Noções de Saneamento Ambiental
Unidade III
Cristiane Claudia Meinerz
Sumário Atividades Autores Referências
Autores
Cristiane Claudia Meinerz
Introdução
Conclusão
Referências
Atividades
Unidade III Sistema de abastecimento de água e estação de tratamento de água (ETA)
Processos de poluição da água
Controle da poluição da águaAbastecimento de ÁguaGeneralidadesQualidade da água
Mananciais para abastecimento de água
Abastecimento público de água
Classificação das águas
Padrões de qualidadePadrões de lançamento e de qualidade do corpo receptorPadrões de potabilidade
Tratamento da água
Métodos de Tratamentos
Abastecimento de água
Mistura Lenta ou FloculaçãoDecantação ou SedimentaçãoFiltraçãoCorreção da durezaRemoção de FerroCorreção de acidez excessivaRemoção de odor e sabor desagradáveisDesinfecçãoMétodos químicos de desinfecção

Cristiane Claudia Meinerz

Doutora em Agronomia - UNIOESTE, Campus Marechal Cândido Rondon – PR.Mestre em Agronomia - UNIOESTE, Campus Marechal Cândido Rondon – PR.Especialista em Higiene e Processamento de Produtos de Origem Animal – UFPR, Setor Palotina – PR.Especialista em Impactos Ambientais e Resíduos Sólidos – UNIPAR, Toledo – PR.Graduação em Ciências Biológicas com ênfase em Biotecnologia – UNIPAR, Toledo – PR.

Bióloga com mais de cinco anos de experiência na docência no ensino médio e superior (graduação e pós-graduação). Atuação e experiência na área de Fitopatologia, Microbiologia, com ênfase em Biossegurança, Estatística, Anatomia e Fisiologia Humana, Química Ambiental, Microbiologia Aplicada, Bioquímica, Fisiologia e Biofísica, Bioestatística, Gestão ambiental e sustentabilidade e Metodologia da pesquisa científica. Atualmente, atua como professora dos Cursos de Graduação de Gestão Ambiental, Enfermagem, Estética e Cosmetologia, e Direito pela Universidade Paranaense. Publicou mais de 20 artigos científicos e dois capítulos de livro, inclusive um internacional. Buscando sempre atualizar-se e investir na pesquisa científica, orgulha-se em contribuir com o conhecimento, repassando e interagindo com conteúdo de peso e qualidade, salienta a professora.

Introdução

Caro(a) cursista, seja bem-vindo(a) a renovar seus conhecimentos técnicos e teórico-práticos. Nesta primeira unidade, houve a necessidade de enfatizar sobre alguns fatores de ponto positivo e negativo na questão de saneamento ambiental como um todo, o modo de corrigir esses problemas, por meio da implantação de medidas legais que visam fiscalizar.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saneamento é o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem-estar físico, mental e social. De outra forma, pode-se dizer que saneamento caracteriza o conjunto de ações socioeconômicas que têm por objetivo alcançar salubridade ambiental (BARROS, 1995).

Entende-se, ainda, como salubridade ambiental o estado de higidez (estado de saúde normal) em que vive a população urbana e rural, tanto no que se refere à sua capacidade de inibir, prevenir ou impedir a ocorrência de endemias ou epidemias veiculadas pelo meio ambiente, como no tocante ao seu potencial de promover o aperfeiçoamento de condições mesológicas (que diz respeito ao clima e/ou ambiente) favoráveis ao pleno gozo de saúde e bem-estar (GUIMARÃES; CARVALHO; SILVA, 2007).

Ainda, segundo esses autores, a oferta do saneamento associa sistemas constituídos por uma infraestrutura física e uma estrutura educacional, legal e institucional, que abrange os seguintes serviços:

  • Abastecimento de água às populações, com a qualidade compatível com a proteção de sua saúde e em quantidade suficiente para a garantia de condições básicas de conforto.
  • Coleta, tratamento e disposição ambientalmente adequada e sanitariamente segura de águas residuárias (esgotos sanitários, resíduos líquidos industriais e agrícolas).
  • Acondicionamento, coleta, transporte e destino final dos resíduos sólidos (incluindo os rejeitos provenientes das atividades doméstica, comercial e de serviços, industrial e pública).
  • Coleta de águas pluviais e controle de empoçamentos e inundações.
  • Controle de vetores de doenças transmissíveis (insetos, roedores, moluscos etc.).
  • Saneamento dos alimentos;
  • Saneamento dos meios de transportes.
  • Saneamento e planejamento territorial.
  • Saneamento da habitação, dos locais de trabalho, de educação, de recreação e dos hospitais.
  • Controle da poluição ambiental – água, ar, solo, acústica e visual.

 

O conceito de Promoção de Saúde proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde a Conferência de Ottawa, em 1986, é visto como o princípio orientador das ações de saúde em todo o mundo. Assim sendo, parte-se do pressuposto de que um dos mais importantes fatores determinantes da saúde são as condições ambientais (BRASIL, 2006).

No Brasil, o conceito de saúde, entendida como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, não restringe-se ao problema sanitário ou à prevalência de doenças. Hoje, além das ações de prevenção e assistência, considera-se cada vez mais importante atuar sobre os fatores determinantes da saúde. É esse o propósito da promoção da saúde, que constitui o elemento principal das propostas da OMS e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).

A utilização do saneamento como instrumento de promoção da saúde pressupõe a superação dos entraves tecnológicos, políticos e gerenciais que têm dificultado a extensão dos benefícios aos residentes em áreas rurais, municípios e localidades de pequeno porte.

A maioria dos problemas sanitários que afetam a população mundial está intrinsecamente relacionada com o meio ambiente. Um exemplo disso é a diarreia, que, com mais de quatro bilhões de casos por ano, é uma das doenças que mais aflige a humanidade, já que causa 30% das mortes de crianças com menos de um ano de idade. Entre as causas dessa doença, destacam-se as condições inadequadas de saneamento (GUIMARÃES; CARVALHO; SILVA, 2007).

Mais de um bilhão de habitantes na Terra não têm acesso à habitação segura e a serviços básicos, embora todo ser humano tenha direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza. No Brasil, as doenças resultantes da falta ou de um inadequado sistema de saneamento, especialmente em áreas pobres, têm agravado o quadro epidemiológico (BRASIL, 2006).

Estudos do Banco Mundial (1993) estimam que o ambiente doméstico inadequado é responsável por quase 30% da ocorrência de doenças nos países em desenvolvimento. Guimarães, Carvalho e Silva (2007) explicam que investir em saneamento é uma das formas de se reverter o quadro existente.

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde afirmam que para cada R$ 1,00 investido no setor de saneamento, economiza-se R$ 4,00 na área de medicina curativa. Entretanto, é preciso ressaltar que o homem não pode ver a natureza como uma fonte inesgotável de recursos, que pode ser depredada em ritmo crescente para bancar necessidades de consumo que poderiam ser atendidas de maneira racional, evitando a devastação da fauna, da flora, da água e de fontes preciosas de matérias-primas (CAVINATTO, 2010).

Pode-se construir um mundo em que o homem aprenda a conviver com seu hábitat numa relação harmônica e equilibrada, que permita garantir alimentos a todos sem transformar as áreas agricultáveis em futuros desertos.

De acordo com Philippi Junior (2010), é necessário que se construa um novo modelo de desenvolvimento em que se harmonize a melhoria da qualidade de vida das populações, a preservação do meio ambiente e a busca de soluções criativas para atender aos anseios de cidadãos de ter acesso a certos confortos da sociedade moderna.

Nesse contexto, este trabalho pretendeu analisar as intrínsecas relações entre os serviços de saneamento e as condições de vida da população, tornando-se ponto de partida para estudos mais aprofundados sobre o tema, como forma de garantir melhores condições de vida e saúde para as populações.

Unidade III Sistema de abastecimento de água e estação de tratamento de água (ETA) Cristiane Claudia Meinerz

Quase toda água potável que consumimos se transforma em esgoto que é reintroduzido nos rios e lagos. Esses mananciais, uma vez contaminados, podem conter microorganismos causadores de várias doenças, como diarreia, hepatite, cólera e febre tifóide. Além dos microorganismos, as águas dos rios e lagos contêm muitas partículas que também precisam ser removidas antes do consumo humano. Daí a necessidade de se tratar a água para que volte a ser propícia para o consumo humano.

Quando pensamos em água tratada, normalmente, nos vem à cabeça o tratamento de uma água que estava poluída, como o esgoto, para uma que volte a ser limpa. Cabe aqui fazer uma distinção entre tratamento de água e tratamento de esgoto: o tratamento de água é feito a partir da água doce encontrada na natureza que contém resíduos orgânicos, sais dissolvidos, metais pesados, partículas em suspensão e microorganismos. Por essa razão, a água é levada do manancial para a Estação de Tratamento de Água (ETA). Já o tratamento de esgoto é feito a partir de esgotos residenciais ou industriais para, após o tratamento, a água poder ser reintroduzida no rio, minimizando seu impacto ao ambiente.

Algumas comunidades captam água subterrânea para abastecimento público, mas a maioria delas se aproveita de águas superficiais que, após o tratamento, são distribuídas para as residências e indústrias. Os esgotos gerados são coletados e transportados para uma estação para tratamento anterior à sua disposição final. Os métodos convencionais promovem, apenas, uma recuperação parcial da qualidade da água original (FIA, 2008). Segundo Barros et al. (1995), a diluição em um corpo receptor e a purificação pela natureza promovem melhora adicional na qualidade da água. Entretanto, outra cidade a jusante da primeira, provavelmente, captará água para abastecimento municipal antes que ocorra a recuperação completa. Essa cidade, por sua vez, a trata e dispõe o esgoto gerado novamente por diluição.

Esse processo de captação e devolução por sucessivas cidades em uma bacia resulta em uma reutilização indireta da água. Durante as estiagens, a manutenção da vazão mínima em muitos rios pequenos depende, fundamentalmente, do retorno dessas descargas de esgotos efetuadas a montante. Assim, o ciclo artificial da água integrado ao ciclo hidrológico natural é: captação de água superficial, tratamento e distribuição; coleta, tratamento e disposição em corpos receptores dos esgotos gerados; purificação natural do corpo receptor; repetição desse esquema por cidades a jusante (BILLORE et al., 2001).

A descarga de esgotos tratados de modo convencional em lagos, reservatórios e estuários, os quais agem como lagos, acelera o processo de eutrofização. A deterioração da qualidade da água, assim resultante, interfere no reuso indireto para abastecimento público e atividades recreativas (BRUNO; OLIVEIRA, 2008). Na reutilização da água, surgem problemas gerados pelos sólidos dissolvidos que poderiam ser solucionados com métodos avançados, porém de custo muito elevado, de tratamento de despejos e de água do abastecimento. Tais águas conterão traços de compostos orgânicos, que poderão acarretar problemas de gosto e odor ou outros ainda piores à saúde, tornando-a imprópria para os usuários de jusante (SEBRAE, 1996).

De acordo com Teixeira (1996), os compostos químicos mais sofisticados (por exemplo, os organofosforados, policlorados e bifenóis, usados na indústria e na agricultura) causam preocupações, uma vez que não podem ser detectados rapidamente nas baixíssimas concentrações em que geralmente ocorrem. Como podemos notar, o rápido crescimento da população e os acelerados avanços no processo de industrialização e urbanização das sociedades tem repercussões sem precedentes sobre o ambiente humano.

Nas Américas, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, os principais problemas encontrados no setor de abastecimento de água são: instalações de abastecimento público ou abastecimento individual em mau estado, com deficiências nos projetos ou sem a adequada manutenção; deficiência nos sistemas de desinfecção de água destinada ao consumo humano, com especial incidência em pequenos povoados; contaminação crescente das águas superficiais e subterrâneas por causa de deficiente infra-estrutura de sistema de esgotamento sanitário, ausência de sistema de depuração de águas residuárias, urbanas e industriais e inadequado tratamento dos resíduos sólidos com possível repercussão no abastecimento de água, em área para banhos e recreativas, na irrigação e outros usos da água que interfiram na saúde da população (CALHEIROS; RANGEL; CASTRO, 2007).

Os riscos expostos anteriormente se traduzem em um meio degradado com águas poluídas e uma alta incidência de mortalidade por transmissão hídrica. Em vários países da América Latina e do Caribe, as gastroenterites e as doenças diarréicas figuram entre as dez principais causas de mortalidade, sendo responsáveis por cerca de 200.000 mortes ao ano, sem incluir as causadas pela febre tifoide, hepatite e outras similares. Para abordar esses problemas, a OPAS (1998), por meio do Programa Marco de Atenção ao Meio Ambiente, propõe medidas de controle e vigilância a serem empreendidas por Sistemas Locais de Saúde que permitam uma gestão correta da água, cujos objetivos específicos são: estabelecer um controle das instalações e uma vigilância contínua da qualidade das águas de abastecimento, principalmente as não procedentes da rede; identificar o déficit e as prioridades no fornecimento dos serviços de água e de esgoto; estabelecer um controle periódico dos lançamentos nos corpos d’água e fossas; estabelecer uma vigilância e controle das piscinas e áreas para banho e recreativas; estabelecer um sistema de previsão de danos causados por catástrofes; estabelecer um controle periódico da qualidade da água para irrigação de hortaliças; estabelecer, quando necessário, um sistema de desinfecção de água nos domicílios.

Processos de poluição da água

As formas de poluição da água são várias, de origem natural ou como resultado das atividades humanas. Existem, essencialmente, três situações de poluição, cada uma delas característica do estágio de desenvolvimento social e industrial.

 

Primeiro estágio com a poluição patogênica.

Nesse estágio, as exigências quanto à qualidade da água são relativamente pequenas, tornando-se comuns as enfermidades veiculadas pela água. O uso de estações de tratamento de água e sistemas de adução pode prevenir os problemas sanitários nesse estágio (ACHON, 2008).

 

Segundo estágio com a poluição total.

Esse estágio define-se como aquele em que os corpos receptores tornam-se realmente afetados pela carga poluidora que recebem (expressa como sólidos em suspensão e consumo de oxigênio). Esse estágio, normalmente, ocorre durante o desenvolvimento industrial e o crescimento das áreas urbanas. Os prejuízos causados ao corpo receptor e, em consequência, à população podem ser reduzidos com a implantação de sistemas eficientes de tratamento de água e de esgotos (BOTERO, 2009).

 

Terceiro estágio com a poluição química

Esse estágio é o da poluição insidiosa, causada pelo contínuo uso da água. O consumo de água aumenta em função do aumento da população e da produção industrial. Cada dia é maior a quantidade de água retirada dos rios e maior e mais diversa a poluição neles descarregada (ACHON, 2008).

 

Controle da poluição da água

No planejamento das atividades, visando às estratégias de controle da poluição da água, é fundamental que se considere a bacia hidrográfica como um todo, a fim de se obter uma maior eficiência na realização dessas atividades (BRASIL, 2004).

Dentre as principais técnicas encontradas, podemos citar: implantação de sistemas de coleta e tratamento de esgotos sanitários e indústrias; controle de focos de erosão e recuperação de rios, objetivando o retorno ao seu equilíbrio dinâmico, por meio da restauração de suas condições naturais (CHERNICHARO, 2007).

Segundo Gomes (1995), à recuperação dos rios, existem dois tipos de técnicas: não estruturais, que não requerem alterações físicas no curso d’água e incluem as políticas administrativas e legais e os procedimentos que limitam ou regulamentam alguma atividade; técnicas estruturais, que requerem algum tipo de alteração física no corpo d’água e incluem reformas nas estruturas já existentes, acelerando os processos naturais de sua recuperação.

Com relação aos agentes poluidores de origem industrial, o problema mais importante parece estar centralizado nos seguintes aspectos: providenciar um controle ambiental seguro, sem prejuízos dos investimentos econômicos; obtenção de informação técnica referente aos melhores meios de que se dispõe para controlar a poluição; obtenção e emprego de técnicas de combate à poluição ambiental e de pessoal especializado na aplicação delas; selecionar e adaptar as soluções de controle importadas ao conjunto de técnicas desenvolvidas no país (PAVANELLI, 2007).

Para o Brasil encarar os problemas da poluição ambiental já existente e os do futuro, resultantes da atividade industrial, é necessário um senso de perspectiva, de tal modo que as medidas de controle possam fazer parte do contexto de uma economia planejada e de um desenvolvimento social (PORTO, 1997). Aceitar tecnologia definida por outros países pode trazer sérios entraves aos investimentos nacionais e estrangeiros em vários setores industriais. É preciso estar sempre desenvolvendo uma tecnologia nacional de controle da poluição industrial fundamentada na pesquisa e desenvolvendo métodos adequados a nossa realidade, aliados à seleção e à adaptação da tecnologia importada, paralelamente à formação e à capacitação de pessoal técnico especializado (MACEDO, 2007).

Abastecimento de Água

De acordo com a Constituição Federal do Brasil (1988), um Sistema de Abastecimento de Água pode ser concebido e projetado para atender a pequenos povoados ou a grandes cidades, variando nas características e no porte de suas instalações. Caracteriza-se pela retirada da água da natureza, pela adequação de sua qualidade, pelo transporte até os aglomerados humanos e fornecimento à população em quantidade compatível com suas necessidades. Segundo a mesma Constituição, a definição o Sistema de Abastecimento Público de Água constitui-se no conjunto de obras, instalações e serviços, destinados a produzir e distribuir água a uma comunidade, em quantidade e qualidade compatíveis com as necessidades da população, para fins de consumo doméstico, serviços públicos, consumo industrial e outros usos.

A água constitui elemento essencial à vida vegetal e animal. O homem necessita de água de qualidade adequada e em quantidade suficiente para atender a suas necessidades, para proteção de sua saúde e para propiciar o desenvolvimento econômico. Do ponto de vista sanitário, a solução coletiva é a mais interessante por diversos aspectos, como: mais fácil proteger o manancial; mais fácil supervisionar o sistema do que fazer supervisão de grande número de mananciais e sistemas; mais fácil controlar a qualidade da água consumida; redução de recursos humanos e financeiros (economia de escala) (HAMMER, 1979).

Os sistemas individuais são soluções precárias para os centros urbanos, embora indicados para as áreas rurais onde a população é dispersa e, também, para as áreas periféricas de centros urbanos, para comunidades urbanas com características rurais ou, ainda, para as áreas urbanas, como solução provisória, enquanto se aguardam soluções mais adequadas. Mesmo para pequenas comunidades e para áreas periféricas, a solução coletiva é, atualmente, possível e economicamente interessante, desde que se adotem projetos adequados (BRAILE; CAVALCANTI, 1979).

Generalidades

Importância Sanitária e Social

Sob o aspecto sanitário e social, o abastecimento de água visa, fundamentalmente, a: controlar e prevenir doenças; implantar hábitos higiênicos na população, por exemplo, a lavagem das mãos, o banho e a limpeza de utensílios e higiene do ambiente; facilitar a limpeza pública; facilitar as práticas desportivas; propiciar conforto, bem-estar e segurança; aumentar a esperança de vida da população.

Em 1958, o extinto Serviço Especial de Saúde Pública (SESP) realizou pesquisas na cidade de Palmares, situada no Estado de Pernambuco, em que se demonstrou a possibilidade de redução de mais de 50% da mortalidade infantil por diarreia com a implantação do sistema de abastecimento de água (HAMMER, 1979).

 

Importância econômica

Sob o aspecto econômico, o abastecimento de água visa, em primeiro lugar, a: aumentar a vida média pela redução da mortalidade; aumentar a vida produtiva do indivíduo, quer pelo aumento da vida média quer pela redução do tempo perdido com doença; facilitar a instalação de indústrias, inclusive a de turismo e, consequentemente, ao maior progresso das comunidades; facilitar o combate a incêndios (MACEDO, 2007).

 

Doenças relacionadas com a água

De várias maneiras a água pode afetar a saúde do homem: por meio da ingestão direta, na preparação de alimentos; na higiene pessoal, na agricultura, na higiene do ambiente, nos processos industriais ou nas atividades de lazer. Os riscos para a saúde relacionados com a água podem ser distribuídos em duas categorias: riscos relacionados com a ingestão de água contaminada por agentes biológicos (bactérias, vírus e parasitos), mediante contato direto, ou por meio de insetos vetores que necessitam da água em seu ciclo biológico; riscos derivados de poluentes químicos e radioativos, geralmente efluentes de esgotos industriais, ou causados por acidentes ambientais (ANVISA, 2016).

Os principais agentes biológicos encontrados nas águas contaminadas são as bactérias patogênicas, os vírus e os parasitos. As bactérias patogênicas encontradas na água e/ou alimentos constituem uma das principais fontes de morbidade e mortalidade em nosso meio. São responsáveis por numerosos casos de enterites, diarreias infantis e doenças epidêmicas (como o cólera e a febre tifóide), que podem resultar em casos letais (AVNISA, 2016).

 

A água na natureza

A água abrange quase 4/5 da superfície terrestre; desse total, 97,0% referem-se aos mares e os 3% restantes às águas doces. Dentre as águas doces, 2,7% são formadas por geleiras, vapor de água e lençóis existentes em grandes profundidades (mais de 800m), não sendo economicamente viável seu aproveitamento para o consumo humano (SABOGAL, 2007).

Em consequência, constata-se que somente 0,3% do volume total de água do planeta pode ser aproveitado para nosso consumo, sendo 0,01% encontrada em fontes de superfície (rios, lagos) e o restante, ou seja, 0,29%, em fontes subterrâneas (poços e nascentes). A água subterrânea vem sendo acumulada no subsolo há séculos e somente uma fração desprezível é acrescentada anualmente por meio das chuvas ou retirada pelo homem. Em compensação, a água dos rios é renovada cerca de 31 vezes, anualmente. A precipitação média anual, na terra, é de cerca de 860 mm. Entre 70 e 75% dessa precipitação voltam à atmosfera como evapotranspiração (RICHTER; AZEVEDO NETO, 1991).

 

Ciclo hidrológico

O ciclo hidrológico é o contínuo movimento da água em nosso planeta. É a representação do comportamento da água no globo terrestre, incluindo ocorrência, transformação, movimentação e relações com a vida humana. É um verdadeiro retrato dos vários caminhos da água em interação com os demais recursos naturais. A água existe em forma de vapor, na atmosfera, e é proveniente da evaporação de todas as superfícies líquidas (oceanos, mares, rios, lagos, lagoas) ou das superfícies umedecidas com água, como a superfície dos solos. Parte da água que se encontra na atmosfera resulta de fenômenos hidrológicos e, também, de fenômenos vitais, como a respiração e a transpiração (RICHTER; AZEVEDO NETO, 1991).

Qualidade da água

A água não é encontrada pura na natureza. Ao cair em forma de chuva, já carreia impurezas do próprio ar. Ao atingir o solo, seu grande poder de dissolver e carrear substâncias altera ainda mais suas qualidades. Dentre o material dissolvido, encontram-se as mais variadas substâncias, por exemplo, substâncias calcárias e magnesianas que tornam a água dura; substâncias ferruginosas, que dão cor e sabor diferentes a ela e substâncias resultantes das atividades humanas, tais como produtos industriais, que a tornam imprópria ao consumo. Por sua vez, a água pode carrear substâncias em suspensão, tais como partículas finas dos terrenos por onde passa e que dão turbidez a ela; pode, também, carrear substâncias animadas, como algas, que modificam seu sabor, ou, ainda, quando passa sobre terrenos sujeitos à atividade humana, pode levar em suspensão micro-organismos patogênicos (BRASIL, 1980).

 

Padrões de Potabilidade

De acordo com Brasil (2004), a água própria para o consumo humano, ou água potável, deve obedecer a certos requisitos de ordem:

  • Organoléptica: não possuir sabor e odor objetáveis.
  • Física: ser de aspecto agradável; não ter cor e turbidez acima dos limites estabelecidos nos padrões de potabilidade.
  • Química: não conter substâncias nocivas ou tóxicas acima dos limites de tolerância para o homem.
  • Biológica: não conter micro-organismos patogênicos.
  • Radioativa: não ultrapassar o valor de referência previsto na Portaria 518/04 do Ministério da Saúde; segundo recomendações da Portaria 518/04 do M.S, o pH deverá ficar situado no intervalo de 6,5 a 8,5 e a concentração mínima de cloro residual livre em qualquer ponto da rede de distribuição deverá ser de 0,2mg/l.

 

As exigências humanas quanto à qualidade da água crescem com o progresso humano e o da técnica. Justamente para evitar os perigos decorrentes da má qualidade da água, são estabelecidos padrões de potabilidade. Estes apresentam os Valores Máximos Permissíveis (VMP) com que elementos nocivos ou características desagradáveis podem estar presentes na água, sem que essa se torne inconveniente para o consumo humano (BRASIL, 2004).

 

Características físicas e organolépticas

A água deve ter aspecto agradável. A medida é pessoal; deve ter sabor agradável ou ausência de sabor objetável. A medida do sabor é pessoal; não deve ter odores desagradáveis ou não ter odor objetável. A medida do odor é, também, pessoal; a cor é determinada pela presença de substâncias em dissolução na água e não afeta sua transparência; a turbidez é devida à matéria em suspensão na água (argila, silte, matéria orgânica etc.) e altera sua transparência (BRASIL, 2004).

 

Características Químicas

São fixados limites de concentração por motivos de ordens sanitária e econômica (VON SPERLING, 2010).

 

Substâncias relacionadas com aspectos econômicos

Substâncias causadoras de dureza, como os cloretos, sulfatos e bicarbonatos de cálcio e magnésio. As águas mais duras consomem mais sabão e, além disso, são inconvenientes para a indústria, pois se incrustam nas caldeiras e podem causar danos e explosões (IBGE, 2013).

 

Substâncias relacionadas com o pH da água

A água de baixo pH, isto é, ácida, é corrosiva. Águas de pH elevado, isto é, alcalinas, são incrustativas. Alcalinidade e dureza são expressas em mg/L de CaCO3 (BRASIL, 2004).

 

Substâncias indicadoras de poluição por matéria orgânica

Compostos nitrogenados: nitrogênio amoniacal, nitritos e nitratos. Os compostos de nitrogênio provêm de matéria orgânica e sua presença indica poluição recente ou remota. Quanto mais oxidados são os compostos de nitrogênio, tanto mais remota é a poluição. Assim, o nitrogênio amoniacal indica poluição recente e os nitratos indicam que a poluição ocorreu há mais tempo; oxigênio consumido: a água possui normalmente oxigênio dissolvido em quantidade variável, conforme a temperatura e a pressão (BRASIL, 2004).

Heller e Pádua (2006) observaram que matéria orgânica em decomposição exige oxigênio para sua estabilização; consequentemente, uma vez lançada na água, consome o oxigênio nela dissolvido. Assim, quanto maior for o consumo de oxigênio, mais próxima e maior terá sido a poluição; cloretos: os cloretos existem normalmente nos dejetos animais. Estes, sob certas circunstâncias, podem causar poluição orgânica dos mananciais.

 

Características bacteriológicas

A água é, normalmente, habitada por vários tipos de micro-organismos de vida livre e não parasitária, que dela extraem os elementos indispensáveis à sua subsistência. Ocasionalmente, são aí introduzidos organismos parasitários e/ou patogênicos que, utilizando a água como veículo, podem causar doenças, constituindo, portanto, um perigo sanitário potencial (HELLEN; PÁDUA, 2006).

É interessante notar que a quase totalidade dos seres patogênicos é incapaz de viver em sua forma adulta ou reproduzir-se fora do organismo que lhe serve de hospedeiro, portanto, tem vida limitada quando se encontra na água, isto é, fora do seu habitat natural. Alexander Houston demonstrou, em 1908, que, quando uma água contaminada com bacilos de febre tifóide era armazenada por uma semana, mais de 90% dessas bactérias eram destruídas. São vários os agentes de destruição normal de organismos patogênicos nas águas armazenadas (PORTO, 2007).

Além da temperatura, destacam-se os efeitos da luz, a sedimentação, a presença ou não de oxigênio dissolvido, parasitas ou predadores de bactérias, substâncias tóxicas ou antibióticas produzidas por outros microorganismos como algas e fungos etc. Dentre os principais tipos de organismos patogênicos que podem encontrar-se na água, estão bactérias, vírus, protozoários e helmintos. Devido à grande dificuldade para identificação dos vários organismos patogênicos encontrados na água, dá-se preferência, para isso, a métodos que permitam a identificação de bactérias do “grupo coliforme” que, por serem habitantes normais do intestino humano, existem, obrigatoriamente, em águas poluídas por matéria fecal (BRASIL, 2004).

As bactérias coliformes são, normalmente, eliminadas com a matéria fecal, à razão de 50 a 400 bilhões de organismos por pessoa por dia. Dado o grande número de coliformes existentes na matéria fecal (até 300 milhões por grama de fezes), os testes de avaliação qualitativa desses organismos na água têm uma precisão ou sensibilidade muito maior que a de qualquer outro teste (ACHON, 2008).

314 Ciclo Hidrológico
Atividades

Considere o monitoramento de um rio em três pontos de amostragem com as seguintes localizações:^p^Ponto 1 − a montante do rio e de uma Usina de Papel e Celulose adjacente a ele.^p^Ponto 2 − na altura da referida Usina.^p^Ponto 3 − a jusante do rio, já bem longe da Usina e próximo ao deságue em outro rio maior. A tabela a seguir apresenta os resultados obtidos para DBO e oxigênio dissolvido (OD):^p^Os resultados indicam que

  • A entrada de efluentes é completamente depurada antes do seu deságue no rio, com valores iguais aos da montante da entrada de efluentes.
  • O ponto 2 apresenta depleção de OD e elevação da DBO e a autodepuração é indicada pela tendência de recuperação a jusante da entrada de efluentes.
  • A DBO e o OD, no ponto 2, apresentam valores que indicam que o tratamento de efluentes da usina é muito eficiente.
  • A DBO e o OD no ponto de entrada de efluentes comportam-se de maneira semelhante.
  • A autodepuração ocorre no sentido jusante-montante do rio, levando a dados semelhantes de DBO e OD, de antes da entrada de efluentes.
Atividades

Na água destinada ao consumo humano, o cloro residual tem a função de agente:

  • Filtrante.
  • De sedimentação.
  • Coagulante.
  • Floculante.
  • Bactericida.
Atividades

A água sem tratamento, quando ingerida, pode ser responsável pela transmissão de muitas doenças, por exemplo, gastroenterite e febre tifoide. Qual das enfermidades a seguir NÃO se classifica como doença de veiculação hídrica:

  • Amebíase.
  • Giardíase.
  • Dengue.
  • Hepatite infecciosa.
  • Cólera.
Atividades

O sulfato de alumínio e o cloreto férrico são substâncias utilizadas no tratamento de água para:

  • Desinfecção.
  • Fluoretação.
  • Coagulação.
  • Clarificação.
  • Ajuste de pH.
Atividades

A desinfecção é uma das etapas de tratamento da água e pode ser realizada pela adição de:

  • Flúor.
  • Cloro.
  • Soda cáustica.
  • Carbonato de sódio.
  • Cloreto de sódio.

Mananciais para abastecimento de água

Segundo Maglio (1988), toda fonte de água utilizada para abastecimento doméstico, comercial, industrial e outras finalidades para uso, sendo encaminhado para sistema de tratamento de água e depois para distribuição a população. De maneira geral, quanto à origem, os mananciais são classificados em:

 

Manancial Superficial

É toda parte de um manancial que escoa na superfície terrestre, compreendendo córregos, ribeirões, rios, lagos e reservatórios artificiais. As precipitações atmosféricas, logo que atingem o solo, podem se armazenar nas depressões do terreno, nos lagos e nas represas, ou alimentar os cursos d’água de uma bacia hidrográfica, transformando-se em escoamento superficial. Outra parcela se infiltra no solo. A bacia hidrográfica é uma área da superfície terrestre, drenada por um determinado curso d’água e limitada perifericamente pelo divisor de águas (MAGLIO, 1988).

 

Bacia Hidrográfica

O termo bacia hidrográfica não está limitado pela extensão da área. Tanto pode ser a bacia hidrográfica do Rio Amazonas, como a bacia hidrográfica do Córrego do Zé Mané, com poucos hectares de área total. Pode-se estabelecer, entretanto, algumas hierarquias. Uma é chamar a área drenada pelo rio principal de bacia e as áreas drenadas pelos afluentes de sub-bacias.

 

Manancial Subterrâneo

É a parte do manancial que se encontra totalmente abaixo da superfície terrestre, compreendendo os lençóis freático e profundo, tendo sua captação feita por meio de poços rasos ou profundos, galerias de infiltração ou pelo aproveitamento das nascentes (MAGLIO, 1988).

 

Águas Meteóricas

Compreende a água existente na natureza na forma de chuva, neve ou granizo.

 

Escolha do Manancial

A escolha do manancial se constitui na decisão mais importante na implantação de um sistema de abastecimento de água, seja ele de caráter individual ou coletivo. Havendo mais de uma opção, sua definição deverá levar em conta, além da predisposição da comunidade em aceitar as águas do manancial a ser adotado, os seguintes critérios (BRASIL, 1986):

  • 1º critério: previamente, é indispensável a realização de análises de componentes orgânicos, inorgânicos e bacteriológicos das águas do manancial, para verificação dos teores de substâncias prejudiciais, limitados pela resolução nº 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
  • 2º critério: vazão mínima do manancial, necessária para atender a demanda por um determinado período de anos.
  • 3º critério: mananciais que dispensam tratamento – incluem águas subterrâneas não sujeitas a qualquer possibilidade de contaminação.
  • 4º critério: mananciais que exigem apenas desinfecção – incluem as águas subterrâneas e certas águas de superfície bem protegidas, sujeitas a baixo grau de contaminação.
  • 5º critério: mananciais que exigem tratamento simplificado – compreendem as águas de mananciais protegidos, com baixos teores de cor e turbidez, sujeitas apenas à filtração lenta e desinfecção.
  • 6º critério: mananciais que exigem tratamento convencional – compreendem, basicamente, as águas de superfície, com turbidez elevada, que requerem tratamento com coagulação, floculação, decantação, filtração e desinfeção.

 

Formas de captação da água

De acordo com o manancial a ser aproveitado, podem ser utilizadas as seguintes formas de captação: superfície de coleta (água de chuva); caixa de tomada (nascente de encosta); galeria filtrante (fundo de vales); poço escavado (lençol freático); poço tubular profundo (lençol subterrâneo); tomada direta de rios, lagos e açudes (mananciais de superfície) (BRASIL, 1986).

 

Água de Chuva

A água de chuva pode ser armazenada em cisternas, que são pequenos reservatórios individuais. A cisterna tem sua aplicação em áreas de grande pluviosidade ou, em casos extremos, em áreas de seca, em que se procura acumular a água da época chuvosa para a época de estiagem, com o propósito de garantir, pelo menos, a água para beber. A cisterna consiste em um reservatório protegido, que acumula a água da chuva captada da superfície dos telhados das edificações. A água que cai no telhado vem às calhas, destas, aos condutores verticais e, finalmente, ao reservatório. Os reservatórios mais simples são os de tambor, de cimento amianto e os de plástico (BIO, 1998).

 

Desinfecção

Após a construção das obras, o poço deverá ser desinfetado. Só assim a água a ser fornecida estará em condições de uso. Os agentes desinfetantes mais comumente usados são os compostos de cloro: hipoclorito de cálcio (superior a 65% de Cl2); cloreto de cal (cerca de 30% de Cl2); hipoclorito de sódio (cerca de 10% a 15% de Cl2); água sanitária (cerca de 2% a 2,5% de Cl2) (BRASIL, 2004).

Quantidade de desinfetante a usar: solução a 50mg/l de Cl2 – tempo de contato 12 horas; solução a 100mg/l de Cl2 – tempo de contato 4 horas; solução a 200mg/l de Cl2 – tempo de contato 2 horas (BRASIL, 2004).

Técnica de desinfecção: cubar o reservatório ou poço a ser desinfectado; calcular o desinfetante a ser usado; preparar a solução desinfetante a 5%, pesando o produto e despejando-o em água limpa. Agitar bem e, depois, deixar em repouso; desprezar a borra e derramar a solução no poço (BRASIL, 2004).

 

Captação de águas superficiais

A captação de águas superficiais depende de cuidados que devem ser levados em conta quando da elaboração do projeto. Qualquer tipo de captação deverá atender, em qualidade e quantidade, à demanda prevista da população futura no horizonte (alcance) do projeto (BRASIL, 2004).

A escolha das obras de captação deve ser antecedida da avaliação dos seguintes fatores: dados hidrológicos da bacia em estudo ou de bacias na mesma região; nível de água nos períodos de estiagem e enchente; qualidade da água; monitoramento da bacia, para localização de fontes poluidoras em potencial; distância do ponto de captação ao ponto de tratamento e distribuição; desapropriações; necessidade de elevatória; fonte de energia; facilidade de acesso (DIBERNARDO; PÁDUA, 2000).

Composição de uma captação: barragens ou vertedores para manutenção do nível ou para regularização da vazão; órgãos de tomada d’água com dispositivos para impedir a entrada de materiais flutuantes; dispositivos para controlar a entrada de água; canais ou tubulações de interligação e órgãos acessórios; poços de sucção e casa de bombas para alojar os conjuntos elevatórios, quando necessário (DIBERNARDO; PÁDUA, 2000).

 

Dispositivos encontrados na captação das águas superficiais
  • Barragem de nível: são obras executadas em um rio ou córrego, ocupando toda a sua largura, com a finalidade de elevar o nível de água do manancial, acima de um mínimo conveniente e pré-determinado (DIBERNARDO; PÁDUA, 2000).
  • Grades: são dispositivos destinados a impedir a passagem de materiais flutuantes e em suspensão, bem como sólidos grosseiros, às partes subsequentes do sistema (DIBERNARDO; PÁDUA, 2000).
  • Caixas de areia: são dispositivos instalados nas captações destinados a remover da água as partículas por ela carregadas com diâmetro acima de um determinado valor (DIBERNARDO; PÁDUA, 2000).

 

Abastecimento público de água

Quando a densidade demográfica em uma comunidade aumenta, a solução mais econômica e definitiva é a implantação de um sistema público de abastecimento de água. Sob o ponto de vista sanitário, a solução coletiva é a mais indicada, por ser mais eficiente no controle dos mananciais e da qualidade da água distribuída à população. Não obstante, as soluções individuais para as áreas periféricas não devem ser desprezadas, pois serão úteis, salvarão muitas vidas e farão minorar muitos sofrimentos, enquanto se aguardam soluções gerais. Essas últimas envolvem grandes gastos e, muitas vezes, são morosas (BRASIL, 2004).

 

Partes constituintes do sistema público de abastecimento de água

Um sistema de abastecimento de água é composto das seguintes unidades: manancial; captação; adução; tratamento; reservação; rede de distribuição; estações elevatórias; ramal predial (SABOGAL, 2007).

 

Unidades de um sistema de abastecimento de água

Manancial abastecedor

É a fonte de onde se retira a água com condições sanitárias adequadas e vazão suficiente para atender à demanda. No caso da existência de mais de um manancial, a escolha é feita considerando-se não só a quantidade e a qualidade, mas também o aspecto econômico (DIBERNARDO; PÁDUA, 2000).

 

Captação

É o conjunto de equipamentos e instalações utilizados para a tomada de água do manancial, com a finalidade de lançá-la no sistema de abastecimento. O tipo de captação varia de acordo com o manancial e com o equipamento empregado (DIBERNARDO; PÁDUA, 2000).

 

Adução

Adutora é o conjunto de tubulações, peças especiais e obras de arte, dispostas entre: Captação e Estação de Tratamento de Água (ETA); Captação e Reservatório de Distribuição; Captação e Rede de Distribuição; ETA e Reservatório de Distribuição; ETA e Rede de Distribuição. A tubulação que deriva de uma adutora e vai alimentar um setor qualquer da área a ser abastecida é chamada subadutora (BRASIL, 2005).

Materiais das Tubulações mais utilizadas na construção de adutoras: PVC de alta pressão; ferro fundido, cimentado internamente; aço soldado; aço com junta ponta e bolsa, junta travada etc; concreto armado; fibra de vidro impregnado em resinas de poliéster; polietileno de alta densidade (BRASIL, 2005).

Classificação das águas

Embora as tecnologias de tratamento de água tenham evoluído consideravelmente, a ponto de se poder afirmar que, teoricamente, água de qualquer qualidade possa ser tratada, os custos e os riscos envolvidos no tratamento de águas muito contaminadas podem ser extremamente elevados. O desconhecimento da qualidade da água bruta tem conduzido a muitos erros de projetos de ETAs (AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS, 2002).

A escolha do manancial deve ser precedida de levantamento sanitário da bacia hidrográfica e de profundo estudo da qualidade da água, a qual pode variar não só sazonalmente, mas também ao longo dos anos. Portanto, a definição do manancial deve estar associada à preservação futura dele, visando evitar problemas decorrentes de alterações significativas na qualidade da água que podem, com o tempo, tornar ineficaz a tecnologia adotada. O crescimento populacional, a concentração demográfica, a expansão industrial e os diferentes usos do solo da bacia hidrográfica fornecem uma ideia preliminar da possibilidade de sua utilização como fonte de abastecimento para um projeto compatível com as condições existentes. Durante o período de utilização do manancial, devem ser feitos levantamentos sanitários frequentes, com o objetivo de descobrir eventuais alterações na qualidade da água (AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS, 2002).

De acordo com Brasil (2004), as normativas de padrões de potabilidade de água para consumo humano tiveram uma classificação específica, nas seguintes etapas:

  • Tipo A: águas superficiais ou subterrâneas provenientes de bacias sanitariamente protegidas e que atendem ao padrão de potabilidade, sendo requeridas apenas desinfecção e correção de pH.
  • Tipo B: águas superficiais ou subterrâneas provenientes de bacias não protegidas e que atendem ao padrão de potabilidade por meio de tecnologia de tratamento que não exija coagulação química.
  • Tipo C: águas superficiais provenientes de bacia não protegidas e que exigem tecnologias com coagulação para atender ao padrão de potabilidade.
  • Tipo D: águas superficiais de bacias não protegidas, sujeitas à poluição e que requerem tratamentos especiais para atenderem ao padrão de potabilidade.

 

Contudo, deve-se ressaltar que as tecnologias de tratamento sugeridas na literatura são, frequentemente, uma simplificação da realidade, que visa servir apenas como orientação (AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS, 2002).

A definição da tecnologia depende, muitas vezes, da realização de ensaios em laboratório ou em instalação piloto. Além das questões tecnológicas e da qualidade da água bruta, outros fatores devem ser levados em conta, como: condições socioeconômicas da comunidade e posição geográfica que ocupa em relação às regiões desenvolvidas em um mesmo país; capacidade de ETA; disponibilidade de recursos próprios ou capacidade de endividamento por intermédio de financiamento; existência de pessoal qualificado para construção, operação e manutenção; disponibilidade de materiais de construção e de produtos químicos locais ou em regiões próximas; padrão de potabilidade. A escolha de determinada tecnologia de tratamento deve, finalmente, conduzir ao menor custo sem, contudo, deixar de lado a segurança na produção de água potável (AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS, 2002).

É importante a diferenciação entre critérios e padrões de qualidade das águas. Enquanto os critérios representam os requisitos científicos, com caráter de propostas, de sugestões ou tentativas a serem testadas quanto à sua exequibilidade, os padrões consistem nos critérios transformados em lei, portanto, inapeláveis. No Brasil, com suas diferenças regionais marcantes, dificilmente a caracterização das águas destinadas ao consumo humano poderá ser concretizada conforme recomenda o CONAMA, embora seja desejável sua realização uma vez ao ano, pelo menos (BRASIL, 2004).

Por outro lado, o cumprimento da Resolução CONAMA não implica, necessariamente, a inexistência de compostos ou elementos tóxicos na água. Por conseguinte, deve-se recorrer a ensaios toxicológicos, os quais se baseiam em princípios fisiológicos ou ecológicos, muitos dos quais foram desenvolvidos e aperfeiçoados nas últimas décadas. A existência de um ou mais compostos tóxicos na água pode ser detectada ao colocar a amostra em presença de organismos sensíveis, como peixes, crustáceos, moluscos, algas e protozoários. Bioensaios utilizando, por exemplo, bactérias e microcrustáceos como indicadores permitem verificar se há inibições que indiquem o estado geral do organismo utilizado, inibições manifestadas por meio da capacidade de reprodução ou morte (BRASIL, 2004).

Com a aprovação da lei n. 9433, de janeiro de 1997, no Brasil, foi criado o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos (SNGRH), fundamentada nos seguintes aspectos:

  • A água é um bem de domínio público.
  • É um recurso natural limitado e dotado de valor econômico.
  • Em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo e a dessedentação de animais.
  • A gestão de recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas.
  • A bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da política de recursos hídricos e a atuação de gerenciamento dos recursos hídricos.
  • A gestão de recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do poder público, dos usuários e da comunidade.

 

A preocupação do governo brasileiro com o meio ambiente resultou em aprovação da Lei de Crimes Ambientais, ocorrida em abril de 1998, a qual estabelece penas restritivas aos infratores, tais como:

  1. Prestação de serviço à comunidade.
  2. Interdição temporária de direitos.
  3. Suspensão parcial ou total de atividades.
  4. Prestação pecuniária.
  5. Recolhimento domiciliar.

 

São consideradas crimes contra o meio ambiente as seguintes situações:

  1. artigo 33: provocar pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de espécies da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras (pena de detenção por um período de 1 a 3 anos).
  2. artigo 54: causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora (nesse artigo, são descritos vários crimes, incluindo o lançamento de resíduos nos recursos hídricos, provenientes de estações de tratamento de água, em desacordo com a Lei n. 9433 de 1977, que também dispõe sobre a prevenção e o controle do meio ambiente).

 

A Agência Nacional das Águas (ANA), (2002) entidade federal, além de coordenar e apoiar o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SNGHR), é, também, um órgão gestor dos recursos hídricos de domínio da União, atuando de forma subsidiária e articulada com outros órgãos e entidades, públicos ou privados, integrantes do SNGRH. A ANA dispõe sobre gestão administrativa e a organização institucional do SNGRH, mediante a definição da sistemática de outorga do direito de uso de recursos hídricos, o estabelecimento de cobrança pelo uso de recursos hídricos, o regime de racionamento e a fixação de normas gerais para a criação e a operação das Agências de Bacia.

Há exemplos de sucesso da gestão dos recursos hídricos que envolvem inúmeras comunidades, como a bacia dos Rios Piracicaba e Capivari, no Estado de São Paulo. Com programas dessa natureza, busca-se a integração dos municípios no meio ambiente, pois aqueles que se encontram a jusante sofrem as consequências da ocupação não planejada do solo das bacias hidrográficas e do uso irracional dos recursos hídricos (BRASIL, 2004).

 

Padrões de qualidade

Além dos requisitos de qualidade, que traduzem, de uma maneira generalizada e conceitual, a qualidade desejada para a água, há a necessidade de se estabelecer, também, padrões de qualidade, baseado por um suporte legal. Os padrões devem ser cumpridos, por força da legislação, pelas entidades envolvidas com a água a ser utilizada. Da mesma forma que os requisitos, também os padrões são função do uso previsto pela água (AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS, 2002).

Em termos práticos, há três padrões de interesse direto dentro da Engenharia no que tange à qualidade da água:

  1. Padrões de lançamento no corpo receptor.
  2. Padrões de qualidade do corpo receptor.
  3. Padrões de qualidade para determinado uso imediato (ex.: padrões de potabilidade).

Padrões de lançamento e de qualidade do corpo receptor

A Resolução CONAMA n. 20, de 18/06/86, dividiu as águas do território nacional em águas doces (salinidade < 0,05%), salobras (salinidade entre 0,05% e 3%) e salinas (salinidade > 3%). Em função dos usos previstos, foram criadas nove classes. A cada uma dessas classes corresponde uma determinada qualidade a ser mantida no corpo d’água. Essa qualidade é expressa na forma de padrões, por meio da referida Resolução CONAMA. Além dos padrões de qualidade dos corpos receptores, a Resolução CONAMA apresenta, ainda, padrões para o lançamento de efluentes nos corpos d’água, bem como padrões de balneabilidade.

Ambos os padrões estão, de certa forma, inter-relacionados. O real objetivo de ambos é a preservação da qualidade no corpo d’água. No entanto, os padrões de lançamento existem apenas por uma questão prática, já que é difícil se manter o controle efetivo das fontes poluidoras com base apenas na qualidade do corpo receptor. Em princípio, o inter-relacionamento entre os dois padrões se dá no sentido de que um efluente, além de satisfazer os padrões de lançamento, deve proporcionar condições tais no corpo receptor, de tal forma que a qualidade dele se enquadre dentro dos padrões para corpos receptores (AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS, 2002).

Padrões de potabilidade

Água potável é a água destinada ao consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radiológicos atendem ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde (AGENDA 21, 1996).

Quanto à qualidade da água tratada, o Padrão de Potabilidade vigente no Brasil foi estabelecido pela Portaria n. 1469, de 29/12/2000, do Ministério da Saúde, publicada no Diário Oficial da União em 10/1/2001, em que as instituições ou órgãos aos quais a Norma se aplica devem promover as adequações necessárias a seu cumprimento, com exceção do monitoramento de cianobactérias e cianotoxinas, cujo prazo fica estendido até janeiro de 2004. No período de transição deverão ser observadas as normas estabelecidas na Portaria n. 36/GM, de 19 de janeiro de 1990.

Na Portaria n. 1469 (BRASIL, 2004), são estabelecidos os limites máximos permitidos para dezenas de parâmetros que precisam ser respeitados em toda água de consumo humano distribuídas no território Nacional. Poucas estações de tratamento de água no Brasil estão preparadas para realizar os ensaios previstos na legislação, devendo a inspeção de alguns parâmetros, que exige pessoal e equipamento sofisticado, ficar a cargo de outros órgãos municipais, estaduais e federais. O envio de amostras para análise é, contudo, responsabilidade do serviço de tratamento de água, devendo-se obedecer rigorosamente à frequência de amostragem determinada pela Portaria 1469, sem exceções.

Também, a Portaria n. 1469 dispõe sobre procedimentos e responsabilidades inerentes ao controle e à vigilância da qualidade da água para consumo humano, estabelece o padrão de potabilidade para consumo humano e fornece outras providências. Toda água destinada ao consumo humano deve obedecer ao Padrão de Potabilidade e está sujeita à vigilância da qualidade da água. Essa portaria não se aplica às águas envasadas e àquelas cujos usos e padrões de qualidade são estabelecidos em legislação específica.

324 Plano Diretor Ambiental

Tratamento da água

A qualidade físico-química e bacteriológica da água obtida no manancial definirá o método de tratamento necessário para atender os padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria 036 do Ministério da Saúde (ANVISA, 2016).

O tratamento de água consiste em melhorar suas características organolépticas, físicas, químicas e bacteriológicas, a fim de que se torne adequada ao consumo humano. As águas de superfície são as que mais necessitam de tratamento, porque se apresentam com qualidades físicas e bacteriológicas impróprias, com exceção das águas de nascentes que, com uma simples proteção das cabeceiras e cloração, podem ser, muitas vezes, consumidas sem perigo (ANVISA, 2016).

As águas de grandes rios, embora não satisfazendo pelo seu aspecto físico, podem ser relativamente satisfatórias, sob os pontos de vista químico e bacteriológico, quando captadas ou colhidas em locais do rio menos sujeitos à contaminação. O Conselho Nacional do Meio Ambiente, por meio da Resolução n. 20, de 16 de junho de 1986, classificou as águas doces, salobras e salinas do Território Nacional, segundo seus usos preponderantes.

Portanto, a definição da necessidade ou do método de tratamento a ser implantado deve obedecer à classificação das águas estabelecidas pela Resolução CONAMA/ n. 357 (BRASIL, 2004) de modo geral, a qualidade das águas de superfície varia ao longo do tempo, de acordo com a época do ano e o regime das chuvas. A variação da qualidade da água dos grandes rios é mais lenta que a dos pequenos rios, cuja turbidez, por exemplo, pode variar entre largos limites e em curto espaço de tempo. Mesmo a qualidade da água de lagos artificiais ou de lagos naturais varia com o decorrer do tempo.

Nem toda água pode ser utilizada, porque cada método de tratamento tem eficiência limitada. Sendo a poluição muito alta, a água tratada poderá não ser ainda satisfatória. Assim, por exemplo, não é possível, nem prático, tratar água de esgotos por métodos convencionais, a ponto de torná-la potável.

 

Métodos de Tratamentos

Fervura; Sedimentação simples; Filtração lenta; Tratamento convencional com coagulação, floculação, decantação e filtração rápida; Aeração; Correção da dureza; Remoção de Ferro; Correção da acidez excessiva; Remoção de odor e sabor desagradáveis; Desinfecção; Fluoretação (BRASIL, 1997).

 

Fervura

O método mais seguro de tratamento para a água de beber, em áreas desprovidas de outros recursos, é a fervura. Ferver a água para beber é um hábito que se deve infundir na população para ser adotado quando sua qualidade não mereça confiança e em épocas de surtos epidêmicos ou de emergência. A água fervida perde o ar nela dissolvido e, em consequência, torna-se de sabor desagradável. Para fazer desaparecer esse sabor, é necessário arejar a água (AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS, 2002).

 

Sedimentação Simples

A água tem grande poder de dissolver e de carrear substâncias. O poder de carrear substâncias aumenta ou diminui com a velocidade da água em movimento. Diminuindo-se a velocidade da água, diminui-se seu poder de carrear substâncias, pois essas se depositam no fundo. Primeiro, decantam-se as partículas mais pesadas e, à medida que diminui a velocidade, as mais leves também se decantam. As partículas sólidas que se depositam arrastam consigo micro-organismos presentes na água, melhorando sua qualidade. Obtém-se a sedimentação, fazendo passar ou retendo a água em reservatórios, em que sua velocidade diminui (AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS, 2002).

334 Indicadores de Saneamento ambiental Padrões de Potabilidade

Abastecimento de água

Mistura Lenta ou Floculação

Os compostos químicos já completamente misturados anteriormente vão reagir com a alcalinidade da água ou, se essa não é suficiente, com a cal adicionada, formando compostos que tenham propriedades de adsorção, isto é, aqueles cujas partículas sejam carregadas eletricamente na sua superfície, e que possam, assim, atrair cargas elétricas contrárias (CAMPOS, 2001).

Essas partículas são chamadas flocos e tem cargas elétricas superficiais positivas, enquanto as impurezas presentes na água, como as matérias suspensas, as coloidais, alguns sais dissolvidos e bactérias, têm carga elétrica negativa, sendo, assim, retidas por aqueles flocos. Isso significa que a fase de limpeza em um tratamento d’água se processa no floculador e essa parte deve ser bem conduzida, pois é da boa formação dos flocos, que devem ser do tamanho de uma cabeça de alfinete, que dependerá o consumo dos agentes floculadores chamados coagulantes e, também, a eficiência e melhores condições de funcionamento das outras partes (CAMPOS; SUDDART, 2003).

A água deve ter, ao longo dos canais, uma velocidade bem dimensionada, pois, se for abaixo de um mínimo (10cm/s ), o floco depositará e se, for muito alta, poderá “quebrar” o floco, o que prejudicará bastante as condições nas fases subsequentes (geralmente, acima de 30cm/s) (AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS, 2002).

Decantação ou Sedimentação

Os flocos do coagulante que já clarificaram a água pelos processos ocorridos no floculador, irão, nessa nova fase, ser removidos da água por sedimentação. Podem ser decantadores convencionais (baixa taxa) e decantadores com escoamento laminar (elementos tubulares ou de placas) denominados decantadores de alta taxa (AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS, 2002).

O decantador convencional é um tanque de forma geralmente retangular ou circular, cujo fundo é, muitas vezes, inclinado para um ou mais pontos de descarga. A saída da água é feita junto à superfície e, comumente, por calhas dispostas, formando desenhos diversos e sobre os bordos superiores a água flui, constituindo esses bordos autênticos vertedouros. As dimensões do decantador são determinadas de maneira que o tempo de decantação seja geralmente em torno de duas a três horas; nos decantadores retangulares, o comprimento seja mais ou menos três vezes a largura; a profundidade seja de um mínimo de 2,5 metros e de um máximo de 5,50m (COMISSÃO MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991).

Depósitos de lodo são, geralmente, previstos no fundo dos decantadores, sendo o volume deles adicionado àquele necessário para obter o período de detenção. O dispositivo comumente usado para dispersar melhor a água na entrada do decantador é chamado cortina de distribuição, na qual são abertos orifícios acima do primeiro terço, a partir do fundo, geralmente em três fileiras, favorecendo, assim, a melhor distribuição do líquido. A função do decantador, em um tratamento de água, ou de águas residuais, é, como dissemos, o de permitir que os flocos que já clarificaram a água se sedimentem. Comuns na operação de decantadores são os termos: Vazão por Unidade de Superfície e Velocidade Transversal de Escoamento (AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS, 2002).

  • Vazão por Unidade de Superfície: é o volume de água tratada por dia, dividido pela área de superfície do decantador.
  • Vazão de Escoamento: é a vazão, em m3/s, dividida pela área de escoamento, isto é, pelo produto da largura pela altura útil.
  • Limpeza dos Decantadores: deve ser feita periodicamente, dependendo da regularidade da natureza da água, da quantidade de coagulante gasto e da estação do ano, pois, na época das chuvas, ela deve ser bem mais frequente. Nos sistemas em que a limpeza não é mecanizada ou automática, ela é feita esvaziando-se o decantador e removendo-se a sujeira com jato de água, de preferência tendo bastante pressão. A falta de uma limpeza periódica faz que o período de detenção se torne menor, prejudicando as condições de operação, e faz que o lodo do fundo se decomponha, conferindo sabor desagradável à água (AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS, 2002).

Filtração

A grande maioria das partículas fica retida no decantador, porém uma parte ainda persiste em suspensão, no seio da água; dessa forma, o líquido é passa por meio de uma camada filtrante, constituída por um leito arenoso, de granulometria especificada, suportada por uma camada de cascalho. A água filtrada, em uma operação bem conduzida, é límpida. A remoção de bactérias nesse estágio já é, no mínimo, igual a 90%. Fator influente na velocidade de filtração é a granulometria da areia, isto é, o tamanho de seus grãos. De acordo com essa granulometria, a filtração pode ser lenta ou rápida. Com relação à filtração rápida, os filtros podem ser de camada simples ou dupla, de fluxo ascendente ou descendente, sendo o de fluxo ascendente sempre de camada simples (ACHON, 2008).

A camada filtrante dupla deve ser constituída de camadas sobrepostas de areia e antracito, utilizando a especificação básica seguinte:

Areia: espessura mínima de camada, 25cm; tamanho efetivo de 0,40mm a 0,45mm; coeficientes de uniformidade de 1,4 a 1,6.

Antracito: espessura mínima de camada 45cm; tamanho efetivo de 0,8mm a 1,0mm; coeficiente de uniformidade inferior ou igual a 1,4.

A camada suporte deve ser constituída de seixos rolados, com as seguintes características: espessura mínima igual ou superior a duas vezes a distância entre os bocais do fundo do filtro, porém não inferior a 25cm; material distribuído em estratos com granulometria decrescente no sentido ascendente, espessura de cada estrato igual ou superior a duas vezes e meia a dimensão característica dos seixos maiores que o constituem, não inferior, porém, a 5cm; cada estrato deve ser formado por seixos de tamanho máximo superior ou igual ao dobro do tamanho dos menores; os seixos maiores de um estrato devem ser iguais ou inferiores aos menores do estrato situado imediatamente abaixo; estrato situado diretamente sobre os bocais deve ser constituído de material cujos seixos menores tenham o tamanho pelo menos igual ao dobro dos orifícios dos bocais e dimensão mínima de 1cm; estrato em contato direto com a camada filtrante deve ter material de tamanho mínimo igual ou inferior ao tamanho máximo do material da camada filtrante adjacente (PAVANELLI, 2001).

O fundo do filtro deve ter características geométricas e hidráulicas que garantam a distribuição uniforme da água de lavagem: nos filtros rápidos clássicos, a água filtrada é recolhida por um sistema de drenos ou bocais e levada à câmara de contato, onde é desinfetada; parte da água vai para o consumo e parte é recalcada para um reservatório de água de lavagem; para fazer a limpeza dos filtros, fecha-se a admissão da água dos decantadores e da água filtrante e abre-se a admissão do reservatório de água de lavagem; é a operação chamada de inversão de corrente (RICHTER; AZEVEDO NETO, 1991).

A água de lavagem penetra sob pressão por meio dos drenos, revolve a areia e carrega a sujeira acumulada para os canais de descarga de água de lavagem. Ao término da lavagem dos filtros, fecha-se a admissão da água do reservatório de lavagem, abre-se a da água dos decantadores e inicia-se novamente a filtração com a abertura do registro da água filtrada (RICHTER; AZEVEDO NETO, 1991).

Correção da dureza

A dureza da água é devida à presença de sais de cálcio e magnésio sob forma de carbonatos, bicarbonatos e sulfatos. A dureza é dita temporária, quando desaparece com o calor, e permanente, quando não desaparece com o calor. Normalmente, reconhece-se que uma água é mais dura ou menos dura, pela maior ou menor facilidade que se tem de obter, com ela, espuma de sabão. A água dura tem uma série de inconvenientes: é desagradável ao paladar; gasta muito sabão para formar espuma; dá lugar a depósitos perigosos nas caldeiras e aquecedores; deposita sais em equipamentos; mancha louças (RICHTER; AZEVEDO NETO, 1991).

Para a remoção de dureza da água, usam-se os processos da cal-solda, dos zeólitos e, mais recentemente, a osmose inversa. Os zeólitos têm a propriedade de trocar o sódio, que entra na sua composição, pelo cálcio ou magnésio dos sais presentes na água, acabando, assim, com a dureza dela. Com a continuação do tratamento, os zeólitos esgotam sua capacidade de remoção de dureza. Quando os zeólitos estiverem saturados, sua recuperação é feita com sal de cozinha (cloreto de sódio). A instalação da remoção de dureza é similar à de um filtro rápido de pressão (filtro rápido encerrado em um recipiente de aço, em que a água entra e sai sob pressão). A osmose é um fenômeno natural físico-químico (HELLER, 1997).

Para Gomes (1995), quando duas soluções, com diferentes concentrações, são colocadas em um mesmo recipiente separado por uma membrana semipermeável, ocorre, naturalmente, a passagem do solvente da solução mais diluída para a solução mais concentrada, até que se encontre o equilíbrio. Nesse ponto, a coluna de solução mais concentrada estará acima da coluna da solução mais diluída.

De acordo com Macedo (2007), essa diferença entre colunas de solução se denomina Pressão Osmótica. A Osmose Inversa é obtida por meio da aplicação mecânica de uma pressão superior à Pressão Osmótica do lado da solução mais concentrada. A tecnologia de osmose inversa já utilizada desde a década de 60 teve seu mecanismo integrado para a produção de água ultrapura, utilizada na indústria a partir de 1976.

Essa primeira geração de membranas demonstrou sua utilidade, reduzindo a necessidade de regeneração dos leitos de troca iônica e de consumo de resina, além de significativas reduções de despesas na operação e manutenção desses leitos. Uma segunda geração de membranas, as membranas de película fina compostas, enroladas em espiral, foram descobertas em 1978 e introduzidas na produção de água ultrapura no início da década de 80. Essas membranas operam com baixa pressão e, consequentemente, com reduzido consumo de energia (MACEDO, 2007).

Remoção de Ferro

Segundo Porto (1997), a água que passa por camadas ferruginosas, na falta de oxigênio suficiente, dissolve sais de ferro sob forma de sais ferrosos. Quando, por exemplo, retirada de um poço, essa água apresenta o inconveniente de manchar a roupa, as pias e de corroer as tubulações. O processo utilizado para a remoção do ferro depende da forma como as impurezas de ferro se apresentam. Para águas limpas que prescindem de tratamento químico, como as águas de (poços, fontes, galerias de infiltração), contendo bicarbonato ferroso dissolvido (na ausência de oxigênio), utiliza-se a simples aeração. Se o ferro estiver presente junto com a matéria orgânica, as águas, em geral, não dispensarão o tratamento completo com aeração inicial (aeração, coagulação, floculação, decantação e filtração).

Correção de acidez excessiva

É obtida pelo aumento do pH, com a adição de cal ou carbonatos. Na prática rural, consegue-se a remoção fazendo-se a água passar por um leito de pedra calcária (RICHTER; AZEVEDO NETO, 1991).

Remoção de odor e sabor desagradáveis

Depende da natureza das substâncias que os provocam. Como métodos gerais, usam-se: carvão ativado; filtração lenta; tratamento completo. Em algumas águas subterrâneas, o odor de gás sulfídrico desaparece com a aeração (BOTERO, 2009).

Desinfecção

Desinfetar uma água significa eliminar os micro-organismos patogênicos presentes nela. Tecnicamente, aplica-se a simples desinfecção como meio de tratamento para águas que apresentam boas características físicas e químicas, a fim de garantir seu aspecto bacteriológico. É o caso das águas de vertentes ou nascentes, águas de fontes ou de poços protegidos, que se encontrem enquadradas na classe Especial da Resolução CONAMA n. 357.

Na prática, a simples desinfecção, sem outro tratamento, é aplicada muito frequentemente. Em épocas de surtos epidêmicos, a água de abastecimento público deve ter a dosagem de desinfetante aumentada. Em casos de emergências, deve-se garantir, por todos os meios, a água de bebida, sendo que a desinfecção, em alguns casos, é mais prática que a fervura. A desinfecção é, também, aplicada à água após seu tratamento, para eliminar micro-organismos patogênicos porventura presentes (BRASIL, 2004).

Métodos químicos de desinfecção

Ozona: é um desinfetante poderoso. Não deixa cheiro na água, mas origina um sabor especial, ainda que não desagradável. Apresenta o inconveniente de uma operação difícil e, o que é mais importante, não tem ação residual (RICHTER; AZEVEDO NETO, 1991).

Iodo: desinfeta bem a água após um tempo de contato de meia hora. É, entretanto, muito mais caro para ser empregado em sistemas públicos de abastecimento de água (RICHTER; AZEVEDO NETO, 1991).

Prata: é bastante eficiente; sob forma coloidal ou iônica não deixa sabor nem cheiro na água e tem uma ação residual satisfatória. Porém, para águas que contenham certos tipos de substâncias, tais como cloretos, sua eficiência diminui consideravelmente (RICHTER; AZEVEDO NETO, 1991).

Cloro: constitui o mais importante dentre todos os elementos utilizados na desinfecção da água. Além dessa aplicação, é ele também usado no tratamento de águas para: eliminar odores e sabores; diminuir a intensidade da cor; auxiliar no combate à proliferação de algas; colaborar na eliminação de matérias orgânicas; auxiliar a coagulação de matérias orgânicas (SABOGAL, 2007).

Von Sperling (2010) corrobora com a ideia e afirma que o cloro é o desinfetante mais empregado e é considerado bom, porque: realmente age sobre os micro-organismos patogênicos presentes na água; não é nocivo ao homem na dosagem requerida para desinfecção; é econômico; não altera outras qualidades da água, depois de aplicado; é de aplicação relativamente fácil; deixa um residual ativo na água, isto é, sua ação continua depois de aplicado; é tolerado pela grande maioria da população.

O cloro é aplicado na água por meio de dosadores, que são aparelhos que regulam a quantidade do produto a ser ministrado, dando-lhe vazão constante. Pode ser aplicado sob a forma gasosa. Nesse caso, usam-se dosadores de diversos tipos. O acondicionamento do cloro gasoso é feito em cilindros de aço, com várias capacidades de armazenamento (VON SPERLING, 2010).

 

Fluoretação das águas

Com a descoberta da importância dos sais de flúor na prevenção da cárie dental, quando aplicados aos indivíduos na idade suscetível, isto é, até aos 14 anos de idade, e em ordem decrescente de efetividade à medida que aumenta a idade da criança, generalizou-se a técnica de fluoretação de abastecimento público como meio mais eficaz e econômico de controle da cárie dental (RICHTER; AZEVEDO NETO, 1991).

As aplicações no abastecimento de água fazem-se por meio de aparelhos dosadores, sendo usados o fluoreto de sódio, o fluossilicato de sódio e o ácido fluossilícico. Os sistemas públicos de abastecimento de água fluoretada deverão obedecer aos seguintes requisitos mínimos: abastecimento contínuo da água distribuída à população, em caráter regular e sem interrupção; a água distribuída deve atender aos padrões de potabilidade; sistemas de operação e manutenção adequados; controle regular da água distribuída (DIBERNARDO; PÁDUA, 2000).

A concentração de íon fluoreto varia, em função da média das temperaturas máximas diárias, observadas durante um período mínimo de um ano (recomendam-se cinco anos). A concentração ótima situa-se em torno de 1,0mg/l. Após 10 a 15 anos de aplicação do flúor na água, para cada criança, é efetuado um levantamento dos dentes cariados, perdidos e obturados, denominado índice cpo, para avaliação da redução de incidência de cáries. A extinta Fundação SESP foi a primeira entidade a aplicar a fluoretação de água no Brasil e, também, foi a pioneira na aplicação da fluorita, sal encontrado no nosso País e de uso fácil, em que já existe tratamento de água com sulfato de alumínio (BRASIL, 2004).

 

Estações compactas

São unidades pré-fabricadas, que reúnem todas as etapas necessárias ao processo de limpeza da água. Normalmente, são transportadas e montadas na localidade de implantação do sistema. É necessária a construção de uma Casa de Química (RICHTER; AZEVEDO NETO, 1991).

Vantagens da Instalação de Estações Compactas: redução nos prazos de implantação do sistema; possibilidade de deslocamento da Estação para atender a outros sistemas.

Materiais Utilizados na Fabricação: normalmente, são confeccionadas em chapas de aço com proteção e fibra de vidro.

Dessalinizadores de Água: a água salobra ou do mar transforma-se em água potável por meio da tecnologia de osmose inversa para dessalinização da água. A osmose é um fenômeno natural físico-químico, é o nível final de processos de filtração disponíveis com a utilização de membranas. Pequenas localidades do nordeste têm resolvido seus problemas de abastecimento de água com os dessalinizadores.

 

Reservação

A Reservação é empregada com os seguintes propósitos: atender as variações de consumo ao longo do dia; promover a continuidade do abastecimento no caso de paralisação da produção de água; manter pressões adequadas na rede de distribuição; garantir uma reserva estratégica em casos de incêndio (HELLEN; PÁDUA, 2006).

De acordo com sua localização e forma construtiva os reservatórios podem ser: reservatório de montante, que é situado no início da rede de distribuição, sendo sempre o fornecedor de água para a rede; reservatório de jusante, que é situado no extremo ou em pontos estratégicos do sistema, podendo fornecer ou receber água da rede de distribuição; elevados, que são construídos sobre colunas quando há necessidade de aumentar a pressão em consequência de condições topográficas; apoiados, enterrados e semienterrados, que são aqueles cujo fundo está em contato com o terreno (HELLEN; PÁDUA, 2006).

Materiais utilizados na construção de reservatórios: concreto armado; aço; fibra de vidro (HELLEN; PÁDUA, 2006).

 

O presente estudo procurou analisar, de forma imparcial e de acordo com dados de órgãos oficiais, a relação entre saneamento, saúde pública e meio ambiente. Esse levantamento contém importantes informações básicas e tem como objetivo retratar a importância do saneamento básico na saúde da população, bem como informar, conscientizar e alertar as autoridades e a opinião pública sobre a necessidade de se promover políticas e metas de implantação e ampliação desses serviços.

A preocupação com a degradação e a consequente escassez dos recursos hídricos deixou de ser somente uma bandeira de luta de ambientalistas fervorosos, passando a representar um sério problema de saúde pública. Por certo, a água é um bem naturalmente renovável. Porém, na prática, o aumento populacional tem ocorrido em níveis superiores aos tolerados pela natureza, o que resultará, em pouco tempo, em estresse do sistema hídrico.

A partir desse pressuposto, podem-se destacar alguns aspectos, dentre os quais: que a saúde pública é mais que o somatório da saúde das pessoas. É a ferramenta para o desenvolvimento sustentável, social e econômico e está intensamente relacionada com paz, educação, habitação e equidade. Isso porque o saneamento ambiental tem efeito imediato na diminuição de muitas enfermidades ao romper o círculo vicioso que se estabelece quando o paciente é medicado e devolvido para o ambiente insalubre. Nesse sentido, os dados oficiais apresentados e as considerações realizadas nesse estudo não deixam qualquer dúvida sobre a importância do investimento em sistemas de coleta, tratamento e disposição do esgoto sanitário para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira.

Outro aspecto observado na análise é que o Brasil apresenta alto déficit de acesso aos serviços de saneamento básico. Quer dizer, a demanda por serviços e novos investimentos no setor é muito elevada. Entretanto, investimentos em saneamento devem ser realizados e a universalização dos serviços deve ser alcançada, uma vez que uma situação não ideal no setor resulta em externalidades negativas que geram uma série de inconvenientes tanto para a saúde pública como para o meio ambiente como um todo.

No que se refere ao tratamento e à destinação adequada da rede de esgoto em nosso país, exige-se um olhar mais atento, além de decisões acertadas para que se possa de certa forma, recuperar o tempo perdido e avançar nessa área, que é fundamental para a saúde e o meio ambiente na busca de qualidade de vida para a população. Nesse enfoque, permite-se afirmar que o Brasil ainda pode cumprir as Metas do Milênio com relação aos indicadores de abastecimento de água.

Portanto, o controle rigoroso dos fatores que influenciam a eficiência da Estação de Tratamento de Água e das condições favoráveis garante que as etapas de coagulação, floculação, decantação, filtração, desinfecção e fluoretação tenham desempenho maximizado, garantindo uma qualidade econômica e social, além da saúde pública.

344 Sistema de Abastecimento de Água
Atividades

O sistema de abastecimento de água que atende à Região Metropolitana de São Paulo é proveniente das Estações de Tratamento de Água − ETA. Atualmente, o processo convencional de tratamento de água é dividido em fases, com rígido monitoramento da qualidade em cada fase. O esquema a seguir representa todo o caminho que a água percorre, desde o local de sua captação, até ser entregue em nossas casas.^p^Ordene corretamente as fases do sistema de abastecimento de água tratada de forma convencional:

  • (1) Captação, (2) Represa e Bombeamento, (3) Coagulação, (4) Pré-cloração, Pré-alcalinização e Floculação, (5) Decantação, (6) Cloração e Fluoretação, (7) Filtração, (8) Reservatório, (9) Distribuição, (10) Redes de distribuição, (11) Cidade.
  • (1) Represa, (2) Captação e Bombeamento, (3) Floculação, (4) Pré-cloração, Pré-alcalinização e Coagulação, (5) Decantação, (6) Filtração, (7) Reservatório, (8) Cloração e Fluoretação, (9) Distribuição, (10) Redes de distribuição, (11) Cidade.
  • (1) Represa, (2) Captação e Bombeamento, (3) Pré-cloração, Pré-alcalinização e Coagulação, (4) Floculação, (5) Decantação, (6) Filtração, (7) Cloração e Fluoretação, (8) Reservatório, (9) Distribuição, (10) Redes de distribuição, (11) Cidade.
  • (1) Captação e Bombeamento, (2) Represa, (3) Pré-cloração, Pré-alcalinização e Coagulação, (4) Floculação, (5) Filtração, (6) Decantação, (7) Cloração e Fluoretação, (8) Distribuição, (9) Reservatório, (10) Redes de distribuição, (11) Cidade.
  • (1) Represa, (2) Captação e Bombeamento, (3) Floculação, (4) Pré-cloração, Pré alcalinização e Coagulação, (5) Decantação, (6) Cloração e Fluoretação, (7) Filtração, (8) Reservatório, (9) Distribuição, (10) Redes de distribuição, (11) Cidade.
Atividades

Segundo a Lei n. 11.445/07, a prestação de serviços públicos de saneamento básico observará o plano, que poderá ser específico para cada serviço, o qual:

  • Deverá, quando regional, englobar integralmente o território do ente da Federação que o elaborou.
  • Não precisará ser compatível com o plano da bacia hidrográfica em que estiver inserido.
  • Será revisto periodicamente, em prazo não superior a 10 (dez) anos, anteriormente à elaboração do Plano Plurianual.
  • Estará isento de consultas e/ou audiência pública.
  • Abrangerá diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando as causas das deficiências detectadas.
Atividades

Segundo a Lei n. 11.445/2007, as opções a seguir apresentam corretamente definições de elementos do Setor de Saneamento, à exceção de uma. Assinale‐a:

  • Controle social: mecanismos e procedimentos que garantem à sociedade informações e participação na formulação de políticas, de planejamento e de avaliação dos serviços públicos de saneamento básico.
  • Saneamento básico: serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, de esgotamento sanitário, de assistência social, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.
  • Universalização: ampliação progressiva do acesso ao saneamento básico de todos os domicílios ocupados.
  • Subsídios: instrumento de política social para garantir a universalização do acesso ao saneamento básico, especialmente para populações e localidades de baixa renda.
  • Localidades de pequeno porte: vilas, aglomerados rurais, povoados, lugarejos e aldeias, assim definidos pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -IBGE.
Atividades

No Plano Nacional de Saneamento Básico - PNSB, elaborado pela União, conterá:

  • As diretrizes para o planejamento das ações de saneamento básico em áreas de especial interesse turístico.
  • Os objetivos de curto, médio e longo prazos para a universalização dos serviços de saneamento básico, independentemente de verificação de compatibilidade com os demais planos e políticas públicas da União.
  • A proposição de projetos e ações necessárias para atingir os objetivos da Política Federal de Saneamento Básico, sem identificar as respectivas fontes de financiamento.
  • As diretrizes para o equacionamento dos condicionantes de natureza político‐institucional, sem impacto na consecução das metas e dos objetivos estabelecidos.
  • As orientações para o equacionamento dos condicionantes de natureza cultural e tecnológica que não interfiram nas metas e nos objetivos estabelecidos.
Atividades

Em uma das etapas do tratamento de água que abastece uma cidade, a água é mantida durante certo tempo em tanques para que os sólidos em suspensão se depositem no fundo. A essa operação, denominamos:

  • Filtração.
  • Sedimentação.
  • Sifonação.
  • Centrifugação.
  • Cristalização.

Conclusão

O presente estudo procurou analisar de forma imparcial e de acordo com dados de órgãos oficiais a relação entre saneamento, saúde pública e meio ambiente. Este levantamento contém importantes informações básicas e tem como objetivo retratar a importância do saneamento básico na saúde da população, bem como, informar, conscientizar e alertar as autoridades e a opinião pública sobre a necessidade de se promover políticas e metas de implantação e ampliação desses serviços.

A partir deste pressuposto, podem-se destacar alguns aspectos dentre os quais: que a saúde pública é mais do que o somatório da saúde das pessoas. É a ferramenta para o desenvolvimento sustentável, social e econômico e está intensamente relacionada com a paz, educação, habitação e equidade. Isto porque, o saneamento ambiental tem efeito imediato na diminuição de muitas enfermidades ao romper o círculo vicioso que se estabelece quando o paciente é medicado e devolvido para o ambiente insalubre. Neste sentido, os dados oficiais apresentados e as considerações realizadas neste estudo não deixam qualquer dúvida sobre a importância do investimento em sistemas de coleta, tratamento e disposição do esgoto sanitário para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira.

A preocupação com a degradação e a consequente escassez dos recursos hídricos deixou de ser somente uma bandeira de luta de ambientalistas fervorosos, passando a representar um sério problema de saúde pública. Por certo, a água é um bem naturalmente renovável. Porém, na prática, o aumento populacional tem ocorrido em níveis superiores aos tolerados pela natureza, o que resultará, em pouco tempo, em estresse do sistema hídrico.

No que se refere ao tratamento e destinação adequada da rede de esgoto em nosso país, exige-se um olhar mais atento, além de decisões acertadas para que se possa de certa forma, recuperar o tempo perdido e que avançar nesta área é fundamental para a saúde e meio ambiente na busca de qualidade de vida para a população. Neste enfoque, permite-se afirmar que o Brasil ainda pode cumprir as Metas do Milênio com relação aos indicadores de abastecimento de água.

Por se tratarem de etapas sequenciais, o mau funcionamento de um dos processos envolvidos no tratamento convencional de água para abastecimento humano compromete a eficiência dos subsequentes, comprometendo a qualidade da água tratada. A determinação de indicadores de referência específicos para cada uma das etapas envolvidas no processo de tratamento de água é uma medida essencial para o monitoramento da eficiência do processo, da qualidade da água e para a determinação de eventuais falhas.

Portanto, o controle rigoroso dos fatores que influenciam na eficiência da Estação de Tratamento de Efluentes e das condições favoráveis garante que as etapas de coagulação, floculação, decantação, filtração, desinfecção e fluoretação tenham desempenho maximizado, garantindo uma qualidade econômica e social, além da saúde pública.

Referências

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WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO. UNICEF. Primary health cares: joint report. Geneva, 1978.

Atividades

Atividades - Unidade III

Considere o monitoramento de um rio em três pontos de amostragem com as seguintes localizações:^p^Ponto 1 − a montante do rio e de uma Usina de Papel e Celulose adjacente a ele.^p^Ponto 2 − na altura da referida Usina.^p^Ponto 3 − a jusante do rio, já bem longe da Usina e próximo ao deságue em outro rio maior. A tabela a seguir apresenta os resultados obtidos para DBO e oxigênio dissolvido (OD):^p^Os resultados indicam que

  • A entrada de efluentes é completamente depurada antes do seu deságue no rio, com valores iguais aos da montante da entrada de efluentes.
  • O ponto 2 apresenta depleção de OD e elevação da DBO e a autodepuração é indicada pela tendência de recuperação a jusante da entrada de efluentes.
  • A DBO e o OD, no ponto 2, apresentam valores que indicam que o tratamento de efluentes da usina é muito eficiente.
  • A DBO e o OD no ponto de entrada de efluentes comportam-se de maneira semelhante.
  • A autodepuração ocorre no sentido jusante-montante do rio, levando a dados semelhantes de DBO e OD, de antes da entrada de efluentes.

Na água destinada ao consumo humano, o cloro residual tem a função de agente:

  • Filtrante.
  • De sedimentação.
  • Coagulante.
  • Floculante.
  • Bactericida.

A água sem tratamento, quando ingerida, pode ser responsável pela transmissão de muitas doenças, por exemplo, gastroenterite e febre tifoide. Qual das enfermidades a seguir NÃO se classifica como doença de veiculação hídrica:

  • Amebíase.
  • Giardíase.
  • Dengue.
  • Hepatite infecciosa.
  • Cólera.

O sulfato de alumínio e o cloreto férrico são substâncias utilizadas no tratamento de água para:

  • Desinfecção.
  • Fluoretação.
  • Coagulação.
  • Clarificação.
  • Ajuste de pH.

A desinfecção é uma das etapas de tratamento da água e pode ser realizada pela adição de:

  • Flúor.
  • Cloro.
  • Soda cáustica.
  • Carbonato de sódio.
  • Cloreto de sódio.

O sistema de abastecimento de água que atende à Região Metropolitana de São Paulo é proveniente das Estações de Tratamento de Água − ETA. Atualmente, o processo convencional de tratamento de água é dividido em fases, com rígido monitoramento da qualidade em cada fase. O esquema a seguir representa todo o caminho que a água percorre, desde o local de sua captação, até ser entregue em nossas casas.^p^Ordene corretamente as fases do sistema de abastecimento de água tratada de forma convencional:

  • (1) Captação, (2) Represa e Bombeamento, (3) Coagulação, (4) Pré-cloração, Pré-alcalinização e Floculação, (5) Decantação, (6) Cloração e Fluoretação, (7) Filtração, (8) Reservatório, (9) Distribuição, (10) Redes de distribuição, (11) Cidade.
  • (1) Represa, (2) Captação e Bombeamento, (3) Floculação, (4) Pré-cloração, Pré-alcalinização e Coagulação, (5) Decantação, (6) Filtração, (7) Reservatório, (8) Cloração e Fluoretação, (9) Distribuição, (10) Redes de distribuição, (11) Cidade.
  • (1) Represa, (2) Captação e Bombeamento, (3) Pré-cloração, Pré-alcalinização e Coagulação, (4) Floculação, (5) Decantação, (6) Filtração, (7) Cloração e Fluoretação, (8) Reservatório, (9) Distribuição, (10) Redes de distribuição, (11) Cidade.
  • (1) Captação e Bombeamento, (2) Represa, (3) Pré-cloração, Pré-alcalinização e Coagulação, (4) Floculação, (5) Filtração, (6) Decantação, (7) Cloração e Fluoretação, (8) Distribuição, (9) Reservatório, (10) Redes de distribuição, (11) Cidade.
  • (1) Represa, (2) Captação e Bombeamento, (3) Floculação, (4) Pré-cloração, Pré alcalinização e Coagulação, (5) Decantação, (6) Cloração e Fluoretação, (7) Filtração, (8) Reservatório, (9) Distribuição, (10) Redes de distribuição, (11) Cidade.

Segundo a Lei n. 11.445/07, a prestação de serviços públicos de saneamento básico observará o plano, que poderá ser específico para cada serviço, o qual:

  • Deverá, quando regional, englobar integralmente o território do ente da Federação que o elaborou.
  • Não precisará ser compatível com o plano da bacia hidrográfica em que estiver inserido.
  • Será revisto periodicamente, em prazo não superior a 10 (dez) anos, anteriormente à elaboração do Plano Plurianual.
  • Estará isento de consultas e/ou audiência pública.
  • Abrangerá diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando as causas das deficiências detectadas.

Segundo a Lei n. 11.445/2007, as opções a seguir apresentam corretamente definições de elementos do Setor de Saneamento, à exceção de uma. Assinale‐a:

  • Controle social: mecanismos e procedimentos que garantem à sociedade informações e participação na formulação de políticas, de planejamento e de avaliação dos serviços públicos de saneamento básico.
  • Saneamento básico: serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, de esgotamento sanitário, de assistência social, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.
  • Universalização: ampliação progressiva do acesso ao saneamento básico de todos os domicílios ocupados.
  • Subsídios: instrumento de política social para garantir a universalização do acesso ao saneamento básico, especialmente para populações e localidades de baixa renda.
  • Localidades de pequeno porte: vilas, aglomerados rurais, povoados, lugarejos e aldeias, assim definidos pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -IBGE.

No Plano Nacional de Saneamento Básico - PNSB, elaborado pela União, conterá:

  • As diretrizes para o planejamento das ações de saneamento básico em áreas de especial interesse turístico.
  • Os objetivos de curto, médio e longo prazos para a universalização dos serviços de saneamento básico, independentemente de verificação de compatibilidade com os demais planos e políticas públicas da União.
  • A proposição de projetos e ações necessárias para atingir os objetivos da Política Federal de Saneamento Básico, sem identificar as respectivas fontes de financiamento.
  • As diretrizes para o equacionamento dos condicionantes de natureza político‐institucional, sem impacto na consecução das metas e dos objetivos estabelecidos.
  • As orientações para o equacionamento dos condicionantes de natureza cultural e tecnológica que não interfiram nas metas e nos objetivos estabelecidos.

Em uma das etapas do tratamento de água que abastece uma cidade, a água é mantida durante certo tempo em tanques para que os sólidos em suspensão se depositem no fundo. A essa operação, denominamos:

  • Filtração.
  • Sedimentação.
  • Sifonação.
  • Centrifugação.
  • Cristalização.