Parâmetros do som e o universo da música
Existem questões técnicas para qualificação sonora. Os parâmetros do som definem a amplitude do comportamento sonoro do evento musical. Os parâmetros principais são quatro: timbre, altura, intensidade e duração. São eles que fazem o ouvinte perceber:
- Qual instrumento está tocando ou a voz de um familiar ao telefone (timbre). A nota aguda de uma flauta, um canto de uma cantora soprano ou o contrabaixo de uma orquestra sinfônica (altura).
- A suavidade da melodia barroca de J.S. Bach, do canto de um pássaro ou o clamor quase ensurdecedor de uma torcida em uma final de campeonato (intensidade).
- A sustentação tonal com uma longa nota pedal emitida pelo fagote em uma obra do período expressionista, ou o vibrato de um cantor sertanejo (duração).
Como vimos, questões técnicas da qualificação do som não distinguem o que é arte musical dos contextos em que se insere o evento sonoro. O que torna o evento musical arte? A reflexão pretende não fechar a questão, mas expandir a crítica sobre o conceito da arte musical. No campo da filosofia, a arte (música) se representa por si mesma, com suas especificações formativas. A musicologia, campo do estudo secular da música, a interpreta como elemento histórico que surge em conteúdo para o diálogo do presente com o passado, em que os dois saem transformados. A etnomusicologia entende a música na cultura, seu debate reflete as características êmicas e éticas da manifestação musical em uma determinada cultura. O intérprete musical tem a música como ferramenta (repertório) de interpretação do estilo e do gênero, da poética e da forma. Para o educador musical, a música é vista como conteúdo de arte para a construção cognitiva do saber. Finalmente, para o compositor, responsável pela organização do gosto musical ao construir essa obra de arte, a música o personifica e o revela com seus significados culturais e artísticos.
Outras áreas do saber também conceituam a música, mas a refletem sobre um olhar extrametódico nos seus campos de atuação, fazendo da música ferramenta multi, inter ou transdisciplinar. Como exemplo disso, citamos a grande área das humanidades, temos a sociologia, a história cultural e a antropologia com trabalhos de pesquisa direcionados ao comportamento humano relacionado à manifestação da música nas diversas culturas. Na atualidade brasileira, destacam-se pesquisadores como o historiador da USP Elias Thomé Saliba e o antropólogo Rafael José de Menezes Bastos; no passado, pode-se mencionar um dos expoentes da Escola de Frankfurt, o sociólogo alemão Theodor Adorno (1903-1969), todos representantes de áreas do saber nas quais a música é um instrumento de referência para análise e discussão fora do campo direto de suas respectivas áreas, em que, em seus objetos de pesquisa, tomam a música como conteúdo secundário de estudo.
Elementos intrínsecos da música
Aaron Copland (1900-1990), compositor famoso estadunidense, afirma que a música possui quatro elementos essenciais: ritmo, melodia, hamonia e timbre. O compositor faz uma referência aos elementos que se destacam quando se estrutura a música de uma obra clássica (erudita) instrumental. O que mais importa para nossa compreensão a respeito desses elementos é identificá-los nos contextos históricos em que eles se constituíram e distingui-los nas variadas formas da organização sonora. Diante dos desafios da compreensão musical, discutiremos, nos parágrafos seguintes, os elementos “essenciais” e suas possíveis relações com a música cotidiana executada nas rádios, nos canais de televisão, dentre outros meios midiáticos de comunicação.
Ritmo
A palavra ritmo tem um significado muito variado. Quando nós ouvimos uma organização sonora percutida, como o toque constante do instrumento Surdo da bateria de uma escola de samba, dizemos que ele está marcando o tempo. E o que é o tempo na música? É o quanto o som ou o silêncio dura. Quando um pandeiro toca em um conjunto de pagode, ele faz um ritmo próprio do samba. Mas por que o identificamos como tal? É que a organização das batidas com suas durações trazem a nós uma memória associativa de que aquela “levada” ou organização rítmica é do samba. Dessa forma, conseguimos distinguir o ritmo dos gêneros musicais da música brasileira: valsa, baião, samba, funk, choro, dentre muitos outros. Mas se não tivermos a experiência prévia com um determinado gênero, essa identificação ficará prejudicada?
O ritmo pode ser reconhecido e até reproduzido apenas pelo uso da intuição auditiva. Diz-se que o indivíduo que possui um ouvido apurado detém a habilidade de identificação, memorização e execução musical, sem que haja, por parte dele, a necessidade de conhecimento em teoria musical básica (matéria pela qual se ensina a leitura na pauta musical). Portanto, entende-se, aqui, que o ritmo é um evento musical proveniente de um parâmetro do som: a duração.
Outro aspecto importante do ritmo está relacionado com a pulsação musical. A pulsação da música tem, prioritariamente, uma regularidade (tempo constante de duração). Exemplo clássico disso é quando acompanhamos com palmas uma música popular. Por meio da pulsação, poderemos definir se o andamento da música está rápido, moderado ou lento. As expressões musicais alegro, andante e largo correspondem, respectivamente, à velocidade do pulso em uma execução musical. Portanto, pelo ritmo, conseguimos constatar o andamento da música, algumas características do gênero musical, além de eventos sonoros ligados à memória auditiva.
Melodia
Quando alguém diz que a melodia de uma música é leve, calma ou dura, triste ou alegre, fácil ou difícil, feia ou bonita, estamos, na verdade, conceituando determinada música pelo nosso juízo particular de valor estético. A melodia expressa som e ritmo, regidos por uma dinâmica interpretativa. Na música popular, ou mesmo no canto erudito ou lírico, a melodia é estruturada com seu significado semântico apoiado na palavra. Foi na palavra e, portanto, na linguagem verbal que a música se estruturou. A relação da frase musical com a frase verbal se deu pelo objetivo secular humano de se expressar por meio do canto em narrativas ligadas à religiosidade, no diálogo do adulto com o infantil, nas cantigas para ninar e de roda, no imaginário folclórico tão rico em nossa sociedade, na música de trabalho, nos cantos imitativos da natureza, nos cantos profanos, libidinosos, narrativos da cultura popular.
A melodia, de fato, é uma busca do sensível humano que, antes, amparava-se no discurso verbal e, com o passar dos milhares de anos, foi buscando sua autenticidade e independência em relação à palavra. Com tal independência, passou-se a classificar o discurso da música de linguagem musical, com semântica própria e retórica econômica, o que trouxe originalidade na síntese textual e na comunicação dos sons. Se uma palavra é formada por sílabas, os então motivos músicas são formados por notas e ritmos. A melodia se dará pela associação de um grupo de motivos sonoros inter-relacionado e organizado:
- Em um sistema tonal (quando se diz que a música está no tom de Dó maior, Ré menor, Sol maior).
- Em um sistema modal (ligado a relações étnicas e históricas da música, dessa forma, fala-se modo de Ré, de Mí, de Fá).
- Atonal (quando ela não tem tom determinado, nesse caso associamos a música à parte do repertório criado após o século XIX).
Outro aspecto da melodia é identificado de acordo com o caráter e a amplitude da obra ou peça musical (sinônimos da palavra música quando nos referimos à música X do compositor A ou B). Portanto, quanto maior for a duração de uma obra musical, maior será o “discurso”, com a utilização de frases (melodias: também são chamadas de frases ou temas) musicais diferentes que dialogarão no decorrer da execução musical. Quanto ao caráter, a melodia se distingue pela extensão curta ou longa, pela maior ou menor movimentação rítmica ou quanto à organização intervalar das notas musicais, assumindo uma linha sonora mais plana ou com saltos entre sons agudos e graves.
A melodia, frase ou tema se encontra dentro do parâmetro musical Altura. É dentro da gama de alturas sonoras que se estruturam as escalas musicais. Existem várias formas de escala musical com características peculiares encontradas dentro da cultura dos povos do mundo. No Brasil, o sistema musical escalar se fundamentou no Europeu, mas também recebeu herança de outras etnias. A imigração, no decorrer da história do Brasil, enriqueceu a nossa cultura. Os portugueses, os negros e os índios foram os pioneiros do processo miscigenatório cultural. A música gaúcha, com origens fortes na música flamenca espanhola e na música portuguesa, a música colonial mineira, com início no século XVI, e a música popular do Norte, que embala as danças típicas do Carimbó e da Marujada, possuem grande diferença de estilo, gênero e organização escalar melódica.
Tecnicamente, as escalas são classificadas em tonais, modais, artificiais ou alteradas, características, atonais. Também, classificam-se pela quantidade de notas, sendo nomeadas de: pentatônicas, hexatônicas, eptatônicas, octatônicas, de nove sons,..., dodecafônicas. O que importa não é saber se uma obra foi criada com esta ou aquela escala, mas, sim, a sua compreensão semântica contextual, ou seja, o que a torna significativa para quem a aprecia. A relevância artística e os valores culturais estarão assegurados se estiverem integrados na cultura de suas origens, no que diz respeito à localidade.
Harmonia
A definição musical para a harmonia divide-se em dois troncos: o histórico e o estrutural. A causa dessa técnica composicional surgiu nos cantos litúrgicos da igreja cristã. O canto chão ou gregoriano da Idade Média formou a base do processo de criação da harmonia. O canto chão era executado apenas por vozes masculinas em uníssono (por um tema sem acompanhamento), o que o deixou em região de sons graves. A sobreposição de vozes no canto católico medieval a partir do século IX possibilitou o surgimento da técnica de composição musical nominada contraponto. Com o aperfeiçoamento da técnica do contraponto, ocorreu o desenvolvimento gradual perceptivo da organização vertical das notas musicais, que, com a prática comum entre os compositores, se traduziu em gosto estético. Tal prática foi base para a formação teórica das leis funcionais da harmonia. Esse processo de consolidação das leis harmônicas foi longo. Ocorreu entre a renascença e o final do século XIX. Em resumo teórico musical, esclarecemos que dois ou mais sons de alturas diferentes, ouvidos simultaneamente, são chamados de sons harmônicos. Quando ouvimos três ou mais sons simultâneos, os nominamos acordes. Os acordes organizados em uma música integram o que chamamos de harmonia musical.
Visto de maneira sintética como a harmonia se constituiu, resta-nos relacionar qual a importância desse recurso musical nas nossas experiências a respeito da música na atualidade. Quando ouvimos um repertório popular qualquer, a harmonia estrutura todo o seu comportamento melódico, podendo trazer mais dramaticidade ou suavidade em decorrência da proposição frasal. Um exemplo é o gênero choro, de comportamento instrumental. Cada instrumento exerce uma função, de acompanhamento ou de solista. Os baixos cantados, realizados pelos violões juntamente com o cavaquinho fazendo a função de centro, com acordes ritmados, nada mais são que a condução harmônica do acompanhamento musical. Outro exemplo é a trilha sonora de um filme de ação, em que, no ápice de uma cena de perigo, os eventos sonoros expandem-se, causando tensão aos sentidos envolvidos na trama; em grande parte, a harmonia ampara a dramatização.
Tal efeito está associado à intensidade do som (volume). A relação íntima entre a harmonia, a melodia e a intensidade em uma obra musical chama-se dinâmica. A marcação da dinâmica em uma obra musical tem que respeitar as intenções dos efeitos sonoros produzidos pelas escolhas harmônicas e melódicas do compositor. Copland (1974, p.12) afirma que “os compositores do século XIX, interessados basicamente em enriquecer a linguagem harmônica da música, permitiram que o seu sentido rítmico fosse sufocado por uma dose excessiva de uniformidade”. Essa afirmação, de fato, coloca uma relação de forças entre o ritmo e a harmonia, quanto maior for o desenvolvimento rítmico em uma obra, menos complexa a harmonia torna-se e vice-versa.
Podemos intuir que a música de determinados gêneros musicais, como o Samba Enredo, o Funk e o Fandango, é altamente marcada pelo ritmo e possui uma harmonia menos rebuscada, mais estática ou mesmo ausente: a bateria de uma escola de samba ou um grupo Afroreggae são exemplos disso. Nessas formações, os chamados sons de alturas regulares estão ausentes, pois são produzidos por instrumentos que emitem notas musicais. As notas musicais vibram com regularidade, fazendo que possamos ouvi-las e discriminá-las apenas pelo parâmetro altura. E são os sons regulares os detentores da movimentação da harmonia. Toda arte se expressa por princípios estéticos inovadores ou não. A música é livre para se expressar. Se buscarmos exemplos a partir do século XX até a atualidade, perceberemos uma grande variedade composicional que rebuscou tanto as aplicações harmônicas como rítmicas da música até a pós-modernidade.
Timbre
O timbre é uma qualidade sonora intrigante. O ouvido humano identifica um instrumento musical só em percebê-lo auditivamente. O timbre individual de cada instrumento está relacionado ao tipo de construção, confecção ou fabricação. O material de base, se é metal, madeira; a forma de execução, se percutida, friccionada, beliscada; o tamanho definindo a região escalar ou vibratória aguda, média ou grave; todos esses fatores interferem no timbre.
Por milhares de anos, os instrumentos serviram a humanidade dentro das necessidades particulares das culturas em suas localidades. Na antiguidade, os instrumentos primitivos eram mais ruidosos, com poucas complexidades sonoras aos olhos da atualidade, mas sempre cumpriram as exigências e necessidades musicais da cultura que os criou. No Brasil, as culturas indigenistas criaram instrumentos com troncos de árvores, para os tambores; cabaças, para as maracas; dentes de animais, conchas para o butori (cordel amarrado no tornozelo); para os de sopro, bambu, ossos e cabaças. A música, o canto e a dança estão integrados e cumprem função social. São muito utilizados em rituais, como: chegada de visitas de outras aldeias, colheita e casa de reza. Os jovens aprendem o canto e a tocar algum instrumento com os pais ou com os índios mais velhos da tribo. Por meio da música, os guerreiros se preparam para a guerra cantando e dançando.
O uso técnico musical do timbre é muito recente. Se considerarmos a história da humanidade, o timbre começou a servir a música com destaque após o período barroco. O timbre começou a ser entendido como uma fonte alternativa para os recursos composicionais após G. F. Haendel (1685-1759). Os compositores antes de Haendel não davam muita importância aos timbramentos instrumentais. Em suas obras escritas a três, quatro ou mais vozes, não havia indicação do instrumento executante. Poderia ser instrumentos de sopro, cordas ou misto.
No surgimento da orquestra clássica, temos como seus expoentes os compositores Mozart (1756-1791), Haydn (1732-1809) e Beethoven (1770-1827), mestres do classicismo musical. Esses compositores aprimoraram a sinfonia, gênero caracterizado pelo aproveitamento timbrístico da orquestra clássica. Os instrumentos da orquestra sinfônica dividem-se em quatro naipes principais:
- Cordas arcadas;
- Madeiras;
- Metais;
- Percussão.
Cada naipe reúne grupos de instrumentos de timbres semelhantes. Desde o seu surgimento, a orquestra sinfônica tem sido explorada por uma gama considerável de compositores. Destacamos alguns para investigações futuras a respeito de sua história e do repertório, são eles: no século XIX, Schubert, Schumann, Mendelssohn, Chopin, Brahms, Berlioz, Liszt e Wagner. No final do século XIX, com grandes transformações estéticas, temos: Bruckner, Mahler, Richard Strauss, Rimsky-Korsakov, Mussorgski, Debussy, Ravel, Schoenberg. No século XX, destacamos alguns: Bartók, Stravinsky, Francis Poulenc, Milhaud, Gershwin, Shostakovich, Procofiev, Hindemith, Boulez e Villa-Lobos, John Cage, Messiaen, Varèse e Stockhausen.
Na atualidade, o conceito de timbre se expandiu com a busca de formações peculiares orquestrais e o acréscimo de instrumentos étnicos de culturas diversas. O exotismo timbrístico é um recurso de inovação sonoro muito utilizado, desde meados do século XX até os nossos dias. Outro fator relevante é a junção de timbres instrumentais diversos, que, quando tocados simultaneamente, formam novos timbres mistos. Essa técnica chama-se orquestração, muito usada nas composições do passado e do presente para a orquestra sinfônica, mas que também é muito aproveitada na música de gêneros populares, instrumentais, em grupos camerísticos e conjuntos orquestrais.
Em resumo, ritmo, melodia, harmonia e timbre são constituintes da linguagem musical. Formam a base do trabalho composicional, estão unificados pela própria expressividade da música, inter-relacionados, unificados na trama do discurso poético, em que o diálogo ocorre quando a compreensão do texto sonoro interage no jogo da sedução artística. O intérprete, na condução de locutor, e o apreciador, na condição de locutário, travam o diálogo pela manifestação artística da música, na condição de interlocutora. Quando discutimos os elementos constituintes da música em separado, atuamos como educadores para a formação dos conceitos pertinentes da arte musical. Mas a arte nunca será apreciada de forma segmentada, estratificada. A música atinge seu significado quando se representa na totalidade de se expressar enquanto arte.
Defina se as alternativas seguintes estão corretas ou incorretas.
- Os instrumentos percussivos são organizados por diferentes alturas de sons regulares. Por esse motivo, é possível estruturar a Bateria de escola de samba em seções. O que torna a questão errada é o fato de os instrumentos percussivos, em sua maioria, não possuírem sons regulares e, em particular, os que integram a bateria de uma escola de sambra são afinados em alturas diferentes, mas não regulares.
- As orquestras sinfônicas foram desenvolvidas após Haendel, também chamadas de orquestras clássicas. Nelas, o trabalho de escolha dos timbramentos instrumentais ganhou a atenção de grandes compositores, como Mozart e Beethoven. Antes de Haendel, as obras eram enriquecidas pelas técnicas do contraponto. Não havia interesse ou busca de recursos orquestrais ligados aos timbramentos instrumentais, pois priorizava-se o canto. A música buscava servir à linguagem verbal.
- O que fundamenta a melodia é a organização da superposição das notas musicais tocadas simultaneamente. Quando as notas são tocadas linearmente, sendo uma por vez, podem ser classificadas de harmônicas. A afirmação está invertida: a melodia é linear, já a harmonia se organiza quando duas ou mais notas são ouvidas simultaneamente.
- Melodia, frase ou tema se encontra dentro do parâmetro musical timbre. É dentro da gama de timbramentos sonoros que se estruturam as escalas musicais. Existem várias formas de escala musical com características peculiares encontradas dentro da cultura dos povos do mundo. O timbre não define altura em hipótese alguma. Ele qualifica o som pelo que traz de identidade ao instrumento ou à voz. Por isso, conseguimos identificar se é um violão ou a voz de um parente pelo parâmetro timbre. Melodia, frase ou tema são definidos pela relação intervalar e rítmica das notas musicais, todos regidos pelo parâmetro altura.
- Considerando que a música é formada por sons, poderíamos dizer que todos os sons do mundo é música: a buzina de um carro, o apito do juiz de futebol, a vibração de um motor, o abrir de uma porta sobre trilhos, o canto dos pássaros, dentre outros. Não necessariamente. Quando esses sons isolados se integram a um contexto musical de criação, sim; passam a compor algo pensado e estruturado que traga uma semântica estética para o discurso musical, eles estão como elementos da linguagem musical.