Podemos afirmar que as principais causas de mortalidade na população de regiões metropolitanas, entre os 15 e os 50 anos de idade, incluem os acidentes, os envenenamentos e casos de violência. Estes agravos são considerados também culpados por gerar incapacitação física permanente ou temporária, entre outros inúmeros problemas. Como você deve imaginar, situações de risco podem ocorrer em qualquer local de atendimento ou mesmo na rua ou no domicílio. É importante que toda a comunidade saiba prestar o primeiro atendimento e acionar o sistema móvel de urgência (SAMU 192 ou similar). As ações educacionais preventivas são de responsabilidade de todos, mas principalmente dos profissionais de saúde, os quais devem estar sensibilizados para reconhecer as situações de risco em sua área de abrangência. Por esta razão, estes profissionais devem estar preparados para reconhecer sinais de gravidade para intervir precocemente evitando assim maiores complicações.
Assim, nesta unidade, você será capaz de reconhecer as diferenças entre situações de urgência e emergência para sua melhor atuação.
Os atendimentos de urgência e emergência estão constantemente interligados, mas não são sinônimos. O SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) tem esse nome, mas também realiza alguns procedimentos de emergência. Diante disto, você sabia que urgência e emergência são palavras parecidas que possuem significados diferentes?
Usamos o termo emergência para designar situações consideradas críticas ou que tenham perigo iminente que necessita de intervenção imediata. Já uma situação de urgência, apesar de também ser uma situação perigosa, precisa ser resolvida em curto prazo, mas não imediatamente.
Depois destas considerações, você deve ficar bem atento(a), pois existem alguns casos na emergência que também necessitam de intervenções urgentes, ou seja, não podem se prolongar.
Assim, você deve ter claro que certas hemorragias, paradas respiratórias e cardiovasculares, infartos, crises convulsivas, são consideradas emergências. Outros agravos como luxações, torções, dores abdominais, fraturas (dependendo da gravidade, pois fraturas expostas, por exemplo, são consideradas extremamente graves e têm caráter emergencial) e doenças como dengue, catapora e sarampo são consideradas urgências (FIGUEIREDO, 2012).
Com estas informações, você deve concordar que as vítimas categorizadas em situação de emergência ou em casos de muita urgência devem receber avaliação e tratamento simultâneos e imediatos além de receber o primeiro atendimento no ponto de atenção no qual derem entrada, sendo importante que a equipe médica e de apoio esteja preparada tecnicamente e com equipamentos adequados para prestar esse atendimento.
O profissional que trabalha com estas situações precisa ter conhecimentos sobre as consequências que tais emergências podem causar ao organismo humano, além de possuir vasta experiência técnica, habilidade manual e corporal e principalmente disposição para trabalhar com situações de risco (FIGUEIREDO, 2012).
Ao nos deparar com uma situação de urgência ou emergência, primeiramente devemos classificar o risco ao qual a vítima está exposta. Triagem é a terminologia correta para esta situação. Ela deve ser dinâmica para a melhor classificação da vítima de acordo com a gravidade dos traumas, envenenamento, ou da doença com a finalidade de determinar a prioridade na assistência. Com isto, será possível diminuir mortes evitáveis, aumentar a eficácia no atendimento, detectar casos que provavelmente se agravarão se o atendimento for postergado e ainda diminuir a ansiedade da vítima.
Urgência: ocorrência imprevista do agravo à saúde com ou sem risco potencial de morte, cujo portador necessita de assistência médica imediata.
Emergência: constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem risco de morte ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato (Resolução CFM nº 1.451 de 10 de março de 1995).
Sobre urgência, é correto afirmar:
É uma situação crítica de perigo iminente que exige cirurgia imediata.
Incorreta: Esta é uma situação de emergência.
Hemorragias, paradas respiratórias e cardiovasculares, são exemplos de urgências.
Incorreta: Hemorragias, paradas respiratórias e cardiovasculares são exemplos de emergências.
Uma urgência não pode ser adiada, pois, se houver demora, pode haver até risco de morte.
Correta: Urgências jamais poderão ser adiadas, já que existe risco de morte.
Uma urgência pode ser adiada já que não existe, neste caso, risco de morte.
Incorreta: Uma urgência não pode ser adiada, pois, se houver demora, pode haver risco de morte.
Infartos, crises convulsivas, fraturas expostas e dores abdominais são exemplos de urgências.
Incorreta: Infartos e crises convulsivas são exemplo de emergências.
Considerando situações de urgência e/ou emergência, analise as alternativas e assinale a incorreta:
Ao nos deparar com uma situação de urgência ou emergência, devemos classificar o risco ao qual a vítima está exposta.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
A classificação de riscos deve ser dinâmica e de acordo com o potencial dos agravos e ainda do grau de sofrimento.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Emergência é o mesmo que urgência. Portanto, em ambas situações o socorrista deve seguir o mesmo protocolo.
Correta: A afirmação é falsa já que urgência é diferente de emergência. Cada caso, dependendo o risco, segue-se um esquema de atendimento.
Hemorragias, paradas respiratórias e cardiovasculares, infartos, crises convulsivas, são consideradas emergências.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Fraturas expostas são consideradas extremamente graves e têm caráter emergencial.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Um dos aspectos fundamentais no atendimento de urgências e emergências que você deve prestar bastante atenção, é para o transporte do paciente. O transporte de uma vítima em estado crítico depende, além dos profissionais treinados para o atendimento, de meios avançados de monitoramento e terapêutica (VIEIRA, 2012).
Trataremos como transporte sanitário aquele destinado ao deslocamento de pessoas enfermas e/ou acidentadas em veículos especialmente adaptados para este tipo de atendimento. No Brasil, temos conhecimento de três modalidades de transportes de urgência disponíveis: terrestre, aéreo e aquático. Este último é pouco utilizado, mas temos regiões no país nas quais essa modalidade é a mais frequente, exemplo, na região amazônica, como descrevem Figueiredo e Vieira em seu livro “Emergência”, publicado em 2015.
Você conhece os tipos de ambulância para o transporte de vítimas? Vamos resumir brevemente para você entende o quão específico deve ser o deslocamento de vítimas. O tipo A, também conhecida como Ambulância de transporte, é destinada ao transporte de pessoas em decúbito horizontal que não apresentam risco de morte para remoção simples e de caráter eletivo. O tipo B, Ambulância de suporte básico, é destinada ao transporte inter-hospitalar de vítimas com risco de morte desconhecido e que não têm indicação de intervenção médica durante o transporte. A Ambulância de resgate, tipo C, é um veículo de atendimento de urgências de vítimas de acidentes com diversos equipamentos de salvamento (aquático, terrestre e em altura). O tipo E, Aeronave de transporte médico com asa rotativa destinada para ações de resgate. Para tanto, são equipadas com suprimentos homologados pelo DAC (Departamento de Aviação Civil). O tipo F, Embarcação de transporte médico, é um veículo aquático, motorizado destinado ao transporte fluvial ou marítimo de vítimas ou doentes.
O transporte é classificado como crítico quando o cliente sofre risco potencial de morte com comprometimento das funções vitais. Pode ser definido como não grave ou não crítico quando a vítima não sofre risco de morte, mas que apresenta riscos de desenvolver sequelas. E ainda, chamamos de grave o transporte de vítimas acidentadas se há risco de morte ou sequela (VIEIRA, 2012).
O profissional de saúde que se deparar com uma situação de urgência deverá, o mais rápido possível, avaliar o paciente, realizar manobras para sobrevivência, se necessário e ainda, prepará-lo para o transporte. Ainda é responsabilidade do profissional de saúde, transportar o paciente para o ponto de atenção mais adequado à sua necessidade, porque como você bem sabe, o fator mais crítico para a sobrevivência de qualquer paciente é a demora entre o incidente ou situação de urgência e o tratamento definitivo (VIEIRA, 2012).
Pacientes gravemente feridos ou enfermos requerem transporte para centros que comportem atendimento de maior complexidade envolvendo mais métodos de diagnóstico ou terapêuticos disponíveis. A impossibilidade do transporte ou sua realização de maneira inadequada podem levar o paciente à morte ou resultar em sequelas irreversíveis.
A seguir, detalharemos as Fases do transporte explicadas por Vieira (2012). Estas fases devem ser respeitadas para não colocarmos em risco a vida de uma vítima.
Durante o transporte de uma vítima, o socorrista deve monitorar constantemente os sinais vitais, reavaliar o estado do paciente continuamente, documentar por escrito todas as intercorrências e ainda deve estar em comunicação com o hospital que receberá a ocorrência (VIEIRA, 2012).
Analise as afirmações a seguir sobre o transporte de acidentados:
I- No Brasil, o transporte de acidentados pode ser feito por 3 vias: aérea, aquática e terrestre.
II- Pacientes em estado grave precisam ser transportados para centros de maior complexidade para diagnóstico e terapias.
III- A impossibilidade do transporte ou sua realização de maneira inadequada podem levar o paciente à morte ou resultar em sequelas irreversíveis.
IV- Em situações de urgências é necessário avaliar o paciente, realizar manobras para sobrevivência, se necessário e prepará-lo para o transporte.
V- Durante o transporte, o quadro da vítima deve ser constantemente reavaliado, e não é necessário documentar as intercorrências.
Estão corretas:
Somente as afirmativas I e II
Incorreta: As afirmativas III e IV também estão corretas.
Somente as afirmativas II e III
Incorreta: As afirmativas I e IV também estão corretas.
Somente as afirmativas I, II e III
Incorreta: A afirmativa IV também está correta.
Somente as afirmativas I, II, III e IV
Correta: As afirmativas I, II, III e IV estão corretas. Todos esses procedimentos devem ser adotados no transporte de acidentados.
Somente a afirmativa V
Incorreta: É necessário documentar todas as intercorrências e informar ao hospital que receberá a vítima.
Considerando as fases do transporte de vítimas de acidente, analise as afirmações e assinale a alternativa incorreta:
Ao transportar um acidentado, devemos considerar: lesões, necessidade de transferência, recursos, proximidade do local, necessidade de reanimação, estado fisiológico da vítima.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Vítimas e familiares devem ser comunicadas sobre o quadro clínico, gravidade e justificativa do transporte.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Disponibilidade do transporte e de pessoal, gravidade do acidente ou do traumatismo, condições do trânsito e das vias, segurança dos locais de pouso de aeronaves, custos, devem ser considerados.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
É importante ter disponíveis protocolos e tabelas com doses pré-calculadas para atendimento de parada cardiopulmonar e outras situações de emergência.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Não é necessária a disponibilidade de equipamentos e de medicamentos durante o transporte de vítimas.
Correta: A afirmação é falsa, já que é necessária a disponibilidade de equipamentos e de medicamentos durante o transporte de vítimas.
O reconhecimento dos sinais e sintomas de gravidade em um paciente precocemente é um fator decisivo para a sobrevida e o bom prognóstico do caso.
O paciente adulto é capaz de se expressar claramente sobre os sintomas e pode perceber a maioria dos sinais de eventos agudos. Na condição de debilidade acentuada, o socorrista deve estar atento às mudanças ocorridas para informar ao médico ou hospital e, assim, contribuir para o atendimento mais adequado. Os principais eventos agudos nos pacientes adultos são as dores torácicas, abdominais e os sintomas neurológicos. Por outro lado, o fato de o paciente relatar que algo está mal ou diferente deve ser avaliado cuidadosamente, pois muitas vezes ele não sabe explicar o que está acontecendo (FIGUEIREDO, 2012).
Os idosos, bem como os pacientes com doenças crônicas, devem ser avaliados com maior cautela. A anamnese e o exame clínico são de fundamental importância para auxiliar o raciocínio clínico e concluir o diagnóstico.
Se tivermos como vítima uma criança, a situação é bem mais complicada, e você enquanto profissional da área da saúde, deve estar preparado(a) para identificar situações de risco/perigo. Digo difícil porque pode acontecer o fato da criança não saber ou conseguir manifestar o que sente. Assim, é fundamental valorizar os sinais e sintomas obtidos durante a anamnese e o exame físico sumário. Observe a Tabela 2.
Tabela 2 – Sinais de alerta em neonatos, crianças e adolescentes
Fonte: Melo e Alvim. In: Alves e Viana (2003, pp.263-276)
Até o ano de 2010, a AHA, preconizava a avaliação do tipo ABC no caso de uma parada cardiorrespiratória e a sequência realizada era a abertura das vias aéreas, avaliação da respiração da vítima e início das compressões torácicas. Hoje em 2015, prevalece o que foi estabelecido em 2010. A Regra atual enfatiza o início do atendimento com as compressões torácicas, que estudaremos mais adiante, passando para a avaliação das vias aéreas e da respiração. Esse procedimento cabe ao socorrista responsável pelos primeiros socorros prestado às vítimas de algum acidente. A explicação para a alteração e o fato de que na sequência A-B-C, as compressões torácicas, demoram a ser realizadas enquanto o socorrista abre as vias aéreas para aplicar respiração boca a boca etc. (AHA, 2015).
No entanto, uma das causas de parada cardiorrespiratória é a obstrução da via área por corpo estranho. Este diagnóstico deve ser suspeitado sempre que o paciente apresente alguma dificuldade respiratória súbita (FIGUEIREDO, 2012).
Mais importante do que detectar a respiração é avaliar sua eficácia, que pode ser avaliada por meio da observação da oxigenação (cor e nível de consciência), ventilação (volume e frequência respiratória e mecânica respiratória (emissão de sons, uso de musculatura acessória) (FIGUEIREDO, 2012).
Os sinais de falência respiratória e choque devem ser investigados. Nessas situações, pode ocorrer alteração do nível de consciência, do tônus muscular e cianose. Os sinais precoces de falência respiratória são a dificuldade respiratória e taquipneia e, na sequência, taquidispneia progressiva, bradipneia, palidez e/ou cianose. No choque ocorre diminuição da
perfusão capilar com o tempo de recoloração prolongado (acima de dois segundos), pulsos periféricos cheios/ou finos e rápidos, pele “mosqueada” e cianose. O choque descompensado é caracterizado por hipotensão arterial (FIGUEIREDO, 2012).
Fique bem atento(a) já que o diagnóstico precoce e a abordagem específica dos sinais de piora clínica são decisivos para o prognóstico de uma vítima. A avaliação e o tratamento devem ser iniciados com a imediata avaliação cardiopulmonar, que tem por objetivo identificar casos de insuficiência respiratória e choque, atuais ou potenciais, além dos efeitos dessas alterações na perfusão e função de órgãos. A avaliação realizada por um profissional treinado deve ser rápida e imediata como você tem visto até agora em nosso material (VIEIRA, 2012).
Na falência respiratória e no choque é importante oferecer oxigênio suplementar e monitorar o débito urinário. Assim que possível, realiza-se o cateterismo gástrico para evitar vômitos e aspiração pulmonar. O esvaziamento gástrico também contribui para facilitar a ventilação pulmonar. Nesse momento, é fundamental avaliar se a ventilação é suficiente ou se está indicada a intubação traqueal (VIEIRA, 2012).
Analise as alternativas e assinale a correta:
Depois que realizou o exame físico, o socorrista deve aplicar a regra A.B.C.
Incorreta: Durante a realização do exame físico, o socorrista deve aplicar a regra C.A.B.
A avaliação da respiração consiste em avaliar apenas sua eficácia com a análise da cor da vítima.
Incorreta: Consiste em avaliar sua eficácia, por meio da observação da oxigenação, ventilação e mecânica respiratória.
Uma das causas de parada cardiorrespiratória pode ser a obstrução das vias aéreas por algum corpo estranho.
Correta: A obstrução das vias aéreas por corpo estranho é uma das causas mais recorrentes nas incidências de paradas cardiorrespiratórias.
Na avaliação da circulação de uma vítima, é importante analisar apenas a pressão sanguínea já que a hipertensão pode ser um sinal de alerta.
Incorreta: Para a avaliação da circulação, o socorrista deve avaliar não apenas a pressão sanguínea, mas também a frequência cardíaca e a perfusão sistêmica.
Na avaliação da circulação de uma vítima, é importante analisar apenas a pressão sanguínea já que a hipotensão pode ser um sinal de alerta.
Incorreta: Para a avaliação da circulação, o socorrista deve avaliar não apenas a pressão sanguínea, mas também a frequência cardíaca e a perfusão sistêmica.
Analise as afirmativas e assinale a alternativa incorreta:
Sinais de falência respiratória e choque devem ser investigados. Nessas situações, pode ocorrer alteração do nível de consciência.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Os sinais precoces de falência respiratória são a dificuldade respiratória e taquipneia.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
No choque ocorre diminuição da perfusão capilar, pulsos periféricos cheios e rápidos, pele mosqueada e cianose.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
A pele pode adquirir aspecto pegajoso, ficar úmida e fria em consequência de estado de choque.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
O choque descompensado é caracterizado por hipertensão arterial.
Correta: A afirmação é falsa porque choque descompensado é caracterizado por hipotensão arterial.
O suporte básico de vida, que trataremos neste item, inclui vários fatores que vão desde medidas de prevenção relacionadas direta e indiretamente à parada cardiorrespiratória, até a instituição do suporte avançado de vida (SAV).
Você deve estar se perguntando, afinal, o que é suporte básico de vida (SBV)? Pois bem, se trata de um conjunto de habilidades destinadas à manutenção, suporte ou restabelecimento da oxigenação, ventilação e circulação em pacientes com quadro de parada cardíaca, parada respiratória ou ambos. Em 2015, a American Heart Association (AHA), reformulou as diretrizes para a realização de procedimentos de Ressuscitação Cardiopulmonar e atendimento Cardiovascular de Emergência. Tal atualização foi embasada na evidência prática de profissionais de 39 países.
A seguir, confira a cadeia de sobrevivência proposta pela AHA na atualização de 2015.
Como você percebeu, a cadeia de sobrevivência é composta por dicas básicas que devem ser seguidas no caso de uma parada cardiorrespiratória. É imprescindível que você reconheça a importância de cada um destes 5 elos para o atendimento emergencial.
Em adultos, a parada cardiorrespiratória (PCR) súbita presenciada, é causada principalmente por arritmias cardíacas, portanto, o acionamento do serviço de urgência/emergência (SAMU 192) deve ser prioritário. Caso o paciente adulto seja vítima de afogamento, trauma ou evidência de intoxicação, as manobras de reanimação cardiorrespiratória (RCR) devem ser realizadas por dois minutos ou cinco ciclos antes da ativação do serviço médico de urgência.
Nas crianças, frequentemente, a parada cardíaca é o resultado final de deterioração respiratória e circulatória, caracterizada por hipóxia e hipercapnia, seguida de bradicardia e assistolia, por estas razões a cadeia de sobrevivência proposta em 2015, prioriza as medidas preventivas, a rápida RCR e a ativação do SAMU.
As diretrizes da AHA de 2015 alertam para que o socorrista realize compressões torácicas com frequência de 100 a 120 por minuto. Não se esquecer que a compressão deve ter uma profundidade de pelo menos 5 cm e você deve permitir o retorno do tórax à posição normal após cada compressão. Ventilar adequadamente: 2 respirações após 30 compressões, 1 respiração por segundo, provocando elevação do tórax da vítima (AHA, 2015).
Analise as afirmativas a seguir sobre os procedimentos de suporte básico de vida:
I- Suporte básico de vida está relacionado à manutenção, suporte ou restabelecimento da oxigenação, ventilação e circulação em pacientes com quadro de parada cardíaca, parada respiratória ou ambos.
II- Em adultos, a parada cardiorrespiratória, é causada principalmente por arritmias cardíacas.
III- Paradas cardiorrespiratórias podem trazer consequências importantes, portanto, o acionamento do serviço de urgência/emergência deve ser prioritário.
IV- Nas crianças, frequentemente, a parada cardíaca é o resultado final de deterioração respiratória e circulatória.
V- As medidas de suporte básico de vida são iguais para adultos e crianças.
Estão corretas as afirmativas:
I, apenas
Incorreta: As afirmativas II, III e IV também estão corretas.
II, apenas
Incorreta: As afirmativas I, III e IV também estão corretas.
I, II e III, apenas
Incorreta: A afirmativa IV também está correta.
I, II, III e IV, apenas
Correta: As afirmativas I, II, III e IV estão corretas, pois todas reafirmam os procedimentos de suporte básico de vida.
V, apenas
Incorreta: As medidas de suporte básico de vida são diferentes para adultos e crianças.
Analise as afirmativas e assinale a alternativa incorreta:
As causas mais comuns de morte em lactentes e crianças incluem trauma, parada respiratória, síndrome da morte súbita do lactente, septicemia, choque.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Em situações de parada cardiorrespiratória, as manobras de reanimação devem ser feitas rapidamente, de forma efetiva e com alta qualidade.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
O contato rápido com o SAMU se faz necessário para evitar complicações nos casos de urgência e emergência.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Os cuidados pós-parada cardiorrespiratória são fundamentais para a sobrevida sem sequelas de vítimas.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
A identificação da causa da parada e o tratamento da doença de base não tem muita importância em atendimentos de urgência e emergência.
Correta: A afirmação é falsa, já que a identificação da causa da parada e o tratamento da doença de base são primordiais.
A reanimação cardiorrespiratória envolve a superação da fase aguda da parada cardiorrespiratória e busca garantir a sobrevida sem sequelas e maiores danos à vítima. Devemos ampliar esse conceito para a reanimação cardiorrespiratória-cerebral, uma vez que, além de promover a circulação sanguínea adequada, são aplicadas medidas para evitar a hipóxia e, assim, proteger o sistema nervoso central (AHA, 2015).
No atendimento à parada cardiorrespiratória devem ser priorizadas sempre as ações sistematizadas, por meio de treinamentos das equipes e organização dos serviços.
O exame clínico do paciente deve ser completo, incluindo o exame neurológico, com anotações e avaliações de todos os dados. O esclarecimento dos fatos e o suporte emocional ao paciente e aos seus familiares ou responsáveis, são de fundamental importância na relação equipe de saúde-paciente e caracterizam o atendimento humanizado que, por ser um profissional da saúde, você já deve ter ouvido falar.
Em crianças maiores de 12 a 14 anos de idade (com sinais pré-púberes) é recomendado seguir o protocolo dos adultos, dependendo do evento e se a parada cardiorrespiratória foi ou não testemunhada. Em paciente de todas as idades, vítimas de submersão, a reanimação cardiorrespiratória imediata é mais efetiva do que ativar o SAMU como primeiro passo. Em caso de colapso súbito testemunhado, sem sinais de obstrução de vias aéreas por corpo estranho, a arritmia é a causa mais provável, sendo necessário ter um aparelho desfibrilador ao alcance (MELO; SILVA, 2011).
O estado de choque pode ser classificado quanto aos fatores etiológicos e fisiopatológicos. Quanto à etiologia, de acordo com Melo e Silva (2011), podemos classificá-lo em:
O choque também pode ser classificado, de acordo com a sua gravidade, em três estágios (MELO; SILVA, 2011):
Outra forma de se classificar o choque é por meio da mensuração da pressão arterial, portanto, a medida da pressão arterial é fundamental no paciente grave. Na forma compensada, a PA encontra-se dentro dos limites da normalidade, mesmo diante de sinais de redução da perfusão tecidual (MELO; SILVA, 2011). Na forma descompensada, os mecanismos compensatórios deixam de ser capazes de manter a PA acima de valores considerados suficientes para a perfusão mínima dos tecidos. A hipotensão arterial é um sinal tardio e de mau prognóstico. Para delimitar o choque em compensado ou descompensado, é importante que se tenha conhecimento dos limites inferiores para a medida da PA sistólica (MELO; SILVA, 2011).
A anafilaxia é um quadro que preocupa quem tem algum tipo de alergia e ainda os profissionais de saúde. É uma situação de risco, podendo levar à instabilidade dos sinais vitais e à parada cardiorrespiratória. A reação anafilática pode variar de localizada a sistêmica, manifestando-se por prurido, angioedema e urticária até choque anafilático e morte (FIGUEIREDO, 2012).
Podem se associar sintomas respiratórios como dispneia, estridor e sibilos. Os sintomas cardiovasculares variam desde leve taquicardia a hipotensão e choque. Os sintomas, em geral, aparecem cinco a 10 minutos após a exposição parenteral ao antígeno, mas pode haver latência de até 60 minutos. O início dos sintomas pode retardar até duas ou mais horas após a exposição a antígenos orais (FIGUEIREDO, 2012).
Sobre a anafilaxia, assinale a alternativa incorreta:
É um quadro preocupante já que é considerada uma situação de risco.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Pode resultar em instabilidade dos sinais vitais e parada cardiorrespiratória.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Pode ser localizada ou sistêmica.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Prurido, angiodema e urticária são sinais de anafilaxia.
Incorreta: A afirmação é verdadeira.
Os sintomas vasculares variam desde taquicardia a hipertensão e acontecem 1 dia após à exposição ao antígeno.
Correta: A afirmação é falsa porque os sintomas vasculares variam desde taquicardia a hipotensão e acontecem 5 a 10 minutos após a exposição ao antígeno.
Analise as afirmações e assinale a alternativa incorreta
O choque não progressivo é também chamado de compensado.
Incorreta: Isto será sempre uma prioridade.
O choque progressivo pode evoluir à morte da vítima, se não for tratado corretamente.
Incorreta: Ele deve ser tratado sempre de forma correta.
No choque irreversível, mesmo empregando várias maneiras de tratamento, não tem bom prognóstico.
Inorreta: O paciente evolui para o óbito.
Ao classificar o paciente em estado de choque, não é necessário avaliar sua pressão arterial.
Correta: Devemos sempre avaliar e mensurar a pressão arterial de uma vítima em estado de choque.
Diabetes e queimaduras podem causar choques hipovolêmicos.
Incorreta: Por isso, a diabetes e as queimaduras devem ser tratadas com atenção.
Editora: Manole
Autores: Martins, Herlon Saraiva - Brandão Neto, Rodrigo Antonio - Scalabrini Neto, Augusto - Velasco, Irineu Tadeu
ISBN: 9788520441503
Resumo: Referência entre docentes e profissionais da área da saúde. O seu conteúdo é estruturado de acordo com uma sequência didática que facilita a busca rápida e direta das informações que seu leitor precisa. Possui também um miniatlas com mais de 100 imagens coloridas que facilita a compreensão de seu conteúdo.
Editora: Águia Dourada
Autora: Deyse Conceição Santoro
ISBN: 9788588656512
Resumo: O livro aborda muito bem o impacto das Urgências e Emergências. Contendo trinta e seis capítulos, discute sobre os primeiros socorros, infarto, traumas, crise hipertensiva, derrame cerebral, parto emergencial, afogamento, hipoglicemia, crise asmática, queimaduras, entre outros, englobando as mais variadas e frequentes situações de urgência e emergência. Portanto, a obra “Situações de Urgência e Emergência” atende às necessidades de todos os profissionais da área da saúde, acadêmica e hospitalar.