de afogamento, o socorrista deve esperar o socorro especializado chegar no local do acidente para começar o resgate.
Correta: A afirmação é incorreta. Em casos de afogamento, deve-se atirar um objeto que flutue para a pessoa se segurar. O objeto deve estar amarrado com uma corda para que a vítima possa ser puxada em direção.
Considerando situações de resgate, analise as alternativas e assinale a alternativa incorreta
Todo resgate deve ser feito com agilidade, precisão e eficiência.
Incorreta: A afirmação é verdadeira. O resgate deve ser rápido, eficiente e ágil, para otimizar o tempo de vida e os riscos do paciente.
Em casos de desidratação, devemos deixar a pessoa mais confortável, com poucas roupas, e na sombra.
Incorreta: A afirmação é verdadeira. A pessoa desidratada deve repousar na sombra e de maneira confortável.
Caso exista algum ferimento grave na cabeça da vítima, deite-a de costas, afrouxe suas roupas e agasalhe-a.
Incorreta: A afirmação é verdadeira. Em caso de ferimento na cabeça, a vítima deve se deitar de costas e aguardar o socorro.
Em casos de hemorragias, não é necessário fazer pressão sobre o local ferido. Estanque o sangramento com compressas de água quente.
Correta: A hemorragia deve ser estancada usando a pressão direta sobre o ferimento. Colocar curativos e elevar a parte afetada.
Em casos de hipotermia, deve ser dado algum líquido quente à vítima e procurar aquecer seu corpo.
Incorreta: A afirmativa é verdadeira, Em caso de hipotermia, o que deve ser feito é tentar aquecer o corpo da vítima, com agasalhos e líquido quente.
Como você já sabe, o transporte de acidentados deve ser realizado por uma equipe especializada de resgate como bombeiros, anjos do asfalto, SAMU, entre outros, porque o transporte impróprio poderá agravar lesões provocando sequelas irreversíveis.
A vítima só deverá ser transportada com técnicas e meios próprios, em casos onde não se pode contar com equipes especializadas em resgate. Assim, como orienta Souza (2010) devemos evitar de transportar uma vítima ou movimentá-la sem real necessidade. O autor Vieira (2012), nos explica que o transporte deve ser realizado atendendo algumas questões, como: necessidade de cuidados extras ou cuidados especializados, necessidade de recursos tecnológicos e ainda de suporte avançado de vida.
Não se esqueça que a movimentação ou o transporte de uma pessoa acidentada ou doente devem ser feitos com extremo cuidado com a finalidade de não complicar lesões existentes. Manipulações erradas na coluna cervical são responsáveis por inúmeras lesões definitivas ou agravamento das condições da medula espinhal (VIEIRA, 2012).
O socorrista deve conhecer cinco princípios envolvidos na remoção de uma vítima de situação que apresenta risco de vida:
Além destes conhecimentos, você precisa refletir sobre a possibilidade de riscos durante o transporte de vítimas. Tais riscos estão relacionados principalmente à falha no controle das funções cardiorrespiratórias que resultará em instabilidade fisiológica com diversas consequências, dentre as quais citamos: hipertensão, arritmias, obstrução de vias aéreas, alterações cardíacas e respiratórias etc. (VIEIRA, 2012).
A seguir, detalharemos algumas técnicas importantes para o transporte e remoção de vítimas durante o resgate:
Como levantar a vítima com segurança?
Se a vítima necessitar ser levantada antes da realização de um exame minucioso para verificação das lesões, lembre-se que cada parte de seu corpo deverá ser apoiada. O corpo jamais deverá ser curvado. É fundamental que o corpo da vítima seja mantido em linha reta (SOUZA, 2010).
Como puxar o ferido para local seguro?
Se houver necessidade de puxar a vítima, para que ela fique longe de perigo, realize a manobra puxando-a para cima (região da cabeça) ou para baixo (região dos pés) e jamais pelos lados já que isto implicaria em desestabilizar o corpo e possíveis lesões. Tenha sempre o cuidado de manter a coluna cervical do acidentado protegida (SOUZA, 2010).
Afinal, como deve ser o transporte seguro de uma vítima?
Vamos lá, caso não seja possível atender uma vítima sem uma maca e sua retirada de determinado local for imprescindível, você precisará levantá-la, principalmente se o deslocamento for dificultado pela existência de escadas, passagens estreitas, obstáculos etc. Neste caso, adote o método de uma, duas ou três pessoas para o transporte desta vítima, dependendo do tipo e da gravidade da lesão, da ajuda disponível e das características do local em que a vítima se encontra e/ou precisa chegar (SOUZA, 2010).
Os métodos que empregam um ou dois socorristas são ideais para transportar uma pessoa que esteja inconsciente devido a afogamento ou asfixia. Todavia, não servem para carregar um ferido com suspeita de fraturas ou outras lesões graves. Em tais casos, usar sempre o método de três socorristas, como exemplificado na Figura 2, no qual um socorrista segurará a cabeça e costas da vítima, o outro a cintura e a parte superior das coxas e o terceiro segurará a parte inferir das coxas e pernas. Neste tipo de transporte, os movimentos das três pessoas deve ser simultâneo, para impedir deslocamentos da cabeça, coluna, coxas e pernas.
Pacientes graves ou de risco devem ser removidos acompanhados de equipe composta por um médico, um profissional de enfermagem e motorista, em ambulância de suporte avançado. Nas situações em que seja tecnicamente impossível o cumprimento desta norma, deve ser avaliado o risco potencial do transporte em relação à permanência do paciente no local de origem.
Durante o transporte de vítimas, o socorrista jamais deve se esquecer de monitorar constantemente seus sinais vitais, reavaliar o estado continuamente, documentar por escrito tudo o que ocorrer durante o transporte, e ainda, deve estar em comunicação com o hospital que receberá a ocorrência (VIEIRA, 2012).
Você sabia que as mudanças de velocidade durante o transporte causam mudanças fisiológicas no organismo humano? As consequências da aceleração ou desaceleração estão relacionadas à alteração da pressão intracraniana e arterial, ao aumento da frequência cardíaca, ao deslocamento de líquidos dentro do organismo, à quadros de mal-estar geral.
Analise as afirmações e assinale a alternativa incorreta.
A vítima de um acidente só deverá ser transportada com técnicas e meios próprios, em casos onde não se pode contar com equipes especializadas em resgate.
Incorreta: A afirmativa é correta. A vítima de acidente só deverá ser transportada por meio próprio se o local não contar com ajuda de resgate especializado.
Em casos em que não haja necessidade de uma ambulância e que o transporte por carro comum não interfira para agravar a situação, podemos transportar uma vítima.
Incorreta: A afirmativa é correta. A vítima pode ser transportada em carro comum quando não há gravidade.
Desmaio, inalação de gases, entorses não são contraindicações para o transporte de vítimas.
Correta: Desmaios, inalação de gases e entorses são considerados contraindicações para o transporte de vítimas.
Durante o transporte, o quadro da vítima deve ser constantemente reavaliado, é necessário documentar as intercorrências.
Incorreta: A afirmativa é correta. Deve-se a todo momento, inclusive no transporte da vítima, avaliar seu quadro clínico.
Manipulações erradas na coluna cervical são responsáveis por inúmeras lesões definitivas ou agravamento das condições da medula espinhal.
Incorreta: A afirmativa é correta. Dependendo da forma como são manipuladas as pessoas, podem ser desenvolvidas lesões graves ou definitivas na coluna e medula.
Assinale a alternativa incorreta:
Ao transportar um acidentado que possui algum tipo de lesão, devemos controlar as hemorragias.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Ao transportar um acidentado, devemos imobilizar todos os pontos suspeitos de fraturas.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
A coluna da vítima deve ser imobilizada durante o transporte.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Uma vítima nunca deve ser puxada pelos lados, mas pela direção da cabeça ou dos pés.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Os métodos que empregam três resgatores são ideais para transportar uma pessoa que esteja inconsciente devido a afogamento ou asfixia.
Correta: A afirmação é falsa, já que os métodos que empregam um ou dois resgatores são ideais para transportar uma pessoa que esteja inconsciente devido a afogamento ou asfixia.
Para socorrer uma vítima de acidente, além dos procedimentos corretos, você precisa estar sempre atento(a) e considerar o que trataremos neste tópico. Para facilitar o socorro é importante ter à mão, armazenados convenientemente, alguns materiais como, faixas de crepe com aproximadamente 10 cm de largura, gaze, esparadrapo, luvas de procedimentos etc., de acordo com o que já estudamos anteriormente na unidade I deste material.
A vítima deve sempre ser tranquilizada, e para isto, você deve estar calmo e se demonstrar confiante. Evite que ela conheça a extensão exata dos ferimentos que sofreu.
O risco de você, enquanto socorrista, contrair doenças infectocontagiosas pode ser minimizado se alguns cuidados forem observados, tais como evitar o contato direto com sangue e fluidos orgânicos da vítima, evitar ferir-se durante o atendimento, não levar as mãos à boca, olhos ou mucosas, utilizar luvas de procedimento antes de começar a atender o acidentado.
Somente remova a vítima se houver perigo iminente de agravamento da situação, por exemplo, fogo, afogamento, atropelamento, queda em precipício, inalação de gases perigosos etc., ou ainda quando a espera por socorro não for possível. A remoção da vítima em estado grave não é tarefa fácil, principalmente quando não houver ajuda. Assim, sempre que possível, deixe a remoção da vítima para uma segunda etapa (VIEIRA, 2012).
Além de atender a vítima e prestar informações aos familiares é importantíssimo que você providencie ajuda especializada, chamando ou mandando chamar socorro médico. Não se esqueça de comunicar o local exato em que o acidente aconteceu, se foi em ambiente domiciliar, em estradas, em ruas movimentadas. Informe também o número de vítimas presentes e a gravidade aparente dos ferimentos, se eles existirem.
Antes de iniciar o atendimento você deve realizar uma pré-avaliação do estado da vítima, procurando localizar deformidades, sangramentos e outros sintomas que possam identificar uma possível lesão.
Verifique, antes de tudo, o estado de consciência do acidentado chamando-o para ver se ele está consciente. Se consciente, procure fazer perguntas que esclareçam o que aconteceu e o que ele está sentindo, se inconsciente verifique se a vítima respira e se tem batimentos cardíacos.
Observe também se existem grandes sangramentos aparentes, e deformidades principalmente nos membros superiores e inferiores. Verifique se a vítima apresenta sangramentos nos ouvidos ou nariz, já que eles podem ser indicadores de um traumatismo craniano. Verifique cuidadosamente se há deformidades aparentes na coluna vertebral. Priorize o atendimento para as lesões mais graves como parada cardiorrespiratória, grandes hemorragias externas ou internas, estado de choque, fraturas expostas (VIEIRA, 2012).
Somente se aproxime se tiver certeza de que conseguirá remover a vítima do local com segurança. Deverá ser utilizada proteção respiratória, a menos que a remoção possa ser feita prendendo-se a respiração enquanto estiver no local contaminado ou sem oxigênio. Elimine, se possível a causa da contaminação. Transporte a vítima para longe do local contaminado. No caso da parada respiratória ocorrer por gases venenosos, a respiração artificial só poderá ser feita por meio de equipamentos (SILVA et al., 2012).
Esta situação exige cautela redobrada devido ao alto risco para o socorrista. Lembre-se, caro(a) aluno(a), que estes salvamentos devem ser feito por pessoas treinadas especificamente, mas em caso de emergência podemos fazê-lo, tomando-se as devidas precauções, já que cada segundo em contato com a corrente elétrica reduz a possibilidade de sobrevivência de uma vítima (SILVA et al., 2012).
Interrompa imediatamente a energia do local e não toque na vítima até que esteja separada da corrente elétrica ou até que esta esteja interrompida. Certifique-se de que esteja pisando em chão seco se não estiver utilizando calçados isolantes. Não tente remover a vítima se estiver presa a um cabo elétrico exposto ao tempo, a menos que você seja habilitado para este tipo de resgate (SILVA et al., 2012).
Para retirar os cabos elétricos, utilize somente material não condutor de eletricidade e que esteja seco como uma vara, uma tábua, uma corda, um pano seco etc. Se a vítima perder a consciência e parar de respirar, inicie imediatamente respiração boca a boca assim que ela esteja livre do contato com a corrente elétrica. Ao iniciar a reanimação da vítima, certifique-se de que ambos estejam fora do alcance dos cabos elétricos (SILVA et al., 2012).
Analise as afirmações a seguir sobre os procedimentos adotados em um resgate:
I- Para o resgate, é importante ter à mão alguns materiais como luvas de procedimento, gazes e esparadrapos.
II- O risco de contrair doenças infectocontagiosas pode ser minimizado evitando o contato direto com sangue e fluidos orgânicos da vítima.
III- Durante o resgate, sempre utilizar luvas de procedimento e não levar as mãos à boca, olhos e mucosas.
IV- Manipulações erradas na coluna cervical são responsáveis por inúmeras lesões definitivas ou agravamento das condições da medula espinhal.
V- Remover a vítima em todos os casos de acidente o mais rápido possível.
Está correto o que se afirma em:
I, apenas
Incorreta: As afirmativas II, III e IV também estão corretas.
II, apenas
Incorreta: As afirmativas I, III e IV também estão corretas.
III e IV, apenas
Incorreta: As afirmativas I e II também estão corretas.
I, II, III e IV, apenas
Correta: As afirmativas I, II, III e IV estão corretas, pois todos são procedimentos que devem ser adotados no resgate de uma vítima.
V, apenas
Incorreta: Remover a vítima apenas se houver perigo iminente de agravamento da situação, por exemplo, fogo, afogamento, atropelamento, queda em precipício, inalação de gases perigosos.
Assinale a alternativa incorreta:
A remoção da vítima em estado grave é tarefa fácil e na maioria das vezes pode ser feita somente pelo socorrista.
Correta: A afirmação é falsa já que a remoção da vítima em estado grave não é tarefa fácil, principalmente quando não houver ajuda.
Ao transportar um acidentado, devemos imobilizar todos os pontos suspeitos de fraturas.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Além de atender a vítima, é importantíssimo providenciar ajuda especializada, chamando ou mandando chamar socorro médico.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Antes de iniciar o resgate, realizar uma pré-avaliação do estado da vítima, procurando localizar deformidades, sangramentos e sinais indicativos de lesões.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
O atendimento para as lesões mais graves como parada cardiorrespiratória, grandes hemorragias, estado de choque, fraturas expostas, são prioridades.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Definimos uma situação de afogamento como aspiração de líquido causada por submersão ou imersão. O termo aspiração se refere à entrada de líquido nas vias aéreas (traqueia, brônquios ou pulmões), e não deve ser confundido com o termo “engolir água”. Durante o afogamento, a função respiratória pode ficar bastante prejudicada pela entrada de líquido nas vias aéreas, interferindo na troca de oxigênio (\(O_2\)) - gás carbônico (\(CO_2\)) de duas formas principais:
1. Obstrução parcial ou completa das vias aéreas superiores por uma coluna de líquido, nos casos de submersão súbita (crianças e casos de afogamento secundário) e/ou;
2. Pela aspiração gradativa de líquido até os alvéolos (a vítima luta para não aspirar).
Estes dois mecanismos de lesões provocam a diminuição da passagem do \(O_2\) para a circulação e do \(CO_2\) para o meio externo, e serão maiores ou menores de acordo com a quantidade e a velocidade em que o líquido foi aspirado. Se o quadro de afogamento não for interrompido, esta redução de oxigênio levará a vítima para uma condição de parada respiratória que, consequentemente, em segundos ou poucos minutos, provocará a parada cardíaca (SILVA et al., 2012).
Há alguns anos, pensava-se que os diferentes tipos de água produziam quadros de afogamento diferentes. Hoje, sabemos que isto não é verdade e que independentemente de água doce, salgada ou salobra, os procedimentos de resgate devem ser os mesmos.
Definimos como Afogamento Primário, quando não existem indícios de uma causa específica do afogamento. Já o Afogamento Secundário, é quando existe alguma causa que tenha impedido a vítima de se manter na superfície da água como uso de drogas, convulsão, traumatismos, doenças cardíacas e/ou pulmonares, acidentes de mergulho e outras (SZPILMAN, 2013).
A vítima resgatada viva da água que não apresenta tosse ou espuma na boca e/ou nariz - pode ser liberada no local do acidente sem necessitar de atendimento médico após avaliação do socorrista, quando consciente. Todos os casos podem apresentar hipotermia, náuseas, vômitos, distensão abdominal, tremores, cefaleia (dor de cabeça), mal-estar, cansaço, dores musculares, dor no tórax, diarreia e outros sintomas inespecíficos. Grande parte destes sintomas é decorrente do esforço físico realizado dentro da água sob stress emocional do medo, durante a tentativa de se salvar do afogamento. Já a pessoa resgatada da água apresentando evidências de aspiração de líquido, por exemplo, tosse, ou espuma na boca ou nariz, deve ter sua gravidade avaliada no local do incidente, receber tratamento médico adequado (SZPILMAN, 2013).
Tente realizar o socorro sem entrar na água, para sua proteção. Se a vítima se encontra a menos de 4 m (piscina, lagos, rios), estenda um cabo, galho, cabo de vassoura. Se estiver próxima, ofereça sempre o pé ao invés da mão para ajudá-la – é mais seguro. Se a vítima se encontra entre 4 e 10m (rios, encostas, canais), atire uma boia que pode ser improvisada com uma garrafa de 2 litros fechada, uma tampa de isopor, uma bola etc., ou amarre uma corda e atire à vítima segurando na extremidade oposta. Deixe primeiro que a vítima se agarre ao objeto e fique segura. Só então a puxe para a área seca (SZPILMAN, 2013).
Se você decidiu entrar na água para o resgate, primeiramente avise a alguém que você tentará salvar a vítima e que chame socorro profissional. Leve consigo, sempre que possível, algum material de flutuação (prancha, boia ou outros). Retire roupas e sapatos que possam pesar na água e dificultar seu deslocamento. Entre na água sempre mantendo a visão na vítima. Pare a 2m antes da vítima e lhe entregue o material de flutuação. Sempre mantenha o material de flutuação entre você e a vítima. Nunca permita que a vítima chegue muito perto, de forma que possa lhe agarrar e empurrar para o fundo. Caso isto ocorra, afunde com a vítima que ela lhe soltará. Durante o socorro, mantenha-se calmo, e acima de tudo não exponha o paciente a riscos desnecessários (SZPILMAN, 2013).
O vômito é o fator de maior complicação nos casos de afogamento com vítima inconsciente. Se você presenciar uma situação como esta, posicione o afogado com a cabeça ao mesmo nível que o tronco e evite colocá-lo inclinado de cabeça para baixo. Em casos de vômitos, vire a face da vítima lateralmente, e rapidamente limpe a sua boca (SZPILMAN, 2013).
Verifique as afirmativas a seguir sobre o contexto de afogamentos:
I- Durante o afogamento, a função respiratória pode ficar prejudicada pela entrada de líquido nas vias aéreas.
II- Se o quadro de afogamento não for interrompido, a redução de oxigênio levará a vítima para uma condição de parada respiratória seguida de parada cardíaca
III- Afogamentos em água doce, mar ou salobra não necessitam de qualquer tratamento diferenciado entre si.
IV- A vítima resgatada viva da água que não apresenta tosse ou espuma na boca e/ou nariz - pode ser liberada no local do acidente.
V- Todos os casos de afogamento podem apresentar hipotermia, náuseas, vômitos, distensão abdominal, tremores, cefaleia, dor no tórax, diarreia e outros sintomas inespecíficos.
Está correto o que se afirma em:
I, apenas
Incorreta: As afirmativas II, III, IV e V também estão corretas.
II, apenas
Incorreta: As afirmativas I, III, IV e V também estão corretas.
I, II e III, apenas
Incorreta: As afirmativas IV e V também estão corretas.
III, IV e V, apenas
Incorreta: As afirmativas I e II também estão corretas.
Todas as afirmativas
Correta: Todas as afirmativas estão corretas, sobre as medidas e procedimentos que devem ser adotados no contexto de afogamento.
Analise as afirmativas e assinale a alternativa incorreta:
É mais seguro oferecer à vítima os pés para o resgate.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
É importante retirar roupas e sapatos que possam pesar na água e dificultar o deslocamento da vítima.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
O socorrista deve entrar na água sempre mantendo a visão na vítima.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
O socorrista não deve permitir que a vítima chegue muito perto, de forma que possa lhe agarrar.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
As afirmações constantes em A e C são verdadeiras.
Correta: A afirmação é falsa porque todas as afirmações anteriores são falsas.
Parada cardíaca ou respiratória é a interrupção de uma função vital do organismo que neutraliza a oxigenação e a circulação do sangue, podendo provocar a morte entre 3 e 5 minutos. Tanto uma quanto a outra, podem ocorrer em casos de acidentes com gases venenosos ou falta de oxigênio, choques elétricos, corpos estranhos, afogamentos etc. Os casos de paradas cardíacas e respiratórias devem ser abordados em conjunto, pois apesar dos procedimentos de reanimação serem diferentes, geralmente as causas são comuns para as duas situações. Além disso, a parada de qualquer uma das duas funções paralisará fatalmente a outra se a reanimação não for feita imediatamente (SILVA et al., 2012).
As vítimas que se encontram em parada respiratória se apresentam inconscientes, com ausência de movimentos no peito, lábios, língua e ainda unhas azuladas. Aquelas que se encontram em parada cardíaca geralmente estarão inconscientes, pálidas e com pulsação ausente. Para sentir a pulsação pressione a região do pulso da vítima. Se a pulsação estiver muito fraca ela pode ser sentida na região do pescoço (carótidas) (SILVA et al., 2012).
Devido à grande gravidade da situação, tanto na parada cardíaca quanto na respiratória, a reanimação deve ser iniciada imediatamente. O processo de reanimação deve ser mantido até o reinício da respiração e/ou batimentos cardíacos voluntários, ou até que a vítima receba socorro médico, não devendo ser interrompido nem mesmo na fase de transporte (AHA, 2015).
Conforme já comentamos na unidade II, a AHA alterou em 2010 o protocolo de atendimento às vítimas de parada cardiorrespiratória para a técnica C-A.B. Sendo assim, quando uma vítima é atendida por esta razão, para agilidade e maiores chances de melhora da mesma, faz-se necessário realizar apenas compressões cardíacas (AHA, 2015).
Achamos prudente, no entanto, explicar a técnica de respiração artificial em adultos.
Coloque a vítima deitada de costas e afrouxe as suas roupas, principalmente em volta da cintura, peito e pescoço. Retire qualquer corpo estranho da garganta ou boca. Se a língua estiver retraída obstruindo a passagem de ar, puxe-a, utilizando-se de uma gaze, para não escorregar da mão. Limpe a boca e a garganta da vítima. Se estiver sangrando ou vomitando vire a cabeça de lado. Levante seu pescoço com uma das mãos sob a nuca e com a outra incline a cabeça delicadamente para trás mantendo-a nesta posição. Use a mão que levantou o pescoço para puxar o queixo da vítima para cima, de maneira que sua língua não impeça a passagem de ar. Coloque sua boca com firmeza sobre a boca da vítima, fechando bem as narinas, usando o polegar e o indicador. Sopre para dentro da boca da vítima até notar que seu peito esteja levantando (SILVA et al., 2012; AHA, 2015). Conforme AHA (2017), pode ser adequado para a equipe de SME usar uma frequência de 10 ventilações por minuto (1 ventilação a cada 6 segundos).
Como ensina a Figura 3.2, deite a vítima de costas em uma superfície firme e plana e ajoelhe-se ao seu lado. Apoie a mão sobre a parte inferior do tórax, na região do externo, de forma a fazer a maior força possível. Coloque a outra mão sobre a primeira a faça forte compressão, utilizando o peso do seu corpo para que o coração seja comprimido contra os ossos da coluna vertebral. Para adolescentes, use apenas uma das mãos e para crianças pequenas e bebês utilize o polegar. Retire a pressão para que o tórax volte ao normal (descompressão). Repita o procedimento (compressão), mantendo o ritmo de uma tentativa a cada dois segundos, quantas vezes forem necessárias. Aumente a compressão se os resultados não estiverem sendo satisfatórios (VIEIRA, 2012).
Ocorrendo simultaneamente parada cardíaca e respiratória, há necessidade de se fazer a respiração e massagem cardíaca ao mesmo tempo. Se for realizado por um socorrista, deve ser efetuada 30 (trinta) massagens para 2 (duas) ventilações, repetindo-se o movimento quantas vezes forem necessárias (VIEIRA, 2012).
Fique bem atento(a), já que a qualquer momento pode ser necessário repetir os procedimentos. Mantenha a vítima aquecida e não a deixe sentar ou levantar do local.
Mesmo que a vítima seja reanimada, ela deve sempre ser reavaliada por um médico.
Analise as afirmativas a seguir sobre o contexto das paradas cardíacas e respiratórias:
I- Parada cardíaca pode ocorrer em acidentes com gases venenosos ou falta de oxigênio, choques elétricos, corpos estranhos, afogamentos..
II- Parada respiratória pode correr em acidentes com gases venenosos ou falta de oxigênio, choques elétricos, corpos estranhos, afogamentos..
III- Paradas cardiorrespiratórias podem trazer consequências importantes, portanto, o acionamento do serviço de urgência/emergência deve ser prioritário.
IV- Vítimas em parada cardíaca geralmente estarão inconscientes, pálidas e com pulsação ausente.
V- Vítimas em parada respiratória se apresentam inconscientes, com ausência de movimentos no peito, lábios, língua e ainda unhas azuladas.
Está correto o que se afirma em:
I, apenas
Incorreta: As afirmativas II, III, IV e V também estão corretas.
II, apenas
Incorreta: As afirmativas I, III, IV e V também estão corretas.
I, II e III, apenas
Incorreta: As afirmativas IV e V também estão corretas.
III, IV e V, apenas
Incorreta: As afirmativas I e II também estão corretas.
Todas as afirmativas
Correta: Todas as afirmativas estão contextualizadas com as ocorrências de paradas cardíacas e paradas respiratórias.
Analise as afirmativas e assinale a alternativa incorreta:
O processo de reanimação deve ser mantido até o reinício da respiração e/ou batimentos cardíacos voluntários.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Em situações de parada cardiorrespiratória, as manobras de reanimação devem ser feitas imediatamente.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
O processo de reanimação, caso a vítima não tenha batimentos voluntários, não deve ser interrompido nem mesmo na fase de transporte.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Ocorrendo simultaneamente parada cardíaca e respiratória, não há necessidade de se fazer a respiração artificial e massagem cardíaca.
Correta: A afirmação é falsa, já que em casos simultâneos de parada cardíaca e respiratória, há necessidade de se fazer a respiração e massagem cardíaca ao mesmo tempo.
Após o processo de reanimação é importante manter a vítima aquecida e imóvel.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Editora: Elsevier
Autor: Will Chapleau
ISBN: 9788535228328
Resumo: Referência entre docentes e profissionais da área da saúde. Aborda o que se deve fazer em diferentes situações de resgate de vítimas.
Editora: Iátria
Autora: Lucila Medeiros Minichello Sousa
ISBN: 9788576140689
Resumo: Linguagem didática e conteúdo diferenciado caracterizam esta obra, que traz informações fundamentais sobre os primeiros socorros prestados em conformidade com cada situação. Aborda conceitos básicos, legislação, anatomia do corpo humano e funcionamento de alguns órgãos, parte óssea, qualidade no atendimento, comportamento do socorrista, cuidados necessários, avaliação primária, assepsia das mãos, a correta utilização de luvas e a identificação da vítima. Descreve técnicas com protocolo universal, tipos de hemorragias, afecções, queimaduras, choque, consequências de uma parada cardiorrespiratória e as atenções recomendadas, transporte e remoção de vítimas, noções prévias de parto súbito, além de alguns comentários sobre os direitos do assistido.