Fisiopatologia da obesidade
Unidade II
Andréia Aparecida Siqueira
Sumário Atividades Autores Referências
Autores
Andréia Aparecida Siqueira
Introdução
Conclusão
Referências
Atividades
Unidade II Fatores de risco para a obesidade
Alimentação
Proteínas
Sedentarismo
Determinantes sociais
Ansiedade e estresse Classe socioeconômicaTabagismoNúmero de Filhos e IdadeUrbanização
Agentes infecciosos
Fármacos e algumas doenças

Andréia Aparecida Siqueira

Graduada em Enfermagem pela Universidade Estadual de Maringá.Especialista em Atendimento de Urgência e Emergência pela SOET- Maringá/CESCAGE.

Andréia Aparecida Siqueira, Enfermeira, Especialista em Atendimento de Urgência e Emergência; conta com experiência de treze anos em assistência hospitalar. Atualmente é enfermeira da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Municipal de Maringá Dra. Thelma Villanova Kasprowicz. Atuou como enfermeira nos Hospital Universitário Regional de Maringá e Hospital e Maternidade Maringá.

Introdução

Seja bem-vindo(a), aluno(a), para juntos explorarmos o tema Fisiopatologia da Obesidade: alterações fisiológicas e patológicas na obesidade. Frente a esta problemática atual, é fundamental ao profissional de saúde, se capacitar para prestar um atendimento de qualidade. Deve-se estimular o conhecimento sobre obesidade para podermos orientar o tratamento e a prevenção da mesma; já que, essa doença está relacionada com diversas complicações e comorbidades que aumentam a mortalidade nos indivíduos obesos.

Na Unidade I, iremos abordar o conceito de obesidade; sua classificação, etiologia e fisiologia. Neste universo, discutiremos alguns conceitos básicos, a utilização do índice de massa corpórea e fatores que contribuem para a origem da obesidade.

Na Unidade II, refletiremos sobre os fatores de risco para a obesidade; que envolverá a composição da nossa alimentação, a falta de atividade física, determinantes sociais, agentes infecciosos e farmacológicos.

Na Unidade III, nos aprofundaremos nas consequências patológicas da obesidade. Abordaremos as doenças cardiovasculares, o diabetes mellitus, câncer, as doenças do aparelho digestivo e do aparelho respiratório.

E, por fim, na Unidade IV, estudaremos um pouco sobre epidemiologia. Nossas discussões serão acerca da epidemiologia da obesidade no Paraná, no Brasil e no Mundo, além de abordarmos o tema da obesidade infantil.

Espero que ao longo das unidades, os temas abordados possam te auxiliar a ampliar seus conhecimentos. Vamos iniciar nossos estudos? Bom aprendizado!

Prof. Esp. Andréia Aparecida Siqueira

Unidade II Fatores de risco para a obesidade Andreia Aparecida Siqueira

A obesidade não é uma doença singular, mas um grupo heterogêneo de condições com múltiplas causas que, em última análise, refletem no fenótipo obeso (JEBB, 1999).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo existem mais de um milhão de adultos acima do peso e deste número mais de trezentos milhões são obesos. A obesidade afeta todos os indivíduos, independente de faixa etária e condições sociais. É considerada uma doença não transmissível que apresenta um longo período de latência, geralmente um bom período sem apresentar sintomas, com influência ambiental considerável e com achados clínicos que levam tempo para se apresentar e tem períodos de remissão e exacerbação. Em muitos casos, os pacientes não têm queixas de dor física, porém, apresentam-se psicologicamente abalados.

Vários fatores são importantes na origem da obesidade. Entre eles os genéticos, os fisiológicos e os metabólicos. Porém, os fatores ambientais podem diminuir ou aumentar as chances de um indivíduo se tornar obeso. A esses fatores, chamamos de fatores de risco.

Fatores de risco é entendido como a exposição do indivíduo às variáveis que levam a maior ou menor probabilidade de desenvolver uma doença. O conceito de risco é social e culturalmente construído, nas diversas sociedades e também no interior dos grupos sociais de uma mesma sociedade, o que é considerado risco vai ser variável, diferenciando-se de acordo com a idade, o gênero, a profissão e a condição socioeconômica (BRASIL, 2006).

O estudo dos fatores de risco é importante porque permite que conheçamos as características epidemiológicas de uma dada região e de sua população.

Alimentação

Como já vimos até aqui, vários fatores contribuem para a obesidade, porém, talvez o mais simples de ser entendido é o consumo em excesso de alimentação com contrapartida de um baixo gasto de energia. De uma forma geral, maus hábitos alimentares ajudam a engordar e entre eles, destacamos: não ter horário fixo para comer, quantidade dos alimentos ingeridos, exagero no consumo de alimentos gordurosos e carboidratos, longos períodos em jejum, poucas refeições durante o dia de grande volume cada refeição, “dietas da moda”.

Em um estudo realizado com mulheres brasileiras obesas, observou-se que 30% das calorias ingeridas eram provenientes de lipídios (PEREIRA et al., 1998). A tendência secular no aumento da obesidade parece ocorrer paralelamente à redução na prática de atividade física e aumento do sedentarismo (FRANCISCHI et al., 2001).

Os carboidratos são responsáveis pela maior parte da energia consumida em excesso, ao contrário do que se pensa que seja de gordura. Os carboidratos também são conhecidos como hidratos de carbono. Os carboidratos são um dos três principais nutrientes da nossa dieta, juntamente com os lipídeos e as proteínas.

Vamos agora relembrar nossos conhecimentos em bioquímica sobre esses principais nutrientes da nossa alimentação.

 

Reflita

Somos o que comemos!

Hoje todos nós temos uma vida corrida. Trabalho, estudo, filhos, casa e por aí vai... Nessa correria, na maioria das vezes, não nos atentamos ao que estamos consumindo de fato. Mas preste atenção na sua geladeira! Você sabia que o que está dentro dela pode dizer muito sobre seus hábitos alimentares?

 

Carboidratos

As principais fontes destes compostos são bebidas açucaradas e os populares fast-food. Esses compostos representam a mais importante fonte de energia para o organismo. Podemos encontrar os carboidratos em alimentos amiláceos, tais como pão, massa e arroz; e em algumas bebidas, por exemplo, sucos de frutas e bebidas açucaradas.

Os carboidratos ingeridos na dieta são transformados em glicose. O principal papel do metabolismo dos carboidratos é gerar e armazenar energia, passando pelas fases da glicólise. Após a ingestão, os carboidratos passam por um processo onde ocorre a hidrólise das ligações glicosídicas por meio da ação de enzimas. As moléculas que estão sob a forma de monômeros são transformadas em polímeros e, posteriormente, se transformando em glicose. A glicose acessa as vias das pentoses, recebe fosfato e assim permanecem presa no interior das células, não conseguindo acessar a corrente sanguínea. A esse processo, chamamos de glicólise. A glicólise é dividida em etapa de investimento e etapa de pagamento, onde ocorrem 10 reações químicas catalisadas por 10 enzimas específicas. Nesse processo, o fosfato é um dos principais ingredientes e ele que é responsável por aprisionar a glicose dentro das células.

O processo da glicólise ocorre utilizando ou não O2. Com a utilização de O2, o produto final é o Piruvato que ativa o ciclo de Krebs e a cadeia respiratória para a produção de mais energia, essencial ao organismo. O processo de glicólise sem O2 não ativa o ciclo de Krebs e nem a cadeia respiratória, e seu produto final é o lactato. Quanto maior o esforço físico, maior a formação de lactato que é responsável por fadiga e dor muscular. Ele é conduzido pela corrente sanguínea, passando pelo fígado onde é transformado em glicose-gliconeogênese.

No fígado, músculos e cérebro também ocorre a reserva da glicose. Essa reserva funciona como uma dispensa necessária ao organismo e chama-se glicogênio e quando há excessos de glicose dispensadas no processo estas são transformadas em proteínas ou em forma de ácidos graxos. As gorduras indesejadas e localizadas são o produto final do metabolismo dos ácidos graxos.

Os carboidratos são formados por açúcares e são classificados de acordo com o número de unidades de açúcar combinados entre si, que formam a molécula. Na natureza, as plantas sintetizam os hidratos de carbono mediante a fotossíntese e armazenam em forma de amido.

Os açucares mais comuns são a glicose, a frutose e a galactose, conhecidos por monossacarídeos. Entre os dissacarídeos mais comuns, estão a sacarose e a lactose.

 

 

Lipídeos

Os lipídeos presentes em nosso organismo são provenientes dos alimentos ingeridos na nossa dieta e da reserva orgânica que está presente no tecido adiposo. Esses lipídeos são metabolizados pelo fígado.

Várias formas de lipídeos fazem parte de nossa dieta: fosfolipídeos, colesterol, vitaminas lipossolúveis e triglicerídeos. A maior parte, porém, está disponível como triglicerídeos. Em geral, ingerimos de 25g a 105g por dia de lipídeos. Esses triglicerídeos, de uma forma bem resumida, são convertidos em ácidos graxos livres que são oxidados para a produção de energia. Este processo ocorre quando hormônios sinalizam a necessidade de energia metabólica. No duodeno, os lipídios que ingerimos são emulsionados, formando partículas de 500-1000 micra de diâmetro, contendo principalmente triglicerídeos. Estas partículas ativam as lipases pancreáticas, que quebram os lipídios em ácidos graxos livres e monoglicerídeos. Esses ácidos graxos livres e os monoglicerídeos, no interior do enterócito jejunal, são ofertados ao retículo endoplasmático liso e são novamente convertidos em triglicerídeos.

Os triglicerídeos, os fosfolipídios, o colesterol e seus ésteres, os ácidos graxos livres e as vitaminas lipossolúveis reagem no retículo endoplasmático liso - REL com proteínas, formando partículas estáveis denominadas quilomícrons. A partir do REL, forma-se um vacúolo que no espaço intercelular se abre e os seus conteúdos são captados pela linfa, penetrando pelos ductos lactíferos e vasos linfáticos. A partir daí acessam o ducto torácico e depois a corrente circulatória venosa. Estando na circulação, os quilomícrons atravessam pelos sinusoides hepáticos e, posteriormente, são ofertados às vilosidades dos hepatócitos.

O hepatócito remove os triglicerídeos dos quilimícrons, hidrolisando-os em ácidos graxos livres e glicerol. O metabolismo utiliza os ácidos graxos livres ou esses são esterificados no retículo endoplasmático rugoso onde são conjugados com proteínas. Formam-se, então, as lipoproteínas que são exportadas pelo hepatócito e utilizadas por outros órgãos. Alguns alimentos ricos nestes compostos são: manteiga, as frituras, doces, biscoitos recheados, carnes gordas, queijo amarelo, leite integral, requeijão e embutidos. Após uma refeição rica em lipídios, o sangue fica com um aspecto leitoso. Devemos ingerir esses alimentos com moderação já que o excesso está relacionado a doenças cardiovasculares e à falta deles, com o raquitismo.

 

 

Proteínas

As proteínas são compostos essenciais ao ser humano, já que, participam de quase todos os processos celulares. Dentre as funções das proteínas, destacamos: replicação do DNA, transporte de moléculas, catalisadoras de reações bioquímicas, funções estruturais e mecânicas; sinalização celular, resposta imune e no ciclo celular. As proteínas se diferem entre si pela sequência genética de aminoácido pela qual é formada.

Os animais não conseguem produzir todos os aminoácidos de que necessitam para viver. Os aminoácidos que o organismo não é capaz de sintetizar por si próprio são denominados aminoácidos essenciais e devem ser obtidos pelo consumo de alimentos que contenham proteínas, as quais são transformadas em aminoácidos durante a digestão.

O metabolismo das proteínas é muito complexo e utiliza 90% da energia química utilizada pelo organismo para todo metabolismo. Nesse processo participam mais de 100 enzimas entre a síntese, destinação ou endereçamento e degradação. A biossíntese das proteínas envolve cinco etapas, que serão resumidas a seguir.

 

Primeira etapa

Essa etapa ocorre no citosol da célula e acontece a ativação dos aminoácidos, envolvendo a participação de enzimas do tipo aminoacil-tRNA sintetases.

 

Segunda etapa

A segunda etapa é chamada de iniciação, onde o mRNA liga-se à menor das subunidades ribossômicas e ao aminoacil-tRNA de iniciação. Em seguida, liga-se à subunidade maior, formando o complexo de iniciação, pareando o aminoacil-tRNA com o códon UAG.

 

Terceira etapa

Na terceira etapa acontece o alongamento. É formada pela ligação de outros aminoácidos e requer a participação de proteínas conhecidas como fatores de alongamento, e assim como as etapas anteriores, envolve a participação da guanosina trifosfato.

 

Quarta etapa

A quarta etapa é a terminação e liberação, sinalizada por um códon de terminação.

 

Quinta etapa

A quinta e última etapa é o enovelamento e processamento pós-tradução, para que a proteína obtenha sua forma tridimensional biologicamente ativa.

Todo esse processo de biossíntese de proteínas envolve revisões e regulações para que a proteína seja sintetizada de forma correta.

O endereçamento é realizado por uma sequência sinalizadora que é uma sequência curta de aminoácidos que direciona a proteína para seu local de ação. Depois, essa sequência é removida para que a proteína seja ativada e exerça sua função. Esta sinalização também é utilizada para a degradação seletiva das proteínas após seu uso.

A dieta humana disponibiliza a maioria dos aminoácidos que necessitamos. As proteínas são encontradas em muitos alimentos de origem animal e vegetal, entre eles: carne, ovos, leite e peixes. Entre as fontes vegetais estão os legumes, como o feijão, as lentilhas, a soja ou o grão-de-bico. Se o indivíduo tiver uma dieta equilibrada, raramente necessitará de complemento de proteínas.

Atletas, crianças, gestantes e lactentes, doentes convalescentes de trauma ou infecção, necessitam de uma dieta rica em proteínas. Quando o corpo não recebe as quantidades de proteínas necessárias, resulta em deficiência e desnutrição proteica, que pode causa uma série de doenças.

Agora que revisamos nossos conhecimentos sobre a bioquímica dos principais componentes da nossa dieta, vamos falar um pouco sobre educação alimentar ou reeducação alimentar. Você já ouviu falar? Com certeza, com algum desses termos você já teve contato. Hoje em dia, se fala muito em reeducação alimentar para que as pessoas atinjam o peso ideal e, ou somente, tenham uma vida saudável.

É preciso que a população, de um modo geral, entenda e aprenda como comer bem. E é fundamental que os profissionais de saúde estejam preparados para realizar orientações sobre uma alimentação saudável. Inicialmente, o indivíduo deve trocar os maus hábitos alimentares por um novo estilo de vida, adotando bons hábitos alimentares. A educação alimentar deve iniciar na escola que é onde se revelam e que podem ser solucionadas as dificuldades que existem fora dela. Um material muito utilizado pelos profissionais de saúde para a orientação alimentar é a chamada pirâmide alimentar.

 

211 Pirâmide Alimentar é um instrumento gráfico, que tem o objetivo de orientar as pessoas como ter uma dieta mais saudável. Fonte: O autor.

 

Pirâmide Alimentar é um guia que demonstra como deve ser a alimentação diária para uma população maior de 2 anos de idade. Cada grupo de alimentos é representada em uma parte da pirâmide, assim como, o número de porções recomendadas diariamente. A orientação é que devemos incluir todos os grupos diariamente para garantir os nutrientes que o nosso organismo necessita. Na base da pirâmide estão os alimentos que precisamos consumir em uma quantidade maior e os que precisam ser consumidos em quantidade menor estão nos andares acima da pirâmide.

Assim, é necessário que o profissional da área de nutrição programe um cardápio que varie conforme sexo, peso, idade, altura e necessidades individuais.

Indicação de leitura

Nome do livro: Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia

Editora: Roca

Autor: Chemin Seabra da Silva, Sandra Maria Mura e Joana D’Arc Pereira

ISBN: 9788572418720

Este livro traz todo o metabolismo do organismo, recomendações nutricionais, epidemiologia e estudos nutricionais. A nutrição é um campo em permanente atualização, pois acompanha as transformações de outras áreas, como biologia molecular e genética voltadas à alimentação e à nutrição.

 

214 Cirurgia Bariátrica
Atividades

Complete a frase a seguir e a alternativa após:

Os carboidratos ou hidratos de carbono, são conhecidos como ________________. São a principal fonte de energia para os seres vivos. Com exceção do __________, os carboidratos são de origem vegetal e são classificados como monossacarídeos, dissacarídeos e ________________. Os ___________ apresentam átomos de carbono em sua molécula e seus principais representantes são a glicose, frutose e ___________.

  • Energéticos, carne, polissacarídeos, dissacarídeos, lactose.
  • Açúcares, mel, polissacarídeos, monossacarídeos, galactose.
  • Hidratos, ovos, oligossacarídeos, polissacarídeos, ácidos nucleicos.
  • Substâncias estruturais, peixes, polissacarídeos, monossacarídeos, galactose.
  • Polímeros, ovos, polissacarídeos, monossacarídeos, lactose.
Atividades

Existe um medicamento, utilizado por muitos obesos que impede a metabolização de grande parte da gordura ingerida; ele se chama Xenical. Podemos concluir que o Xenical inibe a ação da enzima:

  • Maltase.
  • Protease.
  • Lipase.
  • Amilase.
  • Sacarase.

Sedentarismo

Outro fator de risco importante para a obesidade é ter um estilo de vida sedentário.

O sedentarismo é definido como a falta de atividade física ou esportiva, onde pessoas que têm gasto calórico reduzido semanalmente pela ausência de atividades físicas são consideradas sedentárias. O sedentarismo vem sendo considerado a doença do século e está associada ao comportamento diário das pessoas aos confortos da vida moderna.

A OMS refere que entre a população mundial se verifica um declínio das atividades recreativas ativas e que, atualmente, cerca de 30% da população mundial não realiza exercício físico suficiente. Esses dados podem ser explicados pela tendência das condições de trabalho, de exigirem cada vez menos esforços físicos e ao aumento das tecnologias disponíveis. Por exemplo, o simples fato de não precisar levantar do sofá para trocar o canal da TV utilizando cada vez mais o controle remoto, já diminui a mobilidade das pessoas dentro do domicílio. Observa-se que tanto em adultos como em crianças, existe uma correlação entre o tempo passado em frente à televisão e o risco de obesidade.

Os avanços tecnológicos, o conforto e o comodismo da vida moderna, leva as pessoas a terem uma vida sedentária. A obesidade e o sedentarismo são considerados os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, pois apresentam as maiores prevalências na população e estão associados a diversas doenças. O risco de ocorrência de um infarto é duas vezes maior em indivíduos sedentários quando comparados com aqueles regularmente ativos. Com relação às outras doenças, 27% dos casos de diabetes estão ligados à falta de atividade física; 21-25% das mulheres acometidas pelo câncer de mama são inativas, 21-25% dos casos de câncer de cólon estão relacionados com a inatividade física e 30% dos portadores de doenças cardiovasculares não praticam nenhum exercício.

Em 2011, por meio do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), foi realizado uma abordagem em 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. Nessa pesquisa foi abordada a frequência de adultos na condição de inatividade física. Os valores de inatividade física encontrados variaram entre 10,8% em Florianópolis e 18,2% em Recife. Entre homens, as maiores frequências de inatividade física foram observadas em João Pessoa (20,8%), Aracaju (19,7%) e Natal (19,5%). Entre mulheres, as maiores frequências foram observadas em Palmas (20,2%), Manaus (19,4%) e Recife (18,2%).

Em uma publicação feita por Martinez (2000), o autor demonstrou uma redução de cerca de 600kcal com a diminuição do tempo destinado às brincadeiras de rua e o aumento do tempo assistindo televisão; assim como, cortar grama com as mãos gasta 500kcal/h e com a utilização de cortadores elétricos de grama o gasto é de 180kcal/h. Lavar as roupas no tanque consume 1500kcal/dia enquanto usar a máquina de lavar utiliza 270kcal/dia.

A prática de atividades físicas e esportivas, como caminhar, correr, pedalar, nadar, praticar ginástica, exercícios com pesos e jogar bola são propostas válidas para haver combate ao sedentarismo e melhorar a qualidade de vida. Assim fica evidente a importância de programas de intervenção para estimular os exercícios físicos, a fim de amenizar e contornar os malefícios provocados por estilos de vida pouco saudáveis que contribuem para a formação de um indivíduo obeso.

 

Fique por dentro

Vigitel, você sabe o que é?

Esse sistema tem sido promovido pela Secretaria de Vigilância em Saúde, que atendendo à um pedido da OMS de que se estabeleça compromissos para a redução da morbimortalidade das doenças crônicas não transmissíveis - DCNT. O VIGITEL monitora a frequência e a distribuição de fatores de risco e proteção para as doenças crônicas não transmissíveis por todo Brasil. Realiza essas atividades mediante entrevistas telefônicas escolhidas por amostras probabilísticas da população adulta brasileira.

 

224 A gestação após a cirurgia bariátrica
Atividades

Com o advento da sociedade industrial (pós-século XVIII) e capitalista, as condições de vida foram modificadas, permitindo pouco tempo para o lazer. Sobre o assunto e com base em seus conhecimentos, assinale o que for correto:

  • O lazer passivo, veiculado pela televisão, potencializa o despertar de consciências para usufruir do tempo disponível, de forma crítica e criativa.
  • A prática de atividade física visa somente promover à formação de atletas de alto nível.
  • Na atualidade, o estilo de vida adotado pela maior parte da população prioriza o lazer e a atividade física; evitando assim, problemas relacionados ao corpo e à saúde.
  • As atividades físicas dentro da escola, colaboram para o processo educativo em saúde.
  • Os avanços tecnológicos, o conforto e o comodismo da vida moderna, leva as pessoas a terem uma melhor qualidade de vida praticando mais exercícios físicos.
Atividades

Sobre a definição de sedentarismo, é correto afirmar que:

  • Sedentarismo é uma prática benéfica ao indivíduo, já que auxilia na manutenção da saúde.
  • O sedentarismo é definido como a falta de atividade física ou esportiva. Pessoas que praticam esporte pelo menos uma vez ao mês não são consideradas sedentárias.
  • O sedentarismo vem sendo considerado a doença do século e está associada ao comportamento diário das pessoas de praticarem atividade física regularmente.
  • A tendência das condições de trabalho, de exigirem cada vez menos esforços físicos e ao aumento das tecnologias disponíveis, auxiliam as pessoas a fazerem mais atividade física.
  • A obesidade e o sedentarismo são considerados os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Determinantes sociais

Um único fator de risco não explica o aumento alarmante na incidência da obesidade no mundo. Determinantes sociais são as condições econômicas e sociais que afetam a saúde. As doenças mais comuns são, a princípio, determinadas por fatores socioeconômicos que aumentam ou diminuem o risco de contrair tal doença. Existem diversos marcadores sociais que contribuem para aumentar o risco de obesidade. Entre eles, destacamos a ansiedade e o e stresse, a classe socioeconômica, o tabagismo, o número de filhos, idade e a urbanização.

 

Ansiedade e estresse

Estudos vêm mostrando que o estresse atua em diversas frentes que favorecem o aumento de peso. A mais importante está relacionada com os níveis de cortisol. O cortisol é um hormônio que está associado ao estado de alerta do organismo. Horas antes de acordarmos seus níveis se elevam por ordem do hipotálamo. Ao longo do dia, sua quantidade no sangue cai gradativamente, chegando a taxas mínimas no final da tarde, preparando o organismo para o relaxamento da noite. O cortisol excessivo representa um alerta para o corpo que entende como uma ordem para poupar energia diante de uma situação de emergência. Com isso, o corpo libera os neuropeptídios - NPY que desbloqueiam alguns receptores das células de gordura, onde as mesmas crescem em tamanho e número.

Classe socioeconômica

Estudos demonstram que em países desenvolvidos, as mulheres de classe social alta têm menor probabilidade de desenvolver obesidade. Por outro lado, nos países em desenvolvimento os homens, mulheres e crianças das classes sociais superiores são os que apresentam as maiores taxas de obesidade. Em países desenvolvidos, o número de adultos obesos e crianças com sobrepeso está correlacionado com a desigualdade econômica.

A explicação para a relação obesidade e classe social é de que em países desenvolvidos, as pessoas com maior poder de compra têm a possibilidade de escolher alimentação mais equilibrada e saudável, estão sob maior pressão social para manterem o peso ideal e têm a possibilidade de praticar esportes, frequentar academias e centros estéticos. Em países em desenvolvimento há uma diferença no acesso à alimentação, pela grande quantidade de energia utilizada no trabalho físico e por valores culturais que favorecem a obesidade.

Tabagismo

Pesquisas mostram que as pessoas que param de fumar engordam em média entre 4,4 kg (homens) e 5,0 kg (mulheres) nos dez anos seguintes após pararem. No entanto, a diminuição do número de fumantes tem tido pouco efeito nas taxas de obesidade entre a população. O ganho de peso relacionado a este fator pode ser reduzido com o uso de terapia medicamentosa.

Uma investigação norte-americana concluiu que os fumantes têm maior propensão para acumular gordura na zona abdominal podendo chegar, em média, a pesar mais cinco quilos do que os não fumantes. Os resultados do estudo intitulado Tobacco, apresentados pela Facilitas Healthcare, mostrou que; os fumantes são menos conscientes da sua saúde e apresentam menor força de vontade do que os não fumantes, o que os torna mais vulneráveis ao ganho de peso. Mesmo no caso dos fumantes que tentam levar uma vida menos sedentária, o tabaco gera dificuldades na criação de músculo, causa flacidez e implica em uma respiração descoordenada que dificulta a atividade física.

Número de Filhos e Idade

O aumento da obesidade também tem relação com o número de filhos, na sociedade ocidental. O risco de uma mulher aumenta 7% por cada filho e o risco do homem aumenta 4%. Uma das explicações é o fato de que ter crianças dependentes diminui a atividade física dos pais. Existem indícios de que, a cada parto sucessivo, há aumento de cerca de um quilo acima do peso normalmente adquirido com o incremento da idade. Ganho de peso excessivo durante a gestação e falta de perda de peso após o parto são importantes preditores de obesidade em longo prazo (ABESO, 2010).

A idade é outro fator de risco que apresenta tendência de aumento, provenientes de reduções nos níveis de atividade física e diminuição do metabolismo de repouso. Esta associação pode ser observada em estudos que obtiveram resultados que demonstraram prevalência do excesso de peso a partir dos 30 e 40 anos de idade. Com a idade, o metabolismo basal fica mais lento. Metabolismo basal é a referência de quanto o corpo gasta em calorias para manter o funcionamento. A queda do metabolismo é explicada pela mudança na composição corporal, que é favorecida pela alteração nos hormônios sexuais característica do envelhecimento após os 40 anos. A diminuição da musculatura é em média de 10% de massa magra por década e a cada ano perdemos em média 200g de músculo e ganhamos o triplo de gordura.

Urbanização

A urbanização desempenha um papel no aumento das taxas de obesidade, nos países em desenvolvimento. Na China, a taxa nacional de obesidade é inferior a 5%, enquanto que em algumas cidades é superior a 20%.

A industrialização e urbanização trouxeram aumento da ingestão de calorias e diminuição da atividade física, estabelecendo o princípio do sobrepeso, ou seja, maior ingestão calórica e menor gasto energético, com acúmulo de gordura (TARDIDO, 2006).

A população urbana ingere mais alimentos processados do que a população rural que ingere mais cereais, raízes e tubérculos. Tardido (2006) também observa que a urbanização induziu uma mudança nos padrões de vida e comportamentos alimentares das populações. Em países em desenvolvimento, o tipo de alimento consumido na zona rural apresenta-se diferente daqueles consumido na zona urbana, em uma relação diretamente proporcional ao poder aquisitivo ou ao nível socioeconômico.

Reflita

E eu, como estou?

Você já pensou em quais determinantes sociais estão inseridos na sua realidade?

 

Atividades

As definições de determinantes sociais de saúde (DSS) expressam o conceito de que as condições de vida e trabalho dos indivíduos e grupos da população estão relacionadas com sua situação de saúde. Em qual das alternativas a seguir estão listados corretamente os determinantes sociais para a obesidade?

  • Ansiedade e estresse, classe socioeconômica, tabagismo e idade.
  • Ansiedade e estresse, profissão, tabagismo e número de filhos.
  • Ansiedade e estresse, religião, tabagismo, idade e número de filhos.
  • Ansiedade e estresse, classe socioeconômica, alcoolismo, idade e número de filhos.
  • Profissão, Tabagismo, alcoolismo e urbanização.
Atividades

Sobre os Determinantes Sociais para a obesidade, assinale a alternativa correta:

  • Os Determinantes Sociais são exclusivamente ligados ao setor da saúde.
  • Os Determinantes Sociais levam em consideração, exclusivamente, o enfoque médico-biológico do processo de saúde e doença.
  • Determinantes sociais são somente as condições econômicas que afetam a saúde.
  • Os Determinantes Sociais não são promotores de iniquidade.
  • Os Determinantes Sociais envolvem as condições de vida e de trabalho de uma dada população.

Agentes infecciosos

Vamos relembrar sobre a flora intestinal normal.

As bactérias que vivem em nosso intestino formam a chamada flora intestinal e desempenham um papel importante na função normal do intestino e manutenção da saúde do hospedeiro. Outros benefícios das bactérias também são conhecidos: digestão da celulose para guardar energia e formação de uma barreira natural de defesa que é essencial para o desenvolvimento e maturação dos sistemas imune da mucosa e sistêmico. A flora intestinal é composta de bactérias potencialmente patogênicas e de outros seres não patogênicos promotores da saúde.

Essas bactérias são impedidas de colonizar o estômago e a porção proximal do intestino delgado, devido a ação das secreções gástricas, pancreáticas e de ácidos biliares. O cólon é colonizado com milhares de bactérias sendo que as Bacteroidetes e Firmicutes representam mais de 90% de todos os filotipos. Mais de 90% da população bacteriana são anaeróbios estritos, sendo as espécies predominantes: Bacteroides, Eubacterium, Bifidobacterium, Fusobacterium, Peptostreptococcus, entre outros.

Estudos vêm demonstrando uma diferença entre a flora intestinal de pessoas obesas e de pessoas magras.

Esse fato de que a composição da flora intestinal pode variar entre indivíduos magros e obesos levou à especulação de que a flora intestinal pode participar na fisiopatologia da obesidade. Alguns mecanismos têm sido propostos para essa relação. O primeiro mecanismo consiste no papel da flora intestinal na extração de energia a partir de polissacarídeos não digeríveis. A segunda, consiste no papel regulador da flora intestinal, dos níveis plasmáticos de lipopolissacarídeos, que desencadeiam a inflamação crônica sistêmica de baixo grau, que causa a obesidade e diabetes. O terceiro mecanismo sugere que a flora intestinal induzi a regulação de genes do hospedeiro que modulam como a energia é gasta e armazenada. Ainda há muito para se descobrir, por exemplo, o papel dos prebióticos, probióticos e antibióticos na modulação da flora intestinal na obesidade.

Alguns estudos também levantam a hipótese, de que, algumas bactérias que habitam a nossa flora intestinal possam ser responsáveis por alterar o comportamento alimentar e causar até compulsões. Nosso organismo tem boa relação com essas bactérias e vivem uma relação de troca de favores. Essas bactérias ajudam na digestão de determinados alimentos que normalmente não conseguiríamos digerir e vão controlar e destruir algumas bactérias causadoras de doenças. Em troca, recebem alimentos que nós ingerimos para sobreviverem. Uma pesquisa feita pelo Dr. Maley, da Universidade da Califórnia (EUA), indicou que as bactérias têm uma série de interesses. Por exemplo, a bactéria Prevotella prefere ambientes ricos em carboidratos e as Bifidobactérias ambientes com mais fibras. Assim, pode- se pensar que de acordo com o que comemos, nossa flora intestinal terá mais ou menos bactérias de determinado grupo. Por outro lado, se um grupo de bactérias começa a aumentar mais que outro grupo, sinais intestinais são enviados ao cérebro para que as escolhas alimentares sejam feitas em benefício delas - chamado eixo microbioma-intestino-cérebro. Assim, se a flora intestinal estiver mais abundante de Prevotella, por exemplo, seu cérebro irá preferir alimentos ricos em carboidratos.

Muito ainda se tem para pesquisar.

 

Fique por dentro

Probióticos e Prebióticos: o que são?

Probióticos são as bactérias presentes no nosso intestino que têm a função de auxiliam o intestino a funcionar e nos proteger de bactérias patogênicas. Os alimentos enriquecidos com probióticos têm a função de auxiliar na proliferação dessas bactérias para regular o trânsito intestinal e nos proteger de possíveis infecções. Os probióticos são usados em iogurtes e leites fermentados, os chamados lactobacilos. Os Prebióticos são fibras não digeríveis que fermentam em nosso intestino e estimulam o crescimento das bactérias probióticas. Os prebióticos diminuem a absorção de gorduras pelo intestino e aumentam a absorção de sais minerais.

 

234 Benefícios do Exercício Físico para a saúde
Atividades

Qual das bactérias a seguir, que fazem parte da flora intestinal, têm comprovadamente mais afinidade por carboidratos?

  • Bifidobactérias.
  • Prevotella.
  • Actinomicetos.
  • Latobacillus casei.
Atividades

Sobre a flora intestinal normal, é correto afirmar que:

  • Existem milhares de bactérias e fungos que compõem a flora intestinal.
  • A flora intestinal é formada por bactérias sem potencial patogênico.
  • As bactérias da flora intestinal ajudam na digestão da celulose e a salvar energia.
  • Os probióticos diminuem a absorção de gorduras pelo intestino e aumentam a absorção de sais minerais.
  • Os prebióticos são bactérias presentes na flora intestinal.

Fármacos e algumas doenças

Alguns fármacos utilizados no tratamento de doenças físicas e mentais podem aumentar o risco de obesidade. Entre os medicamentos que podem provocar aumento de peso ou alterações na composição do corpo, estão os glicocorticoides, antipsicóticos, antidepressivos e anticonvulsivantes. Alguns medicamentos podem diminuir o metabolismo, elevar o apetite ou reter líquidos, o que pode provocar aumento no peso.

Os glicocorticoides, conhecidos como corticoides ou corticosteroides, são substâncias derivadas do hormônio cortisol produzido pela glândula suprarrenal; usados no tratamento de doenças inflamatórias, alérgica, imunológica e câncer. Os glicocorticoides produzem tendência à hiperglicemia devido ao aumento da gliconeogênese hepática e o antagonismo periférico à ação da insulina que resulta em uma menor captação de glicose no músculo e tecido gorduroso. Esses medicamentos também produzem redução da massa muscular por inibição da síntese proteica e aumento do catabolismo proteico com balanço nitrogenado negativo. Também induzem a resistência periférica à insulina. Os glicocorticoides promovem aumento da reabsorção de sódio e excreção de potássio pelo rim; aumentam a depuração de água livre devido a efeito direto no túbulo renal e a aumento na taxa de filtração glomerular. Eles também podem inibir a secreção de hormônio antidiurético, não se sabe se diretamente ou por mecanismo indireto. Os glicocorticoides mais utilizados são prednisona, prednisolona, hidrocortisona, dexametasona, metilprednisolona e beclometasona.

Os antipsicóticos podem induzir a obesidade por vários mecanismos. A sedação provocada por essas drogas, por si só, já provoca uma diminuição na atividade física dos indivíduos que fazem uso dessas medicações e o aumento na sede leva a uma maior ingestão de líquidos. Essas medicações também estimulam o apetite e a preferência por alimentos doces ou gordurosos, o que supõe uma ação direta sobre sistemas metabólicos e centros nervosos ligados ao controle da saciedade e do peso (TEIXEIRA, 2006). O bloqueio de receptores histamínicos está envolvido com o aumento da fome e consequente ganho de peso. Diversos antipsicóticos bloqueiam receptores histamínicos, a olanzapina é um exemplo. O bloqueio dopaminérgico provocado pelos antipsicóticos acarreta efeitos adversos orexígenos, seja por ação direta sobre os centros nervosos ligados ao apetite, seja pela hiperprolactinemia secundária. O ganho de peso provocado por antipsicóticos ocorre mesmo na presença de níveis elevados de leptina. Como já vimos, a leptina é um hormônio associado à sensação de saciedade; e a ação dessas medicações possivelmente seja reduzindo a sensibilidade do hipotálamo à leptina. Os antipsicóticos mais utilizados são clorpromazina, levopromazina, perazina, haldol, sulpirida, risperidona e olanzapina.

Os estudos com alguns antidepressivos tricíclicos e inibidores da recaptação da serotonina sugerem o ganho de peso como um efeito colateral desses medicamentos. No tratamento de manutenção, o aumento do peso parece estar associado à melhora da fome. As modificações no peso corporal, em pacientes que usam antidepressivos tem vários fatores, estando relacionadas à melhora da doença, aos efeitos colaterais da droga ou induzidas pela própria sintomatologia da doença. De forma geral, eles agem diminuindo o neurotransmissor dopamina no hipotálamo que aumenta o apetite; diminuindo a estimulação dos receptores de serotonina; diminuição da estimulação do receptor histaminérgico H1, o que leva a uma insensibilidade à ação da leptina; afetam eixos hipotalâmico-hipofisários que regulam mecanismos neuroendócrinos que causam aumento da procura de alimentos e consequente aumento de peso.

A fluoxetina é um exemplo de medicação utilizada para tratamento da depressão. Foi observado após estudos o seu efeito na diminuição do apetite, porém, observa-se que esse efeito é transitório, levando a pequena perda de peso nas primeiras semanas de uso e a efeito contrário após esse período. Além da fluoxetina, os mais utilizados são o citalopran, sertralina, escitalopran, paroxetina, amitriptilina, clomipramina, imipramina

Os anticonvulsivantes são medicamentos utilizados na maioria das vezes para o tratamento de epilepsia. A epilepsia é uma doença cerebral crônica onde ocorre frequentes manifestações clínicas, entre elas a convulsão; e o tratamento com essas medicações podem contribuir para o aumento de peso do indivíduo por mecanismos ainda não bem explicados. Os anticonvulsivos mais utilizados são o ácido valpróico, depakene, gabapentina, carbamazepina e tegretol.

Outras doenças aumentam o risco de obesidade, entre elas algumas síndromes genéticas raras e algumas condições congênitas ou adquiridas, como o hipotireoidismo, síndrome de Cushing ou deficiência de hormônio do crescimento.

Hipotireoidismo: a tireoide controla diversas funções no organismo, como nossos órgãos, hormônios e sentimentos. Os hormônios T3 (tri-iodotironina) e T4 (tiroxina), produzidos pela tireoide, são responsáveis pela regulação do metabolismo do organismo. As deficiências na produção desses hormônios (T3 e T4) causam o que denominamos de hipotireoidismo. As causas podem ser genéticas, inflamatórias ou infecciosas. Os sintomas frequentes são fraqueza muscular, palidez, fadiga, distúrbios no sono, mau humor, perda da autoestima, constipação, falta de concentração, redução de apetite, ganho de peso. O hipotireoidismo faz com que o metabolismo, de uma maneira geral, fique mais lento. O metabolismo do fígado, mais lento, causa um acúmulo de triglicerídeos e colesterol no sangue. Os indivíduos que possuem hipotireoidismo tendem a ganhar peso, mas não é um ganho de peso exagerado; já que, pode ser devido à retenção de líquidos e não exatamente pela gordura. Se esse estado de hipotireoidismo não for tratado pode favorecer o aparecimento da obesidade.

A síndrome de Cushing é causada pelo uso excessivo de glicocorticoides ou pela produção excessiva do hormônio cortisol que pode ser causada por tumores. Clinicamente, causa sinais e sintomas como a obesidade centrípeta; estrias largas e de cor violeta mais comumente no abdome e raiz dos membros; equimoses, diabetes, hipertensão, cicatrização lenta, acne, períodos menstruais irregulares ou ausentes. Nos homens podem surgir diminuição da libido, diminuição da fertilidade e disfunção erétil. Outros sinais e sintomas incluem: fadiga, fraqueza muscular, depressão, ansiedade e irritabilidade, perda de controle emocional, dificuldades cognitivas, dor de cabeça e perda óssea, levando a fraturas ao longo do tempo.

A obesidade é a manifestação mais comum e ocorre em 90% dos casos. A distribuição da gordura é central, concentrando-se na face o que é comumente chamada de face de lua cheia; tronco e pescoço. Em crianças, a obesidade invariavelmente acompanha-se de parada de crescimento.

A deficiência do hormônio do crescimento (conhecido por GH) ocorre isoladamente ou associada a outras deficiências de hormônios hipofisários. Essa deficiência pode ser congênita ou adquirida, sendo menos comuns as causas congênitas. A deficiência do GH adquirida pode ocorrer devido a uma lesão da hipófise ou do hipotálamo por tumor, infecção, cirurgia ou radioterapia. A produção começa na fase fetal e se estende por toda vida adulta em ritmo menor. O GH é essencial na infância e adolescência para o indivíduo atingir a estatura normal, exercendo ação direta e indireta na placa epifisária de ossos longos. Além disso, exerce efeitos essenciais por toda a vida pós-natal sobre o metabolismo dos lipídios e carboidratos, bem como sobre a massa corporal magra, estimulando a síntese de proteínas, aumentando a lipólise e oxidando lipídios (o que leva à mobilização dos triglicerídeos estocados), antagonismo da ação da insulina e retenção de sódio, fosfato e água.

 

244 Sibutramina
Atividades

A alternativa que apresenta achados clínicos encontrados nos pacientes com Síndrome de Cushing é:

  • Estrias violáceas, centralização da gordura, hipotensão arterial.
  • Obesidade centrípeta, estrias largas e de cor violeta, diabetes e hipertensão.
  • Obesidade centrípeta, hematomas e estrias.
  • Face arredondada lua cheia, obesidade centrípeta e aumento da libido.
  • Dificuldades cognitivas, cefaleia e cicatrização acelerada.
Atividades

Sobre os medicamentos que são fatores de risco para obesidade, é correto afirmar que:

  • Os glicocorticoides produzem tendência à hiperglicemia devido ao aumento da gliconeogênese renal e o antagonismo periférico à ação da insulina que resulta em uma menor captação de glicose no músculo e tecido gorduroso.
  • A sedação provocada pelos antipsicóticos provoca um aumento na atividade física dos indivíduos que fazem uso dessas medicações e o aumento na sede leva auma maior ingestão de líquidos.
  • Os antidepressivos agem diminuindo o neurotransmissor dopamina no hipotálamo que aumenta o apetite; aumentam a estimulação dos receptores de serotonina; diminuem a estimulação do receptor histaminérgico H1 que leva a uma insensibilidade à ação da leptina.
  • Os antidepressivos mais utilizados são o ácido valproico, depakene, gabapentina, carbamazepina e tegretol.
  • O bloqueio dopaminérgico provocado pelos antipsicóticos acarreta efeitos adversos orexígenos.

 

Indicação de leitura

Nome do livro: Fatores de risco em Saúde: O manual de gerenciamento

Editora: E- Papers

Autor: Virginia Priest e Viv Speller

ISBN: 9788576503989

Este livro é uma tradução de um livro inglês lançado em 1991. O livro é dirigido para profissionais, focado em orientações para a promoção à saúde. As orientações são para a faixa etária de 16 a 74 anos com intervenções comportamentais e clínicas para fatores de risco, muitos dos quais associados ao estilo de vida.

 

Indicação de filme

Nome do filme: O óleo de Lorenzo

Gênero: Drama

Ano: 1992

Elenco Principal: Susan Sarandon, Nick Nolte, Peter Ustinov e Aaron Jackson

O filme é uma história real de um casal que vai atrás da cura de uma doença rara que o filho, Lorenzo, desenvolveu após os 6 anos de idade. A doença em questão é a Adrenoleucodistrofia - ALD que é uma doença degenerativa, em que ocorre o desgaste da mielina, devido ao acúmulo de gorduras saturadas. Nesta doença existe uma falha na enzima responsável pela absorção dos ácidos graxos, fazendo com que haja o acúmulo então no sangue. A indicação desse filme vem de encontro com o tema abordado nesta unidade sobre o metabolismo dos lipídeos.

Indicação de filme

Nome do filme: Muito além do peso

Gênero: Documentário

Ano: 2012

Elenco Principal: Direção de Estela Renner

Este documentário mostra a triste realidade da obesidade infantil no Brasil e no mundo. Essas crianças que já estão apresentando problemas de saúde. O consumo exagerado de fast-food, refrigerantes; fazem as crianças desconhecerem até mesmo o nome de muitas frutas e vegetais, já que, não têm contato com as mesmas. Outro aspecto abordado é falta de atividade física por parte dessas crianças. O documentário trata de temas abordados nesta unidade, como sedentarismo e alimentação, direcionado para as crianças.

Conclusão

Vimos ao longo das unidades, que a obesidade é uma doença que se tornou comum e sua prevalência atingiu proporções epidêmicas. Segundo a Organização Mundial da Saúde, em 2014, mais 1,9 bilhões de adultos estavam com sobrepeso, sendo 600 milhões desses obesos. Esse número corresponde a 13% da população mundial adulta. No Brasil, segundo a última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Ministério da Saúde, uma a cada cinco pessoas está obesa, enquanto o sobrepeso já atinge mais de 50% da população.

Outra informação importante abordada nas unidades foi sobre as causas e consequências desta doença. Vimos que a etiologia é multifatorial, envolvendo a genética; causas neuroendócrinas, fatores emocionais, tudo influenciado por fatores ambientais.

Ao ser abordado os fatores de risco para a obesidade, nos deparamos com os erros alimentares, explorando os principais grupos alimentares presentes em nosso dia a dia. A inatividade física também foi pontuada com fator de risco importante, associada à correria diária que leva à falta de tempo para a prática de atividade física. Exploramos outros fatores de risco que proporcionam o indivíduo à obesidade, como os tratamentos medicamentosos, algumas patologias específicas; a gestação para as mulheres, assim como o número de filhos; classe social e outros dados demográficos.

Visto também que a grande preocupação entre os profissionais da saúde é o risco elevado de doenças associadas ao sobrepeso e à obesidade. Entre essas doenças, destacamos o diabetes, as doenças cardiovasculares (DCV), afecções respiratórias, doenças ligadas ao aparelho digestivo, alterações psicológicas e alguns cânceres. Conhecer as comorbidades mais frequentes permite o diagnóstico precoce, o tratamento adequado e medidas preventivas eficazes. Também nestas condições, nós profissionais da saúde podemos identificar os pacientes que podem se beneficiar com a perda de peso, o que permitirá a identificação precoce e a avaliação dos fatores de risco, de forma que as intervenções adequadas possam ser realizadas para reduzir a mortalidade associada.

Com todas as informações abordadas, espero que as unidades aqui trazidas, auxiliem você, profissional da saúde, em sua prática diária. Que você ao longo dos textos, das discussões, dos exercícios e dos vídeos, tenha ampliado seus conhecimentos e assimilado as ideias aqui apresentadas. Que você possa colocar em sua prática esses conhecimentos, e assim, melhorar ainda mais a assistência prestada aos nossos pacientes.

Nos veremos em breve!

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA. Diretrizes brasileiras de obesidade 2009/2010/ ABESO.3. ed. Itapevi, SP: AC Farmacêutica, 2009.

BALBANI, P. S.; FORMIGON, G. S. Ronco e síndrome da apnéia obstrutiva do sono. Revista Ass Med.; 45(3): 273-8. Brasil, 1999.

BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 8. ed.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.

BUZZACHERA, C. F. et al. Prevalência de sobrepeso e obesidade geral e central em mulheres idosas da cidade de Curitiba, Paraná. Revista de Nutrição, 21(5): 525-533. Campinas, set/out., 2008.

CAMILO, D. F.; RIBEIRO, J. D.; TORO, A. D. C.; BARACAT, E. C. E.; FILHO, A. A. B.Obesidade e asma: associação ou coincidência. Jornal de Pediatria; 86(1):6-14. Rio de Janeiro, 2010.

CARVALHO, E. A. A. C et al. Obesidade: aspectos epidemiológicos e prevenção. Rev. Med., 23(1): 74-82. Minas Gerais, 2013.

CATANEO, C.; CARVALHO, A. M. P.; GALINDO, E. M. C.Obesidade e Aspectos Psicológicos: Maturidade Emocional, Auto- conceito, Locus de Controle e Ansiedade. Revista Psicologia: reflexão e crítica, 18(1): 39-46, 2005.

COLOMBO, R. C. R. et al.Caracterização da obesidade em pacientes com infarto do miocárdio. Revista Latino-Americana de Enfermagem; 11(4):461-7; 2003, julho-agosto.

FRANCISCHI, R. P.; PEREIRA, L. O.; LANCHA JR., A. H. Exercício, comportamento alimentar e obesidade: revisão dos efeitos sobre a composição corporal e parâmetros metabólicos. Revista Paulista de Educação Física, v.15, pp.117-140, 2001.

______. Obesidade: atualização sobre etiologia, morbidade e tratamento. Revista de Nutrição, vol.13, pp.17-28. Campinas-SP, jan./abr. 2000.

______. Obesidade: hábitos nutricionais, sedentarismo e resistência à insulina.Arquivos Brasileiros de Endocrinologia Metabólica, vol.47, n.2, abril/2003.

GOMES, F.; TELO, D. F. et al. Obesidade e Doença Arterial Coronariana: Papel da Inflamação Vascular. Arquivos Brasileiros de Cardiologia; 94(2): 273-279, 2010.

HASLAM, D. W.; JAMES, W. P. Obesity. Lancet. 2005; 366: 1197-209.

JEBB, S. A. Obesity: from molecules to man. Proc. Nutr. Soc., v.58, pp.1-14, 1999.

LOPES, P. C. S.; PRADO, S. R. L. A.; COLOMBO, P. Fatores de risco associados à obesidade e sobrepeso em crianças em idade escolar. Revista Brasileira de Enfermagem, 63(1): 73-78. Brasília, jan./fev. 2010.

MANCINI, M. C. Obstáculos Diagnósticos e Desafios Terapêuticos no Paciente Obeso.Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, vol.45, n.6, 584-608, dezembro, 2001.

MARIATH, A. B et al. Obesidade e fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas e não transmissíveis entre usuários de unidade de alimentação e nutrição. Cadernos de Saúde Pública, 23(4): 897-905. Rio de Janeiro, abril, 2007.

MELLO, E. D.; LUFT, V. C.; MEYER, F. Obesidade infantil: como podemos ser eficazes? Jornal de Pediatria, 80(3): 173-182. Rio de Janeiro, 2004.

MENDES, A. C. S.; PIMENTEL, G. D.; PAULINO, D. S. M.; CAMPELLO, J. B. Obesidade e Câncer: as Doenças do Século. Revista da ABESO,54-57; dezembro, 2011.

MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Cadernos de Atenção Básica: Normas e Manuais Técnicos. Secretaria de Atenção à Saúde: Departamento de atenção Básica, n.12. Brasília, 2006.

______. Política Nacional de Promoção da Saúde. Brasília, 2006.

______. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica: Hipertensão arterial sistêmica para o Sistema Único de Saúde. Brasília, 2006.

______. ______. ______. Cadernos de Atenção Básica: Prevenção clínica de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais. Brasília, 2006.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Organização Mundial da Saúde. Estratégia Mundial sobre alimentação Saudável, atividade física e saúde: caderno de obesidade.2003.

PEIXOTO, H. G. E.; VASCONCELOS, I. A. L.; SAMPAIO, A. C. M.; ITO, M. K. Antidepressivos e alteração no peso corporal. Revista de Nutrição, 21(3): 341-348. Campinas, maio/jun. 2008.

PEREIRA, L. O.; FRANCISCHI, R. P.; KLOPFER, M.; SAWADA, L. S.; SANTOS, R.; VIEIRA, P. Obesidade e suas implicações - ação da atividade física e controle nutricional. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, v.14, pp.9-17, 1999.

PESARO, A. E. P.; SERRANO JR., C. V.; NICOLAU, J. C.Infarto Agudo do Miocárdio - Síndrome Coronariana Aguda com Supradesnível do Segmento ST. Revista Assoc. Med.; 50(2): 214-20. Brasil, 2004.

SANJULIANI, A. F. Fisiopatologia da hipertensão arterial: conceitos teóricos úteis para a prática clínica. Revista da SOCERJ, vol.15, n.4, 210-218, out./nov./dez. 2002.

SILVA, G. A. Síndrome Obesidade-Hipoventilação Alveolar. Medicina, 39 (2): 195-204. Ribeirão Preto, abr./jun. 2006.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Volume 100, n.3, março 2013.

SOUZA, A. C. T. O.; ARANTES, B. F. R.; COSTA, P. D. A obesidade como fator de risco para doenças cardiovasculares. Revista Educação, Meio Ambiente e Saúde, 3(1): 107-116, 2008.

TARDIDO, A. P.; FALCÃO, M. C. O impacto da modernização na transição nutricional e obesidade. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, 21(2): 117-124, 2006.

TEIXEIRA, P. J. R.; ROCHA, F. L. Efeitos adversos metabólicos de antipsicóticos e estabilizadores de humor. Revista de Psiquiatria, 28(2): 186-196. Rio Grande do Sul, maio/ agosto, 2006.

TSUKUMO, D. M.; CARVALHO, B. M.; FILHO, M. A. C.; SAAD, M. J. A. Pesquisa translacional em microbiota intestinal: novos horizontes no tratamento da obesidade. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, vol.53, n.2. São Paulo, março, 2009.

Atividades

Atividades - Unidade II

Complete a frase a seguir e a alternativa após:

Os carboidratos ou hidratos de carbono, são conhecidos como ________________. São a principal fonte de energia para os seres vivos. Com exceção do __________, os carboidratos são de origem vegetal e são classificados como monossacarídeos, dissacarídeos e ________________. Os ___________ apresentam átomos de carbono em sua molécula e seus principais representantes são a glicose, frutose e ___________.

  • Energéticos, carne, polissacarídeos, dissacarídeos, lactose.
  • Açúcares, mel, polissacarídeos, monossacarídeos, galactose.
  • Hidratos, ovos, oligossacarídeos, polissacarídeos, ácidos nucleicos.
  • Substâncias estruturais, peixes, polissacarídeos, monossacarídeos, galactose.
  • Polímeros, ovos, polissacarídeos, monossacarídeos, lactose.

Existe um medicamento, utilizado por muitos obesos que impede a metabolização de grande parte da gordura ingerida; ele se chama Xenical. Podemos concluir que o Xenical inibe a ação da enzima:

  • Maltase.
  • Protease.
  • Lipase.
  • Amilase.
  • Sacarase.

Com o advento da sociedade industrial (pós-século XVIII) e capitalista, as condições de vida foram modificadas, permitindo pouco tempo para o lazer. Sobre o assunto e com base em seus conhecimentos, assinale o que for correto:

  • O lazer passivo, veiculado pela televisão, potencializa o despertar de consciências para usufruir do tempo disponível, de forma crítica e criativa.
  • A prática de atividade física visa somente promover à formação de atletas de alto nível.
  • Na atualidade, o estilo de vida adotado pela maior parte da população prioriza o lazer e a atividade física; evitando assim, problemas relacionados ao corpo e à saúde.
  • As atividades físicas dentro da escola, colaboram para o processo educativo em saúde.
  • Os avanços tecnológicos, o conforto e o comodismo da vida moderna, leva as pessoas a terem uma melhor qualidade de vida praticando mais exercícios físicos.

Sobre a definição de sedentarismo, é correto afirmar que:

  • Sedentarismo é uma prática benéfica ao indivíduo, já que auxilia na manutenção da saúde.
  • O sedentarismo é definido como a falta de atividade física ou esportiva. Pessoas que praticam esporte pelo menos uma vez ao mês não são consideradas sedentárias.
  • O sedentarismo vem sendo considerado a doença do século e está associada ao comportamento diário das pessoas de praticarem atividade física regularmente.
  • A tendência das condições de trabalho, de exigirem cada vez menos esforços físicos e ao aumento das tecnologias disponíveis, auxiliam as pessoas a fazerem mais atividade física.
  • A obesidade e o sedentarismo são considerados os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

As definições de determinantes sociais de saúde (DSS) expressam o conceito de que as condições de vida e trabalho dos indivíduos e grupos da população estão relacionadas com sua situação de saúde. Em qual das alternativas a seguir estão listados corretamente os determinantes sociais para a obesidade?

  • Ansiedade e estresse, classe socioeconômica, tabagismo e idade.
  • Ansiedade e estresse, profissão, tabagismo e número de filhos.
  • Ansiedade e estresse, religião, tabagismo, idade e número de filhos.
  • Ansiedade e estresse, classe socioeconômica, alcoolismo, idade e número de filhos.
  • Profissão, Tabagismo, alcoolismo e urbanização.

Sobre os Determinantes Sociais para a obesidade, assinale a alternativa correta:

  • Os Determinantes Sociais são exclusivamente ligados ao setor da saúde.
  • Os Determinantes Sociais levam em consideração, exclusivamente, o enfoque médico-biológico do processo de saúde e doença.
  • Determinantes sociais são somente as condições econômicas que afetam a saúde.
  • Os Determinantes Sociais não são promotores de iniquidade.
  • Os Determinantes Sociais envolvem as condições de vida e de trabalho de uma dada população.

Qual das bactérias a seguir, que fazem parte da flora intestinal, têm comprovadamente mais afinidade por carboidratos?

  • Bifidobactérias.
  • Prevotella.
  • Actinomicetos.
  • Latobacillus casei.

Sobre a flora intestinal normal, é correto afirmar que:

  • Existem milhares de bactérias e fungos que compõem a flora intestinal.
  • A flora intestinal é formada por bactérias sem potencial patogênico.
  • As bactérias da flora intestinal ajudam na digestão da celulose e a salvar energia.
  • Os probióticos diminuem a absorção de gorduras pelo intestino e aumentam a absorção de sais minerais.
  • Os prebióticos são bactérias presentes na flora intestinal.

A alternativa que apresenta achados clínicos encontrados nos pacientes com Síndrome de Cushing é:

  • Estrias violáceas, centralização da gordura, hipotensão arterial.
  • Obesidade centrípeta, estrias largas e de cor violeta, diabetes e hipertensão.
  • Obesidade centrípeta, hematomas e estrias.
  • Face arredondada lua cheia, obesidade centrípeta e aumento da libido.
  • Dificuldades cognitivas, cefaleia e cicatrização acelerada.

Sobre os medicamentos que são fatores de risco para obesidade, é correto afirmar que:

  • Os glicocorticoides produzem tendência à hiperglicemia devido ao aumento da gliconeogênese renal e o antagonismo periférico à ação da insulina que resulta em uma menor captação de glicose no músculo e tecido gorduroso.
  • A sedação provocada pelos antipsicóticos provoca um aumento na atividade física dos indivíduos que fazem uso dessas medicações e o aumento na sede leva auma maior ingestão de líquidos.
  • Os antidepressivos agem diminuindo o neurotransmissor dopamina no hipotálamo que aumenta o apetite; aumentam a estimulação dos receptores de serotonina; diminuem a estimulação do receptor histaminérgico H1 que leva a uma insensibilidade à ação da leptina.
  • Os antidepressivos mais utilizados são o ácido valproico, depakene, gabapentina, carbamazepina e tegretol.
  • O bloqueio dopaminérgico provocado pelos antipsicóticos acarreta efeitos adversos orexígenos.