Primeiros cuidados
Acidentes acontecem inevitavelmente e, infelizmente, muitas vezes e por inúmeras razões, não podem ser evitados. As pessoas se acidentam nas ruas, em estradas ou até mesmo em suas próprias residências e exemplos comuns de acidentes são as queimaduras, os choques elétricos, os cortes, as quedas, as batidas, os envenenamentos, entre outras situações que exigem socorro e cuidado imediato.
Pense um pouco: você já sofreu uma queimadura e não soube o que fazer? Ou presenciou uma situação de emergência e ficou paralisado diante da gravidade do caso? Por estas razões, é importante que saibamos o que fazer em situações como estas, já que a qualidade dos primeiros socorros é decisiva para o futuro e até mesmo para a sobrevivência de uma vítima.
Ao considerar este tipo de atendimento, não podemos nos esquecer de três princípios básicos:
- Rapidez no atendimento;
- Reconhecimento de possíveis lesões;
- Reparação das lesões.
O socorrista que está prestando atendimento para vítimas de acidentes deve ainda seguir um plano de ação baseando-se no sentido de prevenir perigos, contatar o serviço de atendimento especializado, informando as principais características do acidente e ainda socorrer, caso seja necessário depois das devidas avaliações do estado de saúde da(s) vítima(s) (FIGUEIREDO et al., 2012).
Avaliar o local em que o acidente ocorreu é uma etapa básica na realização dos primeiros socorros e deve ser feita o mais rápido possível. Ao chegar ao local do acidente, ou onde se encontra uma vítima, um socorrista tem o dever de assumir o controle da situação e proceder a uma rápida e segura avaliação da ocorrência e sinalizar que existe algo errado naquele local (VIEIRA, 2012).
Nesta avalição, é importante obter o máximo de informações possíveis sobre o fato ocorrido e dependendo das características de cada acidente, também é necessário evitar o pânico e procurar a colaboração de outras pessoas, dando ordens breves, claras e objetivas, e ainda, manter afastados os curiosos para evitar confusão e para ter espaço de trabalho. Lembre-se que a proteção do acidentado deve ser feita com o mesmo cuidado e sensibilidade da avaliação da ocorrência e do afastamento de pessoas curiosas ou que possam prejudicar a prestação do atendimento. Além disso, o socorrista deve observar se existem perigos para o acidentado e para quem estiver prestando o socorro nas proximidades da ocorrência, como: existência de fios elétricos soltos e desencapados; tráfego de veículos; andaimes; vazamento de gás; máquinas funcionando etc. (VIEIRA, 2012).
A avaliação de um acidentado deve ser realizada na posição em que ele se encontra e sua mobilização só deve ser feita com segurança. Afinal, não queremos ser responsáveis por aumentar traumas e riscos, não é? Para tanto, sempre que possível, o acidentado deve ser mantido deitado de costas até que seja examinado, e até que se tenha certeza dos danos sofridos. Não devemos alterar a posição em que encontramos uma vítima, sem antes refletir cuidadosamente sobre o que aconteceu e qual será a conduta mais adequada a ser tomada naquela ocorrência (VIEIRA, 2012).
Toda vez que houver necessidade de realizar um atendimento, devemos considerar dois fatores: a vítima está consciente ou não? É um evento clínico ou traumático? Depois de analisar estas questões, partimos então para a abordagem da vítima, verificando se existe responsividade e, posteriormente, avaliando os sinais vitais (VIEIRA, 2012).
Lembramos que se a abordagem da vítima for realizada com ela em maca, colocamos ambas as mãos nos ombros da vítima e falamos com ela. Se o atendimento for no chão, apoiamos um joelho e colocamos ambas as mãos nos ombros da vítima (FIGUEIREDO et al., 2012).
Ao prestar socorro, cuide também de você e jamais se exponha a riscos. Para isto, não se esqueça de utilizar luvas descartáveis e evitar o contato direto com sangue, secreções, excreções ou outros líquidos. Você bem sabe que existem várias doenças que são transmitidas através deste contato!
É importante que você tenha sempre em mãos os números dos telefones e endereços de hospitais e de centros de atendimento de emergência úteis. É importante saber para onde ligar no caso de um acidente para agilidade e melhor atendimento. No caso de um acidente com vítima, deve ser requerido o SAMU (192). Em se tratando de vítimas presas às ferragens, o número a ser chamado é o 193 (Corpo de Bombeiros) (VIEIRA, 2012).
Suprimentos de primeiros socorros
Alguns itens que podem ser de extrema utilidade em situações diversas devem constar em sua caixa de primeiros socorros. Esta caixa deve ser mantida sempre em lugar de fácil acesso, tanto em casa quanto no carro e deve conter: esparadrapo, água oxigenada, álcool; gazes esterilizadas, lanterna, luvas de látex, algodão, pinça, talas, bandagens, soro fisiológico, ataduras, sabão líquido, sacos plásticos, termômetro, tesoura e vaselina esterilizada (FIGUEIREDO et al., 2012).
- Não é necessário obter muitas informações sobre o acidente, o importante é socorrer a(s) vítima(s). É importante obter o máximo de informações possíveis sobre o acidente.
- Não é tarefa do socorrista observar se existem perigos nas proximidades do acidente. É tarefa do socorrista observar se existem perigos para todos os envolvidos, inclusive para ele.
- O socorrista deve assumir o controle da situação e agir rapidamente. Assumir o controle da situação e proceder a uma rápida e segura avaliação da ocorrência, é função do socorrista.
- O socorrista não precisa contatar o atendimento emergencial para prestar informações sobre o ocorrido. Contatar o atendimento emergencial informando o tipo de acidente, o local, o número de vítimas e o estado delas, é função do socorrista.
- A presença de curiosos no local do acidente é necessária, já que estas pessoas ajudarão no socorro e manuseio das vítimas. Para garantir a proteção do acidentado, os curiosos ou quem possa prejudicar o atendimento, devem ser afastados do local.
- Deve ser realizada na posição em que ele se encontra. A primeira avaliação deve ser na posição em que a vítima se encontra.
- É necessário em primeiro lugar mobilizar o acidentado para melhor avaliar suas condições. A mobilização de um acidentado só deve ser realizada com segurança.
- O socorrista tem autonomia para mudar a vítima de posição ou caso necessário, tirá-la dos escombros ou ferragens. O socorrista deve avaliar o acidentado na posição em que ele se encontra e jamais movê-la sem ter certeza do seu estado físico.
- Ao encontrar um acidentado inconsciente, não se deve tocar em seu corpo antes de avaliar de longe o ocorrido. Ao encontrar um acidentado inconsciente, primeiramente devemos colocar sua cabeça em posição lateral antes de proceder a avaliação de seu estado.
- Não é necessário utilizar luvas descartáveis ao prestar os primeiros socorros. O socorrista deve sempre usar luvas e evitar o contato com sangue e outros líquidos corpóreos.